Poemas de Cores
Com o horizonte tão perto do olhar
Inclinei em varandas e escorri-me em cores
Hoje sou navegante-de-fantasias
Onde as aquarelas se desenham sozinhas.
Quando deixo o casulo...
A borboleta em mim prefere os cactos.
A perplexidade do ardor das cores,
Florescem ousadas,
Por entre as folhas reduzidas a espinhos.
Nunca ache que já viu todas as cores de um jardim
A cada segundo haverá sempre um colorido diferente
Encantando os olhos da gente
Jamais pense que já viu todas as linhas do horizonte
Haverá sempre novas nuances
A surgirem num amanhecer... Num entardecer!
Preste atenção nos sinais...
Há sempre novos ventos a soprar
Há sempre novas chuvas a regar
Há sempre novos amores para amar
Sempre haverá novos sentimentos no fundo de um olhar!
Ser poeta...
É ter nas pontas dos dedos
Todas as promessas do mundo
E bordá-las em cores de seda
Ser poeta...
É sentir a solidão e o silêncio
Que há no interior das pedras
E abrigá-los dentro dos versos
Ser poeta...
É desvendar os mistérios que se abrigam
No interior das pálpebras do tempo
E dar asas à imaginação
Ser poeta...
É procurar novos caminhos
Para a cegueira da humanidade
E libertá-los da escuridão
Ser poeta...
É rasgar o fundo da terra
Onde se aninham todos os segredos
E despi-los em cada verso de um poema
Ser poeta...
É abranger todos os horizontes
E não ter medo de voar
Ser poeta...
É virar a alma do mundo do avesso
E contemplar a poesia
Ser poeta...
É ver o mundo sem janelas.
Quais as cores desse fogo que me acende
Espreita-me
E revela meus desejos
Fogo paixão
Chama vermelha carmesim
Abrasado, encarnado
Entalhado na pele
No coração
Labareda inflamada
Que me deixa em vulcão
Feito de sangue vermelho vivo
Que me escorre incandescente
Pelas veias,
Em combustão
Salamandras mágicas.
Serão chamas eternas?
Ou
Poderão um dia virar fogo de palha?
Fogo lento
Sem vida
Luz consumida
Lume sem cor
Que perde o calor
Feito fogo de vela
Que pouco a pouco se acaba
Até restarem somente as cinzas
Parafina derretida no fundo
A escuridão.
Estarei brincando com fogo?
Que importa?
Prefiro o fulgor
O incêndio que se alastra
Indomável, intransigente
Em veemência
O ardor da madeira
Na fogueira
Que desaba e acaba
Ao desatino de nunca ter sido chama.
Sou Maria
Maria de todas as cores
Maria que ri e sorri
Maria que estuda e trabalha
Maria que é mãe
Maria que é dona de casa
Maria que se prostitui
Maria que não sabe quando vai volta pra casa
Maria que hoje tem comida pros filhos
Maria que chora por um pedaço de pão
Maria que é rica
Maria que só tem uma roupa de algodão
Sou a Maria, branca,morena,loira,ruiva,negra
Sou a Maria,rica,podre,miserável
Sou como todas as Marias desse Brasil
Sou a mulher, o seio do Brasil.
Quem vê a beleza nas asas de uma borboleta....
Quem vê as cores de uma flor.....
Quem vê a chuva a cair do telhado.....
Quem vê o por do sol....
saberá dar valor e preservar a mãe natureza...
Não é preciso muito para ser feliz....
basta dar valor as coisas simples da vida...
acordar com um sorriso,ver e sentir...
a brisa do mar.!!
MÍSERA COMPLICAÇÃO
Ah!
Como eu queria ver as cores
Coloridas como elas são
Abstratas como puros sentimentos,
Mas concretas como o amor e a oração.
Ah!
Como eu queria ser esperto
Para me valer da sua burrice
E envolver-me em seu “espanta-insetos”
Tal qual gatos em momentos de cachorrice.
Ah!
Como são os trocadilhos
De um poeta louco e sonhador
Que demonstra que todos os rios
Deságuam em seu despertador
Para acordar seus zero filhos
Para brincar de serrador.
Ah!
Como é complicado
Entender esses poetas
Que escrevem como atletas
Competindo por um texto bizarro.
Bizarro, mas profundo
Que espanta a solidão.
Então se acompanha de uma caneta,
Um papel e uma caderneta
Onde escreve como realeza
Essa mísera complicação.
CASINHA DA ESQUINA
A casinha da esquina é florida,
há flores de todas as cores,
na casinha da esquina.
Naquela casinha da esquina,
mora toda alegria.
Pássaros cantam felizes
naquela casinha da esquina.
Tem na casinha da esquina,
silencio, graça e harmonia.
Tem paz na casinha da esquina.
Felicidade,
é na casinha da esquina,
porque quem me ama,
está na casinha da esquina.
É minha grande paixão
Que mora na casinha da esquina,
esperando pelo seu amor,
naquela casinha da esquina.
Arco íris
Com várias cores suaves
Em arco até o chão
Luz de gotículas de chuva
Faixas coloridas do céu
Tintas e pinceis
Arco íris transformou
No azul do céu
Aliança se formou
Todos os sons mais musica!
Todas as cores mais luz...
Todos os amores mais vida...
Todos os gostos mais sabores...
Tudo compartilhado com você se torna poesia!
Sem cores não há marcas...
As imperfeições são minimizadas...
Rusgas do tempo camufladas...
Tudo parece igualado...
O brilho dos olhos apagado...
Emoções são castigadas...
Antes as cores vivas e sua verdade, do que a beleza disfarçada!
"Forças mórbidas
Idéias desastradas
Fetiches fulos
Frases clichês
Dias repetitivos
Cores desbotadas
Músicas desafinadas
Poema torto
Versos xucros
Mente velha
Coração retrô
E todos dos detalhes
De uma vida pacata
De um mês sem graça
Nos olhos de quem nos veem
E ainda dizem
Que esnobamos a vida
Porque por mais que ela seja
Nessa forma torta
Ainda sorrimos diante de todos os defeitos
E achamos lindo a graça
Dessa vida sem graça
Pois temos a felicidade amor
de viver em nosso canto
As coisas simples
De todo nosso amor
Pois com você meu amor
Na vista dos outros
O que é feio e sem gosto
Para mim
Se torna do mais perfeito e bom gosto
com o simples toque do seu amor"
CHOVEU PENSAMENTOS E EU OS COLHI UM A UM
Sonhei que era uma caneta
com cores
a escrever tua sentença
com dores
Assim escrevi, maltratai ele
com flores
Sobre a ponte da vida eterna
tivestes tontura e quase caíste
lembrai-vos daquela cisterna
que um dia dela saístes
Não sou e nunca serei
um grande poeta
Nem tenho pretenções de ser rei
e nem um grande profeta
Este pequeno segredo
deverá ser lido só após
a minha morte
tenho unha, em nove dedos
nunca fui homem de sorte
Amo mais cruel caixão
que nos leva desta vida
do que, qualquer outra paixão
Mirian minha querida
Escreva no mármore de meu túmulo
aqui jaz um homem feliz
Dirão, isto é o cúmulo
não sabe ele o que diz
Nasci em ventre sofrido
lar pobre, limpo e decente
cresci entre povo garrido
me orgulho hoje de ser gente
Já comi comida fria
passei noites sem dormir
minha mãe ao meu lado ia
chorando passei a sorrir
Quem já provou da lágrima o saber
sabe que ela tem gosto de dor
o seu sal é um tempero
misturado em seu licor.
Teu lábio escurece a tarde, e o calor dos dois corpos morre.
Minha mente vai além das cores que podes ver, e peco por querer.
Tu não és minha, nunca foi, e nunca será.
Subo em teus braços para alcançar meu próprio eu, mas tropeço em desespero.
Teu travesseiro me sufoca, e caio no lenço negro e infinito da verdade.
Acordo, e tua voz me arranha o ouvido.
Tua pele tira pedaços da minha, e teus lábios me secam por dentro.
Eu sou a mesma, mas tu mudastes.
Meu eu é mais teu do que meu, teu eu é mais só do que meu.
Medo de Cores
Há noites no qual sinto vontade
de me trancar em um quarto de hotel
e suicidar com o meu próprio medo.
Por causa do tempo isolado,
longe de tudo e pelo desajeito
ao deparar com algo branco, afastado
feito para inventar uma passagem do inócuo dia.
Uma forma concreta, um quadro
e nele pintar um sentido reto de linha
para criar de passo em passo
uma obra de arte, a vida.
As incertezas de uma vida, as invenções mal criadas, os sons reluzentes em cores.
Velocidade infinita, chá de felicidade, incapacidade de renascer.
Um piscar de olhos, um beijo, uma lagrima , uma flor.
Talvez mais um dia, ou hora, talvez dias e meses, anos quem sabe.
Sozinho em uma rua , caminhando pela calçada , fechando os olhos, acordando em universo novo, fechado para mim , com uma lua brilhante e luminosa e junto a ela o sol , formando assim um místico de ideias em minha mente.
Voar, caminhar, nadar ... sorrir , cair, chorar...
Ao abrir a janela,
curiosa, espio as
cores da manhã e
encanto-me com o
cenário da vida,
tecido pela luz do sol.