Poemas de Escuridão
A chegada do fim do Ano é mais um tempo para olharmos para trás seriamente
e verificar tudo o que passamos neste período e aprender com os bons e maus resultados.
Criar, através deles, um novo caminho para o próximo ano.
Tentando andar por lugares de luz para não tropeçar na escuridão.
... Mas, cá entre nós, se você é hater, vai procurar o que fazer, cara!
A internet oferece tanta possibilidade! Vai fazer algo bacana
ao invés de ficar detonando os outros por aí, fazendo terrorismo virtual.
Abre os olhos cara, sai da escuridão e desperta pra luz!
Bem e Mal, ambos estão dentro enquanto não se sabe, quando se sabe (acordou) só o bem existe, pois onde há Luz é impossível existir escuridão.
Kairo Nunes 04/01/2022.
Alcanço uma sensação deleitável ao admirar-te, uma exímia Dama da Noite, amante da lua, da escuridão noturna que destaca as constelações
por encontrares uma certa similaridade com a desenvoltura das tua fases, das tuas atuantes emoções
e da veemência radiante da tua graciosidade.
Ainda possuis um romantismo à moda antiga, respeitoso e incansável, daqueles que se cativa depois de ser por ele ricamente cativado, então, és uma linda flor que merece ser continuamente cultivada com amor à semelhança de uma simples ocasião amável por estar lindamente enluarada, um notório esplendor.
Dispondo desta essência elegante, és bela e muito atraente como um luar resplandecente destacando-se na noite escura, iluminando corações ardentes, onde a vivacidade e a ternura se unem em um nexo romântico bastante evidente e uma fogosidade que os consome.
Mergulhando até o íntimo
da minha própria existência,
reflito, revejo, admiro, percebo,
encontro minhas proezas,
meus inoportunos conflitos,
minhas amargas tristezas,
meus doces alívios,
minhas fraquezas e também
meus regozijos,
dessarte, um rico universo,
pelo o qual posso voar
sob o manto da escuridão,
guiado pela Luz Divina,
que fortalece, conforta, restaura,
dizendo ainda que sem palavras,
não desista, evitando a minha destruição.
Então, graças a Deus,
mesmo que meu espírito enfraqueça,
que ele nunca perca
o sentimento de gratidão.
Dono de quê?
Se nem dono de mim eu sou...
Sonhos confusos...
Almejando ao coração ressuscitar...
Com tão pouco tempo a pensar...
Devaneios em barcos de desejos a qual me entrego...
Só assim me reconheço...
Quando a vida com o látego me fustiga...
Finjo não ver a realidade sentida...
Na pura ausência das coisas...
Um palco: eu e a lua...
O terror de pensar no fim da peça...
Louvando por estar em cena...
Ainda...
Mas o futuro insiste e persiste...
Em rasgar as cortinas...
Escurecer as estrelas...
Devorar a noite...
Massacrar o dia...
Na arte de perder-se não há nenhum mistério...
A cada dia um pouco perdemos...
Embora, até o momento, não percebi o quanto tenha mudado...
Quem me quiser que me chame...
Ou que me toque com a mão...
Antes que a peça termine...
E só reste silêncio e escuridão...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
Diante de Marcas de Desilusão,
Vermelho Sedução,
Um Grito Discreto de Socorro
Numa vasta escuridão
em Busca de atenção e conforto
de uma correspondida Paixão.
Ah amor,
Se você soubesse o quanto sou
profunda nesse teu amor.
Preciso do seu amor para ser eu.
Você não imagina quantas vezes
ao dia eu mato meu lado
escuro só para te tornar
Minha Luz.
Janelas
Som do amanhã, sondam as noites
Janelas,
Ávidas almas, buscam a brisa quente
O calor, sementes
Colhem as manhãs de verão
Guardam a foice do arrebol
Janelas fechadas,
Refúgio seguro na escuridão úmida.
Janelas abertas, ombros arqueados
Tramas de uma dança
Vestido de Seda, cordão ensolarado
Duas almas se acompanham,
Janelas, cortinas balançam.
O escuro chama a luz
A dor, a solidão,
Chama da transformação.
Desperta!
João de Barro convidou
Que entre a majestade pela janela
Sem toc toc
Flocos de ouro
Suave toque
A pupila dilatou
Amanheceu.
Em cena
No palco... em cena.
Encena.
Vaidade.
Saber de cor o texto.
Improviso, talvez.
Ou escuridão.
Marionete.
Fantoche.
Saltando, brincando...
Divertindo-se livremente na multidão.
No vaivém do elenco.
Rotina contínua.
Indiferente...
A vida de milhões de milhões de gentes.
Presa
Ela se sente presa a tanta hipocrisia.
Solitária pelas ruínas de cimento que a sociedade cria.
Presa
Ela se sente presa com tanta amargura pelas ruas e escuridão das almas perdidas.
Presa
Ela se sente presa pela janela que gela os cotovelos, ao olhar que não enxerga a lua.
Ao silêncio dos olhares e teatros do dia a dia.
Presa
Ela se sente presa por saber voar e não ter ido ainda.
Não estar voando naquele mundo que a cria, não brilhar para aqueles que a vê.
Presa
Ela se sente presa por saber amar, por saber falar, por saber olhar, por saber tocar e não ter você ainda.
Gata Borralheira
Não há sons.
Sumiram todos os tons.
As noites carregadas de azuis deleites não mais são.
As noites de luas cheias vazias estão.
Noites escuras de breu absoluto
Tudo submerso em densa névoa.
Tudo um imenso deserto.
Não há mais prosa, nem versos.
Tudo está ao inverso.
As batidas do coração aceleram,
a cabeça anda às voltas.
Um mundo fictício.
Nessa corda bamba – um suplício.
Cena de cenários desfeitos...
Nada faz efeito.
Neon.
Intempestiva vida.
Sonhou cinderela.
Acordou gata borralheira...
E como gata do borralho viverá a vida inteira.
À porta de entrada da casa um par de sapatos largados...
Eternamente na mente projetados.
Projeto que deu errado.
A interação que mais me deslumbra é a ciência e a espiritualidade. A ciência é matéria. A espiritualidade é fé. Cada uma possui um olhar diferente, e é por isso que algumas pessoas insistem em ser caolho, no meu caso, acredito que que essa visão binocular seja de fundamental importância para obter êxito em quaisquer circunstâncias.
Sempre existirão dúvidas, e a verdade em quase sua totalidade é relativa. Não é uma briga entre as duas vertentes, mas a união em busca dos mistérios da vida, sem deixar que uma sobreponha a outra. A priori, que a religião não tape nossos olhos para o que é fundamental, e que a ciência não nos cegue a ponto de não enxergar Deus nos detalhes. Se bem que a escuridão é primordial em tudo. “No princípio, tudo era escuridão” Gn 1. Contraditório? Confuso?
Terry Pratchett, um escritor britânico, fez uma citação no seu livro “O senhor da foice” que diz o seguinte:
"A luz pensa que viaja mais rápido do que qualquer coisa, mas está errada. Não importa o quão rápido a luz viaje, ela descobre que a escuridão sempre chegou primeiro, e está esperando por ela."
Sinto pela minha capacidade de sentir demais
Sinto por todas as vezes que perdi a paz
Sinto por correr desorientado na escuridão
Sinto quando precisei, mas soltei minha mão
Sinto pelas vezes que feri e fui ferido
Sinto quando não deixei que o amor fosse nutrido
E quando sinto dói bastante, não vou mentir
Mas a vida é sentir para viver e viver para sentir
Na alvorada, ao sol nascente, eu medito,
Sobre o amor, que outrora florescia tão bonito,
Mas agora, envolto em sombras, desfeito,
Por uma traição, que no peito, ferido, foi feito.
Gravada em segredo, a nossa voz, lamenta,
Um vínculo outrora forte, agora se arrebenta,
Onde outrora havia confiança e afeto,
Resta agora o vazio, o lamento, o desafeto.
Oh, como as rosas murcham em meu jardim,
E o canto dos pássaros soa triste, sem fim,
Pois a traição obscureceu o céu azul,
E o amor, que outrora brilhava, agora é nulo.
Por isso, ergo-me em meio à escuridão,
Com lágrimas nos olhos, e no coração,
Decido, nesta aurora melancólica e fria,
Encerrar esta história, que um dia foi minha.
Leve consigo as lembranças, os vestígios do que foi,
Pois não há mais lugar para nós dois, aqui, sob este céu,
Que seja livre, que siga seu caminho sem mim,
Pois neste adeus, encontro a paz, enfim.
"Na Sombra do Silêncio"
Perdido no labirinto da memória,
Na sombra da tua ausência, sem glória,
Os tempos avançam, eu, um eco só,
O vazio, um abismo, na alma um nó.
O tempo enubla o que fomos um dia,
Histórias que se desvanecem com o vento,
Desperto à noite com os uivos da agonia,
Um trovão retumba, dilacerando o tempo.
Impotência e orgulho, parceiros nesta dança,
Desilusão ecoa, no campo da lembrança,
Lutei só e perdi a esperança,
O Graal já não se alcança.
Sangro em silêncio, cada gota uma memória,
Por um amor sem vitória,
Notas etéreas ao frio, ao relento,
Nossos nomes, um grito de desalento.
Enterrados estão os nossos segredos,
Não acredito que foi tudo em vão,
Acorrentado aos sonhos e medos,
Na minha nostalgia, na escuridão.
O horizonte ermo e noturno,
E eu aqui, desorientado, sem razão,
No eco do silêncio, um coração soturno,
Estou perdido, num tempo já perdido, na solidão.
A ausência de minha mãe, que já se estende por quase dois anos, é como uma sombra que se projeta sobre minha realidade. Às vezes, é como se estivesse preso em um sonho, onde sua presença é tão vívida que mal consigo distinguir entre o mundo dos sonhos e o despertar. Mas então a dura realidade se impõe, e percebo que é na efemeridade da vida que residem nossos mais profundos enigmas.
Neste Dia das Mães, enquanto as redes sociais ecoam homenagens e memórias amorosas, encontro-me mergulhado em um oceano de lembranças e saudades. Para mim, este dia é como uma ilha solitária, onde a única companhia é a lembrança do amor materno que um dia aqueceu meu coração.
Mas mesmo na escuridão da perda, encontro consolo na certeza de que a vida é apenas uma etapa passageira, um sonho fugaz que em breve dará lugar à verdadeira realidade. Um despertar final, onde espero reencontrar minha mãe, abraçando-a como se o tempo nunca tivesse passado. Até então, resta-me navegar pelos mares da existência, carregando comigo as memórias preciosas que ela deixou para trás, até o momento em que finalmente alcançarei a margem do eterno despertar.
DE(EUS) PARA DEUS
O encontro se dá a partir da fagulha ora evocada. Muitas chamas acesas em prol da emissão de luzes que brilhará cada vez mais à medida que forem se conectando à outras chamas. As sombras são os reflexos dessas luzes. Há intensas rajadas de labaredas ateando fogo no interior ainda não habitado. De mansinho, sussurrando como o soprar do vento, consigo vislumbrar o brilho de uma dessas chamas. Não a conhecia ainda, ela se mostrou a mim assim como o nascer do sol: pouco ao pouco foi surgindo e me enlaçando com o seu brilho encantador. Muitas labaredas bailavam no ar, cada uma com o seu jeito de ser, com uma história para contar, com uma situação fortuita, com desejos e vontades, com muitos sonhos de brilhar cada vez mais em cada escuridão que se fizer presente. Cada sombra dizia algo, que carecia de luz. Cada sombra era um eu inexplorado, um eu não habitado, um eu não vivido, um eu que ainda não brilhou, que não foi luz. A sombra vai tomando forma à medida que ela se expõe a luz das chamas. Junta-se os eu(s) e, por conseguinte, a luz maior contempla tudo de longe e em silêncio. O silêncio permite que as chamas aumentem cada vez mais e, com isso, a luz torna-se cada vez mais reluzente. A luz maior é Deus me mostrando cada eu que está ali na penumbra do fogo, da luz. Como fagulha, eu nasci; cresci e fogo me tornei. Como fogo, consigo iluminar outras sombras, consigo produzir o reflexo que brilhará nos escuros que pairam em outros eu(s), nos outros eu(s). Deus não precisa falar nada quando Ele está em silêncio me dando o poder para ser luz, para brilhar. O meu brilho, é o brilho de Deus, é a chama que me foi dada para ser luz por onde eu passar. Pelo escuro, eu trilho e, por fim, eu brilho como nunca!
Acelerado caminho a passos largos
Em alta velocidade seguro a sensatez
Perdi a calma em pensamentos vagos
Parou-se o tempo, rompendo a lucidez
Vivi momentos de caos, na escuridão
Nos meus lamentos me afoguei sozinho
Ganhei desprezo de quem estendi a mão
E vi cavarem covas no meu caminho
A chuva lá dentro encheu minhas cisternas
Acúmulo de águas sem nenhuma saída
Alguns dizem que as dores são eternas
E que a eternidade só dura uma vida
Mas eu só vivo uma vez a cada dia
E toda a vida, por vezes, num só momento
O mundo parece que te afoga em agonia
E a vida mostra a beleza de tal tormento
Abra os olhos, não desperdice o seu tempo valioso, desperte logo para a realidade, vire a página, se for necessário, queime-a, não fique preso às ruínas da imaturidade, tenha muita coragem, fé em Deus e prudência para seguir em frente, não esqueça da sua brevidade e de que a vida é tão rara e passageira.
Muitos estão e outros já estiveram na própria pequena idade das trevas ou sentem o inconveniente reflexo dela, marcada pelos danos da ignorância, as falhas da negligência, entretanto, isso não é de todo mal, considerando que a maturidade tem um preço e más circunstâncias também fazem valorizar o essencial.
A escureza do íntimo sempre estará presente e de alguma forma atuante, entretanto, mediante a bondade do Divino, é possível ressignificá-la todas as vezes que se consegue tirar alguma lição com ela, então, será transformada numa rica escuridão celeste que realça as estrelas ainda que temporariamente.