Poemas de Mario Quintana - Cuide do seu Jardim

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Há uma frase de que gosto muito e que, para mim, é a expressão da presença política: “Os ausentes nunca têm razão”. Embora pudessem estar com alguma razão, eles a perdem pelo fato de se ausentarem.

Mario Sergio Cortella
Livro Política para não ser idiota (2010)

Quem estudou latim se lembra que a palavra "feliz" é felix, que significa também "fértil". Felicidade é sinônimo de fertilidade. Fertilidade não é apenas gerar outras pessoas. Fertilidade é impedir que a vida cesse na sua múltipla condição. Fertilidade é dificultar a desertificação dos nossos sonhos. Fertilidade é fazer com que não haja a esterilização do nosso futuro. Ser feliz é sentir-se fértil.

Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.

"Quando estiver no fundo do poço, a primeira coisa a fazer para sair dele é parar de cavar".

Na vida é preciso ter raiz, não âncora. A raiz te alimenta, a âncora te imobiliza.

Nós, brasileiros, temos um vício, que é muito perigoso, de nos contentar muitas vezes com o possível, em vez de procurarmos o melhor.

Numa ditadura, não daria para fazer uma passeata pela democracia. Na democracia, você pode fazer uma passeata pedindo a ditadura.

Não cabe ao Estado, via escola pública, substituir a responsabilidade que a família tem, a menos que ela esteja em situação de descuido total. Cabe à instituição promover a autonomia, a solidariedade e a formação crítica, mas a responsabilidade principal continua sendo da família e ela não pode se eximir disso.

Mario Sergio Cortella

Nota: Trecho de entrevista "Educar para transformar" à revista Conhecimento Prático Filosofia

Agir conforme aquilo que se fala, alinhar discurso e prática, além de ser uma postura ética, é um sinal de autenticidade.

Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias.

Não é a morte que me importa, porque ela é um fato. O que me importa é o que eu faço da minha vida enquanto minha morte não acontece, para que essa vida não seja banal, superficial, fútil, pequena.

Por que eu preciso morar em grandes cidades, viver desesperado dentro de um carro para lá e para cá, restringir imensamente o meu tempo de convivência com as pessoas de quem eu gosto, reduzir o meu ócio criativo para ficar num lugar onde vão me oferecer apenas e tão-somente dinheiro?

Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero.

Uma das coisas mais perigosas da vida é gente que concorda com você o tempo todo.

O adolescente infrator será sempre resultado de uma sociedade que descuida das suas crianças e jovens. É preciso terminar esse ciclo de vitimação: a sociedade abandona, cria uma vítima que é a criança, e essa mesma criança cria outras vítimas quando começa a furtar, roubar, violentar, assassinar.

Mario Sergio Cortella

Nota: Trecho de entrevista "Educar para transformar" à revista Conhecimento Prático Filosofia

Não nascemos prontos (...) é absurdo acreditar na idéia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse, mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando...
Isso não ocorre com gente, mas com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta e vai se fazendo. Eu, no ano 2000, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada)

Volto ao ponto: minha liberdade não acaba quando começa a do outro, ela acaba quando acaba a do outro.

Há uma palavra que circula muito hoje por aí, no campo da ética, que é "tolerância". Cuidado com essa palavra, porque tolerar significa suportar, aguentar. "Eu tolero que você tenha outra religião, que você não seja como eu", quase como se falasse "eu autorizo que você seja diferente".
A palavra mais adequada (e sólida éticamente), que precisa substituir "tolerância", é "acolhimento". Acolher significa "eu te recebo em mim como igual".

Se a educação não for provocativa, não constrói, não se cria, não se inventa, só se repete.

Se uma pessoa conversa com Deus é um caso de religiosidade. Se uma pessoa conversa com Deus e diz que ouve respostas Dele é uma caso de psiquiatria.