Poemas de Luto
O que isto significa? Despedir-se? Despedir-se significa abrir mão. Hoje, estamos nos separando de uma pessoa amada para seguirmos com a vida. Mas isso não significa esquecê-la. Pelo contrário.
Toda dor é um convite à intimidade. A dor da separação convida ao encontro, a dor da enfermidade convida à cura, a dor do medo convida à fé. A dor da morte convida ao consolo. Mas nenhuma dor se compara a não ter intimidade com aquele que pode sarar todas. A dor é também um aviso de que algo não está bem e você precisa corrigir. Aceite o convite. Aproveite. Vai passar. E quando passar, terá valido à pena. Afinal, todo machucado quer colo. E o de Deus está sempre disponível.
Quando perdemos um ente querido, sua vida se transforma uma uma montanha russa com seus altos e baixos... um dia você está bem, e no outro, nem tanto...
Hoje, sorrateiramente, venho escrever sobre algo que nos inquieta, da dor iminente que nos assola e nos isola em uma bolha. Falar do luto, automaticamente, nos remete a perdas e as suas formas de morrer. Não estamos preparados para quando isso chegar a acontecer, talvez nunca estejamos. Do luto que falo agora, prevejo, renego, não aceito, mas acolho inevitavelmente como aquele que acolhe um sorriso. Neste momento, brindo com a morte que chega de mansinho e, amigavelmente, ecoa da sua boca que ainda não é o tempo. Enquanto o tempo não chega... bailamos! brindamos! proseamos! flertamos! Flertar com a morte é saber o quão insignificante é essa passagem por aqui, principalmente se você não tiver vivido tudo àquilo que você sempre quis ou pensou. A cada brinde, a cada drink: um salve! salve salve! A morte, este momento obscuro que sempre atormentou e assolou a humanidade, também nos traz boas novas. Tim, tim! Dessa vez o brinde foi à morte concreta, de fato. O que dizer dela... aqui se findou uma etapa, a outra que se inicia não ouso falar, pois seria enorme audácia da minha parte, até. Tim, tim! Dessa vez o brinde foi à morte simbólica, perfeito! Todos os dias morremos em algo para que possamos renascer e viver àquilo que desejamos. Talvez a morte simbólica nos permeie durante toda a existência e, brindamos dia após dia sem percebermos. Tim, tim! Este brinde é para a morte que está acontecendo neste exato momento em você. O que tens matado e, por conseguinte, deixou viver logo após? O que está nascendo em você, viverá ou morrerá? Ou será apenas mais uma morte inevitável nesta vasta imensidão do que é viver? Viver é um constante morrer infinito. Cá entre nós... que texto fúnebre que me deu vida! Uma lágrima de esperança escapou dos meus olhos e começo a pensar: e se não morrermos diariamente, que sentido terá a vida? Um brinde àquilo que renasceu!
É imprescindível discernir quando um relacionamento chega ao fim para que possamos iniciar o trabalho de luto. Ao insistirmos em algo que não há mais reciprocidade, ao tentarmos a todo custo permanecermos em uma situação que findou, seja porque você não se sente mais envolvido na relação ou porque o outro foi embora, é prolongar o sofrimento em prol de uma ilusão.
O céu guarda a parte viva da pessoa, aquela coisa que não morre nunca, não a saudade, a saudade é amor e é dos vivos, estou falando da coisa viva que fica nos mortos.
Em dias de tristeza profunda por algumas pessoas perdidas, a gente aprende que a vida não passa de uma oportunidade de infinitos encontros e desencontros. Encontrar quem a gente ama, nos doar inteiramente e saber que, mesmo não parecendo, isso foi suficiente.
Ninguém se preocupa em saber quanta energia foi gasta em cada sorriso forçado.
Por isso, apenas,não queira saber caso a luz vier a se apagar.
Nada dura para sempre. Nem sorvete, nem filmes, nem as coisas bonitas, nem as feias, nem as folhas nas árvores, nem a mamãe. Mas eu estarei aqui, no seu coração, até você não estar mais aqui, mas também continuar vivendo em outros corações. E, assim, nada morre. Algo sempre continua vivo.
Saudade não é um sentimento de perca. É um sentimento de ganho. A saudade não significa que as pessoas se foram da nossa vida. Significa que elas vieram e cada segundo junto valeu a pena.
Eu te amei ainda antes de te conhecer, eu sonhei com seus olhinhos, com seu rostinho, agora que não vou mais poder te conhecer, pereceu que uma parte do meu coração foi junto com vc, e ninguém no mundo jamais vai conseguir colocá-la de volta.
A nossa cultura não nos instrumentaliza para lidarmos bem com a morte. Na verdade, a gente lida mal com a educação sentimental como um todo. Somos criados em um sistema que menospreza os sentimentos. A gente vive na barbárie. Somos profundamente carentes de ferramenta para trabalharmos as emoções.
Quando eu precisava rir, você me contava suas piadas horríveis. E quando precisava de um ombro para chorar, era o seu. Agora você se foi e… Não me sinto mais inteira. Sinto muito a sua falta.
Senti uma brisa leve tocando meu rosto, então respirei profundamente. Sentei-me na sombra de uma árvore, fechei meus olhos e desliguei-me do mundo. Naquele campo verde com belas flores e ao som do cantar dos pássaros, pude, então, descansar.
A tempestade havia passado e o dia trazia novas promessas. O sussurro do vento cantava uma canção que dizia que era hora de recomeçar, desacelerar e seguir de onde o mundo parou. Então fui e aceitei a chance que me haviam dado. Nem tudo se perdeu.
Não posso mais contar com a sua presença física nas reuniões de família, mas sei que você continuará nos acompanhando em espírito. Descanse em paz.
Há uma distância muito curta entre o amor e o ódio, e muitas vezes a morte oblitera totalmente a distância entre os dois. Eles se fundem em uma turbulência paralisante de emoções opostas, que é quase impossível de suportar.