Poemas de Luto

Cerca de 59495 poemas de Luto

Ao mestre com carinho

Este Ser do livro, do saber, do ensinar
Que as nossas primeiras letras vêm formatar
É sábio que divide o que possui
Ao aprendizado contribui
Com amor, dedicação, coração
Sacerdote da verdade, abnegação
Ao pupilo a passagem da experiência
Os degraus da filosofia
As palavras, a escrita, a poesia
Do tempo, dos valores, da graduação
Obstinação incontida
Existência dividida
Com todos repartida
Que em nossa vida traz luz
Em nossa alma... “De truz”

Aqui todo o nosso louvor
Ao amigo, companheiro, professor!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
15/10/2010, 6’00”
Rio de Janeiro, RJ

Manjedoura

Recém-nascido na palha
Coberto de simples velo
De pedra e areia soalha
A chegada do Divino elo

É o Menino Deus encarnado
No fundo da pobre realidade
Mártir, Majestade, Filho amado
No estábulo fez-se verdade

Nem ouro reluz tanta conformidade
Nem a pobreza anuncia infelicidade
É o Salvador cicatrizando a obscuridade

Tem em si o caminho, toda resposta
Na manjedoura aposto, é fé disposta
Homem, Deus, na humanidade aposta

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
15/10/2010, 09’54”
Rio de Janeiro, RJ

ALGUNS VERSOS (soneto)

Alguns versos vazios, diáfano, me espiam
Atrás da luz natural do cerrado afogueado
Inquietos no quase nada do olhar fustigado
Em pé ao fundo da vastidão que os afaziam

Vejo o sol avermelhado, ali tão angustiado
Entre as quaresmeiras que no clarão, cerziam
Criando ilusões que nas saudades doeriam
Em silêncio, que um dia no peito foi tatuado

São letras ocas de um entardecer perverso
Que tenta brotar de um devaneio imerso
À tona em trova de lágrima da recordação

De fora do presente, tão vário é o universo
E eu pareço apenas durar no meu reverso
De cujo alguns versos escorrem da solidão

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, abril. 05'40"
Cerrado goiano

Bolero de inverno no cerrado

No cerrado, seco, o sol da manhã
Nos tortos galhos, o ipê, a cortesã
De um inverno, em uma festa pagã
Desperta o capricho do deus tupã
Degustando a aurora tal um leviatã

E numa angústia, o orvalho, num afã
Do céu azul, num infinito, de malsã
Craquela o dia no seu tão árido divã
Do duro fado, tão pouco gentleman
E tão árido, tal uma agridoce romã

E vem o alvor, com o frígido de hortelã
Bafejando poeira cheia de balangandã
Tintando a flora em um rubro poncã
Zunindo o vento tal um som de tantã
Num bolero ávido por um outro amanhã...
São gemidos, uivos, sofreguidão
Correndo pelo sulco do cascalhado chão
Emergindo desse pântano, ressequida solidão.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 27 julho 2018
Brasília, DF

A vida é feita por nós;
Nós que amamos;
Nós que choramos;
Nós que rimos;
Nós que criamos;
Nós que destruímos;
Nós que nos atam;
Nós que desatamos;
Nós que nos unem;
Nós, que vivemos
a procura de nós...

A caridade moral é o caminho
para nobres virtudes
Ela deve basear nossas atitudes

É uma centelha que se acende
dentro de nós
Quando ajudamos aos outros,
mostramos que não estão sós

Difícil missão no caminhar
Que traz recompensas que agora não colherás
Mas Deus com Sua justiça
Em abundância te honrarás.

Amar-te

Amar-te ei, como quem nunca se sentiu amar
Pensarei não perceber o coração acelerar


Negarei quando os desejos sussurrarem em meu ouvido
Os mais ardentes sonhos da sua pele desbravar

Não direi jamais que borboletas roubam o meu ar
E que a luz da lua clareia o líquido
que denuncia meu pensar

Em verdade, nunca direi das noites que só dormi, depois de uma vida inteira planejar
Desde aquele beijo estranho em um banco de praça
até as flores a caminho do altar

Amar-te ei, em segredo como fazem as estrelas
Que de longe confundem o imenso azul do céu com o infinito azul do mar.

Mais Honesta -

A coisa mais honesta que
existe é a solidão.
Nela
toda alegria e toda dor
é absolutamente
verdadeira - genuína.

Medo
Isso que estou sentindo...
Isso é medo...
Ironicamente é medo...
Piamente medo...
Medo caritativo..
Medo covarde...
Covardemente com medo...
Inerte medo...
Ignavo, claramente...
Medroso como um fraco...
Fraco como uma ponte velha...
Medo...
Haverá dia de intrepidez?
Haverá um dia o destemor?
Dei-lhe meu coração...
Dei-lhe meu ombro...
Estive lá para ti...
Mas a derrota feriu o brio...
O amor-próprio indignamente sumiu...
Estou acordado,
Estou com fome,
Estou ferido,
Estou...

Fugirei dos seus braços
Ao perceber que, diante do gatilho,
Estou completamente perdido por você

(Trecho da poesia Fuga)

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

Acordar

Tem dia que a gente acorda
Com vontade de acordar
O que está adormecido
O que nos deixa reprimido
O que não nos deixa levantar
O que nos impede de sorrir
De sonhar, de nos despir
Aquele medo de amar
Acordar o grito preso
Entalado na garganta
Que sufoca a esperança
E prende,
A vontade de lutar
Acordar os sonhos
Levantar a autoestima
Calçar-se de coragem
Vestir-se de vontades
Fazer acontecer e mudar
Mudar de dentro pra fora
Mudar o rumo,
Mudar o jeito,
Despir-se por inteiro
E mandar ir embora
O medo de acordar
Acordar pra vida
Abrir-se para o mundo
E os sentimentos mais profundos
Mesmo os que em forma de ferida
Possam nos libertar
Acordar o choro
Sacudir a alma
Externar os traumas
Encontrar a calma
Deixar as lágrimas lavar
Lavar a alma
Limpar a áurea
Reestruturar
Fazer voar os pensamentos
Aproveitar cada momento
E acreditar que o tempo
Tudo pode transformar

⁠Minha voz está estranha
Rouca
Falhada
Seca
Talvez seja meus gritos
Ou a falta de uso deles.
Tenho arame farpado na garganta
Pregos nos lábios
Você consegue ouvir meu pedido de socorro?
Consegue?

⁠MEDICINA E MULHER
A medicina nos mostra que o coração
É o músculo fundamental do corpo humano,
E a mulher faz emprego dele, em mesmo plano,
Tendo em vista o desenrolar de uma paixão.
Se tal órgão tende a cessar a pulsação,
A medicina anima. . . salvo algum engano.
A mulher encoraja. . . dando ao desengano,
Leve e perspicaz toque de conformação.
A mulher acomoda — a medicina ensina;
A mulher faz uso adequado da doutrina,
E a medicina a usa com intrepidez.
E dessa dupla, que ao nosso ser disciplina,
Finalmente concluímos que a medicina
É como a mulher — Nunca sim. . . sempre talvez!

⁠Eu sou a chuva
E eu
Caio.
E caio.
Mas, apesar de eu cair,
sempre haverá
um momento
que voltarei ao

céu.

Restos de Sonhos -

⁠Não sou o que aquela
criança que fui
sonhou.

Sou os restos de sonhos
que a realidade ainda
não matou.

⁠Não me olhe acreditando
Que eu desacredito
Se ando do seu lado
Você está sozinha
E quando teu sorriso se desfaz
Eu fico triste
[...]

⁠Deixa-me navegar em sua alma,
na sua intensidade a flor da pele.
Passear pelos seus quatro cantos
pele, corpo, mente e coração.
Deixe eu ir bem devagarinho
não apresse meu remar
essa pode ser a melhor viagem
para nós dois, é tudo novo para mim
conhecer um novo sentimento reprimido
explodir de desejo, em suas águas profundas;
me perder em você, me reencontrar em você,
entrando em águas desconhecidas para mim
Vou remando... e amando devagar,
mantenha as águas calmas,
pois o final é uma incógnita!

É importante frisar que o amor não avisa
E por vezes intenso, na razão ele pisa.

Um sentir que chega, em silêncio e devagar
Mas que faz o coração num instante acelerar.

Basta um olhar para um coração derreter
Enquanto duas almas se interligam sem saber.

Oh,

⁠Peguei caderno e caneta, comecei a escrever,

Poeta pensa muito, e eu só penso em você,

Fico parado te olhando, feito um bobo apaixonado,

Só seguro em sua mão, pra caminharmos lado a lado,

É tão lindo seu olhar, seus lábios delicados,

E eu um idiota, sem jeito, desengonçado,

Eu peço até desculpas, por ser um cara careta,

Você é especial, coisa de outro planeta,

Ti elogio muito, me desculpe, isso é costume,

Acontece que te amo, da pra ver em meus ciúmes,

Quando fico com ciúmes, mudo logo o meu jeito,

Mas tudo se resolve, quando provo do teu teu beijo,

Ficar longe de ti, muitas vezes é cruel,

Teu beijo é gostoso lembra o mais doce mel,

O amor tudo sofre, tudo crê, o amor tudo suporta,

E eu estarei contigo, na vitória e na derrota,

Engraçado relembrar, como começou a fita,

Me tornei o Super-Man, e você a "Criptonita".

Fórmula do Mal -

⁠Misture política e religião
e crie as pessoas mais
perigosasda história
dahumanidade.