Poemas de Luto
MINAS
Eu sou de lá das bandas das Minas Gerais
Das boas estórias, nossas, vou confessar
Terra do povo mineiro, bão, pra se admirar
Leite tirado na hora, roça, e seus arraiais
De volta à estrada das pedras, a retornar
Se daqui parti, voltar é bão, bão demais
Apreciar os planaltos e as estradas Reais
Pão de queijo, broas de milho pra assar
Tem, também, pamonhas e os milharais
Lavorando o cerrado, o caboclo a lavrar
É do Triângulo, donde são meus currais
Imenso céu, as lembranças, põe a sonhar
Araguari, cidade natal, e os velhos locais
É saudade passo a passo disputando olhar
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Amor de Irmãos
Amor assim
Não tem igual
Pois esse amor
É algo lindo de se ver
Quem tem esse amor
De tristeza não vai morrer
Irmão é algo bonito de se falar
Alguns tratam isso de brincadeira
Outros falam com amor, sem pensar
Quem nunca teve um irmão
Talvez seja feliz, sim
Ou não
Alegre é aquele que tem um
Que quando está triste
Ele vem e nos alegra
As vezes pirraça
Ou conversa
Ouvindo isso
Parece um sonho,
Pois nenhum irmão é perfeito assim
Sempre tem aquele irmão
Que é de um jeitinho e fim
LIBRA
linha tênue entre tempestade e brisa de verão, ela é balança que pesa razão e emoção. é viver se equilibrando na corda bamba da indecisão e fazer justiça com as mãos no coração. comunicativa, leve e descontraída, não se cativar por seu carisma é vã tentativa. sempre se pondo no lugar do outro, tem medo de magoar como tem prazer em agradar. ela rouba a desventura dos outros e cuida como se fosse sua. é esconder o nirvana dentro da alma e contagiar pela sua essência. é constelação que guia e sereia que dispersa. é equilíbrio perfeito de ingenuidade e malícia. amante da liberdade e esperançosa na bondade, acredita que o amor é uma flor regada de amizade. ela que é ar puro e força motriz, sociável e delicada, balança que cai e levanta e ninguém diz, é a menina que sonha grande e mente que voa longe. é calmaria, bagunça, guerra e paz que desfaz e se refaz.
Brasil
Ser grande ou pequeno
Ser grande ou pequeno?
Ser grande e matar
O ego, ser pequeno
Sem ser arrogante,
Não importa o tamanho.
Matar a vaidade,
Viver cada momento
Em conjunto,
E quando sozinho,
Continuar vivendo.
Não importa a fama,
Não importa os bens materiais,
O que importa é a vida,
O trabalho, e um bem maior
Chamado família.
Ser grande ou pequeno?
Não importa o tamanho,
Buscar o conhecimento,
Ganhar a inteligência,
Desenvolver os dons,
Coletivamente ou individualmente.
Ser grande ou pequeno?
Não importa! Espalhar
Os bons sentimentos, e assim
Sempre seguir em frente.
Me apaixonei por uma Vampira - Edgi Carvalho.
Estava impotente, largado no chão
Alguém roubou minha voz
Tinha sangue em minha mão
Tinha cadáveres em minha frente
Uma mulher em minha mente
E um vulto muito veloz
Rasgaram a minha roupa
Beijaram a minha boca
Enquanto ela sangrava
Mas não via ninguém
Ouvia gritos chamando por alguém
Em cima de mim um Corvo cantava
Mal presságio? Ainda bem!
Muitos corpos estendidos
Com os sangues exauridos
E aquela ave necrófaga
Não parava de me olhar
Comecei a arrepiar
Uma neblina levantava
Então a ave voava
E pararam de gritar.
Na neblina surgia alguém
Muito linda, usava vestido preto
Batom de intenso vermelho
Contorno escuro nos olhos
Pele banhada por óleos
Dai me pus de joelho.
Me apaixonei no exato momento
Em que olhei nos seus olhos de cor clara
Minha respiração quase que para
Possas pensar que seja mentira
Sendo assim eu só lamento
Não teres fé em meu afirmamento
Mas me apaixonei por uma vampira.
Beijo com gosto de sangue, porém quente
Pele macia, cheia de magia
Me hipnotizou, dominou minha mente
Mesmo mordendo minha carótida
Me deixou muito contente.
Há muitas luas eu só via dor
E corpos desfigurados
Sangues derramados
E um Corvo assutador
Mas quando ela chegou
Com o azul do seu olhar brilhando
Já fui logo me apaxonando
E conheci o tal amor.
Um amor maluco que não pude evitar
A qualquer momento seria outra vez mordido
Mas encontrei um abrigo
Em alguém que pode me matar
O seu cheiro forte de morte
E sua voz poderosa me inspira
Em meio as trevas tiver a sorte
De me apoixonar por uma vampira.
Bela, mulher dos meus sonhos.
Não só por ser bela, mas por ser pura beleza.
Encarnação de um poema.
Poesia andante.
Adeus, cidade! Eu vou-me embora!
Eu já vou tarde. Eu vou agora!
Choveu na roça! Felicidade!
A terra flora. Bateu saudade!
Essência (Walmir Rocha Palma)
Pudesse a voz
Numa só melodia
O que entende a visão revelar
Fosse ver apenas
O sentido dos olhos
Todo o canto então seria:
Traduzir
Cada voz/visão viver
E a essência do ser cantar
bs.:este poema foi musicado por Rosa Passos.
A BELEZA NEGRA
A beleza negra está nos olhos de quem vê.
Se quiser empresto os meus,
senhor do engenho, pra você.
O preto dá qualquer tonalidade a outra cor,
ela é muito importante.
A beleza do outro é o reflexo do que está dentro de você...
ANJO DRAMÁTICO.
Caminhando, pensando, notei em um canto, um anjo chorando.
Não conseguia voar, nem sabia andar, só chorar… só chorar.
Estendi minha mão, ele disse "Não! Me deixe no chão".
Sentei ao seu lado, num gesto ousado, cantarolei meu passado.
_Eu também já chorei, uma asa quebrei, mas me levantei.
Sai do chão, anjo bom, não diga NÃO (segura minha mão)
Ele então segurou, levantou... as lagrimas enxugou!
Seguimos lado a lado, até achei engraçado, anjo dramático… comecei a gargalhar.
Nem tava ferido, só deprimido, que drama,
sempre soube andar!
Amizade e lealdade
Coisas que só trazem felicidade
Só assim a amizade dura
Até depois da faculdade
Pode haver dificuldade,
Mas qual amizade não tem?
Não vão ser todos os dias
Que vamos nos dar tão bem
Precisamos respirar
Entender o ponto de vista do outro
E assim conquistar
Esse amigo de novo.
🦋
CIDADE SORRISO
Em minha memória, uma saudade
Dos tempos de outrora, um aviso
Daqui fui, aqui voltarei, realidade
Uma mineira cidade, cidade sorriso
Onde sempre fui, territorialidade
De minha alma, aqui sou indiviso...
Neste um universo, versa a beleza
Gente de minha história, de contos
Em um recital duma incrível pureza
Poesia nas velhas cadeiras, pontos
Seresteiros cheios de doce certeza
Nada ali é pequeno. São confrontos!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Azul e vermelho
Não sei se escrevo céus;
Não sei se escrevo fogos;
Não sei se sinto mares;
Não sei se escuto chamas!
Tudo é um azul e vermelho
Que no fim
Será difícil distinguir.
"" Amor é seu sorriso no meu braço
É o beijo que enlaço
No ouro puro do seu coração
Amor além tudo que tenho
É todo meu empenho
Pra te fazer feliz
Amor é isso, um misto de tudo um pouco
Amor é coisa de louco
É querer sem ter a noção
Amor é perder a razão...""
Soneto de amor não correspondido
Amo e não sou correspondido,
sei o quanto isto é patético,
por mais que soe poético,
estar assim tão deprimido...
Me sinto incompreendido,
tal amor nem chega a ser hipotético,
a dor é o que me faz cético,
a pensar no que poderia ter sido...
Não quero viver sonhando acordado,
mas fico a mercê de meu coração,
a caminho do fogo sabendo que serei queimado
cego, louco, entorpecido de paixão...
Triste sina, amar sem ser amado...
Sofrer, sofrer; sofrer... Em vão.
Mais fria que a madrugada
é a dor que sinto em meu ser.
Minha alma espera cansada
entre sonhar e esquecer.
lua em noite nublada
mulher misteriosa
e secreta ilha
numa mística
distante península
feita para sacudir
as estruturas
e as tempestades
sempre resistir
fuga do mundo
no mesmo lugar
em círculos a te buscar
no fundo por não saber
nem por onde começar
corrente estelar de virgo
de silêncio em silêncio
sem obter resposta
o coração segue endoidecido.
Madrugada de Inverno
- Ela apareceu em uma fria madrugada de inverno a mais linda e perfeita dama, jeito doce forma sublime, aparência estonteante, ele, logo se apaixonou, de tudo fez, se dedicou, se entregou, simplesmente se jogou, infelizmente um dia a conquistou, alguns meses se passaram, ele agora já não sorria, sofria calado, abandonado, entristecido, desesperado, mas um dia ela falou, já não da mais pro nosso amor, assim então, ele concordou, o amor passou.
- O amor passou, mas não morreu o que faria ele¿ oh meu deus, ainda triste em um bar, com suas dores a curar, as feridas abertas ainda doíam, mas a maior dor era lembrar, daquela maldita madrugada doce e fria de inverno.
Sou um extremista
No inverno como sorvete
No verão chocolate quente
Faço de mim um solo improvisado de jazz
Toco notas belas e notas tortas
Marco encontros com o acaso, sussuro e grito dentro e fora do tom
O que importa é o momento, a emoção