Poemas de Desamor
Surras da vida
Às vezes apanhamos da vida por consequência de nossos erros, mas mesmo a surra sendo dolorosa, voltamos a cometê-los novamente. Muitas vezes envolvendo as mesmas pessoas de outrora, outras, incluindo novos personagens, noutras, pior ainda, juntando todos os personagens ao mesmo tempo. O final disso tudo, todos nós já sabemos... a vida vai nos bater forte novamente.
Permissão
Permita partidas, permita chegadas
Permita-se partir, permita-se chegar
Dê-se permissão para dizer adeus, mas permita-se mais ainda a dar boas vindas
A vida é feita de idas e voltas, não fique estático, permita-se acompanhar o seu vai e vem.
Amor, o paradoxo da humanidade. Palavra religiosa de salvação. Projetado em algo ou alguém de forma particular passível da falsa sensação de reciprocidade. Busca incessante de realização e felicidade. Expectativa que sentencia, julga e condena o amado. Tribunal dos "vencedores", dos donos da "razão", do controle em desequilíbrio, ilusões no palco da vida. O desejo de ser amado como a quem manobra um fantoche. Moldar, controlar, manipular...
Amor, estado pleno e incondicional de amar sem esperar nada em troca. Servir e servir por sentir amar tudo. Tudo é amor. Desconstruir os muros e barreiras emocionais, fazer o lado dentro ser o lado de fora e assim vice-versa. Saber usar a razão de que tudo é o que tem que ser. O amor é o ato revolucionário de amar e só amar. Nada além disso. Amar verdadeiramente tudo para que nada seja desamor.
NA VIDA TUDO PASSA...
desde uma pequena trapaça até uma grande desgraça...
desde um pequeno amor até um grande desamor...
Quando te conheci foi mero acaso
Coisas relacionadas ao trabalho,
Lógico que de sua simpatia não fiz descaso
E conforme conversávamos, cometi um ato falho
Notei o quanto tínhamos em comum
Pensamentos, gosto pela música e poesia
Tão compativelmente incomum
Que meu coração palpitou, e a sinestesia
Me pegou, como não sei ter sentimentos rasos
Logo estava eu apaixonada
Éramos dois poetas de sentimentos intensos
Me via refletida em seu olhar
E olhar em seus olhos, desejava e não queria mais nada
Todo o dia de trabalho, já nem me fazia cansar
Na sua companhia, sentia-me a rima e você versos
Mas notei que olhava na altura dos meus ombros
E lá estava quem lhe atraia seus olhares
Moça linda, corpo perfeito, cabelos rubros
Dei me conta que eu tinha perdido,
Quando me pediu para opinar em um poema
Que iria entregar para ela, mesmo com coração partido
Ajudei a tornar seu poema o mais lindo
Porque te ver feliz seria a minha recompensa
E com um beijo na testa me agradeceu.
A MAIS BELA FLOR
Tudo que dissestes em nome de Deus
Olho logo vejo um retrato teu
Pra que mentir?
Menti pra mim
Olhando esses quadros lembro de você
Daquele seu jeito manhoso de ser
Pra que mentir?
Menti pra mim
Você é como a mais bela flor
Cheia de espinhos que me machucou
Pra que mentir?
Menti pra mim
Procuro num belo dia encontrar
Uma flor mais linda pra me machucar
Não vou enganar
Nem mesmo a mim
Devemos respeitar a liberdade de escolha de cada um...
O respeito pelo outro nos permite exigir o respeito a si mesmo...
Agindo assim, evitaria contrariedade, desamor e malquerença.
Relacionamentos sempre são conturbados eu sei,
Mas, logo ela,
Que me dizia que eu nunca soube o que é ter um relacionamento normal, me fazer o tal...
Não sei,
Não sei o que esperar da vida,
Rasga,
Feito feridas,
Abertas,
Nunca há cicatrização,
Nem vitimismo,
Incidem,
Revivem,
Em outras histórias,
Os mesmos lamentos,
Do dia em que te pedi em casamento,
E você não aceitou ser amada.
DESENCONTRO
Meu amor
É flor que desabrocha
É folha jogada ao vento
É a alta montanha rochosa
É teu nome no meu pensamento
Teu amor
É rosa que murcha
É fruta madura caída no chão
É caldeirão sem bruxa
É fogo sem paixão
Nosso amor
É um desencontro
É uma novela com dois finais
É uma reta passando em vários pontos
É um querendo pouco
E o outro querendo mais...
Uma vida fria. Um amor que esquenta. Um calor que queima. Uma ferida aberta.
Uma vida quente. Um desamor que esfria. Um frio que queima. Uma ferida estancada.
Eu queria te dizer que te amo, mas, ao mesmo tempo, não te amo.
Eu queria te dizer que te quero, mas, ao mesmo tempo, não te quero.
Quero me envolver com você, te fazer mais feliz, mas, ao mesmo tempo, não crie expectativas de futuro.
Eu queria te dizer que te acho linda em todos os detalhes, que te admiro muito! Mas, não vou te dizer isso sempre, na verdade, quase nunca, porque não quero que você confirme a sua grandiosidade.
Queria te dizer...só queria, na verdade não vou falar nada, tão somente que não crie expectativas e que não temos nada.
Vou me afastar quando você estiver triste, com problemas, mas fico perto se você vier atrás de um amigo.
Queria te dizer que você foi única, que o seu beijo foi mágico, o seu toque inesquecível, a sua risada inspiradora e que te quero para a vida toda. Mas, vou guardar tudo isso comigo, porque a vida é curta e quem sabe eu encontre alguém melhor do que você.
Enfim, não se iluda!
Eis a "relação" moderna.
DIVÓRCIO
Parte I
Antes, inseparáveis. Amizade incontestável, que, aliás, nunca acabará.
O casal vinte, por todos, amado, admirado.
Amigos de infância, namorados, noivos, casados. Uma bela história, no fundo algo de errado.
Dezoito anos, tantos planos, tantos danos. Aprendizado, parceria, fomos felizes…
Com o tempo, para você, transformei-me apenas em um objeto de cuidados…
Durante toda a nossa história, nós nunca brigamos, sempre conversamos.
Eu paciente, tentando diálogos e saídas, e você silenciosamente me enganando. A mulher em mim, entristeceu-se, emudeceu-se, sofreu por anos, resignada.
Cheia de princípios e valores, fechei-me em mim. Bombardeada por dissabores. Sem amor, paixão, sem chão, cheia de esperanças em vão.
No entanto, nada é eterno. Nem um amor tão desprezado.
Com o tempo esvazie-me de você, e quis vomitar-te de mim.
Toda aquela dor concentrada na alma, e a minha sempre estranha calma.
Agora separados, há poucos dias de um divórcio por mim já desejado…
Você chora dizendo que sempre me amará… que como eu, será difícil de encontrar… Não, não sabes o que dizes, continuas o mesmo farrista.
Eu já não o amo mais. Mesmo que tivesses mudado, não me terias mais ao lado. Espero que cresças, amadureças, aprendas a amar.
Só assim, significarás sua vazia existência!
A vida não acaba quando perdemos um “eterno” amor.
Ela continua com o amor-próprio.
Abrindo-se a novos ciclos duradouros ou não.
Porque o viver é dinâmico, e ficar parado esperando que o outro mude,
será como se já tivéssemos morrido há tempos.
Que venha o fim, do que há muito já findou.
Dizes sempre que me amas
como outrora, antigamente,
que não saio da tua mente,
que está acesa a chama,
no teu peito, que te inflama.
Mas não passam de palavras,
posto que és uma escrava
desse teu próprio orgulho,
e, por isso, não mergulho
nesse amor que não se crava.
Muitos falam de amor
Fazem juras e promessas
“Caso, viajo”… um ator
Logo se desinteressa
Quem ama tem mais ação
Não fica na enrolação
Sai fora, não entra nessa!
Um (des)brinde à vida
Chuva de trovoada relaxante.
Tarde de domingo.
Desordem desordenadamente na sala...
Tudo fora de lugar.
No porta-retratos teu sorriso quase apagado pelo tempo sorri triste.
Vivemos hoje um mundo que já não existe.
A casa cheia de memórias.
Uma linda história.
Um fim trágico.
Vislumbro dias tristes e sombrios.
Sinto na alma tanto frio.
AOS POUCOS
Vi seu rosto no meu café,
O gosto do seu beijo na minha boca,
O seu toque na minha pele,
Talvez eu esteja delirando,
Ou me apaixonando aos poucos.
Esqueci sua feição,
Lembrei do quão amargo era seu beijo,
Lembrei do seu toque frio na minha derme,
Talvez eu esteja delirando,
Ou me desapaixonando aos poucos.
Procurei blindar a minha mente,
Me desapeguei do seu sabor,
Me curei das feridas,
Eu me sinto feliz novamente,
Estou me recuperando aos poucos.
Vi outro rosto no meu café,
Quero saber qual o gosto daquele beijo,
Quero sentir aquele corpo no meu,
Agora sei o que sinto,
Estou amando de novo.
Por ser tu, não seremos nós.
Teu olhar me lembra o amarelo de Van Gogh.
Teu sorriso, assim como o teu nome, me adoçam e hipnotizam.
É como se estivesse fixando minha atenção
E então as telas de Van Gogh criam movimento.
Teu olhar mel, assim como seu nome, me toma.
Tenho um amor e você como paixão
Não trata-se de uma decisão
Apenas é
Apenas quero
Mas sei que não terei.
Não é que eu não queira
É que você não me permite te escolher sem você ter me querido.
Me faço querer apenas o que eu tenho de amor
Não é que seja uma decisão fácil
Somente é
E por ser
Nunca seremos e por nunca sermos
Apenas amarei com cumplicidade,
Já que é tu, com tal avassaladora bondade, quem tem a minha paixão.
Diga o que precisa dizer, me decepcione ainda mais, pegue todas as suas coisas e por favor, me deixe ir. Não me impeça, me permita ir para o mais longe de ti, longe o suficiente para que eu te perca de vista para sempre.
Seus olhos mentiram para os meus, seu toque enganou o meu corpo, seu "amor" destruiu o pouco que restava de mim. Com o tempo seus abraços passaram a sufocar os meus pulmões, suas palavras pararam de me trazer conforto e passaram a me ferir. Você matou todas as borboletas que habitavam aqui dentro.
Por um longo tempo me mantive acreditando que o problema estava em mim, me questionei se realmente era merecedor de algum mísero ato de afeto. Te deixar ir é meu maior ato de amor próprio, aqui te encerro definitivamente, e descarto todas as infelizes memórias que construí ao teu lado.
Não me procure em nenhum lugar, em nenhuma lembrança ou música, não deixe que seu ego ferido, sua vaidade quebrada e seu arrependimento te faça vir atrás de mim. Adeus.
S•E•N•S•A•Ç•Õ•E•S
Quando fecho os olhos,
Vejo o reflexo do teu ser,
Borboletas dançam em meu estômago,
Um êxtase difícil de entender.
Coração acelerado,
Pele arrepiada pelo toque,
Sensações que se entrelaçam,
Numa dança de amor e choque.
Entender a vulnerabilidade,
É aceitar o amor como é,
Um sentimento tão complexo,
Que nos faz perder o pé.
Paralisada diante da tua essência,
O mundo parece congelar,
O coração bate num ritmo intenso,
Um eco do amor a ecoar.
“Eu te amo” sussurra a alma,
Mas será que compreenderás?
O medo nos impede de avançar,
E encontrar a nossa paz.
Então, te pergunto com ternura,
Será que sentes esse medo a vibrar?
Ou preferes viver no desamor,
Sem arriscar o coração a amar?
As minhas tarefas são tantas
Os meus pensamentos diversos
Queria ter você sem tantas barreiras
Pensamentos por vezes são danosos
As leis de causa e consequência estão sempre vigentes
Penso ser insuportável a forma com que as pessoas se relacionam nesta década
Uma discussão é sinônimo de bloqueio nas redes sociais e utilização do termo "vá embora"
Ninguém tem paciência mais para sentar e conversar, chegar a acordos
Está tudo muito prático e raso
Há vazios enormes nas relações
Smartphones têm sido sinônimo de rapidez e também de danos à mente.