Poemas de Mario Quintana - Cuide do seu Jardim

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O compromisso multiplica por dois as obrigações familiares e todos os compromissos sociais.

A demasiada atenção que se emprega em observar os defeitos dos outros, faz que se morra sem ter tido tempo de conhecer os próprios.

A beleza na mulher honesta é como o fogo afastado ou a espada de ponta, que nem ele queima nem ela corta a quem deles se aproxima.

Uma fealdade e uma velhice confessada são, a meu ver, menos velhas e menos feias do que outras disfarçadas e esticadas.

O silêncio é o melhor rebuço para quem não se quer revelar, ou fazer-se conhecer.

A amizade mais perfeita e mais durável é somente aquela que contraímos com o nosso interesse.

Se o poeta fosse casto nos seus costumes, os seus versos também o seriam. A pena é a língua da alma: como forem os conceitos que nela se conceberem, assim serão os seus escritos.

Não deves contar ao teu amigo que foste chifrado. Mesmo que não se ria de ti pode aproveitar a informação.

Nenhum animal é mais calamitoso do que o homem, pela simples razão de que todos se contentam com os limites da sua natureza, ao passo apenas o homem se obstina em ultrapassar os limites da sua.

Os maiores males infiltram-se na vida dos homens sob a ilusória aparência do bem.

As lágrimas dos velhos são tão terríveis como as das crianças são naturais.

Quem sabe se não teremos de ultrapassar muito a natureza para perceber o que ela nos quer dizer?

Não invejemos os que sobem muito acima de nós: a sua queda será muito mais dolorosa do que a nossa.

Todo aquele que contribui com uma pedra para a edificação das ideias, todo aquele que denuncia um abuso, todo aquele que marca os maus, para que não abusem, esse passa sempre por ser imoral.

O sentimento que o homem suporta com mais dificuldade é a piedade, principalmente quando a merece. O ódio é um tónico, faz viver, inspira vingança; mas a piedade mata, enfraquece ainda mais a nossa fraqueza.

Saber de cor não é saber: é conservar aquilo que se deu a guardar à memória.

Todo o nosso mal provém de não podermos estar sozinhos: daí o jogo, o luxo, a dissipação, o vinho, as mulheres, a ignorância, a desconfiança, o esquecimento de nós mesmos e de Deus.

O jornal exerce todas as funções do defunto Satanás, de quem herdou a ubiquidade; e é não só o pai da mentira, mas o pai da discórdia.

O ciúme nunca está isento de certa espécie de inveja, e frequentemente se confundem essas duas paixões.

É uma infelicidade que existam tão poucos intervalos entre o tempo em que somos demasiado novos e o tempo em que somos demasiado velhos.