Poemas de Mario Quintana - Cuide do seu Jardim
Frequentemente tive a ocasião de observar que quando a beneficência não prejudica o benfeitor, mata o beneficiado.
O apetite do privilégio e o gosto da igualdade, eis as paixões dominantes e contraditórias dos franceses em todas as épocas.
Há tantos vícios com origem naquilo que não estimamos o suficiente em nós, como no que estimamos mais.
As crenças religiosas fixam as opiniões dos homens, as teorias filosóficas perturbam-nas e confundem.
A vitória de uma facção política é ordinariamente o princípio da sua decadência pelos abusos que a acompanham.
Ser-se livre não é nada fazer, é ser-se o único árbitro daquilo que se faz ou daquilo que se não faz.
Um homem que acaba de arranjar um emprego já não faz uso do espírito e da razão para regrar a sua conduta e as suas atitudes perante os outros: toma de empréstimo a regra do seu posto e da sua situação; donde o esquecimento, a altivez, a arrogância, a dureza e a ingratidão.
A imperfeição é a causa necessária da variedade nos indivíduos da mesma espécie. O perfeito é sempre idêntico e não admite diferenças por excesso ou por defeito.
O valor que não tem por fundamento a prudência chama-se temeridade, e as façanhas dos temerários devem atribuir-se mais à sorte do que à coragem.
Condenamos por ignorantes as gerações pretéritas, e a mesma sentença nos espera nas gerações futuras.
Um empreendimento imagina-se e começa-se com facilidade; mas na maior parte das vezes sai-se dele com dificuldade.