Poemas de Janela
Quando seu corpo está quente
A janela completamente aberta
Este momento é tudo que tem
Nesta corrida da vida.
Quando você sente que o fogo
Está se aproximando de você
As flores na janela
Estão viçosas
Deveras
São regadas por lágrimas
Pelo choro da saudade
Debruçada sobre elas
É onde permaneço
Açoitada pelo vento
Perdida dentro do tempo
Absorta
À espera
Quiçá que tu voltes
Como uma brisa mansa
Despertando-me a aurora
No entanto
O tempo é implacável
Passa os dias
De mãos dadas
Com as noites
Embalando os meus sonhos
Fugidios e furtivos
Que levam-me a esperança
Enquanto o jardim
Segue florindo.
O OLHAR DA BRUXA
Nove horas da manhã, mesa do café, eu e Paula olhando através da janela o mar no seu constante vai e vem, enquanto soprava uma brisa maneira! Puxo conversa:
O mar nessa rotina de todo dia, onda vai, onda vem,deve ser chato pra caramba , todo dia a mesma coisa!
Não meu amor, me respondeu a Paula, não é rotina nem para o mar e nem para quem olha com olhos de maior compreensão! Cada vez que a marola quebra na praia, trás uma concha vazia, que através dos milênios vai se transformar em calcário pulverizado, renovando a areia, é uma criança que olha esse gigante em movimento enfrenta-o, apanha um baldinho com água, e registra em sua mente, como um grande fato, trazendo alegria ao seu mundo infantil, e que ali ficará guardada , e maneira subjetiva, algum dia esse pequeno gesto, será um incentivo no futuro para que ela enfrente algum problema! È a onda que recolhe as preces, ou pensamentos de alguém, e o devolve em forma de coragem, e de fé , é nessa aparente rotina que o mar renova essas mesmas areias, levando-as para outros praias distantes, e de lá traz outras que aqui serão depositadas, sem falar das energias salutares que o seu movimento traz, somadas a renovação do oxigênio na Terra, bem superior a que é causada pelas matas.....portanto Vidinha, não existe rotina em nada!
Diante dessa explanação, não ousei perguntar mais nada, e fiquei ali conjecturando sobre o jeito de olhar as coisas, que tem as mulheres, que em seu olhar de bruxas, pois bruxas o são , sempre enxergam uma razão extra física naquilo que veem! Engoli meu café, sem querer, pensando no que foi dito a mais de dois mil anos atrás, quando o Mestre bradou para quem ouvidos de ouvir tivesse: “Feliz daquele que crê, sem ver....
Odair Flores
Na janela, olhando a noite escura,
estou tão sozinha nesse instante...
Eu preciso de você, estou insegura
porque meu amor está tão distante!
Babhina
Eu me agarro na brisa da janela meio aberta
Me acalanto com o tanto de frescor que ela trás
Ah, se eu pudesse abrir a porta para o vento,
Ah, se eu tivesse tempo, para passear...
Tirar pedaço da nuvem que parece um algodão
Perder o traço do espaço que já está na minha mão
Embebedar-se com o orvalho que calmamente cai no chão
Pisar no chão que o carvalho forrou em transfiguração
E transformou em um colchão.
Que repousou o beija-flor em toda a sua inquietude
Que abrigou aquela flor para um romântico roubar
Que fez pisar aquela gente cheia de virtude
E fez sonhar aquele sonho que soube apaixonar
Ah, se eu pudesse deixar a brisa entrar e voar...
Ao acordar, desfrute do meu primeiro raio de sol que entra pela fresta da janela e deixe por um instante de pensar em toda correria que lhe aguarda durante o dia.
Vai se surpreender com tantas; quantas sensações e pensamentos diferentes podem lhe suceder.
JANELA E ALGUÉM
Alguém já escreveu que os olhos são a janela da alma.
Eu concordo com esta verdade
hoje eu acordei decidida a mudar
Passei a noite acordada
mais uma noite quente de outono maldita insônia
Maldito pesadelo
malditas ideias que me fazem questionar
as coisas que eu alguma vez
nunca quis questionar, deste mundo cada vez mais perverso, desumano e frio
Enfim resolvi reviver
os melhores momentos de nós os dois
dei-me conta de que já vivemos tantas coisas bonitas das coisas que já passámos
e por um instante dei-me conta a sorrir mesmo à gargalhada.
Janela do meu peito
Abro a janela do meu peito
e por ela vejo o amor chegar.
De mansinho e meio sem jeito,
avisa-me que é hora de amar.
Se achegue nobre sentimento,
a janela foi aberta para você.
Acompanharei seu crescimento,
nesse peito que está à sua mercê.
Por essa janela aberta você já entrou,
e um cantinho escolheu para ficar.
Não interessa por onde perambulou,
pois daqui, você nunca mais sairá.
Evolua, cresça e se torne visível,
não tenha medo de aparecer.
Mostre que tudo é possível,
basta o coração te conhecer.
A brisa da janela arrepia a pele de seda
Transforma em aquarela cada canto desse lugar
Bem que me dera eu para de observar
E ser só dela como as ondas são do mar.
Ali da janela externa, notei que andava bem mais
ausente, mas decerto presente, mais perto, interna,
terna e eterna somente na sua mente!
Guria da Poesia Gaúcha
Não consigo ver felicidade sem flores
e para isso a minha janela estará sempre aberta;
é inimaginável um mundo sem amores...
Acreditar na paz interna ainda é a coisa mais certa!
A moça da janela
A moça na janela
De longe observa
Sente saudades
Revê em pensamentos
A sua gente distante
Seu tempo de menina
Vestindo suas bonecas
Infernizando a tia
E se sentindo princesa
Da avó embevecida
A moça na janela
Sorri pra não chorar
Toda vez que ver no mar
A distância que a mantém
Dos entes do outro lado
A menina do Brasil
Daqui um dia partiu
E agora olha pela janela
Da sua própria alma
Seu corpo de mulher
Lá longe ela espera
A hora do reencontro
E deixa escapar uma lágrima
Por quem não vai rever
Mas por certo há de sentir
É o preço a pagar
A moça na janela
Que em outro lugar foi morar
Mas deixou aqui ficar
A menina do Brasil
(Nane-13/11/2014)
Cada pingo na janela
Traduz no eco a voz bela
Do vento a tocar a flor
Cada gota feito lágrima
Cada gesto cada amor
Amanhece e já é dia
De sonhar em euforia
Toda sorte que chegar
Serenatas rotineiras
De pardais nas cantoneiras
Nos levantam trabalhar.
E assim se faz a vida
Como ondas a rondar
Nesse breve calafrio
Ou no lume versejar
Cada curva traz montanha
Onde a alma livre assanha
Querendo encontrar
Um azul que já nem sei
Quem é o céu ou é o mar.
Hoje olho pela mesma janela que ontem, mas o vidro se quebrou, não mais distorce o que há lá fora...
Meus olhos observam perplexos a realidade, um certo desânimo me invade...
Tudo mudou... O aconchego que havia aqui dentro já não há, o ambiente está escuro e frio, um imenso vazio...
Lá fora há sol e vida, mas onde está a menina atrevida?
Um dia olhei através da janela do meu quarto e fiquei estática! O brilho intenso, a densidade, o poder, o luar...
Não sei quanto tempo fiquei ali, parada, encarando aquele espetáculo no céu. Gosto de olhar as estrelas, mas naquele dia, a lua me capturou.
Sentei na cama e vi o vazio a minha volta. Por que? Não sei dizer. O que sei é que olhando aquela lua eu pensei em você.
Você que me deixou, você que nem notou a minha existência, você que nunca me perdoou por só te querer por perto, você que me amou como nunca ninguém; você que me quis e eu não pude ser o seu alguém, você que me perdeu e eu me dei a você...
São tantos vocês, mas não que seja várias pessoas. Você também é quem não conheci e já consigo pensar se a vida vai ser cruel assim de novo.
Então veio a nuvem e escondeu minha inspiração, meu pensamento, a minha lua, e me pergunto: Onde está você agora?
ALÉM DA JANELA
Eu...
Continuo olhando pela janela
Vejo alem das persianas
Outras janelas
Elas não são parecidas com a minha janela...
As vezes eu as acho tristes
As pessoas que estão nelas não tem a mesma visão
que eu tenho
Olhando da minha janela
o mundo é mais colorido...abaixo da minha janela
existe um jardim de poemas
Prontos para serem colhidos.
o mundo mostra,
talvez não seja tarde para ler
quando abro a janela,quimera;
nadam nas profundezas,
criaturas hibridas,bipolarizadas.
De fato inebriadas,alienadas como mostra a ficção,
Se decifrar é uma tarefa fácil só os leitores saberão.
SÉRIE LUA VII
Do céu, lua atrevida,
invade a janela e espia.
Fiel testemunha da vida,
dos casais em alforria.
Luz pálida a clarear,
os amantes em alegria,
entre beijos se entregar.
Dama da astronomia.
Senhora da astrologia.
Cumplice da arte de amar.
Complemento e ousadia,
na arte de namorar.
MEUS DIAS
"Percebi que toda vez que entro em um ônibus e sento perto da janela, meu corpo se livra da pressa e a minha mente relaxa. Tudo em minha volta vira motivo de reflexão. Até o final do percurso, o meu dia tem outro sentido, muitos significados e nenhuma razão para ser repetido, muito menos esquecido".
Algumas gotas escorrem pelo vidro gélido. Meu rosto encostado na fria janela está dormente.
Aguardo.
Os passageiros tomam seus lugares, dentro de alguns minutos iremos partir ao seio de Minas.
Oito horas para pensar em você e acariciar meu pequeno menino ainda confortável e dormindo em meu ventre. Oito horas e a cada minuto fugindo para mais distante de ti. Enquanto a serra e suas curvas tornam tudo mais frio volto a pensar. Apenas dois meses para você vir ao mundo. Como eu queria te manter seguro e lhe proteger do mal mundano, mas não temos escolhas virá ao mundo chorando assim como eu choro por ter de partir.