Poemas de Mario Quintana - Cuide do seu Jardim
O valor de todo o conhecimento está no seu vínculo com as nossas necessidades, aspirações e ações; de outra forma, o conhecimento torna-se um simples lastro de memória, capaz apenas - como um navio que navega com demasiado peso - de diminuir a oscilação da vida quotidiana.
O avarento guarda o seu tesouro como se fosse seu; mas teme servir-se dele como se na realidade pertencesse a outrém.
Muitos julgam cumprir o seu dever pronunciando aforismos abstractos para uso alheio em vez de pregar por meio do exemplo.
A quietude... É o bem daqueles que escolheram para sempre uma parte do seu destino e que enjeitaram a outra.
A maior parte das mulheres são incapazes tanto de fazer o seu marido feliz dentro de casa, como de permitir que ele seja feliz com outra fora de casa.
Não há amor da parte de um ser sem liberdade. Ao que ele chama o seu amor é à paixão dessa liberdade.
Aconselharia as mulheres, quando se interrogam sobre os efeitos da idade no seu encanto, a consultarem menos o espelho do que o rosto dos seus contemporâneos.
Se tiver todos os fatos, o seu juízo será correto; se não tiver todos os fatos, não pode ser correto.
A vida é um movimento de assimilação progredindo sem cessar. No seu caminho suprime todos os obstáculos, assimilando-os. A sua essência é a criação contínua de desejos e de ideais.
Como (dona Prassede) dizia frequentemente aos outros e a si mesma, todo o seu empenho era atender aos desejos do céu: mas muitas vezes cometia um grande erro, que era o de tomar o céu pelo seu cérebro.
O ingrato merece indulgência, realmente; o que ele faz, tão-somente, é confundir-se com o seu benfeitor.
Não há vasilha que meça os gostos nem balança que os iguale; cada qual tem o seu, e, pensando que é o melhor, é o mais enganado.
Os dados reais da vida não têm valor para o artista, são unicamente um ensejo para manifestar o seu génio.
E você, sozinho e pensativo em sua dor, buscará sua mãe e esconderá seu rosto nesses braços; no seio que nunca muda encontrará descanso.
Nada há no mundo que não tenha o seu momento decisivo e o expoente do bom procedimento é reconhecer e agarrar essa ocasião.