Poemas de Janela
Laura chegava cansada do trabalho em casa.
Jogava a bolsa pesada no sofá e ia pra janela espairecer.
Acendia o cigarro e odiava perceber
que tava dependendo daquela bosta pra viver.
Mas fumava, pensava, espairecia.
Olhava as luzes lá longe,
reparava como mundo é tão grande
e o seu coração até doía.
Angustiava não ter esperança.
Pensava em quanta coisa devia ter começado a fazer quando criança.
É tudo tão fácil de aprender na infância.
Não conseguia pensar qual caminho seguir pra continuar,
constantemente sentia vontade de chorar.
Não sabia andar de patins.
Não sabia dançar ballet.
Largou o judô que tanto gostava.
Não leu todos os livros que planejava.
Sempre planejou, sempre teve planos.
Mas nunca conquistou a maioria deles.
Hoje em dia, na janela com o cigarro aceso,
Era isso que mais doía.
Não tinha disciplina,
Não era organizada.
Nunca nem gostou de comer salada.
Parecia que fez tudo sempre tão errado que não tinha mais conserto.
E achava que por incapacidade nunca ia os seus defeitos.
Tava tão angustiada que nem percebia,
Que se olhasse mais para frente
o futuro lhe sorria.
Janela aberta...
A janela aberta
é sempre muito criativa,
um modo alternativo
de enxergar o mundo.
Viajamos distâncias infinitas
em nossa imaginação
quando olhamos o horizonte
que parece não ter fim.
Através dela, semeamos flores,
colhemos belos frutos,
acompanhamos o voo dos pássaros
e muitas vezes,
voamos com as borboletas
que sem pressa,
passeiam pelo jardim
durante toda a manhã.
A brisa, parece mais suave
e perdidos, nesse olhar distante,
acabamos esquecendo
o que incomoda
e vamos dando espaço para aquilo
que realmente possui valor.
by/erotildes vittoria
Faça florescer todos os campos que sua vista alcança.
Vá além, muito além. Abra a janela da vida e seja pleno em cada coisa, ainda que pareça pequena.
Viva com a espontaneidade de uma criança.
Debruce na janela e não olhe a vida passar através dela.
Viva!
JANELA DO TEMPO
Olhando pela janela do tempo
Pude perceber que ele passou
E passou rápido demais!!
Enxergo através de óculos...
Que até então, não usava...
Se quiser escutar um pouco mais
Preciso de aparelho nos ouvidos
Que tempo danado, passou que nem vi
Hoje estou aqui olhando pela janela do tempo
As marcas no rosto e no corpo vendo a vida passar
Amo a vida e sigo feliz
LáFeOli
Peço sua permissão
- Lhe espero nas frestas da janela de minha casa,
luzinha apagada que insiste se relutar,
entre meu vulto voltado sobre a porta da lamparina,
claridade tua por igual natural não há...
- Posso reforçar meu pensar em oscilo-o do amar,
desvendas pela matina minha pena,
que na tua descendas a recostar,
nas sobras de minha alegria delirante...
... Essa minha idinha medíocre para meu passado,
fez-me rir um bocado, pois lágrimas estiou,
se no riacho faltar-me água,
fostes por causa da desalmada, chuva qual calou...
Da janela...
E se um dia
eu me cansar de olhar, voltarei,
mas será difícil acreditar
que eu ainda possa voltar.
Nesse campo de perfume sem fim,
quero viver meus dias
para que fique marcado em mim
o perfume das lavandas,
esse azul violeta, essa paz
que serena minha alma
e deixa meu coração feliz.
Da janela que me leva
para viagens distantes,
escrevo, em meu livro de memórias
que voará com o vento
ao entardecer de mim.
Ele levará cada página
e fará cair em campos de flores
para que saibam, o quanto de vida,
acrescentaram em meus anos.
by/erotildes vittória
Eu me agarro na brisa da janela meio aberta
Me acalanto com o tanto de frescor que ela trás
Ah, se eu pudesse abrir a porta para o vento,
Ah, se eu tivesse tempo, para passear...
Tirar pedaço da nuvem que parece um algodão
Perder o traço do espaço que já está na minha mão
Embebedar-se com o orvalho que calmamente cai no chão
Pisar no chão que o carvalho forrou em transfiguração
E transformou em um colchão.
Que repousou o beija-flor em toda a sua inquietude
Que abrigou aquela flor para um romântico roubar
Que fez pisar aquela gente cheia de virtude
E fez sonhar aquele sonho que soube apaixonar
Ah, se eu pudesse deixar a brisa entrar e voar...
Ao acordar, desfrute do meu primeiro raio de sol que entra pela fresta da janela e deixe por um instante de pensar em toda correria que lhe aguarda durante o dia.
Vai se surpreender com tantas; quantas sensações e pensamentos diferentes podem lhe suceder.
JANELA E ALGUÉM
Alguém já escreveu que os olhos são a janela da alma.
Eu concordo com esta verdade
hoje eu acordei decidida a mudar
Passei a noite acordada
mais uma noite quente de outono maldita insônia
Maldito pesadelo
malditas ideias que me fazem questionar
as coisas que eu alguma vez
nunca quis questionar, deste mundo cada vez mais perverso, desumano e frio
Enfim resolvi reviver
os melhores momentos de nós os dois
dei-me conta de que já vivemos tantas coisas bonitas das coisas que já passámos
e por um instante dei-me conta a sorrir mesmo à gargalhada.
Janela do meu peito
Abro a janela do meu peito
e por ela vejo o amor chegar.
De mansinho e meio sem jeito,
avisa-me que é hora de amar.
Se achegue nobre sentimento,
a janela foi aberta para você.
Acompanharei seu crescimento,
nesse peito que está à sua mercê.
Por essa janela aberta você já entrou,
e um cantinho escolheu para ficar.
Não interessa por onde perambulou,
pois daqui, você nunca mais sairá.
Evolua, cresça e se torne visível,
não tenha medo de aparecer.
Mostre que tudo é possível,
basta o coração te conhecer.
A brisa da janela arrepia a pele de seda
Transforma em aquarela cada canto desse lugar
Bem que me dera eu para de observar
E ser só dela como as ondas são do mar.
Ali da janela externa, notei que andava bem mais
ausente, mas decerto presente, mais perto, interna,
terna e eterna somente na sua mente!
Guria da Poesia Gaúcha
Não consigo ver felicidade sem flores
e para isso a minha janela estará sempre aberta;
é inimaginável um mundo sem amores...
Acreditar na paz interna ainda é a coisa mais certa!
A moça da janela
A moça na janela
De longe observa
Sente saudades
Revê em pensamentos
A sua gente distante
Seu tempo de menina
Vestindo suas bonecas
Infernizando a tia
E se sentindo princesa
Da avó embevecida
A moça na janela
Sorri pra não chorar
Toda vez que ver no mar
A distância que a mantém
Dos entes do outro lado
A menina do Brasil
Daqui um dia partiu
E agora olha pela janela
Da sua própria alma
Seu corpo de mulher
Lá longe ela espera
A hora do reencontro
E deixa escapar uma lágrima
Por quem não vai rever
Mas por certo há de sentir
É o preço a pagar
A moça na janela
Que em outro lugar foi morar
Mas deixou aqui ficar
A menina do Brasil
(Nane-13/11/2014)
Hoje olho pela mesma janela que ontem, mas o vidro se quebrou, não mais distorce o que há lá fora...
Meus olhos observam perplexos a realidade, um certo desânimo me invade...
Tudo mudou... O aconchego que havia aqui dentro já não há, o ambiente está escuro e frio, um imenso vazio...
Lá fora há sol e vida, mas onde está a menina atrevida?
Um dia olhei através da janela do meu quarto e fiquei estática! O brilho intenso, a densidade, o poder, o luar...
Não sei quanto tempo fiquei ali, parada, encarando aquele espetáculo no céu. Gosto de olhar as estrelas, mas naquele dia, a lua me capturou.
Sentei na cama e vi o vazio a minha volta. Por que? Não sei dizer. O que sei é que olhando aquela lua eu pensei em você.
Você que me deixou, você que nem notou a minha existência, você que nunca me perdoou por só te querer por perto, você que me amou como nunca ninguém; você que me quis e eu não pude ser o seu alguém, você que me perdeu e eu me dei a você...
São tantos vocês, mas não que seja várias pessoas. Você também é quem não conheci e já consigo pensar se a vida vai ser cruel assim de novo.
Então veio a nuvem e escondeu minha inspiração, meu pensamento, a minha lua, e me pergunto: Onde está você agora?
ALÉM DA JANELA
Eu...
Continuo olhando pela janela
Vejo alem das persianas
Outras janelas
Elas não são parecidas com a minha janela...
As vezes eu as acho tristes
As pessoas que estão nelas não tem a mesma visão
que eu tenho
Olhando da minha janela
o mundo é mais colorido...abaixo da minha janela
existe um jardim de poemas
Prontos para serem colhidos.
o mundo mostra,
talvez não seja tarde para ler
quando abro a janela,quimera;
nadam nas profundezas,
criaturas hibridas,bipolarizadas.
De fato inebriadas,alienadas como mostra a ficção,
Se decifrar é uma tarefa fácil só os leitores saberão.
SUBLIME AMOR
Abro o olhar, tal qual a janela da aurora
E deito em insanos sonhos sob teu céu
Todos os sentidos, versos envoltos em véus
Que descortinam os segredos de outrora
D'um amor, que não traz a medida da razão
Apenas almas entregues e incandescentes
N'uma história de desejos plenos, e não somente
Pois que do encontro, a magia se fez perfeição
Entre toques e sussurros n'um mágico momento
Que sinto da vida a força, de um coração sedento
Findando pois em ti minha busca, meu paradeiro
Epicentro de emoção, em verdade e por inteiro
Deixando na pele bem mais que o perfume, a flor!
Marcas cravadas pela eternidade, sublime amor!
Olho pela janela tudo cinza
O sol não veio
Intimidou-se ao ver nuvens carregadas de escuridão.
Abriu mão de sua imponência, majestade, altivez
Busquei-o para aquecer meu rosto
Colorir meu coração com as cores de Luz
Busca em vão
Hoje o grande astro quer quietude.
Não desisti de me encher com alegria.
O dia nublo sugere solidão.
Mas não posso, hoje tenho pressa.
Lembrei!
Guardei um tesouro em meu coração.
Mais belo que a luz do Sol.
Que nenhuma escuridão pode ofuscar a beleza.
Te busquei para colorir meu dia.
Que coisa linda, já sabia.
Com você sempre sou primavera.
Tenho paz e alegria.