Poemas de Janela
Esse tal de tempo. Ai...ai!
O tempo atravessa a janela. Debanda atarantado pelos dias, pelos corpos, pelas ruas. Marca horas Desenha rugas. Pinta pintas pelos corpos. Corre nos pés que vão e voltam. Marca passos. Marca caminhos. Vira esquinas. Vira páginas E não olha para trás, jamais. Vai que nem enxurrada jogando tudo pra frente. Não quer nem saber se dá alegria, tristeza, saudade, beleza. Se você sorriu, tudo bem. Se você chorou também. Se faz silêncio ou barulho problema seu. Congelá-lo ou não na lembrança cabe a mim, a você, a cada um de nós. Para ele, estamos nele. Para nós, nem sempre. Azar o meu, azar o seu, se não o notamos ou damos conta de sua presença. Cavalgamos sobre ele à mercê de sua direção. Sabe aquela coisa de dê tempo ao tempo. Pois ele num tá nem aí. Ele sabe de sua inexistência. Que fomos nós que o inventamos. Porque inventar moda e dar nome as coisas é com a gente mesmo. E vamos nós! Ele num trilho próprio. E nós, dependendo do sacolejo, descarrilando, mas indo em frente empurrados por ele, até o dia de misturarmos a ele e sermos nomes ou números, que nem as palavras escritas em um livro de história. No nosso caso, contando a história de um tempo num outro tempo.
Solidão
janela aberta
sala vazia...
pensamentos soltos
alma fria
noite escura
sem magia...
idéia que não quer florescer...
dia que não quer amanhecer...
Esperança
Olhar para a janela fechada, com trincos enferrujados
e saber sobre quem persegue a sintonia do não acontecer,da justiça perdida;
e os soluços em vão?
das corridas amargas
e sonhos findados?
perder a esperança por conta de apenas um trinco,
uma janela?
é sair da luta sem tentar novamente
Era um fim de tarde frio
Ela olhava pela janela
Naquela terça de abril
Enquanto ele caminhava em direção a ela
O sol descia deixando um último brilho naquele momento
Era um fim de tarde e dois pensamentos
Aonde a lembrança se misturava com a saudade
E assim era desde o dia em que ele se foi
Naquele fim de tarde
Pingos na Janela
Estava eu olhando pro nada
Pensando no tudo
Enquanto os pingos caiam na janela molhada pela chuva
Das inúmeras bobagens que pela minha mente passavam
Ela era a minha única certeza
A inspiração brilhava com ela
A cada gota de água que caia
Vinham na minha mente lembranças de momentos com ela vividos
Em meios dessas lembranças tive mais outra certeza
Aquele olhar dela, por mim nunca seria esquecido
Se abrires a janela
E encontrares a poesia,
Em todas as janelas que abrires
Vais encontrar um pouco dela.
Tem Dias
Tem dias que acordo querendo chorar, olho pra fora da janela do meu quarto e quase que automático meus olhos se prendem em algum lugar... É verão mas está frio, e chove um pouco lá fora fazendo encher o rio, o curioso é que o pássaro canta como se não ligasse para meu jeito brava de acordar.
Tem dias que eu quero simplesmente amar, tem dias que eu penso em atravessar horizontes e crescer, tem dias que meu quarto é tudo que eu quero ter.
Tem dias que te desejo, tem dias que não te quero mais, tem dias que sonho com teu beijo, e dias que quero ficar sozinha e em paz... Tem tantos dias em mim mudando meu emocional, meu eu e tudo que você já deve estar cansada de conhecer, mas nem mesmo meus dias, e meus tempos mudam o que eu vivi com você!
O amor é ...
uma entrega verdadeira de si mesmo
é olhar pela janela e
sentir a necessidade
de libertar-se dos sentimentos
que nos aprisiona.
O TEMPO E A SAUDADE
O dia rasteja em frente a minha janela,
E o tempo sem pena, me sorri cinicamente.
O vento que sopra em meu rosto, me faz lembrar aquela tela,
A pintura de um beijo registrado em minha mente.
Horas passam e a rua sempre igual,
Nem a chuva em desaviso, me desperta dessa lembrança.
Ainda não sei se me faz bem ou me faz mal,
Essa paixão que me encantou feito criança.
Anoitece e nada muda a minha frente.
Nem o sol e nem a lua, me traz um sorriso sequer.
Há uma saudade que pra tudo, me faz indiferente,
E por dentro desejos ocultos de mulher.
Meu calendário tem marcas diferentes,
Minhas horas são dias, e meus dias impossíveis de contar.
O que quero é a surpresa, o de repente,
A alegria de poder te ver chegar.
Esse tempo inimigo dos meus sonhos,
Parece escalar montanhas impossíveis de alcançar.
Dá um passo para frente e dois pra trás,
Me enganando e brincando de passar.
Ai, céu da janela dos olhos,
como é bonito e azul o teu velar por nós!
Suas nuvens são mãos brancas que benzem,
que mesmo quando cinzas, calejadas,
choram sua chuva santa sobre nossas feridas
e curam...
ALÉM DA JANELA
Resolvi olhar além da janela
Além da minha casa
Além do meu corpo
E lá estava uma passarela
formada de pétalas colorida
O brilho da luz
O grito da vida
O cântico dos pássaros
Crianças brincando
Jovens festejando
Idosos caminhando
Sob o espaço azul.
Além da janela
Estava lá
A aquarela
A espera do pintor
Era momento da escolha
Era momento da ação
Sair de casa
Ir além do corpo
Criar asa
Abrir a janela
Voar
Ser feliz então.
Liberdade sem paraíso mal aproveitada, oculta em cada lágrima uma alma desesperada, uma janela que reflete o que passa lá fora, ou o que passa lá fora que reflete a mim pela minha janela.
Faço parte sem presenciar, escuto sem saber notar, vejo as folhas caírem sem saber por que caíram.
Talvez seja outono ou primavera, só vejo o jardim apertado, mal apreciado da minha janela.
Em quatro paredes se resume o meu mundo, frio, gelado. A brisa se encarrega de me trazer a tristeza, a saudade, a dureza por não conseguir ser melhor e guiar meus desejos, sentir-me tão fraco e jogar os meus sonhos ao vento!
Discuto comigo e me sinto derrotada, dentro de mim a minha alma grita desesperada, eu fui roubada de mim mesma desde a maternidade e não consigo me achar.
Procura-se um anjo que só quer achar seu lar.
Palavras me colorem e me escrevem. Olho pela janela e entendo.
Apesar de difícil, é o meu mundo minha vida...Quando a gente percebe já é noite.
E o céu, se está disposto a falar...Eu carrego comigo uma caixa mágica onde eu guardo meus tesouros mais bonitos... Tudo aquilo que eu aprendi com o tempo e que vento nenhum leva....E eu vivo assim... No caminhar com as estrelas...
Inverno
"Olho pra janela e vejo essa chuva que não quer passar.
Agora no inverno, nesse frio vazio que mim da, percebo
que não posso viver sem ti amar."
Ludibriado pela leve brisa
Que sopra da minha janela
Que de tão contagiante
Induz a perciana a dançar
Sinto na pele, suaves e macios
Os carinhos dela, fazem-me arrepiar
Sem pudor me entrego
E escuto seus suçurros
Apenas o ar, apenas o ar...
Sonhar é tão lindo.
Abri a janela da vida e vi.
Meus sonhos passarem e pude sorrir.
Agora tranqüilo depois da tormenta, coração em paz, também a cabeça.
Olhar para dentro da alma e ver.
Que a vida é bonita só basta entender.
Que o mundo é complexo, mas também é tranqüilo.
Só basta viver, sonhar é tão lindo...
Agora lá fora pode ate chover.
Agora meus olhos podem ate chover.
Mesmo fazendo quase sem querer eu sei e você sabe o que é melhor pra viver.
Faz frio lá fora, mas o corpo esquenta.
E quando a vontade é grande a alma não é pequena.
Se pensar positivo o caminho é tranqüilo.
Fica tudo tão simples, simples como um sorriso.
Das plumas
das fores
das folhas
das cores
da clave de sol que desato a da janela
da frase escrita com giz
na calçada o nome dela
da chuva que apaga
o cor de rosa
lá do chão
daquele carro que corre
sempre em contra mão
no final de cada tarde azul
teu brilho ilumina
cada parte do céu
alaranjado menina
Noite de Chuva, frio entra pela janela... me pego pensando em você novamente.
Então me agarro ao Violão, dedilho notas que entoam a letra do que quero te falar.
Mas passasse os minutos, a musica acaba, ouço a chuva que caia fortemente.
E com o barulho da chuva a cair, você não está aqui pra ouvir que só queria te tocar.
Contemplar-TE em meio
a tanto desamor é abrir a janela
pra a vida e se conscientizar de que
vale a pena existir.
Autoria: Leila dos Reis
Lá no meu pedaço de chão tem:
Lua cheia na janela
Frango com pequi na panela
A vaca leiteira na cancela
Morcego entre o forro e o telhado
Cheiro de carneiro assado
Ruminar do cavalo malhado
Da vizinha a risada
Muqueca de peixe improvisada
Alvorecer da passarada
Manga rosa amadurecida
Broa doce amanhecida.
Escova de dente vencida
De longe se avista a chuvinha
No quintal jabuticaba docinha
Internet perto da cozinha
Sei que vou embora
Mas voltarei outrora
Quiçá sem muita demora...