Poemas de Índio

Cerca de 150 poemas de Índio

É bárbaro todo aquele que propõe, na sua teoria, a exclusão do outro. É civilizado, seja um índio ianomâmi, ou um alemão, todo aquele que propõe a aceitação da existência do outro.
(Na palestra Tolerância Ativa)

Estrangeiros ilegais têm sido sempre um problema nos Estados Unidos. Pergunte a qualquer índio.

Tanto faz se o livro foi escrito por branco, negro, índio, gay, ateu, religioso... Não me importo com rótulos, mas com conteúdos.

Porque o meu irmão índio também me ensinou o valor da terra, o amor pelo chão e por seus frutos.

Parece mentira mas não é: para estrangeiro, Brasil só tem índio, futebol e mulher.

Não sou muito paciente, FATO! Tanto planto como danço no campo, imitando índio, querendo fazer chover...

Num duelo o galo índio derrota o carijó, gosto muito de cantar só não gosto de forçar os limites do gogó.

Teu rosto
Onde um índio passa e canta
E se enlaça em Caymmi e Mozart
Foi-se depressa tal como a jangada
Cujo limite são as léguas do mar.

A amizade é graça
cartas nunca escritas, notícias sem dar.
Ah Amazônia das fugas e percursos
Teu rosto invade e alaga devagar.

Heleno Oliveira

Nota: In: As sombras de Olinda - Ed. Caminho - 1997 p.31

Carta de um índio
(Fernandha Franklin)

Nós vivíamos em um lugar incrível.
Éramos amigos íntimos da natureza e as únicas riquezas que nos interessavam eram as essenciais para se viver: comida, água e um bom convívio.
Não sabíamos que existiam riquezas além disso, e se existiam...essas não nos interessavam.

Nosso único investimento era no fortalecimento do elo que tínhamos com a mãe Terra. A energia com o planeta é que nos elevava.

Tínhamos nossos costumes, rituais e nossa nudez nunca forá um tabu, ou motivo para vergonha.
Foi então, que chegou um povo diferente, que colocou roupa na gente, e nos ensinou a entender sua língua. Pois para que acreditássemos em suas mentiras precisariamos entender suas palavras.

Prometeram nos mostrar o que havia de melhor fora da aldeia (fora de nós) e que também poderíamos ser "homens civilizados". Nos falaram que seus mundos eram muito melhores, e que de onde vinham, a vida era encantada.
Eu acreditei!Até porque, foram eles que me ensinaram no que acreditar.
Eles mentiram!
E foi então que fez sentido as vestes que usavam: era uma forma de esconderem um pouco da mentira que eram.

Troquei tudo o que eu tinha e toda paz da mata...por um quarto velho numa cidade poluída, que agredia meus olhos e ouvidos, e que o homem civilizado, insistia em dizer que fazia parte do meu futuro.
Eu, índio "selvagem". Ele, homem "civilizado". Muitos de meu povo, ainda tentam se manter na pureza e nos valores daqueles dias... mas até lá, o homem levou tecnologia, e esse entretenimento impede meu povo de pensar, como pensavam nos antigos dias.

Eu, índio, triste estou!
Não somente pelo meu povo, mas por todo povo que o homem enganou.
O conhecimento que diziam, era pura hipocrisia...
E toda lembrança da vida do índio, foi substituída por este único dia. Hoje! 19deabrildiadoíndio

Que não importe para você se sou branco, preto, pardo, mulato, índio, asiático ou latino.
Que não importe para você se sou gorda, magra, alta, baixa, obesa, anã, gigante.
Que não importe para você se me visto com roupas curtas ou cumpridas e uso cabelos curtos, longos, muito longos ou se sou careca.
Que não importe para você se eu sou casada, solteira, divorciada, viúva.
Que não importe para você se eu não queira filhos, nem bichos, nem casar, nem namorar .
Se importe apenas com minha essência e não com minha aparência.

AMOR DE ÍNDIO

Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo cuidado, meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com o arco da promessa
Do azul pintado pra durar
Abelha fazendo mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for e ser tudo
Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser tudo

Mateia Comigo

Que índio mais guapo
Que vem no cavalo mouro,
Dos olhos verdes,
E cabelo cor de ouro.

Traz no olhar a calmaria do pampa,
Mostra ser de fina estampa,
Sorriso profundo até
Parece ser o meu mundo.

Te achega pra cá,
Vem comigo matear,
Um mate com canela,
Eu vou lhe dar.

PENSAMENTO DE ÍNDIO - 19/04/2014

Não pense que índio não pensa.
Quando o índio para pra pensar,
não é tão diferente de ninguém.
Ele pensa no passado, sua vida,
sua história e seus ancestrais.
Tira boas lembranças da memória
e recorda seus momentos de paz,
sua liberdade, sua comunidade,
sua intimidade com a natureza.
Ele pensa no futuro, ele quer,
deseja ser parte, quer se modernizar.
As suas quimeras são naturais
que de tão comuns se divagam,
ante o sutil avanço tecnológico,
que faz das tradições, um descarte.
O índio para e pensa no agora,
no presente. Mas, que presente?
Tá faltando algo nesse presente?
Sim, o valor merecido às suas origens
e o respeito maior aos seus costumes!

“DEPOIMENTO DE ÍNDIO”

Avistei de longe, em meio aos montes, alguns barcos querendo atracar.
Desses barcos desceram pessoas bem vestidas, com trajes de invejar, não sabíamos nós índios, quantas tempestades iríamos enfrentar.
Eles eram portugueses, que nas mãos traziam espelhos, pentes e outras coisas mais.
Nos deram os espelhos....
Ao se avistarem nos espelhos o meu povo ficou maravilhado. Nunca tinham visto suas imagens refletidas antes, a não ser nas águas dos rios. Coitados, mal sabiam eles o quanto de coisas ruins estava para chegar.
Já eu, ao me avistar no espelho, vi refletido um povo, uma cultura e seus costumes destruídos pela ingenuidade, perdendo a identidade e a coragem de lutar.
Éramos um povo simples, sem malícia. Adorávamos a simplicidade e o modo de vida de lá. Mas infelizmente o homem é o maior destruidor da natureza, e de tudo que toca. E com o nosso povo... eles não foram diferentes.
O Brasil não foi descoberto, foi saqueado!
O que sei é que perdemos nossas terras, e a cada dia perdemos mais e mais. Mas não perdemos a nossa dignidade, nossa força, e a nossa coragem e a vontade de lutar.
Somos um povo forte, guerreiro, e não tememos nada!
A nossa cultura e os nossos costumes estão espalhados por todas as partes, por todo o Brasil.
Enquanto a nossa cultura e os nossos costumes se manterem vivos no coração de cada um dos brasileiros, o nosso povo não morrerás!

Autor: Lenilson Xavier (19/04/2016)

Inserida por lexgrafia

Era um vez o indio que estava andando na feira
e nao tinha nada pra comprar .
Comprou uma cueca de pano dai ele foi embora
chegou em casa e a mulher do indio pergunta:amor porque sua cueca esta rasgada?
O indio responde: indioo forte cueca fraca indio peida cueca rasga.
No outro dia o indio compra uma de madeira.
E a india perguta: poque esta rachada?
indio responde: indio forte cueca fraca indio peida cueca racha.
No outro dia o indio compra uma de vidro.
E a india perguta: poque esta trincada.
indio responde: indio forte cueca fraca indio peida cueca trinca.
No outro dia o indio compra uma de aço.
E a india perguta: porque vc esta chorando.
indio responde chorando: indio fraco cueca forti indio peida cú esprode!!!

Inserida por biancaoliveira123

Aupaba

Vejo a lança do índio guerreiro, que pesca no rio.
A flecha, o assobio.
O barulho de caça.
A mandioca que a índia amassa.
A goma fresquinha na coité.
A tribo dos índios kanidé.
Jenipapo e paiacus, que habitam a terra santa.
Ouço o barulho da mudança.
O cimento, o concreto da construção.
Ouço barulho de expulsão.
O índio teve que sair.
A terra que existe ali é caminho grande.
Foi cortada por ponte.
Temos que construir.

E no meio do nada nasceu o civil.
A ponte foi sendo erguida.
E o povo a seguia, e foi aumentando.
Aumentando!
E já é gente demais.
Lavadeira o que faz?
Lava roupa no rio.
Cozinheira no fogão.
Fazendo o feijão-de-corda.
Plantado a beira-rio.
Grande população.
Dentro do casarão.
E onde antes era só rio.
Hoje tem civilização.
Tem sujeito, e aquele vilarejo.

É como massa de pão.
Que cresce e cresce.
E que luta pelo direito.
E conseguiu se emancipar.
Com bravura com vontade.
Hoje tem identidade.
Tem história de verdade.
Povo sofrido que cresceu.
Ali naquele lugar.
Terra santa milagrosa, berço do homem da cruz.
Foi palco de um milagre.
Do nosso menino Jesus.
Terra rica de fartura.
Artesanato e cultura popular.
Muita castanha pra apanhar.

E seguir nesse enredo.
E na noite eu festejo, no forrozinho do bar.
E aqui nesse Chorozinho.
Tenho orgulho de morar.

Inserida por WallyssonWM

Eu sou o branco que tu vê
O negro que tu tanto discrimina e maltrata
O índio que tu mata
Sou o mesmo que você.

Inserida por NathaliaCrisane

Dia do Índio
Quem dera o Brasil fosse somente terra dos Índios, como os de 500 anos atrás, seriam mais dignos que os nossos políticos, corruptos e inescrupulosos.
Já fomos tão explorados pelos colonizadores, que isso ficou natural, esta na nossa cultura aceitar passivo toda essa podridão.
Pela "democracia" o povo é massacrado, absorve e ainda é feliz.
Somos uma nação maravilhosa, acolhedora, alegre e trabalhadora, nosso país é belíssimo e poderoso. Mas precisamos reagir!! Exigir a moralidade política!
Creptocratas devolvam o país para o povo. Vocês são uma vergonha não nos representam.
Desculpa índios brasileiros pelo que se transformou nossa nação.

Inserida por Acropolle

Pantanal

Espelho do céu!
Vida!!!
Cores! Flores! Lendas...
Índio, édem...
Mito, ninho, rebento...
Panteísmo: Pantanal

Dê-me a ão!
Quero-te amigo
Não me ofendas.
Reflito em minhas águas, a vida:
Sou inerme ao mal.

Inserida por kahsmith

O Velho Indio Sábio Do Rio

O velho índio sábio
Tantas vezes um homem sério
Hoje finalmente ele sorriu
Pois ele é quem guarda e conhece
Todos os segredos
E mistérios do rio
E como a palma da sua mão
Conhece também
O profundo vazio
Que cerca e invade
O seu coração

O teu sorriso vivia esquecido
Até que um dia ele se abriu
Foi como de novo ele ter nascido
E tudo que é anjo do jardim saiu

Muita história ele tem pra contar
Algumas até são de arrepiar
O indio sabia de tudo
Mas não queria falar
Por isso fingia de cego
E outras vezes de mudo
Pois tinha medo do abismo
E de ser jogado no fim do mundo

O indio sabia demais
De todos os Mistérios
E segredos do rio
Desde ali até o cais
E até dentro do navio

O indio conhecia
A alma de cada pescador
Como quem conhece a cara
Que silencia um pecador
Ele sabia onde o seu calo apertava
E quem te causava essa dor
Quem botava a lenha na fogueira
E acendia a chama do amor.

Inserida por valdenirdelimaolivei