Poemas de Lembrança
Rua Ana Baiana
Não sei quem é mais linda:
A canção, a lembrança, a menina.
Da canção, aprazimento
Da lembrança, felicidade
E a menina, que coisa linda!
Canta e toca alteridade
Canta Caymmi e o vatapá
Com sal, gengibre e camarão.
Vem acalmar os sentimentos
Demover o desalento
E afagar o coração
A simplicidade da infância
de outrora
é uma preciosa lembrança
que, às vezes, ausenta-se,
mas sempre volta
numa ocasião oportuna
pra renovar a esperança.
GPS viciado:
A tua localização sempre me chama.
Se d i s t a n t e estou
[a lembrança me puxa para pertodeti.
Tua lembrança
Tua lembrança, um sonho deletado
Um e.mail na lixeira do computador
São literárias de um ignoto passado
Apenas memórias dum antigo amor
Tua lembrança, gemidos e soluços
O meu poetar rociado de lágrimas
Lavados dos meus vários embuços
Liras de murmúrios e de lástimas
Cá do cerrado te digo: vai, prossiga
Que mesmo sem teu querido olhar
Teu nome não mais escreve cantiga
E meu versar não mais vai te cantar
Cá do cerrado te digo: vai, e esqueça
Não mais te soletro nas noites de luar
E mesmo que o meu pranto aconteça
É a lembrança na saudade de te amar
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 2016 - Cerrado goiano
MINHAS SAUDADES
As minhas saudades! A todas elas fio
Na poesia, arrendadas da lembrança
Entre os dedos coando o sofrer vadio
Do falto, eis que me vou nesta dança:
- Não queria ver-me, assim, neste estio
De poética rimando o pesar em aliança
Hora por hora, em um sentimento frio
Sem quem me adore, sem esperança...
Pranto e choro! Ó solidão, triste prece
Um poetar no morto papel de fatuidade
Num aperto, que tudo inda estremece!
Ó inspiração, tu que sopras estas dores
nos poemas onde só queria suavidade?
Assim, só trama saudade dos idos amores!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Maio, 12, 2021, 20’46” – Araguari, MG
Do meu tempo de criança
pouca coisa me restou
Mas guardo vivo na lembrança
um tempo bom que já passou
brincadeiras na calçada
Na Minha cidadezinha
O revoar da passarada
E uma menina que tinha
A face mais iluminada
Do que o sal de Tardezinha
Eu visitava vó Luzia
Em São João do Manteninha
E lá encontrava alegria
Pois vó era madrinha
De uma meiga menininha
De uma meiga menininha
Brincávamos num riacho
Que passava ali por perto
Éramos seis, eu acho
Todos de sorriso aberto
É o dela era o mais lindo
Tenho isso por certo
Amiga de minha infância
Não esperava te encontrar
Mas ao te ver, voltei no tempo
E sem esforço pude lembrar
Cada instante, cada momento l
Pois o que o coração ama
A memória não pode apagar
O Ritmo da Vida
Criança
Infância
Bonança
Lembrança
Crescer
Sofrer
Aprender
Entender
Trabalhar
Casar
Procriar
Endividar
Envelhecer
Esquecer
Viver
Morrer
Talvez o que escrevo, seja uma lembrança de um passado que fez-se inconsciente ou mesmo que eu tenha trazido de maneira latente em mim. Talvez o que escrevo, tenha o mesmo significado, a mesma luz, num outro olhar. Talvez o que escrevo, seja somente a tradução do que tua alma ensina-me.
Flávia Abib
AMOR É A CURA
Amor é a cura da ferida
A lembrança da saudades.
A sicatriz da vida
O remédio da maldade
O antídoto do ódio
Que tem uma forma estranha de amar...
Amor é a verdade das mentiras
É as palavras que nos inspira
Amor tá nos abraços e aperto de mão
No beijo e no coração e no simples gesto de quem dá...
Amor te leva em lágrimas
Te emociona pelo simples olhar...
Amor não tem aparência e nem beleza
Qualquer um pode sentir e desfrutar
Amor ta nas palavras do escritor
No pensamentos dos poetas
E quem tem a coragem de falar...
Eu te amo.
Ano que vem
Quando você acordar
Verá que sou apenas uma lembrança vaga.
Depois que acharem meu corpo
O tempo fará seu trabalho
E tudo o que sou desaparecerá
Para sempre no esquecimento.
No seio da noite fios de luz se debruçam na lembrança de sentimentos frios, outrora quentes e afiados quando achei que tinha perdido o gosto na jornada, quando pensei que havia levado meu coração. Pensei que não havia mais mar alto a navegar, nada a explorar, nem mar, nem amar.
Mas meu coração está aqui, palpita ainda o dia que te conheci, atrelado a âncora, costeiro sonhando com mar alto. Você na verdade só conhece de orla, só se move pelas beiras, avistando a olho nú o litoral. Coragem pra desbravar novos mares nunca tiveste, quantas veses se viu encalhado? Nunca soube o que é perder a praia de vista, nem sentir o vento veloz no rosto, fica escondido na câmara.
Seus povoados íngremes desabam à falta de caráter, seus rios poluídos decompõe até as guéuras dos peixes, seu mapa de vida empobrecido e deserto, nada de amor, também não possui bússola, nem rota.
Mas você me deixou um legado, sim. Porque das duas colunas, uma é a amizade. Me disse que havia no caminho uma flor plantada, me falaste tanto dela. Então eu a procurei entre risadas e lágrimas nos damos conta que nada se perde quando se ganha e na amizade verdadeira eu posso de perto senti a fragrância.
A amizade é atemporal. Leonice Santos.
Um girassol sem sol
Um navio sem direção
Apenas a lembrança do seu sermão.
Você é meu sol...
Um metro e sessenta e cinco de sol
E quase o ano inteiro os dias foram noites
Noites para mim...
Do fruto amargo,
o cheiro do talvez.
Da lembrança vaga,
aquilo que se desfez
Meus pés então cansados questionam meu coração:
Passará por tudo outra vez
ou tudo isso foi em vão?
Como é tão linda
Como deixa transparecer nos olhos
A triste desesperança
A dor da lembrança
Que insiste em latejar
Como pode ser tão linda
A forma como demonstra
Que nada aconteceu
Que os dias em que morreu
Sempre desejam voltar
E te iludem prometendo
Que a dor vai acabar
Se vai acabar também tua beleza
E a razão para cantar
E essa rosa, que está murcha
Vai terminar de desmanchar
Um desejo? Ser normal
Um sonho? A realidade
Um amor? O próprio
Uma dor? A perda
Uma lembrança? A saudade
Um Abrigo? Seu abraço
Um presente? Seu perdão
Um medo? Sua partida
Uma frase?
Se na direção que você vai existi um retorno, sinal que você dará a volta por cima.
É explosão em mim
É vício, droga...
Consome dias meus
Pensamentos
Vontades
Tua lembrança meu baseado
Tua saudade meu vinho
Te bebo, te como...
É meu prato !
O5/06/2020
Sorria para mim
A cada vez que a lembrança vier
A cada pôr do sol que testemunhar
A cada canção que fizer pensar
Sorria para mim
Quando a boa memória deixar
Quando a lembrança fluir
Quando a vida permitir
Apenas sorria para mim
E é nesse sorriso
Na sua felicidade
Na sua realização
Que estaremos juntos
Apenas sorria para mim
E eu volto para você.
O passado não é uma simples lembrança do que já foi um dia, ele é como um ser que possui vida própria!
Já o presente, deve ser dado vida a ele.
Sem vida não tem presente.
Sem presente não há expectativas futuras.
E sem presente e futuro, apenas o velho passado continua existindo!