Poemas de Memória
A memória momentânea é como um navio à deriva que colide com o iceberg do tempo; e afunda velozmente na profundidade imensurável do mar do esquecimento.
A vida é muito mais labiríntica do que lembramos em nossa memória – nossa mente está ocupada em transformar a história em algo suave e linear, o que nos faz subestimar a aleatoriedade.
O passado é um sonho na memória, é a vida que parece que não foi vivida e o futuro é a ilusão de um sonho, é a vida que nunca será vivida.
A preservação da memória coletiva é um aspecto da disciplina da informação e também se relaciona com a proteção de dados pessoais.
Nosso cérebro tem mais juízo do que nós mesmos. Ele fecha as janelas da memória para pensarmos menos e gastarmos menos energia.
Adianta pouco manter os livros de capas fechadas. Eles têm memória absoluta. Vão saber esperar até que alguém os abra. Até que alguém se encoraje, esfaime, amadureça, reclame o direito de seguir maior viagem.
Meu físico, cheiros, cores, calor, texturas de coisas, gostos e afins que se fixam na memória ou trazem-na por lembranças, alcançadas por processo físico também, alterando o estado do meu ser nestes prazeres dos sentidos. Sentimentos e emoções lidos ou escritos na memória e entendidos como o não físico, mas ainda que não tocados pelas minhas mãos, da criação à sua consumação, pura natureza física do meu ser, mesmo que apenas memórias, sentimentos e emoções.
A falta de memória requer reforço, mas o excesso de memória pode levar ao desgaste. É melhor ter uma boa memória desde o início do que ter que se esforçar constantemente para lembrar.
A memória, afinal, é a sensação do passado... E toda a sensação é uma ilusão.
Eu nem sei se o amanhã irá existir, a memória é um fato, e ninguém é capaz de apagar as memórias históricas.
E a grande arte é exatamente isto: o esforço da criatura por guardar na memória aqueles momentos de epifania, nos quais ela se aproxima ao máximo do mistério da criação.
O mentiroso compulsivo sempre é descoberto. A velocidade da memória não acompanha a velocidade da língua!
Penso que uma das maiores perdas dessa vida é a perda da memória, porque com ela se vai a magia de uma vida toda, as reminiscências e o perfume nostálgico das lembranças que evocam a nossa saudade.
Um avô e uma irmã à vista, em um dia que guarda a memória de uma tristeza nacional, não, não me senti no direito de falar qualquer palavra, o meu atrevimento tem limite que se chama respeito; então ficou apenas o olhar de presença que é de: força.
Nenhum homem é indispensável. Não chore por mim. A única maneira de honrar minha memória é continuar meu trabalho! Exceda-o!