Poemas de Loucura
Vem comigo,
vem fazer parte da minha bagunça, deixa eu ser teu abrigo,
meu viver é uma constância
de algumas prazerosas loucuras
pra não surtar, então, vem comigo
pra esta aventura que é amar.
Ela tem uma voz sedutora
de intensa vontade,
onde o amor
e o prazer se encontram,
minhas defesas se desarmam,
por impulso, irei logo ao seu encontro
sem olhar a minha volta,
sem pensar no passar do tempo,
quiçá, seja uma mortal loucura
ou um prazeroso momento.
ESPERANDO VOCÊ....
À espera em todas as coisas...
E em todas as coisas espero...
Um minuto e uma gota de mim...
Já não dá pra lhe esquecer agora...
Como assim?
O que será de mim?
A porta está aberta...
Agora, entra...
Pense bem...
Ninguém espera para sempre...
No alto fulgor dessa paixão insana...
Por todo me queimo...
E minha alma não se cansa...
Enquanto os dias forem meus...
Eles também serão seus...
Serei essa eterna espera...
O que você de mim quer eu não sei...
Mas já lhe aguardo desde ontem...
De véspera
Sabe quando você ama demais uma pessoa?
E não espera nada em troca desse amor?
Assim eu sou...
Mundo tão louco...
E eu aqui...
Me doando cada dia mais um pouco...
Difícil compreender a vida...
Ah esse tempo, leva tudo...
Não me deixe aqui tão só...
Esperando muito...
Vem...
A porta está aberta...
E eu aqui a sua espera...
Sandro Paschoal Nogueira
A paixão não se permite ter donos, nem rótulos ela aceita...
A paixão escolhe a hora e o lugar, nem adianta procurá-la ou esperá-la...
A paixão não pode ser subjugada, ela está além das vontades...
A paixão pode até trazer dor, mas ela se faz sentir...
A paixão pode trazer o alívio, mas não promete que este será eterno...
Acho que por isso, desejo tanto a paixão, tal qual o suicida e os loucos em geral, ela é auto-suficiente, honesta, rara e LIVRE.
Cifras
O grito veio do fundo mudo
e ecoou oco, aos poucos.
Não era um grito de susto,
não era um grito de raiva,
tampouco era um grito de empolgação ou de alegria.
Era, sim, um grito ressentido;
era, sim, um grito gritado para que todas as lágrimas fossem choradas.
O mais belo de todos os gritos,
feito de um fôlego só,
de uma só dor,
Ade uma dor só,
– (...) Você está vendo o que eu tenho no pescoço?
– Uma gravata.
– Muito bem. Sua resposta é lógica, coerente com uma pessoa absolutamente normal: uma gravata! Um louco, porém, diria que eu tenho no pescoço um pano colorido, ridículo, inútil, amarrado de uma maneira complicada, que termina dificultando os movimentos da cabeça e exigindo um esforço maior para que o ar possa entrar nos pulmões. Se eu me distrair enquanto estiver perto do ventilador, posso morrer estrangulado por este pano. Se um louco me perguntar para que serve uma gravata, eu terei que responder: para absolutamente nada. Nem mesmo para enfeitar, porque hoje em dia ela tornou-se símbolo da escravidão, poder, distanciamento. A única utilidade da gravata consiste em chegar em casa e retirá-la, dando a sensação de que estamos livres de alguma coisa que nem sabemos o que é. Mas a sensação de alívio justifica a existência da gravata? Não. Mesmo assim, se eu perguntar para um louco e para uma pessoa normal o que é isso, será considerado são aquele que responder: uma gravata. Não importa quem está certo – importa quem tem razão.
"A Lua, com sua palidez, me seduz uma vez mais.
Me traz aquelas lembranças, que nem mesmo o tempo desfaz.
Aquelas, ora doces, por vezes amargas, lembranças de anos atrás.
Não sei o que me fez, ou o que ainda me faz.
A balança do universo é um tanto eficaz.
Não existiria guerra, se não existisse a paz.
Por falar em paz, ela só existe quando em nosso abraço, um só ser se faz.
O que seria de nós se nossos corações fossem iguais?
Amaria eu, você, ainda mais?
Ou nossa igualdade nos separaria ainda mais?
É certo, você se amaria ainda mais.
Nessa adição de loucura, quanto mais penso em ti, mais e mais suas lembranças, a razão me subtrai.
Bem da verdade, a muito que em solo frio minha razão jaz.
Nas raras orações implorei ao Deus que fizesse daquele amor algo fugaz.
Mas coração parvo, para amores infundados é solo feraz.
Lembrei-me de quando, sob a luz da Lua, seu olhar me devorava com apetite voraz.
E como você, ela com sua palidez, me seduz uma vez mais..." - EDSON, Wikney
Os tolos, os lunáticos, os hebetados, os obliterados, os hebefrenicos, os catatonicos, os disassociados...
Vêem o Mundo em pedaços soltos e desconexos e aparentam estarem distraídos...
Na realidade estão apenas ajudando a construir o Mundo inteiro em uma melhor versão.
#O #FAUNO
Sonhei...
Na borra da noite fluindo em ilusão...
Na taça do vinho...
Em trêmula mão...
Floresta de gente...
Em fonte de prantos e risos...
Olhares dissimulados...
Desejos...
Na multidão...
Me desconheço...
Flui a flauta...
Dispersando a névoa densa...
Sentimentos dúbios...
Muito me interessa...
De onde virá?
Sem uma ruga a perturbar...
Sob os olhos de deboche...
Flertando com a sensibilidade...
Tanto faz...quem me veja...
Não há quem me importe...
Em prelúdio lento porém intenso...
Minha vontade arde...
De latente desejo...
De pé e sob a luz...
Em inércia fingida eis que ali está...
Embriagado pelas uvas...
Sorriso maroto...
Tenho sob seu olhar meu corpo desnudo...
Olhando através da noite...
Na fumaça do tabaco que sobe...
Mente embaralhada...
Prova de que...
Sozinho eu já me ofertava...
Qual será a minha sorte?
Para esse embate, igual a madrugada que me consome...
A pureza já me abandona...
A dúvida, por ventura, se acaba...
De beijos, pelos deuses tão bem guarnecido...
Sem pena de mim sou seu cativo.
Escorregando em beco lamacento...
No redemoinhos dos ventos...
Entrego-me...
Sob os auspícios dos bagos de uvas...
Tenho minhas loucuras...
Ardem em noites escuras...
Em sua boca sobre a minha, ao meio...
Nossas línguas se buscam desvairadas...
Deixo a vida exprimir-se sem disfarces...
Não pensando em mais nada...
Meu crime foi o de ter...
Por ele ter me deixado vencer...
No rodopio da carne...
Arrastando-me ao prazer...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
►Contemplação à Madrugada
Me sinto perdido
Sozinho neste mundo obscuro
Me sinto como um menino
Com medo do céu noturno.
.
As ruas barulhentas
O ar pesado que acoberta a cidade
As pessoas moribundas junto as suas algemas
Em fileiras encadeadas em várias partes.
.
Em noites turbulentas,
Pela janela enferrujada
Bem longe, estrelas espalham-se em beleza
Vê-las me preenche, como rosas perfumadas.
.
O aroma da morte em repouso sobre meus ombros entristece
O peso não desaparece na neblina
Passo, como um carvalho, a enraizar preces
Refletindo o que fiz de errado em minha vida.
.
Fiz versos como meu íntimo tanto pede
Pernas padecem pelas ladeiras que desci
Neste caderno confesso meus piores remédios
Doutor, espero melhora, mas, irei embora a sorrir.
#ANSIEDADE
Quero lançar um grito desumano...
Um grito em que acredito...
Não quero perder a razão no meu brilho...
Por que a minha vida é apenas isto ?
Ergo o meu olhar para o infinito...
Busco a luz que me conduz...
Sublime espírito inquieto...
Os meus sonhos não tem dia...
Não tem horas...
No instante de um impulso...
Quero-os agora...
Lá fora a noite se faz...
E o louco que me resta...
Em pura verdade jamais me impeça...
Em ter paz.
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
Ser de um olhar cativante
bastante atencioso
ao mesmo tempo discreto,
misterioso
que passa uma sensação de conforto
que atrai pra perto
e aquele que não perceber,
quiçá, seja um louco
ou não saiba reconhecer o que é belo.
ANSIEDADE
tremulo, desatento, com dor e dislexia.
em tranze vem! tortura! tortura! tortura! (...)
o corpo parado e a cabeça elétrica,
as mãos suadas e com vontade de vomitar,
que outra dor me reserva?
como? como fujo desse maldito tempo?
pior que a própria morte é ter que esperar.
A poesia?
Não sei a quantas anda,
a tal infame
Da última vez fez tanta
desordem em mim
Que quando quis voltar,
envergonhou-se
de si mesma
Então saiu feito a louca
que sempre é.
Enlouqueçam os lúcidos
Contrariem os sábios
Tolerem os tolos
Desmintam os magos
Na vida a gente pouco sabe
E o que não se tem é atraso
O mar que mergulho é profundo
Mas o chão onde piso é bem raso
Eu respiro fundo para não pirar, enquanto o mundo tenta me enlouquecer no contar de cada segundo do dia a dia.
Loucura; uma sensação que foge do controle da razão.
Estou perdido em minha mente, procurando novamente os dias mais contentes, tudo culpa de um coração baleado que sangra e perde a razão dos seus atos, para ele a felicidade se esconde atrás de uma porta do outro lado do oceano.
Mesmo assim eu espero que a felicidade, o meu coração e a minha mente se reencontrem em meio a todas as lembranças.
Até lá estou perdido e sem razão!
Oque é o universo se não um único verso?
Se for isso não posso passar disso
Assumo comigo o compromisso
De escrever apenas um universo.
Pensamentos escritos em uma das melhores fases da minha vida. O ano era 01/11/1994
Por que te conheci meu grande amor?
Quisera esquecer-te eternamente
Mas em silencio curto minha dor
Que me devora o peito loucamente
Quisera sentir teus doces beijos
Em meus lábio e abraçar-te tanto tanto
Dando vazão assim ao meu desejo
Mas só no pensamento entretanto
Consigo te avivar no coração
Quero esquecer ou esconder o teu amor
Mas teus olhos serenos dizem não!
Não sei porque te amo com tanto ardor
Se nem ouves soluçar meu coração
Por que te quero assim meu grande amor?
Renê Augusto
01/11/1994
Tenho andado distraído procurando um motivo para amar
Perdido só as divindades sabem onde podem me encontrar
Aos gritos chamo um alguém mas sei que ele não vai me escutar
De lado finalmente me viro e dessa vez vou dormir sem parar.