Poemas de Janela
Paisagem da janela
A noite mergulha na escuridão
E a paisagem passa rapidamente
Diante de meus olhos,
Deixando para traz tudo que é ausente.
Deixei para traz desentendimentos
E tudo aquilo que fazia sentir-me mal
Até chegar a conclusão:
Nada vem sem antes dar um sinal.
A partida é iminente, é agora.
E pergunto-me - até quando
Vou ter que esperar?. O tempo
Não importa se você está amando.
A CRIAÇÃO DA MULHER
A NATUREZA, AO ACORDAR UM DIA,
BEM CEDO AINDA, OLHOU PELA JANELA,
E TEVE A IDÉIA DE FAZER POESIA
SOBRE AS BELEZAS TODAS QUE SÃO DELA.
OLHANDO ROSAS, CRAVOS, MARGARIDAS,
EMOCIONOU-SE TANTO QUE CHOROU...
E DEUS, ENTÃO, DAS LÁGRIMAS CAÍDAS,
FEZ O ORVALHO E A PRESENTEOU.
LISONJEADA E GRATA AO CRIADOR,
QUE DELA PRÓPRIA FEZ SUA OBRA-PRIMA,
INCANDESCEU-SE ELA E DESSE ARDOR
BROTARAM CADA VERSO E CADA RIMA.
CHEGADA A NOITE, A ESTROFE DERRADEIRA
SE FEZ DE MAR, DE LUA E DE ESTRELA;
NO POEMA ESTAVA A NATUREZA INTEIRA;
BASTAVA OLHAR ALI, ENTÃO, PRA VÊ-LA.
MAS, POR LEMBRAR QUE SE TORNARA O MUNDO
INÓSPITO À POESIA, ERA MISTER
DISSIMULÁ-LA, E EM MENOS DE UM SEGUNDO
O POEMA TRANSFORMOU-SE...EM MULHER!
Poema que, numa troca de cumprimentos de passagem de ano, fiz para uma amiga – Claudia Basílio – a quem considero co-autora, porque dela são todas as rimas, tendo a mim cabido apenas descobrir onde estava o poema dissimulado...
Autoria registrada
joelprado@columbiamarcas.com.br
Fico pensando..
Sentado aqui de frente a janela olhando a vida alheia...
Vida alheia sempre mais simples...
Onde cada um colhe o que planta...
E por onde as semelhanças sempre andam juntas...
Fazendo o aprendizado de todos os dias...
De todas as horas..as horas destinadas a criar...
Donde se perdem em destruir, criticar..
Ah se os homens utilizassem este precioso tempo...
Tempo de refletir..para criar..ou melhor reparar somente em si...
Analisando seus próprios atos...defeitos e acertos e por fim...
Tornando-os o espelho..de onde se refletira..somente..
A nossa própria imagem!!!
Astronauta
Olho pela janela e vejo uma multidão correndo sem direção,
Vejo carros, vejo cores
Vejo que nada a fará parar.
A voraz corrida me assombra, me faz pensar
Para onde irão estes que correm?
Por onde passam derrubam, consomem, destroem...
E nada vivo resta, apenas as vivas lembranças de um dia existir.
O barulho de sua marcha me dói na alma, os gritos, as brigas
- Gananciosos sois!
Correm para o nada sem saber que são infinitos, são bem mais
Uns batem e voltam, outros nem pensam, apenas correm...
Poucos olham para trás e assombrados têm medo de voltar
Anos parecem segundos e os segundos são fatais para quem para
Aqui de cima tudo parece estranho, tudo é nada.
Como podem diferentes serem tão iguais?
Eu fico aqui , olhando pela janela , de front ao mar
Tentando Naquela imensidão buscar , o motivo pelo qual fui feliz .
Fico por minutos paralisado encantado
Tentado a me jogar dali
Para poder rever , reviver o meu amor o meu anjo
E em suas asas voar .
Para o Paraiso ou para qualquer outro lugar
Sorrir , Chorar , amar
Ser feliz .
Poder te tocarte beijar
E Não mais me separar
Daquela que me fazia sentir
Que nada era real , e sim um sonho
Sem passado , sem presente ou futuro
Independente da distância entre o céu e a terra
Entre eu e você
O que importa é que eu te amo
Era , é e sempre será impossível te esquecer .
Meu Anjo Da Guarda .
A Tempestade
Olho para a janela vejo a chuva,
Olho para o chão vejo água.
Meu Deus que grande tempestade!,
Vejo pessoas saírem,
Fugirem da água.
Pois ela é muito forte,
Rega o Sul e o Norte.
A Ponte cai,
Você nela está,
O povo se preocupa,
Seu filho se põe a chorar.
Chuva maldita,
Levou mais uma vida.
Quando você vai parar?
A minha vida ultimamente é só sentir saudades...
É olhar pela janela e nada ver...
É sentir o sol queimar e não sofrer...
Minha mente não desliga de seu canal...
Minha alma não respira, inquieta permanece...
A boca seca quando a sua passa perto da minha...
As mãos gelam e o coração congela...
Nossas vidas estão separadas, unidas pelo sentimento...
Meu corpo todo te deseja, se acende numa faísca...
Minha pele arrepia, anuncia sua passada de mão...
Em uma conexão nos unimos na horizontal...
Num beijo, nos despedimos na vertical...
Numa sintonia, selamos o amor...
De novo a saudade invade e apenas fazem 5 minutos que deixei vc ir...
Mesmo que não haja um passarinho
a cantar na tua janela.
Que haja sempre uma melodia
a tocar no teu coração!
Olhei pela janela e vi um povo egoísta.
Um monte de gente ocupada com seus universos particulares e sem tempo de olhar para o lado.
Crianças morrendo de fome ao lado de crianças obesas.
Um lugar onde chefes de estado e representantes da lei não cumprem a lei.
Também vi um povo passivo de mais, era oprimido e nada fazia para mudar.
Tinha uma gente bastante desonesta fazendo careta para o guarda que aceitava suborno e com a outra mão oferecia suborno ao guarda.
Senti pena daquele povo e do rapaz que me olhava de volta.
Ele parecia inteligente e forte. Mas nada fazia para mudar sua situação nem a dos a sua volta. Indignado decidi gritar pela janela para lhe mostrar que ele deve reagir, lutar.
Tamanha foi minha surpresa, ele gritou de volta.
Meu Deus! Não era uma janela, era um Espelho.
Ter você aqui perto de é como sentir o sol entrar pela janela
A brisa do amanhã me faz lembrar você
Você é a luz que radia o meu dia o sol que ilumina o meu caminho
Você é a minha constelação
Você é pra mim um poema em forma de canção
Eu penso em você nas minhas canções eu descrevo você
Ter você faz parte da minha vida
Ter você é como vê alua e não poder to cala
Ter você está sempre perto do céu vê as estrelas a brilhar a enfeitar o nosso destino.
Amanheceu a vontade de fumar um cigarro, sentada na pontinha da janela, enquanto o vento a convidava pra um passeio no ar quente da manhã.
Então ela se sentou ali, num impulso – como quase tudo que faz – e colocou as pernas pro lado de fora, pra vê-las livres, numa dança de entrega quase completa até que a primeira lágrima caiu.
Lembrara da noite passada e de como havia falhado, mais uma vez. E daquela noite antes disso. E de uma outra…. Não conseguia mais conter seus pensamentos, que rolavam numa fusão inodora com as lágrimas, pelo corpo coberto de mágoa.
Ela tentava qualquer música pra não ouvi-los mais, tentava qualquer grito pra abafar a sanidade que lhe faltava.
Pensou no quanto tinha vontade de experimentar o silêncio e inclinou o corpo pra frente. Aquela metade precisava ir embora. Aquela metade que não era dela.
Escorregou os olhos úmidos numa tentativa de cegar as memórias, mas viu as fotografias espalhadas por todos os cantos do quarto que não seria mais seu.
Examinou o rosto de cada um que estivera presente em sua vida e, num susto, voltou o corpo pra trás com força, até cair pro lado de dentro.
O lado da vida – pensou.
Engatinhou até a cama e se escondeu entre os lençóis quentes. Podia sentir as vozes voltarem, gritando a sua covardia.
Pegou o telefone, discou um número decorado e esperou paciente pra tê-lo por perto.
Então ele disse um “oi” meio apagado pelo sono e ela era capaz de se sentir corajosa.
A Vida valia qualquer pena.
Da janela
Jesus vem 1, do alto da colina
Observava atenta e imóvel
Com sua face cega da neblina
No seu silêncio imemoriável
Um grande lençol branco gaivota
Que Cobria a mata virgem 2
Com sua proteção devota.
Bem cedo, o sol penetra seu sossego selvagem
Espalhando seu calor
Secando o orvalho da folhagem
Iluminando e aquecendo seu interior.
É o nascimento do dia,
As borboletas bailam ao sabor do vento
Os pássaros cantam de alegria
A cigarra e seu sinal barulhento
Abelhas fazendo mel com amor
Formigas trabalhando sem parar
Colibris de flor em flor
Que dia lindo! Todos a saudar.
Eu contemplo essa linda geografia
Da casa dos meus pais, da janela,
Talvez a perpetue numa fotografia
Ou pinte numa grande tela.
Fernando Luiz Silva
14/03/2005
*1- Pedra situada no morro do Barata em Realengo.
*2- Mata situada no morro do Barata em Realengo.( que não é tão virgem assim.)
A moça dos sonhos
A moça na janela com uma flor no cabelo, moça na janela com olhar leucêmico, paisagem crua em pleno dia de sol.
Aviões de papel voando perto dos passarinhos.
No bolso a esquerdar jaziam os comprimidos que ela nunca se lembrava de tomar, na ires como um risco de carvão, outro sol, sol órfão em sacrifícios geométricos.
A língua doce e dissonante, pálida como os lençóis que aprenderam a gemer o teu nome, como as mãos que não seguram coisa alguma, como os pés que enraizarem prenhes de caminhos.
Eu vou olhar a moça, vou observar a ferrugem que cresce em sua janela, seus dedos frágeis tangendo pra longe a amargura do sol, o mesmo sol de lanternas fazendo brilhar as ligas metálicas, o lusco-fusco dos degraus.
A moça na janela tem estrela no lugar de brincos.
A moça na janela é a moça dos sonhos, a moça dos sonhos de alguém.
Acordei bem antes do primeiro raio de sol...
Abri a janela... gosto de ver as casas com suas luzes semi apagadas...
Ao longe como lamparinas enfileiradas... sumindo... sumindo...
E quando olhei um pouco mais para o alto
eis que vejo a lua já tristonha se despedindo...
quase despida de cor...
mel ((*_*))
O que me faz perceber
que lá é outro lugar
é a janela de casa,
se pra fora me ponho a olhar.
Então percebo que lá não estou.
E aqui,
nesse ambiente cercado
me pergunto calado
Onde começou o ar daqui
e o de lá terminou?
Desejos do meu Eu
Abro a janela e vejo que faz tanto tempo. Hoje eu choro, sofro, me decepciono tão fácil. Mais comigo também ficaram os momentos bons, e até hoje carrego aqui... Tudo o que eu vivi me serve de exemplo; Tento tirar proveito de todas as minhas experiências, agradáveis e desagradáveis. Faço de tudo para que nenhuma passe despercebida nessa minha auto estrada.
Quero que nos intervalos da vida eu possa aprender coisas novas, desfrutar de vários ensinamentos, ver do que eu sou capaz de fazer sozinha. Mostrar a minha personalidade, valores e meu caráter a todos que me cercam. Mudar no que preciso, acrescentar o que me falta, enfim, viver como eu achar que vou conseguir ser feliz.
MINHAS SAUDADES
Eu já namorei jogando pedras
Na janela de minha amada.
E recitava Castro Alves,
Para chamar a atenção dela,
Mostrando-me um revolucionário
Um contra-ponto, nas ordens do dia.
Eu já namorei empunhando um violão,
Dando-me em segundo plano,
Pois ela prestava atenção
Mais as canções do que a mim.
Tempo, tempo, aonde vamos nós?
Tu apressado, nós correndo,
Pra onde?
Hoje eu tenho o meu amor,
Mas por mim ainda andava vagando
Nas ruas seguras da minha cabeça.
Ainda chorava, escrevia cartas
Com caneta tinteiro.
Ainda levava ao meu amor um cacho de jasmim,
E não saia te seguindo, tempo,
Me segurava abraçado ao peitoril da casa dela
Quando visse apenas uma ameaça de vento.
E ficava por lá, contando estórias,
Ouvindo os pássaros nas matas,
A começar pela madrugada
Quando devagarinho voltava pra casa
Como o coração cheinho de esperança.
É INUTIL
É inútil ficar esperando,
A vida passar, pela janela e, te entregar,
A felicidade pela porta.
Às vezes você dorme e já é madrugada e desperta com a luz do sol entrando pela janela
Outras você se esconde do sol e quando acorda já caiu a noite
Às vezes você sente uma felicidade que não cabe no corpo
Outras você acha que,dessa vez, não vai sobreviver à dor
Tem meses que passam e você nem percebe
Outros você pensa que a TPM vai te matar [ou você vai acabar matando alguém]
Tem vezes que você pensa que só uma presença te basta
Outras você está cercado de centenas e se sente a pessoa mais solitária
Não importa como se sente: Alegre ou triste, disposta ou cansada, amando ou odiando, satisfeita ou carente
Até que se chegue a morte, a única certeza que se pode ter é que isso também vai passar
Estou abrindo a janela da minha mente e deixando tudo que seja bom entrar. Estou livre para opiniões, expectativas e esperanças. Estou pronta para um começo mesmo que seja preciso dar um fim.
Estou pronta, definitivamente pronta. Arrumei as malas da vontade e estou indo em direção ao futuro.
Agarrei com todas as forças os meus sonhos, e os guardei em um lugar só meu.
Espero viver o suficiente para conquistá-los. Espero viver o suficiente para que saibam quem realmente eu sou.
Para que não me confundam com nenhum indigente literário, e nem tampouco me matem na ortografia do dia-a-dia.
Espero e espero, até que um dia canse de esperar e morra sufocada pela angústia da vida.