Poemas de Filosofia

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⁠O TEMPO

O tempo é único para cada indivíduo — uma experiência íntima, subjetiva, impossível de padronizar. Mas o sistema neoliberal construiu uma instituição imaginária do tempo, regulada por servidores do relógio, que impõem engrenagens invisíveis sobre nossos dias.

Dentro dessa prisão simbólica, o tempo deixa de ser vivência e vira moeda, produtividade, controle. Quando o povo se liberta desse tempo artificial, ele volta a ver o passarinho, a sentir o cheiro da flor, a estar presente.

O tempo, então, se revela como ansiedade e depressão na mente de quem não consegue se libertar dele. O tempo é muita coisa — menos uma definição simples, menos um ideal absoluto.

Inserida por Diogovianaloureiro

⁠O mundo inteiro hoje me grita um silêncio mesquinho e monstruoso.
Por que isso, gente?
Por que há tanta saudade?

Inserida por literaturanacional

⁠Acho que é no estômago que a saudade acontece em mim.
Nada preenche, e no entanto tudo estufa.
É a presença atrofiada de ti, no passado e no agora que durará para sempre.

Inserida por literaturanacional

O que será de nós?
O que será do caos, do mundo, do amor?
⁠E a única resposta quem tem, e não quer revelar, é o silêncio.

Inserida por literaturanacional

⁠Sabe aquele desejo de estar em outro lugar?
É o mesmo de outrem, cansado de lá estar.
Nossa natureza nos traz essa dor:
presos no ciclo de querer
e no tédio de pertencer.

Inserida por IsaacRamoan

⁠Sobre me parecer com eles...
Por Luiza_Grochvicz.

Às vezes me perguntam: com qual filósofo você se parece?
E eu fico em silêncio.
Porque me parecer com alguém é sempre também uma forma de não ser ninguém por completo.
Mas se for preciso traçar espelhos, que sejam espelhos em águas agitadas — nunca nítidos, sempre em movimento.

Com Kierkegaard, compartilho a vertigem.
Aquela dor silenciosa de estar vivo, de ser livre demais, de pensar tanto que quase se dissolve.
A angústia dele não me assusta — ela me reconhece.
Como se a alma dele tivesse escrito cartas para a minha, antes mesmo de eu nascer.

Com Clarice, é o sangue da palavra.
Não escrevemos — sangramos.
Ela também sentia demais e dizia pouco, mas o pouco explodia.
Clarice escreve como quem ama o que não entende. E eu também: escrevo para encontrar o que nunca procuro.

Com Camus, compartilho o absurdo.
A beleza de estar num mundo que não faz sentido, e ainda assim levantar todos os dias.
Ele era o silêncio das pedras; eu sou talvez o sussurro do vento.
Mas ambos sabemos: é preciso imaginar Sísifo feliz, mesmo com o peso da pedra.

Com Beauvoir, é a liberdade.
O incômodo.
A recusa em aceitar que viver seja só obedecer.
Ela pensava com coragem, sentia com lucidez.
Me inspira a ser mulher sem rótulo, filósofa sem jaula, pensadora com pele.

Me pareço com todos, e ainda assim, sou outra.
Porque filosofar, pra mim, é tocar o invisível com palavras.
É doer bonito.
É pensar como quem ama demais.

Inserida por Luiza_Grochvicz

⁠"Os que me tocam de longe"
por Luiza_Grochvicz.

Há pensadores que me abraçam.
E há outros que apenas me roçam os ombros — e mesmo esse toque breve é suficiente pra deixar marcas.

Com Sartre, danço na mesma praça da liberdade.
Ele me ensinou que somos condenados a ser livres — e isso dói.
Mas ele escreve com bisturi, eu escrevo com flor.
Ele exige do mundo um sentido; eu só pergunto se há beleza mesmo sem ele.

Nietzsche me sopra no ouvido: “viva intensamente.”
E eu ouço.
Mas ele é raio, trovão, fúria.
Eu sou mais vento, silêncio, brisa que corta devagar.
Ainda assim, seu amor fati ressoa em mim como um eco antigo.

Levinas me lembra do outro.
Do rosto que me olha e me exige responsabilidade.
Eu também carrego a dor alheia no peito — talvez por isso minha escrita seja tão cheia de pele.
Mas ele fala do infinito; eu falo da finitude que nos salva.

Com Arendt, compartilho o espanto.
O pensar como gesto político, o cotidiano como campo de batalha.
Mas ela fala de regimes; eu falo de ruínas interiores.
Ela escreve história; eu escrevo feridas.

E Pascal, ah…
Ele fala do coração com lógica, e eu falo da lógica com o coração.
Ele apostou em Deus — eu aposto no instante.
Mas ambos sabemos: há coisas que só se entendem com o que pulsa.

Esses são os que passam por mim como vento em tarde quente: não ficam, mas refrescam.
Me pareço com eles às vezes — mas apenas em lampejos.
O resto é meu.

Inserida por Luiza_Grochvicz

⁠A brevidade dos dias são como os orvalhos em folhas ao resplandecer da aurora, se formam e logo evaporam.
Os ponteiros são alados e mesmo que calados voam alto de forma tal que não podemos alcançar.
Ele não para, não volta e não pula fases, só existe agora. Não se preocupe com o que não pode controlar.

Inserida por IsaacRamoan

⁠Nella città II - Identidade

O homem, por mais que se erga sobre inúmeras sobreposições, não se afasta de si mesmo, pois é projeção de sua própria essência. Com respeito às sobreposições, não são estas desvios de quem ele realmente é, mas sim manifestações da mesma identidade, como reflexos de uma virtude essencial que se desdobra de diferentes formas sem perder-se.

Inserida por SauloNascimentto

⁠O conhecimento não está naquilo que você sabe!
Na verdade ele está onde você não sabe!
E o caminho até ele será trilhado pela sabedoria!

Inserida por thiago_salles_garcia

Pensamentos Soltos

Algumas pessoas querem nos fazer crer que para pensar, nos mulheres precisamos abdicar do amor, como se o amor fosse com cancro infeccioso que afetasse essa rede de neurônios que dá sustentação ao pensamento. Ora, ora, o que seria do dito humano sem o sustentáculo do amor? Não foi do amor que nascemos? Não foi graças a ele que ganhamos força, coragem para nos erguemos como senhoras de nós mesmas? E quando se fala de amor, não se abre um leque enorme de possibilidades, todas com o "rótulo" de amor? O próprio Nietzsche falou de amor com tanta propriedade em vários momentos nos seus livros.
Será que é o machismo que nos impõe a condição de que mulheres só respiram na atmosfera do amor, ou somos nós mesmas que não nos sentimos mulheres suficientes para atuar em todas as esferas do cognitivo?
Para ser uma pensadora eu não preciso abrir mão de ser mãe, mulher, amante, profissional ou qualquer outra "função" biológica, sociológica, psicológica... e outras "lógicas" destinadas à mulher.
Sempre achei pobreza intelectual, fraqueza emocional colar no peito o estandarde oco de niilista e olhar para o ser humano como uma "coisa" meramente biológica.
Não somos só isso! Somos um corpo biológico habitado por uma alma.
E digo mais, de que adianta ter lido todos os livros de Nietzsche, Sartre, Schopenhauer, Dostoiévski e tantos outros, se você não sabe lidar com questões que envolvam amor, com seus sentimentos, com suas inquietações.
Para mim essa pessoa é apenas um ser pela metade. Jamais na minha vida eu quero ter a limitação dos que não sentem, dos que só filosofam e jogam no dia a dia a poeira venenosa da sua intelectualidade mórbida. Sou mulher, amo, penso, e não tenho medo do amor, porque amor é o ar que nutre a própria filosofia que me sustenta.

Inserida por ednafrigato

"Eu não sei o porquê, mas as lembranças, estão cada dia mais fracas e a bebida, mais forte.
Talvez, o plano de tentar lhe esquecer, esteja dando certo, talvez tal plano, me traga a morte.
É; realmente; as lembranças estão mais fracas e a bebida, mais forte.
O problema, é que não quero te esquecer e foi nesse jogo de azar, em que lancei minha sorte.
Sou poeta sem Casmurro, Memórias, Kafka ou Dom Quixote.
Filósofo sem Platão, Epicuro, Aristóteles.
Tento justificar o assassinato de nossas lembranças, como Raskolinikov.
Imoral, atemporal, não existe tempo, tampouco religião, quando me perco em seu olhar e meu coração bate mais forte.
A cada copo, a cada taça, a cada gole.
Meu coração, está cada dia mais fraco e a bebida, mais forte.
A cada trago, a cada dose.
Sinto na boca, o gosto da morte.
Desmaio em meus pensamentos, ouço sua voz em todo canto; da sua pele, sinto o macio do toque.
Rogo a Deus, para me livrar do azar de te amar, mas parece-me, ele deixou-me à própria sorte.
As orações, estão cada dia mais fracas, Pai, e a bebida, mais forte.
'Sei, que nada sei', bem da verdade, só sei que a amo; perdão Sócrates.
Só crê que, 'O homem é o lobo do homem', quem não sabe do que é capaz, uma mulher; tolo Hobbes.
Já não suporto; a saudade, está cada dia mais intensa e a bebida, mais forte.
Rogo, talvez com sorte, eu hei de ser, rainha da minha vida, o seu consorte.
Enquanto não, miseravelmente falho em meu plano, meu amor, hoje bebo e a bebida, parece não fazer mais efeito e a lembrança de ti, em mim, nunca fora tão forte..."⁠

Inserida por wikney

⁠E se sai e se sai
E se afasta depois que me atrai
Esta é a minha vida de amores que surgem e que se vão como um
vento que leva uma porção.

Inserida por Claracosta

O Andarilho

Tenho percorrido muitos caminhos diferentes, andado por muitas estradas, vencido muitas montanhas e tomado muita água nos lugares por onde passei.
Tenho comido muita poeira, tenho tomado muita chuva muitas vezes tenho estado cansado, fadigado bastante pois a caminhada é árdua, é longa.
Nos dias de tormentas dificilmente encontro com alguém, talvez uma ajuda... Mas é de se entender, quem molhar-se-ia também?
Em dias de tempo bom tenho conhecido muitas pessoas, algumas de almas generosas que me oferecem alimentos, noutros nem tanto assim...
Mas é de se entender e ter sabedoria para também compreender, pois, cada pessoa só pode dar-lhe o que tem sobrando no coração.
Sigo então pois ei de conhecer mais almas benevolentes pela estrada e também ei aprender com as de coração maligno.
Olhar para trás só para ver as flores que plantei pelo caminho, o bem que deixei aos outros e olhos que marejei com a minha partida mas, sempre em frente, olhando para frente para que eu não tropeçe.
A caminhada é longa bem verdade mas, sigamos...

Inserida por RobinS25

⁠Sofro, logo existo


Silogismo

1- Ansiamos obstinadamente por saber desde que nos damos por humano (''o que *não cessa* de *se escrever*'').

2- A coisa em si é inacessível (''o que *não cessa* de *não se escrever*'').

3- A verdade se apresenta apenas como possibilidade (''o que *cessa* de se *escrever*) e tudo isto nos causa angústia.


Esclarecendo

Me refiro a verdade da coisa e do real enquanto todo. A nossa relação com a verdade, real enquanto todo, é de angústia e ela marca seu impossível através da contingência, gerando pela lembrança sofrimento, pois o conjunto aberto nos causa incômodo, como prova, perguntar algo e ouvir uma resposta que não responde, além de termos uma necessidade não só orgânica, mas também em pathos pela verdade, por significados, sentidos e porquês. Uma das possíveis formas de elucidar que a verdade se apresenta a nós como possibilidade, mesmo ela sendo impossível, é o fato de tudo isto ser questionável, sendo assim, talvez a verdade nunca se apresenta, mas apenas a nós é representada enquanto impossível através de nossa linguagem insuficiente. Como a linguagem e a razão é o que nos define como humano, pois é o que nos diferencia, e sendo tudo isto seu grande marcador de realidade e desejo, podemos assim concluir por equivalência ou analogamente a regra da cadeia que sofremos, portanto, existimos.
Obs: Talvez este não seja o grande desejo da razão, principalmente no seu primórdio, talvez seja apenas meu objeto a, mas se atendo que é ela e a sua busca que nos define como humano, mesmo ela sendo um subproduto de uma complexa circuitaria neural ou detentora de uma substância pensante, ela é nós e nós somos ela em essência; só não nos damos conta de tudo isso porque o afeto não emerge a todo momento, até porque não desejamos, daí a fuga do tédio através do divertimento como retratou bem Pascal, mas este de fato é o nosso ser.

Inserida por Oaj_Oluap

❔❓

Eu sempre amei o "por que" , porque o "por que" é a palavra, porque tudo tem um porquê, porque é o porquê de quase tudo, porque os porquês são para os porquês, senão nem diria por quê.
Todos querem saber os porquês e quase ninguém sabe o porquê. Nem se lembram do porquê de ter tantos porquês, por quê?
Porque não há um porquê para não entender por quê. É porque não querem saber o porquê dos porquês. E nem mesmo se interessam em saber o porquê por que perguntaram. Por que será? Por quê???

Inserida por reconceituando

Por que é que Deus te ajudaria, se a cada minuto crianças morrem desnutridas, se a cada hora crianças são violentadas, se a cada momento uma árvore cai sem querer cair,
se a cada dia animais são espancados até a morte, se todos os dias alguém perde alguém injustamente?

Por que é que Deus te livraria, se, pra Ele, vc não é nada diferente de Omayra Sanchez (a colombiana de Armero)?
Por que é que Deus te ajudaria, se, pra Ele, vc é tão igual a Kong Nyong ("o garotinho de Kevin Carter")?
Por que é que Deus te ajudaria, se vc não é tão vulnerável quanto Aylan Kurdi (o menininho refugiado da praia de Bodrum, na Turquia)?
Por que é que Deus te ajudaria, se, pra Ele, vc não é nada melhor que Oscar Martinez Ramirez e sua filha Valeria (os migrantes salvadorenhos da fronteira do México)?

Por que é que Deus te livraria, se, pra Ele, vc não é nem um pouco mais importante que as crianças de Hiroshima de 1945, as do Biafra de 1970, as de Trang Bang de 1972, as do Uganda de 1980, as do Sudão de 1993... ?

Por que é que Deus te ajudaria, se você nem é tão especial quanto meu tio Alírio?

Por que é que Deus te ajudaria, se vc é apenas uma criatura entre todas as criaturas?

Por que é que Deus te ajudaria?!

Inserida por reconceituando

⚕️

Há mais ou menos quinze anos saiu uma matéria dizendo que alguns dinamarqueses descobriram que mulheres com quadris e bumbuns largos têm mais chance de ter vida longa por causa da adiponectina, um anti-inflamatório natural, presente na gordura, que evita o entupimento das artérias. Mas muito antes disso, eu já havia observado que a maioria das mulheres, que eu conhecia, com a anca muito larga geralmente desenvolviam hipertireoidismo ou hipotireoidismo, que são problemas relacionados aos hormônios da glândula tireoide. Pode até ser apenas coincidência, mas, por via das dúvidas, é melhor ficarem atentos.

Inserida por reconceituando

⁠“É inegável que a religião faz bem para muitas pessoas.
Porém também é inquestionável que muitas pessoas fazem mal para religião. Esses falsos/as profetas acham que enganam a religião, que enganam até Deus. Mas na verdade enganam somente outras pessoas e principalmente a si mesmas”.
•Francisco Lemos•

Inserida por FranciscoLemos

INVERNO QUENTE 🔥

Será que eles perderam-se
Ou se enganaram na estação?
Falaram que entraria o inverno
Mas na verdade, entrou o verão! 😓🌤