Poemas de Flor
Saudade,
vontade,
necessidade,
de me deliciar com uma boa bebida,
ir em um lugar, uma boa música,
nós ali
corpo a corpo,
sentindo teu cheiro,
suas palpitações,
o calor que sai do seu corpo e mistura com o meu,
mesmo com muita gente,
sozinhos,
cada vez mais aproximo seu corpo do meu,
e deixa passar a vida,
deixa passar o tempo,
só eu e você, assim, sem ninguém ou nada para nos atrapalhar,
quantas vezes fizemos isto,
e faremos,
chegará este momento de novo amor,
por isto se cuide amor
e eu também, preciso me cuidar,
para viver meus sonhos,
viver nossos sonhos,
saciar minha sede,
absorvendo este néctar,
você
meu amor, minha flor...
IRIS
[...] a admiração
não cessa
até que se esgote a temporada...
eterna paixão!
Íris, flor encantada
pássaro em ascensão
singelo feitio
poesia e ilusão
da cor azul anil...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2020, julho - Triângulo Mineiro
A MORTE DAS VIOLETAS (soneto)
No vaso floreado de variada cor
De suave frescor e delicada trama
Cheias de viço e aveludada rama
Desabrocham as violetas em flor
Pouco estar, e de fugaz esplendor
No seu breve e infortunado drama
Enlanguescida, ela, curva e acama
Tal aos pés da sofrência a fatal dor
E vai perdendo o regalo a violeta
Aos amuos do tempo, ali funesto
Num despojo final, e última reta
E, desbotada e então tombada
Épica, em um derradeiro gesto
Mortal, a violeta se vê imolada
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de agosto, 2016 – Triângulo Mineiro
Dente de Leão
"Com os lábios lacrados, nariz em riste e cílios em convulsão estufou o peito e seguiu em frente de cabeça erguida, rasgando o vento. E como se não fizesse questão de coisa alguma, lambeu o sal da testa e sentiu a dor do medo tomar todo o seu corpo. Antes que pudesse se lamentar quedou de sua própria altura, quedou de sua bravura, não resistiu aos encantos do vento soprando suave e lento ao pé de seu ouvido".
A QUARESMEIRA
Pra Quaresmeira ser louvada, não basta
No cerrado, trovar os dotes do encanto
Tem de ter na poesia, o instinto tanto
Da magia e sensação que o belo arrasta
De um esplendor e uma tal delicadeza
Nesse sertão de diversidade tão vasta
Seu destaque de flor preciosa e casta
Do lilás dos cachos, adorno da natureza
Exaltação aos olhos, de florada ligeira
Chama da paixão, graça, poesia acesa
A essência sedutora da quaresmeira
Na admiração, um trescalar misto:
De funesto fase, reflexão e beleza
Em cortejo do martírio de Cristo!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/08/2020, 09’43” – Triângulo Mineiro
Manter-se distante, neutro
não tem graça, não tem cor
Acolha bem a dor do outro,
como doa, como flor...
Esse jardim florido não se deve deixar secar;
Para manter-me em teu canteiro, é só regar;
Porque entre o "plantar e o colher", existe o "esperar";
Cultivar o amor como quem cultiva uma flor, é preciso atenção, paciência e ousadia.
Você é bela?!
-Pode ate ser!
E que seja assim tão belas as tuas atitudes.
Saiba que beleza sem virtude,
é como as pétalas das rosas murchas que com o tempo se esvaem....
Amor é antítese
Amo-te porque não sei bem porquê!
Talvez este não sei das quantas amor
Nos veja como quem não sei como vê
Em nós, um vaso a casar c’uma flor!
Amo-te sei lá de que maneira e como,
Se as noites em que te quero amante
São dias em que não sei se nos tomo
Por coisa sólida ou por alarmante!
Amo-te assim e não sei por que raio
Te quero desta invulgar maneira,
Em que não sei se do amor ensaio
O hastear d'alguma bandeira!
Amor é antítese. O amor é assim:
Ora diz que não! Ora diz que sim!
“Receitinha básica de como se fazer um castelo.
Podes tu morar na casa mais simples do mundo e torná-la em um lindo, perfumado e aconchegante .
ANOTA AÍ:
Tu vais precisar de:
1 uma garrafa de vidro descartada lavada e transparente.
Água.
Uma Flor do campo com a haste bem longa.
Agora é só colocar a água até a metade da garrafa e a seguir a florzinha do campo dentro dela
.
Leve a garrafa até a sua janela e PRONTO” heis o seu novo lar.
Inteira
Vem pro abate
Embate
Qualquer não-querer
Não é você
Arranca essa força
Floresce que de tanto
Estufa o concreto
Te faz aparecer
A vida ali que carrega
Mesmo abaixo de uns paralelepípedos
Deu certo
Caminhando me deparo
com flores,
Aquelas me fez lembrar
das que ganhei
Veio a tona Saudades
Sentimentos
Teu olhar
Teu cheio
E a Vontade te
te Reencontrar
E Reviver
Aquele encontro
Com aquela
Flor
Aquela Delicada Flor
Que é Você
Ventinho
Eu vejo
O tímido vento que segreda sua admiração
Pelas pálidas flores de laranjeira
Que se soltam e flutuam até o chão
Trocando carícias com o vento
Eu imagino
Leves flocos de neve que marcam a estação
Viajando pelos caminhos secretos do vento
Pelas curvas tempestivas de seu turbilhão
Até pousarem como um tapete de marfim
Eu lembro
Do vento desenhando ondas no mar de verão
Descabelando palhas dos pendulantes coqueiros
Esculpindo em nuvens as tempestades que virão
Vento nômade que cativou os que ficaram
Me seduz
O uivo do vento que parece uma canção
Seus cheiros que contam histórias escondidas
Serei sereno ao receber a concessão
Irei morar no vento com suas magias
E eu cheguei de manhã no estacionamento e meus olhos procuravam beber das mesmas flores de ontem, mas hoje elas estavam murchas e sem graça, eram apenas mato pelo batente da parede. Que triste é um milagre de cores e fantasias se tornar indigno de atenção, aliás indignado estava eu, como podem durar tão pouco? Ouvi alguns passarinhos cantando em mim:
"O mais belo rosto do mundo está construindo em cada minuto sua velhice miserável, seu irresistível, e cada vez mais próximo fim." Cecilia Meireles
"... dura tempo o bastante pra se tornar inesquecível." Chorão
Bom, elas eram belas e discretas (como eu gosto), invisíveis pelos cantos construindo suas cores, suas flores. Desabrocham como um raio de sol que beija o orvalho da manhã, e suas cores faiscavam como estalinhos de São João. Meus olhos eram obviamente as fogueiras que queimavam de admiração. Mas tudo se acabara, ainda olhei mais três vezes para ter certeza que meus sentidos não me enganavam, por saudade e por esperança. Segredei-lhes baixinho - Quando irão florir de novo? - Eu, as borboletas e os passarinhos temos olhos ansiosos para fazer festa.
Olhei outra vez e percebi que as flores estavam na verdade fechadas (desdesabrochadas?), talvez para se esconderem dos amantes mais ferozes que seriam capazes de arrancar flores e jurar amor eterno, (pois a lua e as estrelas não podem roubar, é cosmicamente proibido!)
Com o passar da manhã, o sol expulsava o que restou do frio da noite e as flores se abriam, tão devagar quanto as nuvens que se arrastavam no céu, cada pétala parecia recém pintada. Não vi qualquer espinho esbelto e pronto para apunhalar, mas não a toquei, o ato de tocar nas flores pertence às borboletas que também desabrocham, são flores voadoras.
Mariflor
De teus olhos voam borboletas
E plantinhas crescem em tua mão
O que imitas? O que interpretas?
Branquinha como um dente-de-leão
Seria Mariana essa flor discreta?
Levada pelo vento em qualquer estação
Cujo destino é colorir os versos do poeta
Uma canção
Uma musiqueta
Sobre a flor, o vento e a explosão
Como mil faíscas de um cometa
Pesadelos vem e vão
Cicatrizes em tuas mãos
Em teu olhar vou encontrar
A trilha que um dia libertará
A luz perdida no caos...
Nas correntes escuras do mau
Uma flor
Há lugares simples de tamanha significância
justamente pela simplicidade
existente
assim como um quarto aconchegante
com pouca luminosidade
durante uma manhã chuvosa enquanto os raios solares,
sendo persistentes,
passam pelas frechasda janela
deixando em destaque um bela flor,
um tom conveniente de romantismo
que torna o ambiente ainda mais acolhedor,
portanto,é preciso apreciar
como um genuíno amor
e o prazer de amar.
Em plena noite fria,
uma bela imagem que aquece
de um ser encantador
de lindos cabelos
usando um vestido azul,
cujo amor resplandece
assim como o romantismo
contido numa simples flor
de uma beleza incomum,
dianteda qual, sorrisos se acendem
pupilas se dilatam, coração estremessse,
e assim, a emoção alcança
a sua vez de fala.
Quando o céu está carregado
de emoção, desabafa
e derrama suas lágrimas
sobre a terra e até uma simples
e pequena flor é beneficiada
por tranformá-las em uma
rica fonte de vitalidade,
talvez seja assim que funciona
a mente de um artista
que está em constante atividade
que desabafa e externiza suas emoções, convertendo-as em arte.