Poemas de Escritores Famosos

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– Ela não guardou nada para si – resmungou o sargento.
– É porque ela não está com fome – disse um soldado.
– É porque ela é mãe – respondeu o sargento.

Victor Hugo
Noventa e três, 1874.

FAZER
Pendências nada são
Se pautam num anseio
Se encerram em um vácuo
Pendências nada são
Indagações inoportunas
Procrastinações de interrogar
Liberdade demasiada
Pendências nada são
Queremismo falho
Aceitação reflexiva
Repulsa mais que notória
Fluxo que movimenta à vontade
Pendências nada são
Contrações hemáticas e orgânicas
Devaneios que não se encerram
Silêncio na ação
Aristóteles, Galileu e Newton na omissão
Pendência realmente algo é
Talvez um superávit que possuo

Inserida por claudete_oliveira_1

TABUS
Ao se partir de um oco
O eco nada será
Iniciar do alvoroço
O ilimitado se perderá
A qualidade foge de pressupostos
Caminha para o anormal
Em um cenário conflituoso
Os tabus se propagam como caos

Inserida por claudete_oliveira_1

Esse sofrimento é o pior de todos, ela olha na sua cara e dizer que gosta de outros.
Nesse momento eu só penso em desistir, mas do que vai adiantar?
Tentarei seguir em frente mesmo sabendo que não irá funcionar.
Todo mundo já quis voltar no tempo pra algo, isso não adianta negar.
Ter a vida perfeita. a qualquer hora e a qualquer lugar...
Quem não quer uma coisa dessas? Onde ninguém sofra, onde ninguém morra
Um mundo de paz e harmonia um mundo que vale a pena viver
Pois nesse mundo que eu vivo não vale a pena viver sem você...

Inserida por victor_hugo_10

⁠Os encantos dela são como meteoros quentes e brilhantes,

E do meu telescópio ela via chuvas de meteoros e estrelas cadentes,

meus versos serão como melodias vindos do universo e
Dissolvidos em poesia...

Inserida por Victorhu

Noites de Agonia
Amanhece o dia
Me sinto renovado
Volta a alegria
Do sol iluminado
Longas horas de agonia
Do tempo passado
De uma noite triste e fria
E um choro respingado.
E a paz volta a reinar
Novamente nesta vida
Ate que retorne o tormento
Destas noites de terror.
Mais um dia amanhecido
Mais algumas horas de alegria
Esperanças de que volte
Aquele meu perdido amor.

Inserida por VictorHugo0713

A miséria das classes baixas é sempre maior que o espírito de fraternidade das classes altas.

Não faça de sua vida um rascunho, pois o tempo poderá ser curto demais para passar a limpo.

(...) Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê.

Luís de Camões

Nota: Trecho adaptado de soneto de Luís de Camões.

Verdadeiro valor não dão à gente;
Essas honras vãs, esse ouro puro
melhor é merecê-los sem os ter
que possuí-los sem os merecer.

Luís de Camões
Os Lusíadas (1572).

E sou já do que fui tão diferente
Que, quando por meu nome alguém me chama,
Pasmo, quando conheço
Que ainda comigo mesmo me pareço.

Escrevo, triste, no meu quarto quieto. Como sempre tenho sido, sozinho como sempre serei.

O zero é a maior metáfora. O infinito a maior analogia. A existência o maior símbolo.

Saudades! Tenho-as até do que me não foi nada, por uma angústia de fuga do tempo e uma doença do mistério da vida. Caras que via habitualmente nas minhas ruas habituais - se deixo de vê-las entristeço; e não me foram nada, a não ser o símbolo de toda a vida.

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego

Um amigo íntimo é um dos meus ideais, um dos meus sonhos quotidianos, embora esteja certo de que nunca chegarei a ter um verdadeiro amigo íntimo.

Fernando Pessoa
Pessoa por Conhecer - Textos para um Novo Mapa. Teresa Rita Lopes. Lisboa: Estampa, 1990.

Quem me dera eu fosse pó que rola na estrada e os pés dos pobres me tivessem pisando. Quem me dera eu fosse o burro do moleiro e que ele me batesse e me estimasse. Antes isso do que ser aquele que passa pela vida olhando pra traz, sentindo pena.

Quanto mais alta a sensibilidade, e mais sutil a capacidade de sentir, tanto mais absurdamente vibra e estremece com as pequenas coisas. É preciso uma prodigiosa inteligência para ter angústia ante um dia escuro. A humanidade, que é pouco sensível, não se angustia com o tempo, porque faz sempre tempo; não sente a chuva senão quando lhe cai em cima.

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego

Ser solitário para ser sincero e puro na alma. O homem ente coletivo - é um ser corrupto.

Uma inquietação enorme fazia-me estremecer os gestos mínimos. Tive receio de endoidecer, não de loucura, mas de ali mesmo. O meu corpo era um grito latente. O meu coração batia como se falasse.

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego

Para realizar um sonho é preciso esquecê-lo, distrair dele a atenção. Por isso realizar é não realizar. A vida está cheia de paradoxos como as rosas de espinhos.

Fernando Pessoa
PESSOA, F. Livro do Desassossego. Vol I. Coimbra: Presença. 1990. p. 147