Poemas de Memória
Lembre sempre de onde veio, porque para onde vais... isso vai depender de como você juga sua memória.
Há momentos em que eu gostaria de poder reverter o relógio e levar toda a tristeza para longe, mas eu tenho a sensação de que se eu fizesse isso, a alegria iria embora também. Então aceito as memórias como elas vêm, aceitando todas elas, me deixando guiar sempre que posso.
A diversidade dos testemunhos históricos é quase infinita. Tudo o que o homem diz ou escreve, tudo o que constrói, tudo o que toca, pode e deve fornecer informações sobre eles.
Lembramo-nos melhor dos primeiros anos de vida do que dos subsequentes. Quanto mais vivemos, tanto menos os acontecimentos nos parecem importantes, ou suficientemente significativos para serem depois ruminados; todavia, este é o único meio para fixá-los na memória, caso contrário, serão esquecidos logo que passarem.
(...) e não há barulho maior que o do silêncio.
Embrulhado em palavras carregadas de todos os sentimentos, que mesmo paradas no tempo, estáticas na memória e com ruído de gente ...estão impregnadas de vida!
Seria mais fácil elaborar nossas perdas se com elas também fossem embora suas representações. Mas não, elas permanecem, e não se despedem.
Não há temporalidade no inconsciente. Há sobreposições de tempos, onde o Sujeito enxerga uma lembrança de um passado distante com o olhar do presente.
Eu conheço cada livro meu pelo seu cheiro, e só tenho que colocar meu nariz entre as páginas para me lembrar de todos os tipos de coisas.
O que eu gosto nas fotografias é que elas capturam um momento que se foi para sempre, impossível de reproduzir.
O passado fica na gente da mesma forma que açúcar de confeiteiro fica nos dedos. Algumas pessoas conseguem se livrar dele, mas os fatos e as coisas que as empurraram para onde estão agora continuam ali.
Nossas memórias ocupam espaços, trocas de palavras profundas e olhares que mudam a direção, mergulhos ínfimos dentro do eterno mar do teu coração, e de tão profundo e imenso, não cabe só em mim, não cabe só em ti. Transborda e paira na intensidade da luz sobre as estrelas e espaços infinitos.
Pronto, agora seguir o caminho ficou fácil.
Você? Ficou lá atrás, junto com toda sua pretenção infundada. Sabe aquele livro que você começa a ler, está tudo indo bem mas ele simplesmente fica desinteressante? Pois bem, te considero esse livro. Eu perdi a vontade de me esforçar e tentar decifrar suas entrelinhas, tanta coisa sem sentido. Agora comecei a me dedicar à outro livro, e a primeira página já trata de um assunto muito forte e totalmente necessário: amar a si próprio antes de qualquer coisa. E olha, essa primeira página já me convenceu a não voltar ao livro anterior. Agora peço-lhe licença pois o fato de retornar minha memória ao "livro passado" já me deixou com um mal estar danado. Vou ali, sem pressa, viver o que há de melhor.
Eu lembro das estrelas naquela noite. Eles eram como sal contra o céu, como se alguém tivesse derramado o saleiro contra um pano muito escuro. Isso importava para mim, a beleza acidental delas.
Penso no primeiro dia em que entrei em casa e senti o perfume dela — flores e especiarias — e como foi estranho ter a fragrância de alguém no apartamento. Agora nunca é estranho. Seria estranho voltar para casa e não sentir nada.
Nossa história será contada por aqueles cujas vidas afetamos positivamente, pelas amizades sólidas que cultivamos.
Este é o problema da história: gostamos de pensar que ela é um livro – que podemos virar a página e seguir em frente com a porra da vida. Mas a história não é o papel em que está impressa. É a memória, e a memória é o tempo, as emoções e a música. A história é o que fica com você.
O céu guarda a parte viva da pessoa, aquela coisa que não morre nunca, não a saudade, a saudade é amor e é dos vivos, estou falando da coisa viva que fica nos mortos.
“Comece a liberar perdão, mesmo sem muito sentimento envolvido. Uma hora ele vira registro histórico do que um dia deveria ser e talvez nunca seria mesmo.”