Poemas de Lembranças
O silencio corta alma
O coração diminui
A respiração fica lenta
Os olhos se fecham
Continuo parado vivendo das lembranças
Meus olhos molham minhas mãos, pois eu tento esconder.
Presentes se gastam...
Cartas se rasgam...
Sentimentos mudam...
Agora as Palavras, essas sim, são eternizadas.
Porque toda vez que te vejo as lágrimas que ficam retidas no fundo dos meus olhos escorrem pelo meu rosto. A nossa música, ou melhor, a nossa música que você nem sabe que existe, começa a tocar lentamente na minha mente. O seu sorriso fica gravado na minha memória.
Só que depois que você some novamente, as cicatrizes que existem no meu coração aumentam. A solidão começa a tomar conta de mim, e o desespero invade minha janela todas as noites, e as perguntas sem respostas sussurram em minha mente: "Onde está você agora?"
O pior de tudo isso, é que você nem sabe que existo. Nem sabe que me importo e me preocupo com você. Eu me pergunto todos os dias quando acordo se vou te ver, e se você vai notar o sorriso que coloco no meu rosto pra você.
De tudo isso, a única certeza que tenho, é que vivo de esperanças.
Esperança de um dia te abraçar bem forte, e dizer: finalmente,vamos caminhar juntos?
Amanhece e anoitece e os meus pensamentos não saem de você
Nenhum sinal
O tempo passa devagar para quem espera
Se antes o sorriso era de fácil acesso, hoje ele se tornou cheio de barreiras, de curvas, um caminho extenso difícil de chegar. Sem sal, sem açúcar, sem graça.
Ficaram apenas os pensamentos e as lembranças
Ficou a vontade imensa de entender tudo o que aconteceu...
Entender como?
Antes não tivesse vivido...
Antes não tivesse experimentado...
Mas como saber? Como prever?
Nenhum sinal
O que me resta é esperar e ver o tempo passar
Sinto medo...
Sinto medo desses ventos,
desse céu negro,
sem lua...
dessas insanas tormentas
de lembranças tuas...
Entardecer em 2079
De repente um sonho, ao entardecer sentado em um parque, sentia os braços fracos, pernas largadas sob o banco, escutava vez o outra o barulho do pisar em folhas secas, lembro do meu estado temporal, estou velho, as cãs embranquecidas, rugas, um olhar experiente e saudosista, mesmo cansado um brilho e uma expectação de alegria nos olhos, de quem aprendeu a viver; fico olhando os círculos que faziam-se quando as crianças jogavam pedras no lago, começo a lembrar dos dias da mocidade, do vigor de outrora, dos amigos, das garotas, das juras de amor eterno, dos flertes temporãos, das noites de esbórnia ininterruptas, dos discos, das músicas e dos livros, tento me recordar de todos que li, vi, de coisas notáveis e outras nem tão… Começo a lembrar de datas, noites, dias, pessoas, caralho,caralho! … as entranhas começam a fervilhar e estremecer, de maneira tal como o abrir de uma caixa de pandora, vejo flashs de memórias e sensações. Alguns amigos se foram, alguns parentes, outros sumiram, os tempos mudaram, outras gerações, outros costumes. Uma inquietude toma conta, mas de certa forma me sinto em paz, plena; quanto tempo se passou desde a primeira vez que cai da bicicleta. Subtamente choro, trata-se do filme real de uma vida …
Sinto uma paz, olho para os lados, não vejo ninguém por perto, só um pessoal andando de longe, e um barco vazio no meio do lago … e então, sinto uma mão em meu ombro, olho e vejo minha filha sorrindo com a sua filha nos braços, toda sorridente, suja de areia… é uma tarde de verão!
- Vovô o que você estava fazendo ai sentado? Eu estava com a mamãe no parquinho!!
- Estava descansando docinho.
Levantamos e vamos indo embora.
Está anoitecendo, olho no relógio e são 17:55 da tarde do ano 2079.
Vamos Celebrar nosso Tempo
uma noite escura, escura, quieta.
um silêncio sacro, calmaria, mistério,
centelhas de estrelas me circundam, incrível.
luzes, luzes distantes, faróis, olhos atentos.
como podem dormir? Acordem todos, por favor.
vamos nos assentarmos e acender uma fogueira,
em paz, e celebrar, confraternizar nosso tempo,
nossa juventude, nosso sorriso, nossas ideologias,
nossas amizades, nossos costumes, nossas músicas,
nossos filmes, nossas lembranças, e a esses momentos.
bebamos …
Calma... em que ano vivemos mesmo???
Anos 2000???...época 2000???...2000 e quanto???
Quantos momentos realizados e memorizados? Quantas histórias para contar?...quantas músicas para recordar?...quantas lembranças para ao menos sentirmos saudades.
Diante de um mundo tão apressado e tecnológico, cada vez menos vivemos realmente um tempo de verdade, com pessoas para fazer história.
Tudo hoje é tão rápido, supérfluo... Quanta coisa fútil, músicas sem nenhum conteúdo que estouram durante uma semana... mas se quer sobrevivem para fazer história, pois na verdade; não são realmente músicas, mas sim o reflexo de uma sociedade doente, sem valores.
O que as crianças de hoje vão contar futuramente??? “Na nossa época...” (que época?)...tudo hoje acontece na rapidez de um click.
É triste tentar responder a essa pergunta, quando nós tivemos sim uma época, “anos” para contar e marcar a história. Anos 80 por exemplo, uma década, isso mesmo 10 anos, não apenas 10 clicks, ou 10 “curtidas”. 10 anos de tendências, músicas, estilo, brinquedos; fatos que compuseram realmente uma estação.
Ah...como seria bom para a própria humanidade, se as pessoas não corressem tanto....se não esmagassem os minutos em busca de suas ganâncias, gerando assim tanto estresse e descontentamento, para sobreviverem num mundo de aparências.
E tentassem simplesmente viver de verdade cada segundo, e que cada segundo preenchesse um momento para se fazer história.
Estes últimos dias foram mobilizadores. Talvez porque voltei a encontrar-me onde quem sabe, nunca deixei de estar. Neste pequeno espaço, dentro de mim mesma, em silêncio, observando como tudo lentamente se destrói. Meu mundo. Não é que eu não queira fazer nada à respeito, mas acho que não sou suficiente comigo mesma. Isto parece uma guerra entre mais pessoas do que apenas eu. Na verdade, quando creio que chegamos em um chão frio e intermediário, bastam poucos segundos, diria que sete, para que tudo arda em chamas. Me recordo desse episódio, anos atrás. Eu estava com o meu pai em uma livraria e ele olhou para mim, com aquele toque de tristeza que eu acho que herdei dele, observando-me como se não me conhecesse, como se não pudesse alcançar-me, como se estivesse competindo em uma corrida na qual sabia que nunca iria ganhar. Em seguida, atreveu-se a perguntar-me o que eu nunca pensei que poderia:
– “Por acaso não queres viver?” .
Às vezes eu me pego pensando neste momento. Eu olho para trás e não sei se estou muito longe de lá. Com o olhar frio e distante, sorrindo, mesmo que por dentro esteja morrendo. Imersa em meu próprio inferno. Saí daquele lugar, mas nunca fechei essa porta. E este momento me pegou como um morcego, golpeando-me forte a cabeça. Sou a minha própria heroína e não necessito ser salva. E aconteça o que acontecer, se algo chegar a me arrastar, não será nada mais do que meu próprio veneno.
Onecina Alves
Sem memória
Dedico a alma do ontem sem memória do acaso Estou junto com a saudade Longe do perfume que exala meu coração Quero poder estar com o toque suave da canção da poesia Meu coração anseia por ti a espera do momento em memória Trago comigo o gosto da manhã Sinto o cheiro suave de hortelã
* * *
Vem a aurora Vem a saudade Vem a dor aguda na mente sem consciência Não vou pensar Não vou sofrer, abro os braços em direção a vida Sento e espero a resposta, vejo o sangue correr sem pressa e sinto minha alma Levitar em meditação ao cosmo. Com vibração ao infinito anseio a espera da luz
Olhava para o espelho
Já não se reconhecia
Seus olhos eram tristes
Sua boca não mais sorria
Agora
Só enxergava uma sombra
Do que já fora um dia
Sessão coruja.
Livro de cabeceira+insomnia.
Um travesseiro entre as pernas que não é você.
Navego passados
e lembranças
Não tenho intenção nenhuma de viver novamente aquilo que vivemos, longe disso. Melhor mantermos aquelas lembranças boas. Depois de todo esse tempo as coisas já não são mais as mesmas. A gente mudou, cresceu, provavelmente estragaríamos tudo. Melhor não.
Queria mesmo que entendesse que não fui o estopim do nosso fim, e que aquele papo de que eu não me importava era só da boca pra fora.
Queria ser como um pássaro, para nas asas do vento poder voar.
E queria ser como o vento, para no céu sem limites poder soprar.
Queria ser como um peixe, para no mais profundo dos mares mergulhar.
E queria ser como o imenso mar, para nas grandes fronteiras do mundo circular.
Eu queria um dia voltar a inocência, e correr pelas ruas sem medo de errar.
E como uma criancinha boba, sem saber dos desafios que poderiam me encontrar.
Eu queria voltar ao passado, e como quem hoje sou ir para me encontrar.
E para mim um alerta levar, "o mundo é perigoso mas não chores, pois em tudo vai suportar."
Saudades
Apenas 5 letras e que faz tanta diferença de uma recíproca audaciosa e intrigante...
Impressionante como o desabrochar de uma flor reluz o esplendor da vida...
Sinto falta das belas manhãs de rostos ao sol.
De olhares translúcidos e métodos de uma atributo único! A recíproca falsa do inerte...
Do tempo em que aprendemos juntos, algo talvez tão do meu mundo, mais esteve do meu lado em meio a funções e códigos...
Ah, como ainda me lembro... Tão vivo és o pretérito, para o alcance de alicerces...
Partiu ao som de leve brisa suave de outrora que traz consigo o frio de uma intensa tempestade, que mesmo passando, provoca marcas tão intensas e tão suas...
Amo-te!
O Portão
Havia um portão no horizonte
Era apenas a esquina da colina
portão de um velho campo em ruínas
horizonte finito de olhos de menina
No grande portão velho havia flores
folhas ressecas e entrelaçadas
ninguém pelo portão passava
exceto a linha dos olhos que o fitavam
Eu costumava me perguntar:
Que vagantes haviam-no feito de passagem?
Que historias e amantes ele havia trancado?
Como um sentinela no espaço e no tempo, parado.
Hoje não há mais portão no horizonte
há folhas verdes e vivas por trás de casas
há tanta graça liberta, ilimitada
sem as correntes e o portão que as zelava.
Eu e o que sinto
Não tenho mais nada de meu
Só eu e o que sinto por ti.
Coisas que julgava serem minhas
nunca foram, nunca me pertenceram.
Olho para o mundo,
tudo que tenho,
é tudo que sou,
eu e o que sinto.
Nada mais restou.
Temos dores absolutamente infinitas
Saudades e o peso da rejeição.
E acabamos que nós entendemos.
Eu com minha saudade,
e o que sinto, com sua rejeição.
Dividimos o eco das lembranças,
cumpliciamos com nobreza e pujanças.
E nas caladas das noites
meramente nós emendamos.
Este meu sentir,
Hoje é tudo para mim.
É com quem falo,
com quem ando.
Com quem almoço,
com quem janto.
Dormimos e acordamos
E não nunca nós bastamos.
Enide Santos 18/04/14
Vamos, vou contigo
Faz-me rir, faz-me cantar
Brinque comigo
Quero sorrir, quero sonhar
Quero criar lembranças felizes
Como num filme antigo
Cinema mudo
Gestos e olhares contam tudo.
Deixe a porta entreaberta,
para por uma fresta,
eu entrar.
Tenho ideias saudáveis,
na hora,
você vai gostar.
E não adianta tentar
adivinhar o pensar.
Pois a mente é fértil,
você não vai superar.
Mas te afirmo uma coisa,
elas surgem sem ninguém esperar.
E independente se goste,
futuro nenhum
irá apagar.
ass.: Saudade
Hoje quase
Hoje quase. Embarguei a voz ao falar da solidão.
Sorri para o ar, e chorei por dentro.
Para acompanhar a solidão, a lágrima veio, chegou na beirada do olho e decidiu voltar, pois nao queria ser sozinha.
A saudade dói, a falta dói, mas a ausência do que está presente, dói ainda mais.
Contei para a Lua, segredos meus. A Lua, sem poder fazer mais que isso, brilhou. Iluminando meu caminho, mostrando como usar toda a bagagem à meu favor.
Ser humano é difícil, o fácil mesmo, seria se eu fosse ignorante.
Ignorância: sinônimo de felicidade.