Poemas de Casamento Despedida
Sei que o nosso abraço
Foi um abraço tímido,
Mas foi o abraço
Que me aqueceu o coração
Sei que o nosso passeio
Foi um passeio tímido
Mas foi o passeio
Que mais me alegrou
Sei que a nossa despedida
Foi uma despedida tímida
Mas foi a despedida
Que mais me custou.
Sente-se, vamos tomar um café?
Por aqui, senhor, por aqui...
Luz dilacerante no olhar
Som encantador dos trilhos quentes
Olhar de despedida...
Embarques e desembarques
Aglomerados, dispersos, sonhadores
Orvalho dos olhos nos dedos
Marcam uma história sem segredo
Malas cheias, tudo pronto
Deixando para trás um cordel de ilusões
Arrependimento? Medo? Que nada!
Na próxima estação, novas ilusões virão
Banco macio, janela aberta...
Pai? Mãe? Vocês aqui?
Ora! O próximo trem só na outra vida.
Uma palavra tão pequena
Um significado tão pesado
Aqui dizemos adeus
A um maravilhoso passado
Faremos agora
O que pode ser alcançado
Anular a relevância dos nossos erros
E relevar a do que foi acertado
Assim, a passagem do tempo não tirará de nós
A lembrança
Daquilo que um dia fez parte dos pensamentos
E que
Até os últimos lamentos
Se manterá dentro de duas pessoas
As únicas
Que já souberam o valor
Daquele sentimento por eles cultivado
Dos lagos na chuva, a alegria nos pingos.
Dos milhos nos bicos, a satisfação dos pintos.
Na despedida o amor, o olhar que voltou.
Na proximidade dos lábios, o beijo respirou...
(...)
É a certeza da vida, nos detalhes que se não notou!
Uma das melhores coisas da vida sou eu...
Eu sou o melhor de mim
Eu sou o dono do meu fim
Eu sou o melhor lado da vida
Eu sou a sua vontade guardada
Eu sou a sua parte rebelde
Eu sou o que está escrito nos muros da cidade
Eu sou a praça sem flor
Eu sou anegação do sofrer
Eu sou a vontade de viver
Eu a sou a bomba de Hiroxima
Eu sou o beijo de despedida
Eu sou a vida de qualquer um.
"Sei lá..."
Sei lá... era como se o mundo tivesse parado naquele instante.
"Você, a mala, a chuva, o táxi. Um conjunto perurbador de uma realidade concreta.
Quantas vezes dissemos a nós mesmos que isto nunca aconteceria! Fomos tolos ao acreditar? Ou somos tolos por nada fazer, diante da cena quase novelística?
Sei lá...
Só sei que já sinto a dor da sua partida.
As cores do céu se fecham e, parece, nunca serão as mesmas. Um cheiro de cinza se aproxima.
Você vai, e leva meus coloridos sóis; meus doces sorrisos; minha vontade de pintar o quarto com tons de vida.
Você vai... e, sei lá, tudo fica: vazio, solitário e sem graça.
Sei lá... eu deveria ter feito algo. O táxi já deu partida.
Fica para... sei lá... uma próxima vida". Lavínia Lins
trem
minhas malas estão prontas
sei que não voltarei mais
nunca mais.
arrumei tudo,
shampoo, escova e tamanco
aquele vestido de borboletas
e a bolsa azul.
etiquetei a bagagem
meu nome, meu sangue
toda minha história e dois cadeados
três cartas de lembrança
e o velho anel.
pesam muito minhas malas
a vida inteira ali dentro
mais a saia reta e o scarpin marrom
dois amuletos,
a fotografia dos meus pais
e as anotações para o futuro.
não voltarei mais
nunca mais
e levo na bagagem a certeza
da vida que passou
a camisa de gola rolê
os cartões para colocar no correio
e todas as esperanças.
embarcarei no trem das oito
as duas malas prontas
a vida inacabada
e a certeza que não voltarei
não me falta nada
carrego o creme para as mãos,
a calça de botões dourados
e o crucifixo no pescoço.
na partida, nada ficará de mim
não haverá traço, marca ou memória.
passagem nas mãos
os documentos guardados
a coleção de lenços,
o casaco de frio, a imagem do santo
e a certeza que não voltarei mais.
voarei livre e leve
como se não tivesse comigo
as partituras da nossa música
a camisa verde de chiffon
e a maquiagem provisória.
levo tudo comigo
as malas cheias de vestidos
papeis antigos
e um biscoito para o caminho
e a certeza que não voltarei
que não voltarei nunca mais.
VÁ
Vá!
Mas não esqueça o que vivemos,
O que juntos fizemos.
Aquele universo todo que descobrimos,
As nossas estrelas, no nosso ninho.
Vá!
Mas não apague o meu raio de luz,
As lembranças de um amor que seduz,
Os momentos eternos da minha vida,
Os pensamentos que aumentam a ferida.
Vá!
Mas não diga que não valeu,
Tudo o que no amor aconteceu,
A incerteza, a inocência,
A descoberta, a entrega.
Vá!
Pise assim nas flores do meu jardim,
Num coração despido de mim.
O mesmo que permitiu o nosso amor,
O mesmo que sofre agora essa dor.
Vazio
Não tive dedos suficientes pra contar
As dores vividas no calabouço
Da minha alma perdida entre mentiras
De que eu sabia que o meu cantar
Levaria com o vento
Para os amados, alento.
Eu nada aprendi dessa troca
De idéias e ideais
Não guardei um só instante
As memórias do aprendizado
Sobre o amor
Que eu vim buscar
Tive apenas ilusões arredias
E apostei em atitudes tresloucadas
Correndo atrás dos que me renegaram.
Acreditei que estes
Poderiam preencher o vazio despudorado
Da agonizante despedida
De quem parte solitária e oca
E solta.
Desprovida de alegria.
Vazia de vida.
Desnutrida e carente
Completa indigente.
Espero que não seje um adeus eterno...
Não queria que fosse assim...
Mas se eu for e não mais voltar,
não fique triste,
estarei do outro lado esperando por ti,
independente do tempo que levar!
Flores e velas.
Eu quero a luz no fim do túnel,
Que me encaminhe ao destino certo,
Ao invés de um amor que se faz fútil,
Onde me mostra um mundo incerto.
Eu exijo minha cama arrumada,
Enfeitada de rosa Champanhe e cravo vermelho,
Velas que iluminem o ambiente,
Clareando minha noite, não quero o medo.
Quero o sorriso debaixo da máscara,
E o aperto no coração ferido,
Abraços e sentimentos verdadeiros,
Lágrimas no rosto de quem eu nem sabia, mas era um amigo.
Quero levar a lembrança de coisas boas,
E esquecer a dor da perda,
Deixar que o sorriso renasça,
E a esperança novamente floresça.
Quero o sorriso que admiro,
E a decisão que dá esperança,
No coração amado e ferido,
No soluço e na pureza da criança.
Quero que tudo agora se encaixe,
E que a lembrança seja a melhor possível,
Para saber que valeu a pena,
E que o amor foi realmente vivido.
Espero que se lembrem do homem,
Que pensou um dia ser anjo,
E falava dia a dia com Deus,
Pedindo paz e saúde aos que amam.
Dizem que a dor da partida é sentida,
Acho que sim, pois sinto coisas estranhas,
Mas mesmo assim tão vazio e tristonho,
Acredito, valeu a pena.
1 de novembro de 2015
Cai no álbum de retratos. Quem diria, vó!
Foram tantas as vezes que você ficara que a gente principiou a te acreditar sublime, a te pensar eterna, a te desejar inefável. Fico com as minhas palavras cosméticas, sem ter como te fixar no escuro. Mas não seria justo, avó, não seria certo. Porque você sabia de cor o nome de tantas ruas por onde já não pisava, a receita de tantos bolos que já não fazia. E aquela fraqueza de sempre. Não faz mal, avó.
O universo continuará sem ti. Com você, extingue-se um mundo de coisinhas. Terá importância? Aquela casa, sua, será alvo de imobiliárias predadoras. O número 48, tão simples, da rua Colonização. Ao redor da casa, despontam prédios. Arranha céus imensos ganham terreno. É tanta modernidade, vó! A nossa rua vai ficando encolhida e, com ela, a casa, o jardim, a soleira da porta.
A vizinhança parece dormir, as visitas rareiam. As vizinhas do seu tempo já não aparecem com frequência. Um ou outro nome desaparece. Você continua. Faz setenta, oitenta, quase-noventa anos. Sente saudade, mas não deixa transparecer que nossa pouca idade não alcança suas lembranças, suas memórias. Conta histórias de menina que a gente escuta com cuidado. Diz lembrar fatos que lhe aconteceram com três anos – e eu acredito. Tem memória boa. Sabe de cabeça o aniversário de muita gente. Guarda tanta, tanta vida.
Como você, eu não encontrei ninguém. Sentada na cama, seus olhos marejam, sua expressão vagueia – quase chora.
“Eu só tenho pena de deixar minhas coisinhas” – não faz mal, vó.
Suas coisinhas vão com você. Boa noite.
Dorme com os anjos.
Gi.
NA DOR LIDA
Somente na dor lida
Na dor que não se clama
Mas, a que dói o que passou
O já passado me profana
O por quê de tal despedida
Que não vê a hora que a chama
Mas, que vai e não se volta
O que um dia em vida exclama
Mais um dos arrebatados sou
Que chora sem querer
Chora porque chora
Aquilo não há mais de ver
E em lamentações se faz em prece
Aquilo que deseja a ter
A soberana e feliz paz
Que só no Reino de Deus há de conter...
A saudade martiriza essa dor doida
Que dói e feri sem querer
Deste amor que não mais será recíproco
O meu amor que só em mim há de ter
E nesta solidão infinda que me persegui agora
E que não há caminhos certos
Guardo essas felicidades doidas
Deste pequeno vel
Que me cobriste por perto
E é na dor desta felicidade
Que chega a lembrar os meus pesares
Que rezarei por ti mais uma vez
Até meu momento certo
De tua tranquilidade.
Willas Fernandes. 03.12.15
Feito em homenagem a ORLANDINA COSTA FERREIRA.
Do Reencontro...
Despeço-me
com a certeza que irei te reencontrar...
Pois não te conheci, te reconheci...
Se não te encontrei, ei de te reencontrar...
Sendo assim não vejo a despedida como o fim,
talvez a espera de um Recomeço!
►Despreparado
Eu penso em várias coisas
E quando ando nas ruas penso nas pessoas
Será que elas conseguem suportar
Ou melhor, será que elas conseguem enxergar?
Ou pelo menos parar pra pensar?
Devemos todos estudar
Analisar
Como suportamos nós mesmos
Carregamos nossos próprios pesos
Entendo agora a visão dela
A mãe da garota mais bela
Me viu como monstro
Drácula, Frankenstein ou Fera
Claro, não sou nenhum astro
Me imagino feroz, quem me dera.
9 horas eu estava lá
Tinha marcado de nos encontrar
Estava eu lá de boné aba
Minhas pernas estavam a cambalear
Tinha medo de conversar
Não estava preparado
Mas estava motivado
Determinado
Ela me assustou no primeiro contato
Assumo que fiquei assustado
Claro, sou um bastardo
Minhas pernas queriam me deixar
Não deixei de reparar
Acabei por vacilar
Me desculpe por ser um idiota
Me desculpe por não pensar em uma resposta
Você merece todo o meu carinho
Não quero deixar teu coração sozinho
Gosto muito de rimar
É estranho, vamos falar
Parece até que está a narrar
De uma maneira exemplar
Os fatos que vou contar
Pois bem, irei começar
Eu escrevo poemas, mas não sou um poeta
Quem me dera ter a sabedoria desses atletas
Atletas das palavras, versos e letras
Não sou muito chegado a leitura
Acredite, digito por não ter uma escritura
A caneta é minha inimiga
A tecla minha amiga
Prefiro digitar por não ter o que falar
Quando encontrar, alguém para recitar
O que estou a colocar
Nessa letras a formar
Frases e versos que me fazem parar
Refletir, pensar:
“Por que não consigo me expressar?”
Eu tento sempre que possível me comunicar
Ah, deixa pra lá.
ÚLTIMA PARADA (LARA FLORES)
Sentir ou não sentir a onda que passou: eis a questão?
Não. Dizer que entendo é mentira.
Não posso fazê-lo.
É muito simplório. Reles opinião.
Não há nada que me faça compreender.
Se foi um furacão que te trouxe,
Um caminhão me atropelou para me separar de você.
Ou, talvez, seja só a inevitável verdade que tantas vezes quis esquecer:
Não tinha por que terminar?
Nem começar, nem acontecer.
Hoje, ficaram sim algumas dúvidas, páginas amassadas e muitos apertos no lugar daquele coração que disparava ao ouvir o som da voz, da risada, do andar.
Ah! O bolo caçarola!
O perfume gostoso!
A vontade de deixar rolar...
Mas hoje as janelas estão fechadas e as palavras não ditas.
Não há mais visto por último.
Quantas vezes me perguntei se alegria daquelas conversas foi mesmo esquecida...
E as respostas?
Bem, não importam
Não as quero mais.
Se antes não sabia se era pra esquecer ou lembrar,
Atual e certo é que fui boba sim, me envolvi, me apaixonei, muito sofri sozinha
E hoje quero só apagar.
Não. Não era só o certo pelo duvidoso.
Era imaginário. É silencioso.
E o silêncio é também cortante,
Congelante e sempre a me ignorar.
Não. Não posso mais ocupar meus pensamentos com tudo isto.
Nem mais me perguntar como ou onde irá parar.
Se dependia de mim, eis então o ponto final:
A última e feliz parada deste ônibus desgovernado.
Entenda apenas que não me amar não é desfeita.
Não me querer, não me desejar, é antes me poupar de problemas presentes
E sobretudo futuros.
Não sei brincar disto e talvez nunca vá aprender,
O que sempre será ótimo para mim:
Preservo o que conquistei a duras penas
E que fiz valer a pena viver.
E assim, sigamos então os nossos caminhos independentes por ai.
Sim, sim, sim!
Decidida e oficial despedida, enfim...
PORTA (LARA FLORES)
Se não era amor, por que tanto se aproximou?
Se nunca de uma brincadeira passou, ganhou o quê causando-me tanta dor?
Perguntas sem respostas,
Vazio, silêncio, angústias sobrepostas.
Meu mundo é confuso, constante em indagação e agora demasiadamente obscuro.
Como pôde ser fazer de amigo
E me deixar em tantos apuros?
Chegou persistente, de mansinho,
Decidido o suficiente a envolver-me em seu joguinho.
E quando conseguiu minha atenção,
Carinho, afeto, completa paixão,
Simplesmente desinteressou,
De frieza se cobriu e de mim se afastou?
Ora, ora, ora... Sabes por acaso o quanto o fracasso desta história fez nublar meu coração?
Não. É possível que não.
E provavelmente nem se importa,
Pois teimoso feito porta,
Buscava apenas aventura
E pra trás deixou só lágrimas,
Muitas amarguras e grande desilusão.
Eu nunca acreditei em anjos, até esse aparecer na minha vida:
Esse anjo que me compreendia
Me aceitava, me entendia
Oh, esse anjo que eu amava...
Esse anjo que eu nunca esquecerei
Esse anjo que surgiu do nada
Esse anjo que eu amei...
Essa amizade surgiu tão rápida
O começo, o meio e o fim
Tudo de uma forma inesperada...
Eu sonhava com você
Seu retrato em minha mente
Eu já não conseguia te esquecer...
Você era tão tímida, eu espontâneo
Você era cristã, eu ateu
Você era você e eu era eu...
Éramos tão opostos para os "normais"
Mas não se monta um quebra-cabeça
Com peças iguais...
Seremos sempre infinitos
No nosso conjuntinho
No nosso limitado
Conjunto de finitos...
Eu e você meu anjo
Meu anjo que tem o nome mais lindo do universo;
Meu anjo que tem os olhos mais penetrantes da galáxia;
Meu anjo que tem o sorriso mais belo do sistema solar,
Meu anjo é você, minha doce Nicole...
Sem ressentimentos
A emoção está aqui
Mas a caneta na mão
Não quer escrever mais
Como se roubassem você de mim
Sem poesia
Sem sentido
Inspiração roubada
Me inspirei
No que não me pertencia
Não há roubo
Nem eu te pertenço
Como se a carne
Desprendesse dos ossos
A energia dos versos se esvai
Sinto muito
Se me deixei levar
Se ignorei os avisos
Não parei no sinal
Não observei o silêncio
Fui além
Fui paixão
Puro eu egoísta
Paixão só minha
Não espero que entenda
Não quero nada em troca
Sejamos felizes
Só o que importa
Perdoa por sentir
Perdoa sem julgar
Há muito mais pra se ver
Dentro de um olhar
A vida é feita de escolhas
Escolhi escrever
Me despi nos versos
Devo me cobrir na razão
Te deixar em paz
Com suas preferências
Deixar de sentir em vão
Sem ressentimentos
E de repente
Tudo se perdeu
Na imensidão do seu eu
O amor já não era tanto
A vida já não era a mesma
E até mesmo o canto
Perdera o encanto
Triste assim
Tão de repente
Se perguntarem por que
Não sei
A vida é assim mesmo
Sentimento é solidão
Se não há mais combinação
Cadê aquele diálogo?
A comunicação que nos uniu
Na comunicação dos iPhones
Tudo ruiu
A humanidade se perdendo
Quando a busca é pelo encontro
Pelo aproximar
É...Aproximar assusta
Por que ficar juntinho?
Seu Eu domina o mundo a seu redor
Limites já não existem
Mas os sonhos por um fio
também estão
O que me frustra é saber
Que em vc tudo me basta
Mas se é pra dar um basta
Que seja
Pelo menos lembra
Da cumplicidade e
Dos momentos lindos
Que a velocidade da comunicação e o poder das frases feitas não
Conseguirão apagar
De minha parte
Seguirei sonhando
Pela réstia de fio que ainda existe
Vivendo e aprendendo a viver
Errando pois o que é a vida
Senão tentativa e erro até o
Realizar de um sonho?
No meu sonho
Não estou só
Mas a pior solidão
É aquela acompanhada
A dor de não bastar
É difícil de explicar
Mas eu me basto em mim mesmo
E se não hei de complementar outrem
Que venha a vida então
Completar meus momentos
Que sejam bons enquanto os bons momentos durem
Que passem rápido quando não forem tão bons
No meu corpo
As marcas do tempo
No meu sonho
A marca
Ainda que a ferro e fogo
De um amor sem limites