Poemas de Friedrich Nietzsche
O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são.
Uma vez tomada a decisão de não dar ouvidos mesmo aos melhores contra-argumentos: sinal do caráter forte. Também uma ocasional vontade de se ser estúpido.
Sou demasiado orgulhoso para acreditar que um homem me ame: seria supor que ele sabe quem sou eu. Também não acredito que possa amar alguém: pressuporia que eu achasse um homem da minha condição.
Não se odeia quando pouco se preza, odeia-se só o que está à nossa altura ou é superior a nós.
Quem, em prol da sua boa reputação, não se sacrificou já uma vez – a si próprio?
A objeção, o desvio, a desconfiança alegre, a vontade de troçar são sinais de saúde: tudo o que é absoluto pertence à patologia.
A vontade é impotente perante o que está para trás dela. Não poder destruir o tempo, nem a avidez transbordante do tempo, é a angústia mais solitária da vontade.
Perdido seja para nós aquele dia em que não se dançou nem uma vez! E falsa seja para nós toda a verdade que não tenha sido acompanhada por uma risada!
Há uma inocência na admiração: é a daquele a quem ainda não passou pela cabeça que também ele poderia um dia ser admirado.
Não é a intensidade dos sentimentos elevados que faz os homens superiores, mas a sua duração.
A vontade de superar um afeto não é, em última análise, senão vontade de um outro ou de vários outros afetos.
No convívio com sábios e artistas facilmente nos enganamos no sentido oposto: não é raro encontrarmos por detrás dum sábio notável um homem medíocre, e muitas vezes por detrás de um artista medíocre - um homem muito notável.
Todos vós, que amais o trabalho desenfreado (...), o vosso labor é maldição e desejo de esquecerdes quem sois.
Quando adestramos a nossa consciência, ela beija-nos ao mesmo tempo que nos morde.
Certos pavões escondem de todos os olhos a sua cauda - chamando a isso o seu orgulho.