Poemas de Chuva
Melania Ludwig
23 de março de 2011 ·
Ora ora, vejam só!
O sol está meio acanhado,
mas a chuva deu uma trégua.
Parece que não vamos pisar no molhado
nem usar as sete léguas!!!
Terra dura.
É pouco o que se consome
numa terra dura e rachada
a chuva vem e logo some
mal posso usar a enxada
a esperança é o meu nome
quem encara a seca e a fome
não tem mais medo de nada.
Vem chuva!
Se a chuva bem soubesse
não faltava uma estação
ela dava a quem merece
as gotas do seu coração
mas as vezes ela esquece
e quando o sol aparece
aumenta a seca no sertão.
Ano de chuva!
A chuva é essencial
no brotar do verde novo
não precisa um temporal
basta o sustento do povo
mas que venha pro Natal
e fique pro no Ano Novo.
Zarpar
O cerrado é seco, chove pouco
Vou zarpar pro mar
Sem chuva a gente fica louco
As nuvens de lá tem pingos a gotejar
Levarei somente uma camisa
Deixo aqui meu erário, o poetar
Lá vou viver de brisa
Pois aqui brisa não há
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Seca e honra.
A seca traz sofrimento
a chuva nem piedade
o verde se foi no vento
o gado deixou saudade
da vida sobra o lamento
de onde falta alimento
mas sobra dignidade.
Permissão!
Não me canso de esperar
a chuva que tanto chamo
na terra seca de rachar
quase não se vê um ramo
Deus permita ela chegar
que eu não precise deixar
o nordeste que tanto amo.
Resistência.
Te peço chuva Senhor
que a terra está tão sofrida
sem água não nasce vida
sem vida não nasce amor
me manda um pé de flor
pra que eu enfeite meu jarro
minha casinha de barro
já não suporta o calor
é tanta gente indo embora
e eu resistindo na tora
me contorcendo de dor.
Tarde de dezembro
Tarde de calor
Tarde linda!
Depois
Que a bem vinda chuva
desaba e deságua
Novamente o Sol se desdobra
e a gente, feliz, descobre
Que mesmo após o fim
Aquela chuva não se acaba
do jeito qua gente queria
Permanece invisível e suspensa
Decantando a luz do dia
em coisa multicolorida
Enquanto isso o calor nos compensa
Com imensa quantidade de vida
Que revela que esteve escondida
Debaixo da minha janela
Num canteiro de margaridas
Eu me lembro que até há pouco
Me escondia, infeliz e louco
Em verdes colinas distantes
Existentes na minha mente
Onde eu me sentava
numa sombra triste
Fingindo-me contente
Apenas o tempo suficiente
de escrever versos felizes
Mas, na manhã seguinte
O clarão da aurora
Me traz outro dia
E desta vez
O meu coração não chora
Meus olhos enxergam vida
e vontade de sentir de novo
Uma vontade há muito perdida
Vida trazendo vida
a outra vida
que parece que também
Andou se sentindo perdida
E de repente a gente percebe
Que ainda não é tarde
Linda tarde de dezembro...
Edson Ricardo Paiva.
O teu "amor"
Foi como a "chuva" no solo do meu sertão
Chegou de mansinho
Molhou a terra do meu coração
Perfumou tudo com seu aroma
E se foi...
Deixando saudades do teu amar...
Em mim!
CHUVA NO CERRADO ( soneto)
Canta chuva, no cerrado, uma cantata
E há, feérico coro no planalto fustigado
De gotas do céu num tilintar animado
Como que um suave retinir de prata
Bendita chuva que ao chão imaculado
Batiza a secura com água que desata
Verdes relvas e fulgor novedio da mata
Num renovo de um frescor empanado
Alvor ideal que desponta na fragata
Do sertão, num úmido beijo desejado
Arejando, generosa, em trínula volata
Ah! Num regozijo do viver denodado
Num delíquio louco, ri-se escarlata
A encantada chuva que cai no cerrado
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 04, 2017
Cerrado goiano
Saudade amarga
Para que lembrar desse amor
Se para nós foi apenas uma chuva passageira?
Para que guardar no peito essa saudade traiçoeira
Que sempre transborda meus olhos em rios de lágrimas,
Que me faz triste e solitária?...
Para que curtir essa dor, eu não quero mais sofrer...
Apenas quero esquecer desse sentimento
que entristeceu o meu viver...
Desisto dessa busca sem fim:
-Sei agora que jamais viverá aqui...
Não necessito viver na solidão,
Nem chorar pelos cantos da casa...
Tudo que tenho agora é saudade amarga
Que pairou sobre o meu coração!
A chuva e o verde.
Quando chove no sertão
o verde é quem predomina
cada semente no chão
uma por uma germina
pra colher na plantação
o melhor de cada grão
da culinária nordestina.
Agora é chuva de verdade!
O telhado chora...a vidraça embaça
e o jardim acha graça...
Pensei que fosse passageira...
mas há mais de hora e meia
que embalou na corredeira
caindo como cachoeira
causando até goteira
na minha passadeira...
Pelo jeito, choverá a noite inteira...
melanialudwig
O bêbado e a amante
Caia a tarde como cai a chuva,
e o bêbado embreagado
- lembrava-me a imagem
dele no espelho, com um chapéu.
Caindo aos poucos
acenava a mão para
uma amante que no
instante lhe sorriu.
O bêbado aproximou-se,
sentindo o cheiro da amante
que roubara o perfume das
rosas com prosa ele ditou:
- "o perfume seu não compara-se
com a de flor alguma, perfume natural, esplendor sensacional.
Apaixonei por ti no momento que a vi,
vou tirar você dessas noites de boêmia
para viver comigo; sem momentos de terror, para ficarmos em um transe de amor.
O dona, minhas palavras são sinceras,
não desespera-se, já basta
o coração meu, que ainda não parou
porque o seu resplendor é o meu redentor."
Poderia ser a noite de bebedeira
o que o transformou em um poeta,
ou foi a beleza da dama que o transformou, num verdadeiro galanteador.
MUDANÇAS
Muda o tempo...
De sol quente à chuva torrente,
num repente-enchente.
Mudam as estações...
Do verão encalorado
ao outono desfolhado.
Muda o sistema lunar...
Da lua nova escurecida
à lua cheia ensandecida.
Mudam as pessoas...
De possessivas e raivosas
a gentis e calorosas.
Muda o meu dia a dia...
De ajeitar e amaciar travesseiros
a ficar envolta às panelas e temperos.
Mudo eu muda você...
De sentimentos alternados
com vozes altas a beijos acalorados.
14/01/2017
melanialudwig
Chuva que cai lá fora
chuva que cai lá fora
chuva calma
chuva miúda
chuva que cai lá fora
como num triste lamento
envolve meu pensamento
chuva fria , chuva sem vento
chuva que continua
em compasso firme e lento
chuva calma, chuva fria
deixa o dia fresco e cinzento
trazendo melancolia
nos levando ao recolhimento
Com chuva ou com sol:
"Este é o dia que o Senhor fez para nós "
Que ele seja abençoado !
Bom sábado a todos !
2017/editelima
Pintou o arco - íris.
A chuva não veio ainda
mas já deu uma posição
serás sempre bem vinda
aqui na nossa região
e quando a seca finda
nasce a imagem mais linda
que existe no sertão.
Está chovendo novamente
É água no chão corrente
Chuva de janeiro quente
Que até assusta a gente...
mel - ((*_*))