Poemas de Luto
Era quase as 21h que o filme acabou
Ainda ficou faltando segunda parte
Mas prometo ver um dia
É que depois da morte de Dobby
Foi emocionante a despedida.
Aquela adaga de uma certa forma também me acertou
E me deixou uma ferida.
Aqui a chuva não para
O dia está escuro e a cidade está fria
Embora goste de frio
Aguardo ansioso a chegada do verão
É que este clichê mar de amar já não encaixa nas minhas rimas
E os versos perversos que componho
não encaixa na melodia do meu violão
Tenho tentado bolar novos planos
Ano que vem está quase chegando
talvez não cumpra as promessas que me fiz
Mas vou tentar olhar esse mar imenso
E se uma leve brisa tocar o seu rosto
não se espante
Sou eu te amando em silêncio.
- Farley dos santos -
Lua de sonhos
Quando você fala o tempo se cala;
Eu não sei senão amar até o fim.
Quero um carinho sem fim, que dure a vida inteira, que tenha o sabor do mais doce dos beijos.
A luz da lâmpada sombria, sobre o leito de flores, a lua por noite, entre as nuvens nós dormimos!
Manias de sonhador no mundo colorido, onde cada sentido é um ator.
Arde sem perceber que é fogo e também é ferida que dói e não se acha; É uma descontente busca na aventura da paz que desejo e quanto mais procuro, mais sofrimento de não achar tal...
Que importa? Se tu, lua desta noite,
Fosse já a lua dos meus sonhos!
Diferenças
Hoje, tu me deste um beijo
Como nunca destes
Tu me olhaste apaixonadamente
como nunca me olhastes
Hoje tu me quiseste
Como nunca me quisestes
Hoje, o dia está diferente
O mundo está diferente.
Tu estas diferente
Há entre nós coisas
Coisas diferentes
Há entre nós sentimentos diferentes
Como diferentes estamos nós
O som do coração
Hoje, mesmo de longe,
te darei um abraço tão forte
Que, no teu peito,
tu sentirás as batidas do meu coração.
No início, ele baterá
um pouco lento;
Depois, um pouco rápido demais.
Daqui, sozinho e só pensando em ti,
eu sentirei o teu coração,
o som do teu respirar,
o teu silêncio,
a tua maneira de gostar .
Amor,
o amor?
é como uma flecha de eletricidade
que atinge o mais profundo condenado,
o mais sofrido e destinado
a se perder nos próprios precipícios,
o amor desaparece na primeira percepção
de realidade que obtemos
ao enxergar o quão inútil e desprezado foi
o nosso amor pelo outro,
nosso sentimento alheio jogado às traças,
o amor é como uma taça de vinho destilado de uma adega,
que acaba tão rápido quanto começou e foi ingerido.
Essência Revelada
No âmago da mente, cifras ocultas jazem,
Silentes verdades que a escuridão abraçam.
Cada ideia é um dédalo, enigma a deslindar,
Numa busca obstinada, a luz da verdade a almejar.
Oh, gravidade da vida, por vezes, tão opressora,
Mas nos versos meticulosos, a alma restauradora.
Em cada estrofe, um desabafo, quase uma oração,
Ressonâncias de um peito, em sua eterna questão.
Por linhas retorcidas, a essência se descortina,
Revelada, nua, sobre a própria retina.
Entre rimas bem talhadas, a vida se ilumina,
Até nas sombras, uma beleza que fascina.
E ao término de cada lira, uma epifania,
A sublime arte de existir, em harmonia.
Lares Desfeitos
Em meio à vastidão de salas vazias,
Onde outrora ecoavam risadas e gritos infantis,
Resta agora o silêncio, a memória dos dias
Em que a família se reunia, sem perfis.
Olho para as fotografias empoeiradas,
E vejo faces que o tempo levou,
Rostos jovens, esperanças aladas,
Agora apenas sombras do que restou.
A mesa posta para muitos, agora serve a um,
O relógio da parede, com seu tique-taque incessante,
Marca não só as horas, mas o ritmo de um mundo comum,
Onde cada membro da família parece tão distante.
E, ainda assim, na solidão do meu canto,
Sinto o calor, o amor, o encanto
Da família que, mesmo dispersa, nunca se vai,
Está nas memórias, nos sonhos, nos laços que a vida nos trai.
Ah, família! Mesmo quebrada, fragmentada,
És a âncora, o porto, a jornada.
E embora a vida nos leve por caminhos separados,
Nos teus braços, sempre voltamos, renovados.
PRAIA VAZIA
Seus cabelos dançando, na calmaria ensolarada da praia vazia;
Deixando nas areias pegadas desconhecidas;
Sob o céu azul, o vento suave acaricia sua pele macia, enquanto seus pés tocam nas águas frias;
Os raios dourados pintam um quadro de alegria, nesse cenário idílico, onde a paz é companhia;
O sol se despede, pintando o horizonte de Laranja e magia, e a noite estrelada é pura poesia.
Tristeza que não vai embora e me espera na porta, com olhar cansado de me ter.
Ela não espera para entrar, entra sem avisar e me acolhe sem saber como me tratar.
Tratamento solitário sem ninguém para olhar, não... quem observa é a culpa. Sem pretensão, a culpa ri, gargalha e fica até quando a tristeza vai embora. A culpa é ardilosa, me provoca com sua pertinência de querer me ferir.
As duas juntas me deixam acomodado, porque em meio à solidão me apego a elas, sinto compaixão.
Afinal, é melhor ter algo mesmo que te fira, do que não ter.
Elas são minhas amigas e não divido com ninguém, e se eu pudesse pegava a tua tristeza e a tua culpa para me sentir mais aquecido, quem sabe até amado.
Na pior das hipóteses, se elas me deixarem, fica o vazio dentro de mim, mas quem vai me preencher? Talvez a alegria, mas a alegria não gosta de ficar, é apressada; ela vem e você nem vê.
Mas quem eu quero mesmo é a esperança, mas conquistá-la não é fácil, para ficar precisa ser nutrida, nutrida de amor.
Mas o amor não cabe em mim, e se cabe é muito pequeno para preencher o vazio e tornar a esperança em amiga.
Sinto que não tem jeito, tenho que enganar a esperança, mas como, é que eu não sei; talvez invente um amor. Será mesmo que ela seria boba assim!? A esperança é boa, deve aceitar algo dessa maneira, mas precisa ser bom para não a perder jamais.
Eu só queria a veracidade das palavras proferidas pela magia da sabedoria, que atenderia meu chamado e enterraria minha dor.
Em meio a personagens da vida me sucumbo a ser aquele que não exerce afeto, não por falta de tentar mas por falta de receber.
Aquele que almeja o melhor para os outros, é carinhosamente rejeitado por palavras proféticas ou mesmo amaldiçoadas.
A razão de ser o que esperam é clara, não seja mais do que eles merecem, pois na tua ausência não choram por ti, mas na tua queda fingem ao menos um choro esquecido em meias verdades, já esquecidas na memória ilusória da afeição.
Ilusão achar que estão aí, no choro mudo proferido por ti a mania de querer ser, já não é escutada por tuas entranhas
O resto de esperança que existe no teu coração vai sendo dissipado na ausência da palavra do teu irmão, estar só é uma reciprocidade entre coraçõesperdidos..
Versos de um Futuro Incerto
A água que escorre, a vida que se esvai,
Nas cristas das ondas, o futuro se desfaz.
As geleiras choram, lágrimas de um tempo ido,
E o homem, em seu trono, parece perdido.
Os detritos espaciais, o céu já não é mais puro,
Cataclismos orquestrados pelo homem, obscuro.
O setor de seguros, um reflexo da tempestade,
A insustentabilidade, a face da modernidade.
A mão do homem, em sua marcha audaciosa,
Revela na Terra cicatrizes dolorosas.
A crise climática, o eco de um grito,
Na dança da morte, o homem é dito.
Nos meus versos a revolta se desenha,
Contra a ação do homem, que a Terra desdenha.
A busca pela máquina, pelo progresso sem freio,
Leva-nos a um abismo, num futuro alheio.
E assim, sob o olhar crítico do poeta,
A saga da humanidade, em verso, é completa.
Mas ao fim da jornada, o que restará?
Uma Terra desolada, ou a luz a brilhar?
Numa reflexão profunda, o poeta se vê,
Parte de um todo, na dor e no prazer.
A missão é clara, salvar o que resta,
Antes que a Terra, de nós, se despeça.
Dualidade
Queria o poeta ser um só,
mas não podendo ser um só, é dois.
Queria o poeta clamar e pedir como um só, mas dois, é o fardo que o poeta leva.
Queria o poeta agir uma só vez no impulso,
queria o poeta pensar duas vezes antes de executar.
Queria o poeta ter um coração.
Queria o poeta ter uma mente.
Mas os dois, é oque o poeta carrega por ter aprendido a amar.
Viagem interior
No olhar mergulhei
Na alma viajei
O coração visitei
A mente observei
Era triste o olhar
Na alma quis chorar
No coração fiz meu lar
A mente tentei dominar
Tive que assistir
Por dentro admitir
Que é preciso sentir
Pensar e agir
Assim pode ver
Que no conhecer
Sentir faz crescer
Pensar é poder
Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei
Oferece o pão e a mão
Se olhar para o lado
E teus olhos ver alguém
Que está necessitado
Por favor, faça o bem...
Uns precisam de pão
Outros de um abraço
Estenda a sua mão
E até o braço
Que seja um sorriso
Ou um obrigado
Fazer o bem é preciso
A bondade é o legado
Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei
Reflexo interior
Diante do espelho não me reconheci
Quando viajei para dentro de mim
Lá então pode ver
Que eu não era quem pensava ser
Vagando nos pensamentos eu fico
Uma vida sem rumo eu vivo
Queria saber aonde ir
Tantas dúvidas parar de sentir
Olhei para o relógio
Os ponteiros se mexiam
Mas meu corpo parado permanecia
Então levantei e falei para mim
Que não iria mais viver assim
Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei
Tristes tristezas
Dias tristes de tristezas
Insistem em bater na nossa porta
Nos deixando tão pra baixo
No desânimo mergulhados
Invade-nos uma infeliz solidão
Que faz doer o coração
Roubam a esperança e alegria
E nos trazem uma grande agonia
Tudo parece sem sentido
Ficamos sem rumo, sem destino
A alma chega a se perder
Sem saber aonde ir, o que fazer
Então confusos e perdidos
Não temos forças pra lutar
Pela melancolia somos vencidos
Paramos de sonhar e acreditar
Mas a vida de todos é assim
Sempre tem dia bom e ruim
Mas até a dor e a tristeza
Possui talvez certa beleza
Não permita que ela faça
Na sua vida o seu lar
Mas também não a despreze
Ela pode muito ensinar
O choro lava os olhos e a alma
E traz depois certa calma
Os momentos de solidão
Podem se transformar em reflexão
Reconhecendo nossas fraquezas
Lembramos que temos que orar
Nos momentos mais difíceis
Para Deus passamos a nos entregar
E depois de toda noite escura
O sol sempre volta a nascer
São nas turbulências da vida
Que mais podemos crescer
Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei
No fundo do olhar
Em cada esquina um olhar
Em cada olhar um mar
Para se mergulhar
Cada um é mais que superfície
Há imensas profundezas
Pecados, virtudes, dúvidas e certezas
Às vezes por trás da superfície calma
Há uma alma agitada
Perdida, confusa e perturbada
Às vezes por trás de ondas de confiança
Se esconde um coração repleto de medo
De segredos e insegurança
O que há no fundo do seu olhar?
Você, já se perguntou?
Nas suas profundezas, já mergulhou?
Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei
Gratidão e consciência
Nesta roda gigante que é a vida,
a gratidão tem que ser
exercida.
Pois, cada benção e oportunidade,
é um presente da Grande Fonte da
bondade.
Aqui o tempo é temporário,
mas cada um tem seu tempo,
seu próprio
horário.
Fracasso e sucesso são meras ilusões,
que enganam
corações.
O caminho é a consciência,
viver certo,
com bondade e
inteligência.
A vitória verdadeira é a paz interior,
pois, a riqueza maior,
é felicidade que provém do
amor.
Não um amor romantizado ou paixão,
mas sim aquele que vem
de uma decisão consciente,
do espírito, alma e
coração.
Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei
Vida pulsante
A vida pulsa intensamente,
externa e internamente.
Ela nasce, cresce e acaba;
e deste mundo não levamos nada.
O que importa são as experiências,
viver certo, com inteligência.
Dar valor no que se tem,
e buscar ir além.
Pois, a triste acomodação,
paralisa a mente e o coração.
Assim como a excessiva ambição,
nos faz perder a certa direção.
Com a natureza precisamos aprender,
o equilíbrio harmônico do viver.
Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei
Caverna
Na caverna perdido estou
E não sei nem quem sou
Eu a sombra presos na parede
E de luz minha alma sente sede
Minha mente para mim mente
E sou picado pela serpente
A sombra me diz para fugir
Porém, não sei aonde ir
Vem um Vento que me dá direção
Escuto a palavra no meu coração
A Voz não sei de quem pode ser
Mas finalmente a luz posso ver
Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei