Poemas de Índio
PALAVRAS DE ÍNDIO, EM TERRA DE BRNCO.
By : Harley Kernner
Eu queria tanto estar dentro desse amigo coração, senti bem de perto suas batidas, perguntar como foi o seu dia, e acariciar suas palavras com versículos bíblicos, quando você estiver, cansada, ou mesmo irritada, brava, por motivos sérios, ou banais, porque te ver feliz, meu rosto fica formoso.
Queria muito, ser o mordomo do seu coração, te servir uma xícara de chocolate quente, antes de você ir dormir, e ao amanhecer, eu seria privilegiado por estar dentro seu coração, e ter passado a noite bem, e sentir a sua pele bem de perto, e me emocionando ao ver seus olhos brilhantes, aos poucos se abrindo, seus lábios sorrindo de emoção por ter a companhia de um amigo, ainda que, distante, e te conheceu nos seus dias difíceis, após suas decepções conjugal, às quais não te destruíram, antes você adquiriu em Deus, vigor para vencer.
Queria ser um hóspede amigo, mesmo sem aparência, de pele morena, que a única riqueza que tem, é a graça de Deus, no seu nobre coração, um amigo de olhos castanhos, que por muitas vezes mergulhado em lágrimas, horas orando por sua felicidade eterna, e horas de emoções por você ser uma mulher tão especial para Deus, ter aberto o seu coração incrível e singular de lindo, para um forasteiro viajante, que nunca te machucou, porém, sente suas dores nos seus silêncios, e também os seus momentos de alegria proporcionados por Deus.
Ser seu amigo, é coisa prazerosa, não há valor específico para o adquirir, não tenho palavras para agradecer, essa imerecida graça, esse carinho que me tornou um amigo melhor.
"Obrigado Deus, por mais um dia, acordar e saber, que em algum lugar no mundo tem um grande e nobre coração, que me acolheu como amigo e indígena"
Harley Kernner
Arquitetura de Poesias
Escritor Particular
Poeta sem livros
Ufa!!!
Pindorama, meu índio pescador;
Depois semeia sonhos de açúcar,
O português que aqui aportou
E o índio feito bicho se assustou!
Pajé não é mais curandeiro,
Agora o seu nome é Jesus,
A terra Ilha de Vera Cruz,
Não importa quem foi o primeiro!
Importa agora a Terra Nova,
Terras de Papagaios, renova:
- É minha Terra de Vera Cruz!
Bem melhor: Terra de Santa Cruz,
Ou, Terra de Santa Cruz do Brasil!
Não! Terra do Brasil; então: Brasil!
Ufa!!!
O golpe na Bolívia
quer beber
o sangue índio
para encher
os bolsos de lítio,
e se inflar com gás.
A autoproclamação
por lá veste
saia e se fez
por três minutos
reproduzindo
o perigo conhecido,
sem quórum
e só por seus
iguais aplaudido.
O golpe na Bolívia
por lá é copiado
e foi aplaudido
pelo autoproclamado,
E pelo continente
e pelo mundo afora
não será esquecido
e nem perdoado.
O que tem a ver
com a injustiça
praticada contra
o General lá
no outro lado
foi em meio a uma
reunião pacífica
em pleno dia
treze de março
há quase
dois anos onde
todo mundo
tem consciência
ainda não teve fim.
Garopaba
No lugar abençoado
onde vivia o Índio Carijó,
o amor da tua gente não me deixa só.
Na terra de praias tão belas
onde guarani era a tribo,
nas areias escrevi o meu destino
e resolvi permanecer contigo.
Em pleno Descobrimento do Brasil
viraste abrigo para fugir do temporal
e enseada de barcos
em pleno paraíso austral
da gloriosa Pindorama Nacional.
Com a vinda da maioria
dos açorianos oriundos da terceira
ilha tu encantaste com toda
a maravilha e se tornou
Armação de São Joaquim de Garopaba
e depois a freguesia que virou vila.
Garopaba, minha cidade linda,
que antes era uma armação baleeira
e virou santuário da baleia franca,
um sopro magnífico de esperança
no coração de quem crê
na força da vida com o mesmo
olhar puro de uma criança.
Garopaba, minha enseada poética,
a tua gente a minh'alma abraça
e com gentileza o meu coração leva;
a tua História, os teus sabores
e tua Natureza preenchem
com toda a beleza e dão sentido
para a minha própria existência
sem pesares e todos os amores.
O beijo
Do dia que o índio beijou o beija-flor...
Cansado de beijar a flor,
E não ser correspondido,
O beija-flor encontrou o índio.
No beijo do índio, realizou o sonho de ser amado.
O beijo do(de) ser amado.
Ouve agora o que tenho a te falar,
Não sou "índio" e venho mostrar,
A palavra certa a pronunciar,
Povo, etnia, é como deves chamar.
"Índio", eu não sou!
Sou Kambeba, sou Tembé,
Sou kokama, sou Sateré,
Resistindo na raça e na fé"
A foto de um índio será apenas um retrato num museu,
a cultura morta só sera um artigo num jornal velho,
a ganancia e ignorância sempre fato determinante para a extinção...
assim a floresta e seus filhos morreram...
E se foi o índio mais forte de nossa aldeia, se encontra agora dissipado entre as estrelas do céu. Meu tio amado, amigo e escritor favorito.
Se foi cedo demais por não ser compreendido, mas que será lembrado com carinho em meu coração.
A dor lateja no peito, tudo isso nem parece que é real.
Desde cedo aprendi que nada dessa terra vale a pena, tudo é passageiro e insignificante, tudo é vazio, nada aqui faz algum sentido e você nunca terá respostas.
Pessoas boas morrem cedo e sofrem com mais intensidade as dores da vida.
Não importa o que faça e nem pra onde vá, tudo aqui será trivial.
É na morte que vemos o quão insignificante é a vida de um ser humano, não importa como tenha vivido, não importa se amou ou se chorou, não importa seus estudos, diplomas e suas escolhas, não importa muito menos o caminho que seguiu, no final das contas tudo é escuro e solitário para todos.
Eu te amava muito, mesmo em meio as tuas loucuras, não esquecerei de cada conselho, conversas, escritos e livros, não me esquecerei das risadas, das artes e nem muito menos das pinturas, estais eternizado em minha mente e alma, porque coração nem sei se tenho agora. Para tio Etinho com amor de sua sobrinha favorita.
BRASILEIRO OU ESTRANGEIRO
Nasci neste país misturado
De índio, europeu e africano
Seria eu um brasileiro nativo
Ou um branquelo estrangeiro?
Nesta mistura aparece o asiático
E a presença do americano
Tenho que ter muita persuasão!
É uma legião de estrangeiros.
Ao passado estou voltando,
Meu avô paterno era italiano
Por muito tempo ficou escondido
E viveu aqui como clandestino.
Minha avó não se sabe de onde veio,
Aos meus avós tenho admiração
Feche os olhos e pense um pouco,
O brasileiro tem sangue estrangeiro.
Com minha cor não importo
Sou da mistura de um povo
Que aqui se formou fiel e guerreiro,
Tanto faz se mulato ou polaco.
Tem-se traço de asiático,
Até mesmo do latino
Sou pessoa deste povo
E a eles devo respeito!
INDIFERENTE.
Respeite o negro e o nordestino
o Índio, o mulato e o estrangeiro
o albino, o anão e o romeiro
o rico, o pobre e o granfino
o mendigo, o crente, o peregrino
o gay, o drag queen e o vidente
o irmão, o patrão e a patente
o imigrante a procura de um leito
respeite pois apenas o respeito
faz do normal, ser igual ou diferente.
VIGÉSIMO NONO HEXÁSTICO
filho da grande mamãe Gaia
d’África de Nana Buluka
n’América índio fui criado
pela Deusa Saia de Serpente
do ventre de todas gerado
tod’essa é minha teogonia
Indio/ escravo/ escravo e indio.
Nordestino (Nordeste de minha lembrança,)
Negro (Lembraça da escravidão.)
Nordestino (No aperreio do memorar a seca veio de morar, meus olhos vieram a alagar por Cariri e Aduke.)
Indio e Negro (Lembro e cuido da minha amada lembrança, bumba e seus barulhos a passar.)
Negro e Indio (A união do pensamento e do olhar.)
Nordestino ( Uma mistura que lambuza a pele.)
Indio ( Grito do meu povo refletido nos olhos de uma pálida pele portuguesa.)
Negro ( Xicotes e gemidos de minha mãe, na dança, no batuque, escuto a voz de Oxalá.)
Nordestino ( Passa boi, passa boi-bumba, dançam os chamados de mulambos, gritam os pardos em cima dos galhos.)
Negro e Índio (
Sou Don Quixote Pantaneiro
Singrando nos corixos
Em minha Canoa de um Pau Só.
Sou índio Guató.
E o verde camalote
É uma colcha que enfeita o Rio Paraguai.
E a Garça Branca
Pincela o céu azul.
Paraty dos passarinhos,
Da Capelinha,
Da Pracinha ha qualquer hora,
Paraty do paratiense e dos indio que ja foi e do que aqui chegou,
De todos que se encatam e migram numa história de amor por existir,
Das ruas de pedra dos bairros que cerca
Paraty da área rural vendo a baía
Paraty dos Quilombos onde orgulho é beleza,
Da sua natureza absoluta!
Paraty das cachoeiras brutas
Das Ilhas e grutas.
Paraty é o salto do peixe e o rio desaguando
Paraty do fjord, da península
Paraty das Cirandas encantadas
É remar sua rede nas canoas de kumaru
Paraty de Trindade até Perequê
Paraty é protegida pela Serra Verde
É a mare alta que se espera
É humida e fresca feito a vida
Onde os passarinhos gostam de cantar
Onde o amor de tanta gente ve o mar
Paraty é a alegria de estar aqui.
André Luz
Caboclo índio.
Eu,
Eu sou aquele menino índio,
Um indio sonhador,
Tomo água de coco,
Sou caboclo sinsinhor,
Nasci em uma ilha,
No arquipelago do amor,
Na minha palhoça,
Moro eu,
E comigo mora também Deus,
Tenho um cachorro vira lata,
Que de mim nunca se apartou,
Sou eu que colho os frutos,
E degusto com sabor,
Não sou assassino,
Não mato os animais,
Sou roceiro e muito trabalhador,
Sou de uma visão muito aguçada,
E carrego comigo meus trapulhos,
Sou como uma ave,
Que voa alto como condor,
Corto cipó e pulo de galho em galho,
Aqui é meu parque de diversões,
Não uso lamparina,
As estrelas cadentes me conduzem,
E o luar é meu lampião,
Tenho uma baladeira,
Para as onças espantar,
Não sou de cantar sozinho,
Pois já choro com os passarinhos,.
A floresta é meu lazer,
Quando eu vou dormir cansado,
Me estendo no relento,
Cultivo lavouras,
E a natureza me da o que preciso
Enquanto eu for um indio,
Minh'alma,
Estará sempre evoluindo....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa
O índio,
analisando a sociedade
intransigente,
colocou mais uma pena
em seu cocar:
a pena da gente.
19 de abril: Dia do Índio
Índios brasileiros, sementes da Terra avistada, raízes do Brasil, galhos culturais, floresta nacional.
o devorador.
Assim construiu se o Brasil.
Fala se do índio.
Do negro.
Da mulher massacrada.
Sim, é verdade.
Um teor.
Nas embarcações, das grandes civilizações.
Jesuítas, uma ideia de amor.
A troca começou.
A morte, a cana pelo homem.
O negro, trato bicho, animal.
Uau, escambo do mau.
Descobriu Brasil, uma linda árvore.
O tronco frondoso, o pau.
Pau Brasil.
O olhar dos gafanhotos, arregalou, abriu.
As flechas dos quatro cantos, começou, feriu.
O migrador, cortador, enganador, devorador.
Tentou, ainda tenta.
É que ainda de pé aguenta.
Brasil, por Deus suplantado o amor.
Gafanhotos cortando galhos e folhas, o tronco e frutos, ainda que resiste, a pureza ceifou.
Sabe, também sinto parte dessa árvore.
Brasil, que infelizmente atraiu o ódio.
Sim, a inveja, o orgulho, o preconceito, o homem má e seu trejeito.
Parece que desde o nascituro.
O anseio nada vale.
Recai se todos males.
Uma gama se fazendo.
Os gafanhotos tecendo.
A orquestra da destruição.
Dos meus 43 anos.
Cansado pelos danos.
Percebe se e continua sonhando.
Confrontando.
Essa é boa, essa evolução.
Os gafanhotos controlando a nação.
Sinceramente.
Não se trata nem tanto do material.
Ceifa o intento do pensamento.
O campo religioso.
Sabedoria ou enganoso.
Políticos, inteligência.
Poder oculto, a força oculta.
O homem praticador.
Da justiça carnal.
O tribunal do laboratório.
Que acham da trilogia?
Bem ou mal.
Quem está sendo julgado.
Os gafanhotos ou o pau Brasil.
Tá claro ou não.
Bem e mal.
Inocente e culpado.
Porque o pecado goza.
O perdão é julgado e condenado.
Giovane Silva Santos
Enquanto seguiam de canoa entre uma aldeia e outra, um jesuíta catequizava o indio que o conduzia pelas águas calmas de um rio caudaloso, mas, a certa altura, inesperadamente o barco começou a fazer água e afundou...
O indio nadou rapidamente para a margem e se salvou, já, o jesuíta, que não sabia nadar, acabou se afogando...
Moral da história:
Muitas vezes, o muito que sabemos não é nada quando comparado ao pouco que o nosso próximo tem a nos ensinar...