Poemas de Friedrich Nietzsche

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Alguém tinha o mau hábito de se exprimir, de quando em quando, com toda a franqueza acerca dos motivos pelos quais agia, e que eram tão bons ou tão maus como os motivos de todas as pessoas. Primeiro, causou escândalo, depois suspeita, pouco a pouco foi terminantemente proscrito e banido da sociedade, até que, por fim, a justiça se recordou de um ser tão abjecto em ocasiões, em que ela não costumava ter olhos ou os fechava. A falta de mutismo quanto ao segredo geral e a irresponsável propensão para ver o que ninguém quer ver - a si próprio - levaram-no à prisão e a uma morte prematura.

O maior trabalho dos homens foi até agora concordar sobre uma quantidade de coisas, e fazer uma lei desse acordo, não importando se fossem verdadeiras ou falsas.

A vontade de verdade ainda nos há de arrastar para muitas aventuras ,essa célebre veracidade de que todos os filósofos falaram até os dias de hoje com veneração.

“A verdade não é um valor teórico, mas apenas uma expressão para designar a utilidade, para designar aquela função do juízo que conserva a vida e serve a vontade do poder”.

Não são a verdade e a certeza que estão nos antípodas do mundo dos insensatos; é a crença obrigatória e geral, é a exclusão do bom prazer no ajuizar.

Ai de mim, é este o meu desgosto: introduziram, mentindo, prémio e castigo no fundo das coisas - e, agora, também no fundo de vossas almas, ó virtuosos.

Não há nada de exausto, nada de caduco, nada de perigoso para a vida, nada que calunie o mundo no reino do espírito, que não tenha encontrado secretamente abrigo em sua arte; ele dissimula o mais negro obscurantismo nos orbes luminosos do ideal. Ele acaricia todo o instinto niilista (budista) e embeleza-o com a música; acaricia toda a forma de cristianismo e toda expressão religiosa de decadência.

Amar os próprios inimigos? Parece-me que se o tenha
apreendido muito bem: percebemo-lo em mil circunstâncias, no
pequeno e no grande; sim, quiçá bem melhor agora —
chegamos a desprezar enquanto amamos, e precisamente
quanto mais intensamente amamos: mas tudo isto
inconscientemente, sem fazer caso, com o pudor e o segredo da
bondade que gelam os lábios às palavras solenes e virtuosas

Torna-te quem tu és. E você, sabe quem é?

Sentença de granito de Nietzsche –

O perigo na felicidade - agora tudo está dando certo para mim, amo qualquer destino. Quem quer ser meu destino?

Para ver muitas coisas é preciso desaprender a olhar para si mesmo. Essa dureza é necessária para escalar montanhas.

É absolutamente impossível ao sujeito pretender ver ou conhecer algo além de si mesmo;

A nossa atmosfera estava carregada de tempestade, a nossa própria natureza nublava-se, pois não tínhamos encontrado caminho algum...

Pois quem não tiver para si dois terços de seu dia é um escravo, seja ele quem for.

Você diz que acredita na necessidade da religião. Seja sincero! Você acredita mesmo é na necessidade da polícia.

"As convicções são inimigos mais poderosos que as mentiras." - É impossível expandir o pensar quando a mente está ancorada em opiniões intocáveis. Siga o exemplo dos estrategistas clássicos, militares inclusive.

“Quantos homens se precipitam para a luz, não para ver melhor senão para brilhar.”

"Não gosto de pessoas que, para ter algum efeito, necesitam estourar como bombas, e junto às quais há sempre perigo de perdermos subitamente a audição - e mesmo alguma coisa a mais."

A menor das felicidades, se, simplesmente, é ininterrupta e faz feliz ininterruptamente, é, sem comparação, mais felicidade do que a maior delas, que venha somente com um episódio.

Aquilo que vivemos no sonho, e que nele vivemos repetidas vezes, termina por pertencer à economia global de nossa alma, tanto quanto algo "realmente" vivido