Poemas de Mario Quintana - Cuide do seu Jardim
Nossa maneira habitual de fazer está em seguir os nossos impulsos instintivos para a direita ou para a esquerda, para cima ou para baixo, segundo as circunstâncias. Só pensamos no que queremos no próprio instante em que o queremos, e mudamos de vontade como muda de cor o camaleão.
A donzela casta e sincera que supunha vir encontrar desaparecia para dar lugar a uma mulher de coração pérfido e vulgar espírito.
Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas, minhas tristezas, absolutas.
Mas quem não sabe que ternos segredos e confidências recônditas se insinuam muitas vezes em uma pergunta banal, feita por lábios amantes?
As paredes da prisão não podem confinar aquele que ama. Ele é de um império que não está nas coisas, mas, sim, no sentido das coisas, e, zomba dos muros..."
Pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói.
O sorriso do rosto está muito longe de ser feito de suor, de faíscas, de golpes de cinzel e de mármore. O sorriso não é da pedra, mas sim do criador. Liberta o homem, e ele criará.
Aos 22 anos os jovens estão ainda muito próximos da infância e, consequentemente, deixam-se levar por infantilidades.
Eu ainda não tenho condições de dizer o que aconteceu comigo, porque eu tenho medo de empobrecer o que eu vivi ali.
Trata de saborear a vida; e fica sabendo que a pior filosofia é a do choramingas que se deita à margem do rio para o fim de lastimar o curso incessante das águas.
Só mais uma coisa. Não te preocupes tanto com o que acham de ti. Quem geralmente acha não achou nem sabe ver a beleza dos avessos que nem sempre tu revelas.
Para que vieste / Na minha janela / Meter o nariz? / Se foi por um verso / Não sou mais poeta / Ando tão feliz.
Encha uma pequena mala com ideias e frases feitas, se puder, abençoe o rapaz e deixe-o ir.
Não sei se me explico bem, nem é preciso dizer melhor para o fogo a que lançarei um dia estas folhas de solitário.
Então, se é digna de si mesma, não teima em espertar a lembrança morta ou expirante; não busca no olhar de hoje a mesma saudação do olhar de ontem, quando eram outros os que encetavam a marcha da vida, de alma alegre e pé veloz.
E o que dizer aos que nunca dizem o que querem dizer?
Dizer que não sei o que dizer por não saber ao certo o que dizem?