Poemas de Janela
No outono tudo se mistura, o por do sol azul, amarelo, vermelho, carmesim, moldura do mundo, janela do céu.
Janela que se abre, lindo sorriso que aparece, compensando a espera para ser visto e admirado assim como uma bela flor quando num determinado momento floresce com todo o seu esplendor, um valoroso regalo, proveniente do Senhor, que deixa o coração alegre e grato, cultivado simplesmente com o seu amor.
Meus olhos são as janelas da alma. Assim que os abro ao acordar, o sol da esperança entra em mim e ilumina todos os cantos do meu ser, acordando a vida que nas mãos de Deus repousou a noite toda.
Pela janela do meu quarto, uma movimentação inusitada, harmônica, como se fosse mágica, uma simplicidade transformada pelo meu imaginário, pela minha atenção poética neste domingo ensolarado, aproveitando uma certa pausa para observar de perto o encanto atípico que agora se destaca, um vislumbre admirável de equilíbrio.
Uma obra de arte é semelhante a uma janela: por si só, não tem o poder de libertar, mas ao embelezar e iluminar o ambiente, cria as condições ideais para que a própria pessoa encontre seu caminho rumo à liberdade.
Não há verdadeira bagunça, apenas a percepção limitada do caos através de uma janela restrita de visão. Pois a Perfeição não pode gerar imperfeições, apenas revela diferentes formas de ordem.
Conversar com anjos é como vislumbrar o imprevisível; é abrir uma janela para o desconhecido. Sentir a presença do divino nos guia com sabedoria e serenidade através dos mistérios da vida.
Para que a luz entre é necessário que a janela esteja aberta e para abrir esta janela precisa haver vontade e crença no amor.
Machado de Assis, no romance realista Dom Casmurro, narra a história de Capitu que, comprometida com Bentinho, ficava na janela, com olhares dissimulados, vendo os cavaleiros passarem. Mais de um século já se passou e tivemos o período de maior transformação social da história, com o surgimento do telefone e das redes sociais, o que não mudou foi o hábito de, mesmo comprometidos, ficarmos na janela, observando os que passam, enquanto julgamos Capitu.
Uma parada que eu me amarro de fazer é pegar o busão e ficar olhando pra fora, vendo a vida acontecer, evitando ao máximo de mexer no celular. (Tô até meio bolado agora de tá parando pra escrever isso enquanto tô aqui, e talvez perdendo alguma coisa lá fora). Peguei o 557 e sentei no fundão, na última fileira, do lado esquerdo. Tentei abrir a janela pra colocar o braço pra fora e sentir aquele ventão na cara, mas não deu pra abrir muito. Fiquei meio bolado porque só abriu até um certo limite curto. Olhei pro lado direito, para a outra janela, pra ver se abria mais, e notei que nem tinha janela, era só o vidro. Parei de reclamar.
Senhores pais, estabeleçam limites para que seus filhos entendam que nem sempre eles terão "um assento na janela".
Acho um desperdício colocar o peito na zona mortífera do conforto, vejo como fatídico o cotidiano da monotonia. Me aprofundo no horizonte das possibilidades. Gosto do recesso e da ressaca, sou intensa. Uso o crachá da liberdade, visto a camisa do emocional, levanto a plaquinha do viver, coleciono fotos e interpreto olhares. Vejo o mundo da minha janela particular
Aprendi desde muito novo que, sempre que nos fecham uma porta, devemos sair airosamente pela janela da rua.
Antes de reclamar da ausência de raio de sol nos teus aposentos, experimenta primeiro escancarar as janelas
Saudade é monstro que chega à janela da nossa alma, arranhando o vidro e querendo entrar. Ela chega nos dias mais solitários e faz com que a gente corra para baixo do cobertor, nos fazendo lembrar dos momentos bons e tempos que
não voltam mais. Saudade é um bicho devorador que vai nos consumindo por inteiro, até não restar nada de nós, apenas dor, as lembranças e a ausência do que se foi.