Poemas de Flor
Deixe me pousar em tua flor
Causar desejo e ardor
Que o mundo segue sem endereço
Quero tocar - te com frescor.
Num sucinto espaço se encaixar,
Acariciar,
Transbordar,
Eu quero amar!
Amar como se não pudesse esperar.
Sentir as partes entregues,
Não querendo se soltar.
Ah, isso, amar!
Não me deixe esfriar,
Como um vulcão
Latejando a derramar
Estarei molhado, em chamas,
até que eu possa secar.
Me esgotarei de repente, e então numa só pulsão
Sonharemos em um novo
recomeçar!
Solidão não é calor,
É tinta sem cor,
Um corpor sem dor,
Um jardim sem flor.
Um laço sem nós,
Um grito sem voz.
Solidão é tudo
que tenho sem você.
Inacabado…
Como as marés
Sol que se põe e que nasce
Flor desabrocha
Alegria se fez dor
Céu minha estrela
Fazes da chuva o meu beber
Orvalho minha pele
Corpo meu calor
De teu ser meu desejo
Tua carne o prazer
Saudades de te ler nos olhos o infinito
Inacabado…
Flor do Silêncio
Ocê passou púraqui e deixô
Aquilu quinú pôdi ser ditu
Muito menos iscrituai
Pumodiqui é semeadu Nuoiá.
Nu Fundo a Menina Ama
Silenciosa Incanta
Disperta desejos
E continua Sardadi
Flor di Jacarandá
Voa até o fim.
O horizonti está puditrás du Medo
Minina Preta Flor di Jacarandá
As ondas são amarelas
E a vida é só Contemplação.
Flor di Velasques
Fora tudo é estrela
Totalidadi extrema
Dentro tudo é Profundidadi
Inigualável existência Suprema
Flor di mel
Uamor é a eterna lua di mel
Seja amanti infinitu isi distancie du véu du
passadu e du disconhecidu futuru
Seja somenti abismu nu presenti.
Tormenta
Uamor é como flor qui só disabrocha na intimidadi
É como gota quiscurrega na bainha du vento
É como onda qui suspira na saia du mar
É a sinfonia mais pura du Zóio da Alma
Alumia
Dizer teu nome em vão
É profaná Uamor
É dispedaçá a flor
Modiqui é dentro quiá natureza Salta!
Flor di Velasques
Seu Idioma-Amor
Sua Nação-Flor
Seu lema-Silêncio
-Homi duCéu...
Quem busca silêncio incontra Flor du Amor!
Ou seria o contrário?
Mas é claro!
Núimporta a ordem sô!
Nué qui agora fico mai fácil uai.
FLOR DE SÃO-CRISTÓVÃO
Flor de São-Cristóvão,
"Teci nos teus inversos minhas proezas,
E escravizei meu chão tentando não me envaidecer
Nos teus carrilhões de pesos cruéis,
Enquanto sonhava pingar meus suores
Nas tuas rivalidades.
Se sonhasses como sou híbrida diante de ti,
Não secarias meus ritos
E não zombarias de minhas disparidades,
Pois sou tua gota mais seca,
Tua imprópria isca,
Teu poço vagaroso
Sem pôr em meu viço
Sinais de pensamentos impressionantes demais
Para serem notados por arbitrários instintos
Que requerem de nós a pista impossível de tocar
A viga que nos entortou na mesma forcadura."
CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES
Plantei uma flor que não pode florescer
Construí na minha mente
Terra fértil pra plantio
Impossível suportar a tempestade dentro do meu peito
A água e os ventos
Tudo destroem
Já está difícil segurar as raízes
Absorver o que é bom
Eu estou com medo
No jardim já tudo se desfez
O dia escurece a cada segundo
E com mais força
Tudo se repete
Vamos conseguir superar?
Essa catástrofe é natural
O sol tímido logo vai aparecer
Queimando as memórias remanescentes
E tudo
tenho um amigo
o beija-flor
ele se achega
vai de flor em flor
se perfuma
se colore
se ajeita
no meio da alegria
no mínimo perfeita
quando é posta em prática
a lei da natureza
reflete só o amor!!!