Poemas de Luto
Eu não sei se é amor
Eu não sei é paixão
Mas de uma coisa eu tenho certeza
Algo aflige meu coração
Não sei se devo ter esperanças
Não sei se posso acreditar
E nem se devo
Mas sei que quando estou com você, eu me perco.
Quero te beijar
Quero te abraçar
Mas parece que me ignora
E finge não notar
Isso me entristece
Com toda certeza
Já pensei em me afastar
Mas talvez isso seja uma besteira
Eu quero estar com você
Talvez já tenha notado
Uma coisa que eu quero
É estar ao seu lado
Eu não sei se é atração
Muito menos se é só desejo
Mas uma coisa que eu sei
Eu quero muito é ter seu beijo
Quero muito estar com você
Eu não sei se devo persistir
Mas quando paro e penso
Às vezes dá vontade de desistir
Eu te olho
Eu te admiro
Uma coisa que eu quero
É estar contigo
Abril é o mais cruel dos meses, germina
Lilases da terra morta, mistura
Memória e desejo, aviva
Agônicas raízes com a chuva da primavera.
E como num grito de desespero, eu despertei para dentro de mim. Num mergulho sem fim, incalculável e sem volta. Que assombra e que me solta, diante do mundo.
Pro fundo.
Profundo.
Pra dentro de mim, um pássaro que voa e ecoa numa lagoa e se ensaboa dos mais lindos sentimentos: amor, carinho e um pouco de desespero.
Sorrateiro, que chega na madrugada sem pedir licença, e invadi minha mente que mente para mim mesma.
Que tá tudo bem.
Que nada mudou.
Que tudo mudou.
Que algo mudou.
E eu me encaixo dentro do laço do desconhecido, do não saber do meu destino, do que a vida me guarda, e o que me aguarda. Sigo confiante diante da corda bamba que me foi colocada sem permissão. De ante-mão, seguro meu coração, fazendo pressão contra o meu peito. Que grita assustado, mas que ri disfarçando o dia inteiro.
E assim eu vou, para frente, para trás. Evoluindo e aprendendo, nesse jogo da vida ninguém sai vivo, quem ganha é o nosso espírito. Evoluído e sorrindo, diante do que nos for imposto, por algo que desconhecido, e assim mesmo, lindo.
Lançou-me em pesar profundo
Lançou-me a mágoa seu véu:
Menos um ser n'este mundo
E mais um anjo no céu.
Se você quiser eu quero, se você me beijar eu beijo você, se você me amar eu vou amar você, se você quiser alcançar o infinito comigo eu aceito, se você quiser caminhar ao meu lado e onde eu for e onde você for sempre estaremos juntos eu quero.
Se você quiser juntar sua vida a minha, unir seu espírito ao meu, ligar sua Alma a minha eu quero.
Mesclar nossas sombras, falar a mesma língua, misturar nossos pensamentos, fundir nossos corpos, sermos um só eu quero.
Sentir o que você sente, chorarmos juntos, sorrirmos juntos, cairmos juntos, levantarmos juntos, sofremos juntos e ser felizes juntos eu quero.
O que Deus uni ninguém no mundo separa.
Às vezes é melhor calar-se e prosseguir...
Do que dizer: Foda-se!
Para alguém só para aliviar o teu estúpido momento de insensatez!
"" Ouvir o som do piano
notas dedicadas ao amor
ouvir o vento em seus cabelos
lhe dar uma flor
os cachorros na sala
olhando-nos desconfiados
parecem saber, podem prever
o amor está no ar
no perfume
no lume dos nossos olhos
outra vez...
Doces beijos
Me beije com teus doces beijos sacia meu desejo ....
Desejo que não acaba em uma noite de volúpia e prazer....
Desejo-lhe por inteira com tudo que possa me oferecer...
Vem que uma eternidade ainda é pouco pra me satisfazer...
Emoções não são complicadas.
Mesmo aquelas que se encontram em um abismo profundo,
adormecidas,
talvez, adoecidas.
Pois ainda assim,
são puras.
Porém,
aflitas.
Esperando chover,
para que assim,
o coração
possa florescer.
Tu és linda tão bela,
Passos de princesa
Olhar de gaivota linda mulher que abala meus pensamentos
Por você estou com lindos sentimentos...
ENTRE SOMBRAS (soneto)
Ao pé de mim vem o entardecer sentar
No cerrado, a noite desce, sombreando
Vem ter comigo hora pensativa, infando
Em uma visão das saudades a lamentar
Pousa tua mão áspera em mim, causando
Nostalgias no coração dolorido a chorar
São suspiros vaporosos ecoados pelo ar
Tão tristes, ermos, do vazio multiplicando
Na noite há um silêncio profundo a orar
Exalando a secura da dor impactando
No peito, que põe os olhos a lacrimejar
Eu a escuto imóvel, apático, sem mando
No vago da solidão, e me ponho a urrar
Às estrelas, que no céu voam em bando
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
Sobre sentimentos:
A pessoa acha ruim receber pouco,
Mas esquece que não está dando quase nada.
E, por mais que existam caminhos diferentes,
A minha vida é feita de reciprocidades!
Eu não sei fingir, esconder o EU nem mudar feições.
Sou assim, se estou bem, deixo florir;
Se não, amargo é o jardim. Não tem “mimimi”!
É visível o que se passa aqui: ♥!
Não tenho medo de sentir, me dou o direito de sofrer e ser feliz.
É bem simples!
Sou Caipira
Sou pé na terra
poeta na estrada
mineiro da serra
e sua esplanada...
Eu vim do cheiro do cerrado
fogão de lenha, teto esfumaçado
lamparina, sem forro o telhado
chão batido, manhãs com mugido do gado.
Cresci no curral, junto de peão
viola, causos, anedota e mentira
nutrindo a inocente imaginação
sem que o tempo a aluíra
Sou araguarino, menino, alma cuíra... Caipira!
O tigre foi caçar, o pássaro foi voar;
O homem sentou para pensar "por quê, por quê, por quê?"
O tigre foi dormir, o pássaro desceu;
O homem teve que dizer a si mesmo que entendia.
SUAS NOTAS
Enquanto você, tilinta
suas cordas vocais...
Eu danço, canto, rodopio no salão
e no passo a passo,
eu marco e demarco o compasso.
Eu sei, eu sei... Estou sozinho
assim, só...
Mas, saio perambulando
com suas notas...
Dó, ré, mi, fá, sol.
A pálida luz da manhã de Inverno,
A pálida luz da manhã de Inverno,
O cais e a razão
Não dão mais esperança, nem uma esperança sequer,
Ao meu coração.
O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.
No rumor do cais, no bulício do rio
Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem um vazio sequer,
Para o meu esperar.
O que tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.
As Meninas
Arabela
abria a janela.
Carolina
erguia a cortina.
E Maria
olhava e sorria:
"Bom dia!"
Arabela
foi sempre a mais bela.
Carolina,
a mais sábia menina.
E Maria
apenas sorria:
"Bom dia!"
Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
uma que se chamou Carolina.
Mas a profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
"Bom dia!"