Poemas de Filosofia
ANTIALEXANDRINO
De João Batista do Lago
Inclino-me a quebrar
todas tuas santas regras
Não há coisa mais ve-
lha que tê-las presente
Todas as suas amar-
ras são paletas negras
Que prendem o pensar
livre em virtual corrente
A tua linguagem sô-
frega afasta o ser jovem
Espírito sui ge-
neris... indiferente…
Avesso do teu ver-
so tão insignificante
Que nada faz sentir…
pois é tudo desordem
Deixa-me aqui liberto trovador vetusto
Toma teu veludoso fardão nobre bardo
Mortalha ele será para tua pobre lira
Não me queiras tu indicar novos caminhos
Seguirei os meus com os meus pergaminhos
As pedras do meu caminho eu mesmo as tirarei
VIGÉSIMO SÉTIMO HEXÁSTICO
esse aprisionado sujeito
diz sempre o que não está dito
não sabe do uno se é bendito
ou talvez nem mesmo maldito
perdido no todo universo
junta cacos do ser diverso
VIGÉSIMO OITAVO HEXÁSTICO
“conhece-te a ti mesmo” é nada
é puro pensamento inútil
é motor sem qualquer potência
todo “eu” é o todo desconhecido
a primeira e única essência
é tempo… é espaço… do “eu” nascido
VIGÉSIMO NONO HEXÁSTICO
filho da grande mamãe Gaia
d’África de Nana Buluka
n’América índio fui criado
pela Deusa Saia de Serpente
do ventre de todas gerado
tod’essa é minha teogonia
Choque cultural.
Antigamente era algo normal a família sentar, todos juntos, para almoçar. Era normal uma reunião de família.
Hoje não é mais assim, ao que parece, a nova geração não é mais tão ligada nisso. Isso provoca um choque cultural e datas como a de hoje viram motivos de desentendimentos.
Para os mais antigos hoje era um dia de reunir a família e comemorar. Hoje em dia para os mais novos, em sua maioria, é um dia comum. Esse choque cultural é o pivô das reclamações dos mais antigos para com os mais novos.
As coisas mudam, as culturas mudam, mas nem todos mudam junto. A antiga geração não entende muito bem a nova geração onde não existem mais laços tão fortes com a família. Não que eles não existam, mas não são tão fortes quanto eram antes.
Para a nova geração: Entendam que as reclamações fazem parte da cultura dos mais velhos, na criação deles a presença era algo muito importante, quase que sagrado, dias comemorativos era "o dia da reunião da família". Como isso quase não existe mais, seus parentes mais velhos sentem falta e reclamam tentando falar "isso está errado"
Para a antiga geração: Entendam que hoje vivemos num mundo onde tudo que envolva laços emocionais perdeu valor, as coisas não são mais como antes. Entendam que não é que os mais novos não ligam para nada, mas eles tem o jeito deles de gostarem baseado na geração deles. Não criem expectativas em cima deles. Eles gostam sim de vocês, mas o "gostar"de hoje não é mais igual ao "gostar" de antigamente porém isso não quer dizer que gostem menos ou mais. Apenas gostam.
É complicado sim de entender, mas não briguem, apenas tentem ver com os olhos dos outros, o mundo está passando por um grande processo de mudança cultural e as coisas já estão complicadas o suficiente para todos. Não piorem!
Você é responsável por você e não pelos outros. Tenha a capacidade de assumir suas responsabilidades sem ter que jogar nas costas dos outros. Nem todo mundo aceita carregar o fardo que não lhe compete (Ainda bem!)
Ninguém é obrigado nem "tem que" fazer você ser ou se sentir. Isso é seu papel. Sua vida, suas escolhas, seu corpo, sua mente... seu, seu, SEEEEEU!!! Quando você for mais seu e menos dos outros aí sim vai conviver em paz com você e com os outros.
Aprenda a viver só, para ter maturidade e capacidade de viver com outras pessoas. É egoísmo? Não, é apenas o jeito que você irá aprender somar com outras pessoas.
Não seja igual, não subtraia e não divida, some.
TRIGÉSIMO HEXÁSTICO
há por certo ainda muitas sombras
a caverna no ser resiste
“eus” diversos acorrentados
vidas assim são condenadas
Guaraci há de resgatá-los
luz… calor… há de libertá-los
Dizem que os verdadeiramente humildes nunca pronunciam sua humildade. Me pergunto até que ponto isso é verdadeiro. Se não a pronunciam: ou não sabem que são, ou privilegiam a aparência de sê-lo pela própria omissão.
No primeiro caso, ou há ignorância, ou desinteresse; no segundo, há vaidade, incoerência. O humilde não pode ser ignorante, não pode agir sem ter ciência do resultado das suas ações, ou mesmo o que elas acarretam. Um animal não pode ser humilde, pois não sabe porque faz o que faz.
Logo, só resta uma forma: o desinteresse. O verdadeiramente humilde só pode ser o desinteressado, que não age por vaidade, que tem consciência, mas não se importa o suficiente com etiquetas. Somente faz porque o quer, porque não poderia agir de outra maneira. Esse sim, é humilde.
A aranha e o dilema de existir;
dentro do seu quadrado o silogismo norteia sua vida.
Sua existência depende de outra existência;
a mosca é arrancada do seu descanso,
conectando-se, definitivamente, á engrenagem.
* O compasso
"Ao encarnarem, os Espíritos trazem consigo o que adquiriram em suas precedentes existências. Essa a razão pela qual os homens mostram instintivamente aptidões especiais, pendores bons ou maus, que neles parecem inatos.
Os maus pendores naturais são resquícios das imperfeições de que o Espírito ainda não se despojou; são também indícios das faltas que cometeu, o verdadeiro pecado original. Em cada existência, tem ele que se lavar de algumas impurezas."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)
"Tendo a Terra chegado ao tempo marcado para que se torne morada de paz e felicidade, Deus não quer que os maus Espíritos encarnados continuem a causar-lhe perturbação, em prejuízo dos bons; é por isso que deverão desaparecer. Irão expiar o endurecimento de seus corações em mundos menos adiantados, onde trabalharão novamente pelo próprio aperfeiçoamento, numa série de existências ainda mais desgraçadas e mais penosas do que na Terra.
Formarão nesses mundos uma nova raça mais esclarecida e cuja tarefa será fazer que progridam os seres atrasados que os habitam, auxiliados pelos conhecimentos que já adquiriram. De lá só sairão para um mundo melhor quando o houverem merecido e assim por diante, até que tenham alcançado a completa purificação. Se a Terra, para eles, era um purgatório, esses mundos serão seus infernos, mas infernos donde a esperança jamais é banida."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)
O maior erro da humanidade
foi a invenção da perfeição.
Uma meta impossível,
vizinha do egocentrismo
e da vaidade,
que mora na rua
do orgulho
e é inquilina
da imaginação.
"Quando a alma está unida ao corpo durante a vida, tem um envoltório duplo: um pesado, grosseiro e destrutível, que é o corpo físico; outro fluídico, leve e indestrutível, chamado perispírito. O perispírito é o laço que une a alma ao corpo; é por seu intermédio que a alma faz o corpo agir e percebe as sensações que este experimenta.
A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o 'homem'. A alma e o perispírito, separados do corpo, constituem o ser chamado 'Espírito'."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)
"Uma idéia mais ou menos geral entre as pessoas que não conhecem o Espiritismo é crer que os Espíritos, apenas porque estão desprendidos da matéria, devem saber tudo e possuir a soberana sabedoria. Isto é um erro grave.
Não sendo os Espíritos mais que as almas dos homens, não adquiriram a perfeição ao deixarem o seu invólucro terrestre. O progresso do Espírito só se realiza com o tempo e não é senão aos poucos que ele se despoja de suas imperfeições e adquire os conhecimentos que lhe faltam. Seria igualmente ilógico admitir que o Espírito de um selvagem, ou de um criminoso, de repente se tornasse culto e virtuoso, como seria contrário à justiça de Deus imaginar que aquele permanecesse em perpétua inferioridade.
Assim como há homens de todos os graus de saber e de ignorância, de bondade e de malvadez, também os há entre os Espíritos. Existem os que são levianos e brincalhões; os que são mentirosos, velhacos, hipócritas, maus e vingativos; outros, ao contrário, possuem as mais sublimes virtudes e o saber em grau desconhecido na Terra. Essa diversidade na qualidade dos Espíritos é um dos pontos mais importantes a considerar, pois explica a natureza boa ou má das comunicações que se recebem. É sobretudo em distingui-los que nos devemos empenhar. (O Livro dos Espíritos, nº 100, "Escala Espírita". - O Livro dos Médiuns, capítulo XXIV.)"
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)
"Embora invisível para nós em seu estado normal, o perispírito não deixa de ser matéria etérea. Em certos casos o Espírito pode fazê-lo sofrer uma espécie de modificação molecular, que o torna visível e mesmo tangível; é assim que se produzem as aparições. Esse fenômeno não é mais extraordinário que o do vapor, invisível quando muito rarefeito, e que se torna visível quando condensado.
Os Espíritos que se tornam visíveis apresentam-se quase sempre sob a aparência que tinham em vida, o que permite sejam reconhecidos."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)
"É com o auxílio de seu perispírito que o Espírito agia sobre o seu corpo vivo; e é ainda com esse mesmo fluido que ele se manifesta, agindo sobre a matéria inerte, produzindo ruídos, movimentos das mesas e de outros objetos, que levanta, derruba ou transporta. Esse fenômeno nada tem de surpreendente se considerarmos que, entre nós, os mais potentes motores se acham nos fluidos mais rarefeitos e, mesmo, imponderáveis, como o ar, o vapor e a eletricidade.
É igualmente com o auxílio de seu perispírito que o Espírito faz que os médiuns escrevam, falem ou desenhem. Não tendo corpo tangível para agir ostensivamente quando quer manifestar-se, serve-se do corpo do médium, de cujos órgãos se apodera, fazendo-os agir como se fosse seu próprio corpo, e isto pelo eflúvio fluídico, que sobre ele derrama."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)
"Há pessoas que obtêm regularmente e, de certo modo, à vontade, a produção de alguns fenômenos. Contudo, é de notar-se que são efeitos puramente físicos, mais curiosos que instrutivos e que se produzem constantemente em condições análogas. As condições nas quais são obtidos são susceptíveis de inspirar dúvidas sobre a sua realidade, tanto mais legítimas quanto em geral são objeto de exploração, sendo difícil, muitas vezes, distinguir-se a mediunidade real da prestidigitação. Fenômenos de tal gênero podem, no entanto, resultar de uma mediunidade verdadeira, porque é possível que Espíritos de baixa categoria, que em vida fizeram disto uma profissão, se deleitem nesses tipos de exibições. Mas seria absurdo pensar que Espíritos de certa elevação se divertissem em ostentar-se.
Isto não infirma absolutamente o princípio de liberdade dos Espíritos. Os que assim vêm o 'fazem porque isto lhes agrada, e não porque sejam constrangidos'. Desde que a sua vinda não mais lhes convenha, nenhum efeito se produzirá, mesmo que o indivíduo seja verdadeiramente médium. Os mais poderosos médiuns de efeitos físicos passam por períodos de interrupção de sua faculdade, independentes de sua vontade. Isto jamais acontece com os charlatães.
Aliás, mesmo supondo reais, esses fenômenos não passam de uma aplicação 'muito parcial' da lei que rege as relações do mundo corporal com o mundo espiritual. Mas, em si mesmos, 'não constituem o Espiritismo', de sorte que a sua negação não invalidaria absolutamente os princípios gerais da Doutrina."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)
"Certas manifestações espíritas se prestam mais facilmente a uma imitação mais ou menos grosseira. Mas, por terem sido exploradas, como tantos outros fenômenos, pela astúcia e pela prestidigitação, seria absurdo concluir que não existam. Para quem estudou e conhece as condições normais em que podem produzir-se, é fácil distinguir a imitação da realidade. Aliás, a imitação jamais seria completa e não pode iludir senão o ignorante, incapaz de perceber as nuanças características do fenômeno verdadeiro."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)
(O espiritismo em sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec / por Allan Kardec; [tradução de Evandro Noleto Bezerra]. - Brasília: FEB.)
"As produções de espectros nos teatros foram apresentadas injustamente como tendo relações com a aparição dos Espíritos, dos quais não passam de grosseira e imperfeita imitação. Há que se ignorar os primeiros elementos do Espiritismo para aí ver a menor analogia e crer que é com isto que nos ocupamos nas reuniões espíritas. Os Espíritos não se tornam visíveis à ordem de ninguém, mas por sua própria vontade e em condições especiais, que ninguém tem o poder de provocar."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)
(O espiritismo em sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec / por Allan Kardec; [tradução de Evandro Noleto Bezerra]. - Brasília: FEB.)
"As evocações espíritas não consistem, como alguns imaginam, em fazer que os mortos voltem com o aparato lúgubre do túmulo. Apenas nos romances, nos contos fantásticos de almas do outro mundo e no teatro é que se vêem os mortos enfurecidos saindo de seus sepulcros, enfarpelados de mortalhas, a estalar os ossos. O Espiritismo, que nunca fez milagres, também não faz este e jamais fará reviver um cadáver. O corpo que está na fossa aí permanece definitivamente; mas o ser espiritual, fluídico, inteligente, não foi posto na tumba com o seu envoltório grosseiro; dele se separou no momento da morte. Operada a separação, nada mais tem de comum com o corpo."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)
(O espiritismo em sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec / por Allan Kardec; [tradução de Evandro Noleto Bezerra]. - Brasília: FEB.)