Poemas de Chuva
As dores chegaram antes de um sorriso, e a minha vontade de não sobreviver é interrompida por todo o amanhecer. Sinto meu corpo adoecer, vejo que estraguei cada pedaço de terra que pisei, e as pessoas com quem caminhei. Porque eu nunca consegui me levantar sozinha, me desculpe. Por mais que eu me mostrasse de pé, eu sei que sou um fardo pesado.
Eu queria esquecer as correntes que me prendem e chorar no meio do caminho, sem ter medo de conhecer o que virá pela frente, só assim me sentiria corajosa. Eu tentei viver longe, tentei cuidar de mim e deu tudo errado… estou me deteriorando por dentro, sinto minhas necessidades clamando dentro de mim e eu não podendo fazer nada, aos poucos a escuridão vai me encontrar, enquanto isso estou me saciando com lágrimas.
Estou privando todos os meus movimentos, estou gritando no silêncio da minha cabeça, porque não quero enlouquecer, os meus sonhos são cinzas, a minha cabeça é o meu hospício… com diversos pensamentos que me ferem, e me fazem desacreditar que já houve um dia feliz com esperança, amor, e sorrisos.
Ninguém sabe o peso da lágrima que eu carrego em cada olhar, são como pedras…
Ei...
Não se desespere,
essa não é a primeira vez
que você se depara
com problemas difíceis.
Não se deixe abater,
os obstáculos que nos deparamos
pelo caminho, são necessários
para o nosso crescimento.
Amanhã, faça chuva ou faça sol,
o dia nascerá de novo,
e com ele uma nova chance
pra você recomeçar...
Pensamento positivo,
tudo há de se resolver.
TEMPESTADE
A noite está sem lua,
Sem o lume das estrelas
Faz escuro em calmaria
Há uma paz que é passageira
Logo vem a ventania
E muita chuva sobre as telhas
Um gota de orvalho cai em suspenso no ar, em poucos segundos ela estará no chão.
Mas enquanto isso, o mundo a sua volta olha apavorado, esperando sua queda.
Ela resiste, se quer tenta imaginar como será, mas ainda assim ela continua caindo...
Em um segundo de hesitação e num desejo eterno de fuga, o vento a leva, para o longe.
Para os muitos sua queda era certa, a surpresa, aos otimistas a concretização
de sua certeza, aos pessimistas a sensação que dessa vez passou. Por sua vez, a gota de orvalho
transborda em alegria e evapora na luz, sendo eterna e presente a todo tempo. Sua vez chegou,
agora para sempre no céu de nuvens. Até a próxima chuva de verão.
“Amar alguém não é impossível.
Impossível é você.
Fazer uma pessoa lhe amar,
Por toda uma vida!
E como fazer o impossível acontecer?
Seja total...
E verdadeiramente honesto,
Seja simples...
E deixe suas lágrimas,
molharem o corpo de quem,
você sempre amou.
Como a chuva sempre fez por você,
Sem medo.”
As adversidades o caos e o renascimento
As adversidades são como as nuvens escuras que anuncia a tempestade que mesmo com raios, trovões e ventos, são necessários no equilíbrio da natureza e amenizam as tormentas da vida através dos benefícios das chuvas que caem com fluidos salutares que descarregam as pesadas cargas da atmosfera. Após a tempestade o Sol volta a brilhar e a vida renasce na terra, nos rios, nos mares e, tudo volta à normalidade. Assim também é a vida de cada ser humano, que como os astros surgiu do caos.
" Ultimamente venho sentindo muitas
saudades; saudade daquela conversa
matinal, saudade das noites chuvosas
e frientos, saudade do teu sorriso e da
tua presença, saudade da malicia da
sedução...saudade de ver você ao
meu lado!
Demétrio Mota.
PENSANDO EM NÃO TE PERDER
Autora: Profª Lourdes Duarte
A noite chaga, depois de um dia quente de verão
Sinto que a cada minuto que passa,
A saudade vem como uma tempestade
Atordoando-me e sufocando meu coração.
Tua voz tão linda ecoa como sussurro em meus ouvidos,
E a solidão vem me sufocar nesta noite vazia
quando vejo o tempo passar em vão
Sinto a tua falta a me maltratar.
Fecho os olhos tristonhos , mais uma noite
Que irei te sentir em sonho
Sufocada pela saudade e um desejo que inflama.
Aqui neste quarto, frio e silencioso
Lá fora a chuva cai molhando a terra
E o que sinto, me faz viver pensando em não te perder.
Jogou para o alto o que vestia
Sentindo cada gota como açoite
Acertando com paixão a quem corria
Não sabia se a chuva ou a noite
Era quem o amava naquele dia
Cai outra vez
Gotas que o céu derramou no meu quintal
Vem carregando bem um pouco de mim
e vem voando feito num vendaval
Regando as flores mortas do meu jardin
Que agora dançam nas bodas de cristal
Que os meus vizinhos fazem pra declarar
velho amor e a paz de um velho altar
Fico daqui me perguntando o que foi
Que eu fiz pra ficar nesse lugar
De folhas mortas e a cidade a aflorar
Tudo aquilo que o homem destrói
Cai entre nós
Nao vai pra lá eu tenho cá meu valor
Deixa pra lá, agora eu tenho que ir
eu vou partir e não pretendo voltar
Chuva lavou
levou consigo meu velho saravá
que cai do céu em choro de sabiá
bem no quintal de um velho a ouvir
O seu passado feito num recital
Cai outra vez
Eu?
Eu sou um enigma
O explícito do indecifrável
As chaves perdidas no bolso
O ''quiçá'' que precede a tragédia
Eu sou a tragédia!
Sou a tempestade que encanta pela avidez
E sou também os raios de sol que cessam a voracidade de céus aterradores
Eu sou o pulo do gato
E sou também a madeira bamba, afoita para forçá-lo
Eu sou a consequência de um caos certo e interminável
Chove lá fora gotinha e gotão,
aqui dentro pena e algodão,
sair não podemos,
guerra de travesseiro é o que fazemos.
SILÊNCIO
A vida esta cada vez mais barulhenta,
quero ouvir o galo me acordar,
mas ao invés disso escuto
carros buzinando, obras começando, pessoas tagarelando,
e aos poucos vou pirando.
O despertador toca,
continuo a dormir,
nem ouvi,
me acostumei com o barulho.
Vou ao restaurante almoçar,
o garçom não ouviu o meu pedido,
mas consegue ouvir a promoção de emprego na mesa ao lado,
O término de namoro,
em uma fofoca com a amiga na outra mesa.
Quero silêncio, de dentro pra fora,
de fora, para escutar o que digo
por dentro,
por favor faça silêncio.
Por dentro eu me calo,
por fora escuto a poluição sonora.
Quero um lugar no mundo onde eu não possa ouvir nenhum ser humano,
quero um encontro silencioso com a natureza que me rodeia,
quero sair dessa teia
ensurdecedora de palavras faladas.
Amar em silêncio,
falar com os olhos,
e escutar apenas o barulho do seu coração,
para mim já estará bom.
Encontro então, a melhor forma de gritar em silêncio,
escrevo alto, falo com letras maiúsculas,
desabafo nas letras miúdas.
Escrevo,
enquanto o mundo dorme,
escuto a melodia da chuva e penso,
enfim o silêncio.
“Érica neste momento estou pensando em você, e só agora quando a distancia nos separa, tenho coragem para te falar, apesar de tantas oportunidades que eu tive na Academia Golfinho, não conseguia te falar, pois você não me dava oportunidade e mantinha-se séria o tempo todo. O único momento em que estivemos juntos foi proporcionado pela chuva. Naquele dia o pátio da Academia estava molhado e você estava apressada, eu também havia terminado o treino e saí, estava andando um pouco atrás de você quando de repente você escorregou, então vi aquela mulher linda caindo, não pude chegar a tempo de evitar, mas logo estava ali próximo a você, ajudando-a a levantar-se. Foi rápido sim, mas o suficiente para ter você em meus braços por um instante, e sentir aquele corpo feminino malhado que nunca mais pude esquecer.”
Ah! Érica nunca saberemos o que a chuva do dia seguinte nos reserva.
Abraços, beijos........ “Que saudades daquela chuva.”
E se chover, aconchega-te em meu coração.
E vem colorir minha alma com teu sorriso.
Inebria-me de sol, e se tudo for difícil, então dancemos na chuva e esquentemos os sonhos.
O que eu me tornei ?
Meu doce amigo…
Todos que eu conheço vão embora no final. Esses tempos difíceis,esse frio que chega a doer os ossos,essa chuva que parece não ir embora,as gotas de chuva na janela. Segure minha mão nesses dias de tempestade,eu poderia fingir que sou forte,poderia cantar essa música sozinha mas o que ela seria sem você?
Posso te servir mais um café
Na intenção de fazer você ficar
La fora tocam gotas d’agua na janela
Fazendo o cantar das aves cessar
E na porta aberta o vento vem dizer
Que o tempo para pra quem sabe viver
O vento carrega teu perfume
E o conforto pousa aqui
Nos meus braços cheio de espaço
Com meus abraços sempre a te cobrir
"Me encanto
E fico no meu canto
Quando canto, lembro do seu nome
Enquanto isso tudo
A chuva cai, molha e me espanto
Encho meus olhos d'agua
E de tão molhado, molha todo o pano
Canto na chuva seu nome
Enquanto no meu canto fico só
Molhado, gripado me espanto
Passa dia e noite, continuo em pranto
Hora triste, hora alegre, sigo adiante
Sem mais pano, me espanto quando não lembro mais do seu nome."
(Alexandre dos Reis)
Banho de Bica
Quando eu era pequenina
Do tamanho de um botão
Morava em Vila Pereira
Morava em Minas Gerais
Bem longe do sertão.
Tomava banho de rio
Tomava banho de chuva
Tomava banho de bica
Da casinha onde vivia.
As gotas d´água da chuva
Refrescavam o meu viver
Pois molhavam minha cabeça
Alimentando o meu ser.
O que mais me atraia
Eram aquelas pedrinhas
Chamadas “granizos”
Que caiam do céu
Na palma da minha mão.
Para uma criança sensível
Que linda sensação!
Que Zeus, o amontoador de nuvens,
feche logo as cortinas do tempo,
liberte algumas hordas de coriscos rugidores
e faça derramar todas as lágrimas dos céus.
Pra matar a sede da terra,
pra tingir de verde a pastaria gris,
pra gatafunhar sorrisos nos meus lábios,
pra clarear os olhos entristecidos
das minhas mimosas.