Poemas de Lembranças
Vou revisitar meu baú de ossos
explorar todas minhas lembranças
esmiuçar os cantos e recantos da memória
pois um dia até ela haverá de não existir
Quando minhas crises chegarem
Que eu não perca as lembranças boas
E que os meus pensamentos
Não percam a lógica saudável
Da vida
As lembranças boas
Existem pra deixar
Os seres com gostinho
Das coisas deliciosas
Que aconteceram
Também pra poder reconectar o ser
Com sua existência
E fazer desfrutar a vida da melhor forma
Fazendo ligações de anos e anos
Tornando assim mais significativas as passagens
Entre o passado e o presente
Partilhar memórias
Que vem
É engrenar
A imaginação
Que traz
As lembranças
Das noites
Das manhãs
Que o sol
E a lua
Se fizeram presentes
Abrilhantando
Os rostos dos
Apaixonados
Que acostumados
Se entrelaçaram
Com os corpos
Nus
Realizando
A concretude
Do amor
Debaixo
Da luz
Me acompanham lembranças somente,
De momentos ímpares da minha vida...
Bebo um gole do vinho quente,
E me dou conta, sempre vale ser vivida...
Lembranças de 1993
Uma bicicleta virada de rodas pra cima e um dínamo ligado a um pequeno rádio.
Era a música que fazia renascer em nós a esperança de que quando a guerra acabasse, voltaríamos de facto pra perto das nossas famílias e dar sequência a nossa adolescência roubada pela guerra.
As feridas provocadas pela fome, doíam no interior do estômago de cada guerreiro que embora pequeno, carregava nas veias a coragem para enfrentar a morte e vencer.
Os meninos bem como os adultos, precisam de esperança e Jacinto Tchipa, apontava o caminho que nos levava a sonhar com o colo das nossas mães que distantes, choravam as mortes de filhos vivos e esperavam por filhos que já não respeitavam.
Onde a fome cantava o soprano, contralto, tenor e baixo, Jacinto Tchipa cantava a esperança do regresso de um grande guerreiro à casa, sem muitas vezes saber que a sua mamãezinha já se não falava, não via, não respirava e muito menos podia ouvir Jacinto Tchipa cantar.
Ela é canção
Coração fora do peito
Batendo do mesmo jeito
Sorriso frouxo
Lembranças de um agosto
Ela é gosto
Sabor de abraços dados
Por motivos nada convencionais
Sem luxo nem riqueza
Só paz
Música perfeita
Ela ainda é mais
Uivo do cao-do-mato quando vê a lua
Naquele momento
Não pertence a mais ninguém
É só sua
Sintonia que gosto de ouvir
"É meu longe, meu perto
Meu lá e meu aqui"
Minha cor meu sol
Semente,meu sempre
Retinindo em "Si Bemol "
Ela é canção
Coração fora do peito
Batendo do mesmo jeito
Roda da vida
Quantas lembranças
Há nessa vida
A gente finge que não sofre
Finge não vê, dá as costas
e saí batendo o ombro
O coração entende o recado
Empilha na gaveta e nos faz crescer
Despedida é triste
O que é, que resta?
Seguir, fazer o quê
Nada sabemos da vida
Se não viver
A gente sorri, chora, ama
Sente saudades, reclama
Ai de quem desistir...
Tem incertezas
Tem despedidas
Mas tem um sol de cada dia
Tudo passa, tudo finda
E só resta você
Poema autoria #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 05/04/2021 às 11:45 hrs
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
QUERIDOS
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Por tantas boas lembranças
no coração e na mente...
com tanta saudade boa
que nos conforta e compensa...
Quem um dia foi presente
ainda está entre nós...
se transformou em presença.
Na Cancela da Porteira
Na batida
Da cancela
De chegada
De saída
Lembranças
Falando alto
Na batida
Da cancela
Onde a dor
Aprende
A doer
Saudade
Finca
Plantão
No silêncio
Da cancela...
Diante aquela porteira,
Na subida da pedreira
Bateu triste certo dia
O sol ia descambando
Quando ela despedia
Ele partia para a guerra
Na porteira ficou ela
Vendo ao longe ele sumir
A porteira foi fechando
Duas vidas separando
Para um dia se unir
Já não ouço suas batidas
Seu triste rangido lembranças me traz
Chegue hoje ou agora
Não se avexe meu fio
É sentá e assuntá
Leira à Altura
Lembranças
Não mais
Que
Lembranças
Sem mesmo
Ter tido
Projetos
Vazio
Existencial
Tédio
A suprema
Condenação
O Esporrar Cultural
Nos eternizamos
Nas lembranças
Que temos
De emoções
Que vivemos
Muito simples
Se eternizar
Basta crer...
Enquanto viver!
O Salto Feminino
Acumulador
De
Lembranças
Daqui
Dali
Dacolá
Algumas
Apenas
Lembranças
Consigo
As que valem
Carregá
Atrás da Ponte
Contingências
Puras
Em si
Inertes
Vivas
Em nossas
Lembranças
Nostalgia
Que faz
Viver
Fotos
Nos falam
Em
Silêncio
Envelhecer
É ter
Lembranças
Do
Que não
Aconteceu
Saudades
Do
Que não
Viveu
Crer
Que
O que foi
Ainda
Pode ser
Perceber
Sem querer
Que
Ainda está
Por vir
Estilhaços
Andar
Por sobre
Onde
Se
Emocionar
De lembranças
Caminhando
Por sobre
Onde
Nem mais
Existe
O quê
Só
Nas lembranças
Resiste
"As heranças das lembranças e devaneios,
não adianta nada. Podemos ter tudo,
mas é preferível não ter nada.
O melhor e seguir em frente sozinho."
as lembranças
as memórias
o silêncio
o amor morreu
tua voz
perdi a hora da vida
o luto do sentimento.
no amor
um salto no tempo
com lembranças de bons instantes
que revivo desejando que tudo volte
ser como antes.