Poemas de Filosofia
A dor escorreu, mole e malemolente, pela rachadura que eu pensava ser invisível. Não era.
Na verdade era uma falésia de frente para o mar, e eu me via afogar...
Passou o inverno, os brotos espiaram verdes e ainda pequenos a luz do sol nova e dourada. Abraçaram-lhe aqueles braços de raios e os brotos se tornaram grandes flores e coloridas de multicores, soube-se então naquele coração que o inverno havia passado e demoraria a voltar. Um rouxinol pousou na ponta de uma crisálida aórtica e cantou, enchendo aquele porão de vida e assustando os fantasmas que fugiram atordoados para um lugar com ódio. Ali não havia mais rancor, nem culpas imperdoáveis, nem tristeza jorrando em riachos silenciosos. Então, o coração soube outra vez e de vez anunciou em retumbos galantes: "O inverno passou, vejam todos, chegou aqui o amor, o amor aqui chegou...".
Meu peito pesa, as costas encurvam, os ossos tremem, ninguém me disse antes que a solidão era de chumbo e nem me servia de escudo...
Sou afável, desagradável, perceptiva, desapercebida, lisa, rugosa, pequena, grande, inquieta por dentro, sonolenta por fora, minto para mim mesma.
Talvez eu sempre tenha desejado mais do que me estava prescrito.
Ou talvez então - quem sabe! - eu esteja seguindo meu alegre e improvável destino!
Então, tente: se você tocar meu peito com a mão morna, só um pouquinho, a tristeza vagarosamente vai embora?
Não pense que não acredito no retorno da alegria.
Mas quantas vezes ela me acena de longe triste, cansada e indecisa...
Cansei.
Que energia se vai no simular alegria e contentamento, e todo mundo acreditar, que deselegância...
Só por hoje, vou fazer o mesmo de ontem e de tantos dias antes de ontem.
Só por hoje, só por agora, só por essa dor que não se deixa tocar e não passa...
Confiar num sonho ainda não realizado, é estar de acordo com a realidade. As verdadeiras virtudes do Homem, se revelam diante das conjunturas aparentes.
Diante das inúmeras sugestões que o mundo oferece, há uma substancial que se revela ao te ver passar e deixar a rua deserta.
Fechar as portas e janelas de casa é voltar-se para o temido silêncio da alma, que já não se contenta mais em apenas subsistir como sentido de vida.
"O Homem acordado anda pelo mundo observando. Ele não pertence a tribos ou grupos. Ele passa por eles e aprende, mas não pertence. Ele pertence a si mesmo e ao universo".
Felicidade é um verbo. É o desempenho contínuo, dinâmico e permanente de atos de valor. Nossa vida é contínua a cada momento e tem utilidade para nós e para as pessoas que tocamos.