Poemas de Índio
Treze Caravelas
Trouxe muita morte
Um milhão de índio
Morreu de tuberculose
Falando de sofrimento
Dos tupis e guaranis
Lembrei do guerreiro
Quilombo Zumbi
Zumbi dos Palmares
Vitima de uma emboscada
Se não fosse a Dandara
Eu levava chicotada
Todos pensam que o índio é selvagem
Mas parem para pensar
O índio não inventou o desemprego, nem à bomba nuclear
Não é o responsável pela pela fome mundial
Tão pouco pela miséria e opressão, que está latende no ar
Menino índio
Menino tupi
Menino de roça
Menino guarani
Menino do arado
Menino do mato
Menino do samba
Menino que canta
Menino criança
Menino que ama
Menino sereno
Menino que chama a mo-re-na
Assim... "Mi-nha"
Dia do Índio
erra nativa que alimenta os seus povos
Vermelhos de nascença, adoravam os seus ancestrais
Construíram suas culturas sem os seus opostos
Nunca quiseram o progresso, preferiam a paz...
Um continente rico e tão abençoado
Cheio de magia e flor de amor
Os índios eram os seres viventes deste lado
Do planeta que tinha um outro lado colonizador!
Ao chegar, os homens brancos destruidores!
Tentou a esse povo acorrentar
Como não conseguiram deles serem possuidores
Buscaram então, a eles exterminar...
Todos os dias lhes pertenciam,
Hoje o que lhes restam é o dezenove de abril
E da grandeza de suas terras só ficaram,
As áreas demarcadas deste país varonil.
Índio, lhe peço perdão
pela soberba, avareza, enganação
pela tirania, hipocrisia, zombação
Índio! lhe peço perdão
pela ignorância, maldade, destruição
pela arrogância, ganancia, humilhação
Índio, me perdoe!
por pensar que sabia por ter tudo,
hoje sei quem não tem nada é que conhece o mundo
ÍNDIO ME PERDOE!
AMOR DE CARNAVAL
Sidney Santos
De índio, no carnaval brinquei
No vermelho, azul e branco, transitei
Não fui palhaço e pirata, tão pouco
Quando fui médico, escutei
As batidas do teu coração
E desde então, fiquei louco
Pirado com a séria brincadeira
Amor de carnaval dura pouco
Acaba na terça-feira!
BARBÁRIE DRUMMONDIANA
O homem que matou o branco que matou o índio
que matou o índio que matou o branco que matou o negro
que matou o índio que matou o negro que matou o negro
que matou o branco que matou o branco — se matará?
Sítio Histórico
O branco veio
explorou o índio, explorou o negro
a construir prédios
que se não prisão, não freqüentaram.
O branco veio
usou o índio, usou o negro
a servir em prédios
que se deu riqueza, não repassaram.
O branco vê
os filhos índios, os filhos negros
a bendizer prédios
que se viu nobreza, sequer pisaram.
O branco vê
que os filhos índios, que os filhos negros
se em nome de prédios
pedem trocados, é pela riqueza que edificaram.
O Guarani
Peri ama Ceci
Isabel ama Alvaro
Que ama Ceci
Peri índio goitacá
De olhar profundo e de fidelidade voraz
Um amor no meio de uma batalha
Ganancia de Don Loredano
Tal como a obra Shakespeariana
Isabel e Alvaro morrem juntos...
Mas o ataque dos Aimorés
Fará a casa de Don Antonio sucumbir
Ele entrega Ceci a Peri
O batiza como cristão
E assim se vão
A casa de Don Antonio se acaba numa explosão
Mas o tal amor ainda iria passar
Por algumas provações
Num tempestade viu Ceci tudo acabar
Mas Peri indio valente pede pra Tupã os guardar
E á sombra da lenda de Tamandaré
Peri numa palmeira faz canoa
Descem o rio e água se escoa...
Perpetua-se o amor
De Peri por Ceci...
Baseado na obra de José de Alencar - O guarani
Sobre o dia do Índio,
Xavante, Nossos povos do primórdios tempos
Amawáka, Como puderam ser tão insensíveis
Jarawara, A seus ritos e conceitos sublimes
Kambeba, E seus modos viventes ao ar livre
Anambé, Desde o descobrimento são explorados
Nambikwara, Povo dos brancos sendo infiltrados
Yanomami, Suas terras invadidas pelo dinheiro
Guarani, Lutam por suas crenças, antepassados
Pataxó, A carta de caminha de grandes relatos
Macuxi, Demonstrou o espanto ao ver a galinha
Ticuna, Seus costumes e respeito pela natureza
Terena, Adornos e jeitos aos mais velhos conceitos
Muitas etnias indígenas são conhecidas
Todas merecidas de nosso grande respeito
Somos todos gratos por seus ensinamentos
Valores e os conceitos que ainda não temos.
Índio selvagem na floresta que cortam
Morto e isolado mas nunca se importam
Deciso e sofrido faz uma excursão
Da mata ao mundo com flores na mão
Veneno amargo que toma na ida
Achando que cura, achando que é vida
Um índio branco, sentado em uma pedra de madeira, pensando calado dizia:
"As 7 maravilhas do mundo são 4! Mulher, dinheiro e LanHouse!"
O índio, vindo lá de Itanhaém, desce o rio até chegar ao que hoje conhecemos como Portinho, e área da ponte do mar pequeno....De volta a sua aldeia o cacique lhe pergunta: Dauá por onde você andou?
E ele ainda extasiado responde ao Cacique:
- Eu desci o PEAÇABUÇU e encontrei Paranaguá(Tradução...Eu desci pelo Caminho das Palmeiras Grande e fui parar na enseada do mar grande").
Este índio, falava de algo que se transformou na cidade de Praia Grande-Litoral Sul de São Paulo.
E quem achar que deve, que conte outra...
Dia do Índio
Índio é cultura
É raça
É a cor
Da nação
Índio é grupo linguístico:
É Tupi-guarani
É Jês
É Araukes
É Caribes
É Cariris
Índio é vocábulo:
É abacaxi
É arapuca
É jabuti
É arara
É Cipó e etc...
Índio é terra
É flora
É fauna
É caça
É literatura
É vida
Índio é identidade cultural
É organização social
É costume
É língua
É crença
É tradição!
Pai Velho - Poema
Em pé às margens do rio Negro,
Situado no Alto Solimões,
O velho índio inspira pelos pulmões
O vento que balança seus cabelos negros.
Sem nenhum grisalho para contar história,
Filho vermelho do povo Kokama,
Ergue a lança e a lança em chama
Alcança o aracú em sua trajetória.
O peixe se desespera num entorse bizarro,
Em vão o seu libertar fracassa,
O índio sorrir ao pegar a caça
Que vai para a panela de barro.
Termina o dia longo e calmoso,
Enche o cesto além da conta,
No rodear da fogueira para crianças conta,
A história da caça do aracú teimoso.
Vem o curumim abraçar o venerando
Pai velho contador de histórias,
Ao luar adormece com suas memórias
Junto ao filho o admirando.
COMO ÍNDIO
O que acontece de repente
Quando ela se pinta diante do espelho,
Batom, sobrancelhas e cílios...
Tomara que caia justinho,
Cambraia estampada,
Nem lembra dos filhos
O que fantasia, tão bela diante do espelho
Com poses e closes pra postar no face,
O marido disfarça, fingindo reler um jornal antigo,
Mas instiga, seus risos e bicos,
Meu amigo malandro metido a filósofo
Dizia que mulher é como índio
Quando se pinta quer guerra
E a vejo tão bela com a escova
E um decote generoso
Falando em lift e massagem
E uma taruagem na coxa,
Poxa ninguém é de ferro e parece provocação,
Mas tem a tal “maria da penha”
O que fazer com o ciúme
Se trejeitos e excesso de perfume
Me fizerem perder a cabeça?
Meu amigo dizia por experiencia própria
Que mulher é como índio
Quando se pinta quer guerra...
TATUAGEM
O índio é um cara inteligente.
Nunca picha o corpo com
tinta permanente.
Cada dia, um desenho diferente.
Mostra seu senso coerente,
prá não se arrepender eternamente.
MEU PROGRAMA NESTE DIA DO INDIO
Neste domingo, dia do índio , eu que sou tataraneto de um deles, quero fazer uma homenagem a mim mesmo e a minha família.
Vamos esquecer os trabalhos , descer a serra do mar e subir a um paraíso musical onde cantam pintassilgos , pintaroxos, melros, engole-ventos, saíras, inhambus, patativas, tordos, tujus, tuins , tiés-sangue, tiés-fogo , rouxinóis, coleiras , trigueiros , colibris , macucos e outros pássaros da orquestra sinfônica de Passaredo, bela música de Chico Buarque e Francis Hime.
Deste autêntico-programa-de-índio , além da pajelança neo-ortodoxa, do cachimbo da paz e da rodada de chá-de-cana, consta que faremos uma meditação sobre um texto sagrado escrito pelo chefe índio Seatle e endereçado ao presidente dos EUA.
Ei-lo ecologicamente correto, belo e romântico, como almeja nossa alma indígena:
Não há um lugar calmo nas cidades do homem branco. Nenhum lugar para escutar o desabrochar das flores na primavera ou o bater das asas de um inseto.
E o que resta da vida se um homem não pode escutar o choro solitário de um pássaro ou o coaxar dos sapos à volta de uma lagoa à noite?
O índio prefere o suave murmúrio do vento, encrespando a face do lago e o próprio aroma do vento levado pela chuva ou perfumado pelos pinheiros.
Quando retornar para a cidade, quero de novo, estar sintonizado com as batidas do meu coração. E com minha pressão arterial no compasso da mãe natureza: calma, serena e tranquila! O grande Senhor do sol, da lua, das montanhas, dos ventos , das águas, dos passarinhos e de todos os peles-vermelhas me ajudará na bela empreitada.
A idade da felicidade
é a idade da liberdade,
se é que liberdade tem idade...
Há o modo dos índios
que não contam as horas,
não contam o tempo...
Que apenas flutuam como folhas,
em comunhão com o vento...
Pode haver limitações na vida,
mas não na alma...
ou em pessoas que encontramos...
Se para se voar com as asas do coração,
o preço for uma prisão...
haverá sempre um escape... mesmo num feixe de luz...
que revigora a imaginação...
para quem sabe encontrar a felicidade...
Para quem tem alma de pássaro...
Simplesmente porque aprendeu a voar... com a felicidade...
Criaram conflitos...em suas almas.
E hoje, eles desconhecem a paz.
Quando tudo começou, o indio, era quem mais sabia viver a vida compartilhando com a natureza. Por ela zelando, aprendendo.
Dela tirando seu sustento.
Roubaram a paz, do coração de quem apenas queria viver, despido de ambição.