Poemas de Escuridão
Os dias se passam
nenhuma luz brilha
pois o brilho em seus olhos
nunca será claro como o dia
em que te conheci
caminho em plenas trevas
vejo a morte ao meu lado
me consumindo em chamas sombrias
Me prolongando nesse estado
Sou como uma prole de Hades
nesse incessante calor infernal
Passo noites, dias e tardes
esperando um sinal
que me espera nessa vida
além de dor, sofrimento e raiva?
Esse amor que tanto me fere
me perfura como uma estaca,
irá me deixar,
ou vai me amaldiçoar
para sempre que te olhar
de lagrimas os olhos encharcar
enquanto outra não ocupar
o seu lugar
DAQUI DE CIMA *-*
Ontem, me apaixonei por Andrômeda.
Hoje, vou casar com a Ursa Maior,
amanhã, com as Três Marias.
Para que elas possam dividir
o brilho delas comigo e esquecer
de tudo aquilo que eu não consigo.
Aqui, me sinto mais vivo.
Por mais que eu seja
só mais um ponto de luz
no meio de toda a escuridão,
sei que aqui: o céu, as estrelas,
sempre seguraram a minha mão.
De cima, posso avistar cada grão,
as rachaduras no chão,
pessoas abraçando umas as outras,
falando que prometem eternidade
e que se veem em outras vidas,
mesmo sabendo que não são infinitas.
Hoje, eu sei.
Sei que prometer demais, dói.
Sei que jurar amor eterno,
não torna ninguém um herói.
Não precisa falar que ama,
se sabe que o seu amor já constrói.
Tudo isso, pra mim, veio de frutos.
Aprendendo da melhor forma,
na prática.
E posso dizer que nunca é tarde.
Foi assim que cheguei aqui,
deixando o lado covarde.
Daqui de cima, estou olhando todos.
Com os pensamentos no ar,
Deus para eu conversar,
o fim é um novo começo a se iniciar.
Aqui em cima, é o nosso lugar.
Deus, obrigado por tudo, pelo apoio
de sempre poder recomeçar.
Uma caminhada longa a percorrer
Passos precisos, tentando conter
O medo
O receio
Chamas iluminam a escuridão
O fogo queimando o meu coração
Por medo
Por receio
A fragilidade do ser humano
A loucura das sirenes
O desespero dos gritos
A luz que se apaga
A escuridão que se alastra
E tudo retorna ao pó
A criação deixa de existir
Rompendo velhos hábitos
"Fulguração poética
Como forma de romper com as trevas, o arbítrio
A luminosidade há de imperar na escuridão
Nos porões onde se homiziam as atrocidades
As cortinas das corrupções e canalhices desumanas
Muitos tombarão diante das injustiças
Das boçalidades, aberrações
Das maldades, engodos, vendedores de fumaça...
Da ingratidão, do desamor,
A força do caráter desmantela as idiotices
Da multidão lunática perdida no tempo...
Astronautas sentindo saudades da Terra"
Me sinto tão só e triste...
Estou apenas sobrevivendo...
Buscando algo que me complete...
Mas não encontro nada, a não ser partes de um quebra-cabeças que nunca irei completar...
No Silêncio da Solidão
No silêncio profundo da solidão,
Ecoa uma melodia sombria,
O coração solitário busca em vão,
Por uma luz que o guie noite e dia.
As sombras dançam em torno, frias,
A alma anseia por uma mão amiga,
Mas na vastidão das horas vazias,
A solidão persiste, triste e antiga.
Um sopro divino acalenta o coração:
E se a lua serena, imensa não se mostrar
e se as estrelas tímidas esquecerem de brilhar
E se a escuridão da noite ocultar teu sorriso,
Eu ainda estarei aqui a te iluminar.
Serei a luz que dissipa as trevas
Serei o amor que te sustentará
Serei a verdade dita pelos teus olhos
Serei o afago que te faz respirar.
És amor, és vida!
Estás aqui, estás em todo lugar.
Que eu tenha coragem para seguir viagem.
Que não me falte emoção para alegrar o coração.
Que eu tenha fé para me manter de pé.
Que eu tenha alegria para contagiar meus dias.
Que eu me mantenha forte e nunca tema a morte.
Que eu tenha forças para enfrentar as lutas.
Que eu não tenha fantasias
mas, tenha sonhos para realizar.
Que eu seja luz e não tema a escuridão.
Que eu seja abrigo para meus amigos.
Que eu tenha o amor para curar a dor.
Que eu continue amando a vida,
por mais que os dias sejam cinzentos.
Que nada roube a paz que habita em mim
Que eu mantenha meus passos firmes em
direção à felicidade que mora em meu ser.
Sou muito tranquila não procuro
conflitos e muito menos batalhas
Mas existem seres humanos
que travam guerras desnecessárias
Falam mentiras sem fim
Tirando a paz que habita em mim
Eu vivo meus conflitos
Eu tenho luz própria
Por isso não me venha com escuridão
Deixo-te somente em sua confusão
Pois eu quero somente o que for amor,
o que for mansidão.
28/08/15
Doze balas
Todos os tiros disparados a queima roupa.
Doze disparos a esmo,
antes mesmo de o dia amanhecer.
Enquanto o sol ensaiava uma entrada triunfal,
o brilho do metal criava os contornos da silhueta das mãos,
mãos que tremiam mais que as pernas de uma criança no primeiro dia de aula.
Os raios de sol atravessavam as perfurações
e acenavam seu brilho aconchegante em nossos rostos
completamente embriagados de sono.
Dava pra ver as luzes das casas se acendendo
e as pessoas acordando do outro lado.
Toda aquela confusão formada
e os esquivos malfeitores saindo da cena de fininho,
se esquivando e camuflando-se nas sombras do fim de noite.
Dava pra ver... Se alguém olhasse veria! Mas ninguém se arriscou.
E antes mesmo de o dia clarear e a noite chegar ao fim...
As janelas e cortinas se fecharam
e ninguém sabe dizer o que aconteceu daí em diante.
Troco o dia pela noite
Porque a noite não me deixa ouvir nada
A noite trás consigo a lua e a escuridão
Trás consigo o sono e os sonhos
Troco o dia pela noite
Porque durante a noite não vejo ninguém
A noite faz com que todos me deixem em paz
Sem as vozes e as musicas e sem o barulho das maquinas
Durante o dia eu durmo
É o mundo dos sonhos me isola de toda essa algazarra
Me mantendo a salva da loucura das pessoas.
Ninguém irá nos separar.
Pois nosso amor é forte é como a morte.
quem ousar nos separar sentirá o mal em sua pele
entrando em seu corpo arrebentando-lhe as veias e estará condenado a viver penando na escuridão das trevas.
Era um amor exíguo.
Amor e ódio? Iguais, ambíguos.
Eu sou aquele tipo de demônio que vislumbra de perto as portas do paraíso.
Só me existe escuridão se a sua luz não está comigo.
O que era oceano hoje são só resquícios.
Pingos de chuva na pequena poça de prazer, onde fora um mar vivo.
Vivo, muito bem vivido, sou vívido.
Sem ti, sobrevivo.
O toque dos nosso lábios seria a minha felicidade, mas é só delírio.
Viver com as lembranças de ti é um martírio.
Rogo a Deus, à morte já fiz um pedido.
Mate em meu ser esse amor finito.
Livrai-me, Criador, daquele amor exíguo...
A vida é muito curta quase chegou ao fim
Foi quase como um sonho
A tristeza saiu de mim
O vento apagou as velas da escuridão
O sol entrou pela janela
Início de uma noite de verão; um tom de amarelo adentra pela janela.
A chuva cai leve, sem pressa e os pássaros estão felizes.
A sensação quente traz um certo conforto e o breve vento refrescante traz um alívio.
Algumas nuvens cinzas navegam o céu assim como navios navegam pelo mar.
Outra nuvem solitária no horizonte, iluminada pelo pôr do sol, se assemelha a uma explosão devoradora de vidas.
Os esboços das casas assumem um tom rosado e as árvores são apenas sombras.
A escuridão quase completa se instala, a luz do poste queimou.
Fim de um dia qualquer em Tamandaré.
Ah amor,
Se você soubesse o quanto sou
profunda nesse teu amor.
Preciso do seu amor para ser eu.
Você não imagina quantas vezes
ao dia eu mato meu lado
escuro só para te tornar
Minha Luz.
Janelas
Som do amanhã, sondam as noites
Janelas,
Ávidas almas, buscam a brisa quente
O calor, sementes
Colhem as manhãs de verão
Guardam a foice do arrebol
Janelas fechadas,
Refúgio seguro na escuridão úmida.
Janelas abertas, ombros arqueados
Tramas de uma dança
Vestido de Seda, cordão ensolarado
Duas almas se acompanham,
Janelas, cortinas balançam.
O escuro chama a luz
A dor, a solidão,
Chama da transformação.
Desperta!
João de Barro convidou
Que entre a majestade pela janela
Sem toc toc
Flocos de ouro
Suave toque
A pupila dilatou
Amanheceu.
Em cena
No palco... em cena.
Encena.
Vaidade.
Saber de cor o texto.
Improviso, talvez.
Ou escuridão.
Marionete.
Fantoche.
Saltando, brincando...
Divertindo-se livremente na multidão.
No vaivém do elenco.
Rotina contínua.
Indiferente...
A vida de milhões de milhões de gentes.