Poemas de Luto
Hoje, sorrateiramente, venho escrever sobre algo que nos inquieta, da dor iminente que nos assola e nos isola em uma bolha. Falar do luto, automaticamente, nos remete a perdas e as suas formas de morrer. Não estamos preparados para quando isso chegar a acontecer, talvez nunca estejamos. Do luto que falo agora, prevejo, renego, não aceito, mas acolho inevitavelmente como aquele que acolhe um sorriso. Neste momento, brindo com a morte que chega de mansinho e, amigavelmente, ecoa da sua boca que ainda não é o tempo. Enquanto o tempo não chega... bailamos! brindamos! proseamos! flertamos! Flertar com a morte é saber o quão insignificante é essa passagem por aqui, principalmente se você não tiver vivido tudo àquilo que você sempre quis ou pensou. A cada brinde, a cada drink: um salve! salve salve! A morte, este momento obscuro que sempre atormentou e assolou a humanidade, também nos traz boas novas. Tim, tim! Dessa vez o brinde foi à morte concreta, de fato. O que dizer dela... aqui se findou uma etapa, a outra que se inicia não ouso falar, pois seria enorme audácia da minha parte, até. Tim, tim! Dessa vez o brinde foi à morte simbólica, perfeito! Todos os dias morremos em algo para que possamos renascer e viver àquilo que desejamos. Talvez a morte simbólica nos permeie durante toda a existência e, brindamos dia após dia sem percebermos. Tim, tim! Este brinde é para a morte que está acontecendo neste exato momento em você. O que tens matado e, por conseguinte, deixou viver logo após? O que está nascendo em você, viverá ou morrerá? Ou será apenas mais uma morte inevitável nesta vasta imensidão do que é viver? Viver é um constante morrer infinito. Cá entre nós... que texto fúnebre que me deu vida! Uma lágrima de esperança escapou dos meus olhos e começo a pensar: e se não morrermos diariamente, que sentido terá a vida? Um brinde àquilo que renasceu!
"Nunca se sabe quando será a última vez que você vê uma pessoa que ama, se esses últimos acontecimentos me ensinaram alguma coisa, foi nunca desperdiçar momentos importantes ou ficar com medo de dizer certas palavras. Se você ama alguém, diga de uma vez o tempo passa num piscar de olhos, quando você vê está perdendo alguém importante. O medo te dá as desculpas que você deseja para não dizer as coisas que sabe que deveria. Não podemos deixar esse medo nos segurar, só vivemos uma vez, e somente eu posso escrever a história da minha vida, então não vou desperdiçar essa chance."
Me sinto um pouco mal de aproximar a perda de um amigo à perda de um amor, de uma companheira de vida, que parece pior. Mas aí eu penso que quando falamos de morte, falamos de vida, e das belezas da vida. Então escrever sobre o fim é também tratar do que se viveu. E quando contamos o que vivemos há a oportunidade da memória ficar ainda mais bonita.
Eu te amei ainda antes de te conhecer, eu sonhei com seus olhinhos, com seu rostinho, agora que não vou mais poder te conhecer, pereceu que uma parte do meu coração foi junto com vc, e ninguém no mundo jamais vai conseguir colocá-la de volta.
A nossa cultura não nos instrumentaliza para lidarmos bem com a morte. Na verdade, a gente lida mal com a educação sentimental como um todo. Somos criados em um sistema que menospreza os sentimentos. A gente vive na barbárie. Somos profundamente carentes de ferramenta para trabalharmos as emoções.
Muitos não conseguem superar a dor daquilo que considero ser um dos momentos mais difíceis da existência humana, que é a perda de um ente querido. De fato, o luto é de cada um.
Quando você perceber que todos à sua volta estão "batendo a cachuleta", pode ser um sinal de que a sua vez está chegando.
Nunca há despedidas fáceis, sobretudo daqueles que não tem o nosso sangue, mas tem aquele que o bombeia.
Não fossem as Lembranças Coloridas que eternizastes, jamais suportaríamos a Tristeza de um dia tão Cinzento.
Os olhos secam um sorisso se abre finge ser forte finge esta conformado ninguem conhece seu coração seus sentimentos ou se quer sua mente.Acham que está feliz por verem sua face,pessoas bobas iludidas nao enxergam as almas conhecem há vida mais sofrem pela morte.
E só lembrando: brincar com quem faleceu é um jeito de aliviar o sentimento de perda, uma forma de luto, e não necessariamente desrespeito
Quando as lembranças invadem a alma as recordações de quem partiu nos consolam. E nesse momento até o homem mais insensível com a saudade chorando adormece.
Esses dias, depois de um evento, notei a falta de educação e, até mesmo, a falta de empatia de alguns com os outros e notei a minha própria empatia no tratamento das pessoas. Em momentos tão difíceis nós ignoramos as pessoas, preferimos nos afastar a dar algumas poucas palavras de conforto. Nunca percebi o que "meus sentimentos", "meus pêsames", um abraço podem ser tão importantes em um momento tão triste.
“Se tu amares profundamente, não suportarás a dor da perda.” - Julieta Cappuleto - Shakespeare
Concordo em parte com Julieta, consigo enumerar pelo menos uns 5 tipos de luto. 1- Luto iminente: você sabe que irá se sofrer uma perda só não sabe quando, mas sabe que não está pronto pro adeus. 2- Luto hermético: Você bloqueia seus sentimentos, pra não se sujeitar a mais dor. Você é incapaz de enfrentar a situação, se fecha, acaba paralisando sua vida por medo de se permitir. 3 - Luto inveterado – Você resiste a aceitar o acontecido, cria uma fortaleza impenetrável, e tenta a todo custo e obsessivamente manter viva a lembrança. 4 – Luto retrógrado: Você ignora sua dor, mas ela emerge no momento menos esperado. ressurge de modo devastador, é você é obrigado a sentir. 5- Luto refutado: Você não consegue deixar a pessoa partir, não experimenta o sofrimento, não aceita que o que foi enlutado, mas precisa fazer é deixar partir a quem já foi embora. Enfim... Vivemos em um luto constante, a cada conquista que fazemos algo precisa ficar para trás, seja coisas, sentimentos ou pessoas. Em algumas situações teremos que atravessar o luto por alguém que ainda está vivo, perder algo que está em nossas mãos, engolir nossos sentimentos e seguir, simplesmente seguir. Simples assim!
Assim como inconscientemente aceitamos a vida, devemos nos esforçar a aceitar a morte. Pois a morte é a certeza de uma incerteza que carregaremos eternamente.