Poemas de Casa
Toda casa tem goteira. Não existe o emprego ideal, nem o relacionamento ideal, nem a vida ideal.
Existe VOCÊ. Analisando, mudando, absorvendo e sentindo as experiências de forma real. Saber a hora de sair, de ficar, de mudar o seu comportamento, o seu ponto de vista e a sua história.
(HLops)
Fica
Não era sobre ficar
Era sobre você não precisar voltar
Não queria deixar pra lá
Mas a porta estava aberta e você me pediu para entrar
Não sabia se era para ficar
Ou era apenas visita
Não saberia adivinhar
Eu precisava ver sua transparência
Não seria pedir muito
Porque saberia que não precisaria
Conhecer a casa toda
Era só um convite pro café
Um bate papo meio desarrumado
A gente se deixar bagunçar demais
Quando ja conhece bem os cômodos
Estou me retirando
Você sabe meu endereço
Se perca de mim
Ou me encontre
Não quero que você, volte
Espero que você, fique
Na casa da Avó
Na casa da avó
Tudo é mais acolhedors
tudo tem...mais amor.
Na casa da avó
cheira a café pela manhã
Por entre os lençois de lã
Na casa da avó
Temos lareira no inverno que dá muito calor
Fica assim a casa com mais amor.
O Fim de um Tempo
Ela se foi
Foi a Casa
Foi o Tempo
Foram Notas e Tormentos.
Ele também se foi
Foi o Juízo
Foi o Equilíbrio
Foram Dias e Alegrias.
Aquilo se foi junto
Foi o Tal
Foi o Qual
Foram Artigos e Adjetivos.
O Concreto também se foi
Foi a Ponte
Foi a Estrada
Foram Boi e Boiada.
E aprendeu a se fortalecer
Não como casa de palha
Colocou tijolo por tijolo no prumo
E se ergueu de concreto
Não é fácil entrar pela porta
Ou pela janela
Coração dela
É terra que ninguém pisa
Porque na casa dela
Ela planta seu jardim
Decora sua alma
E sabe que quando perde o telhado
Ganha as estrelas
Pinta a parede de todas as cores
Pra colorir as dores
Aprendeu com a tempestade
Quando no céu avistou pela sua janela
O Arco iris
Ela dorme agarrada com seu Amor próprio
Se fez fortaleza
E sempre que chega em casa
Tem a sua saborosa sobremesa
Com sabor de que sua felicidade
Não depende de uma porta aberta
Ou uma janela
Para que nela façam morada
Só depende dela
E sabe que sobre todas as coisas que deve guardar
Guarda seu coração
Através dele ergueu
Sua morada
E no caminho de volta
Ela sempre volta pra casa
E no seu Amor próprio
Faz morada!
Joyce Amanajas
TURBILHÃO
Você é a melhor explicação do sim e do não
É o convite e a rejeição
É o quero com certeza e o não dá
É o vamos sim e o melhor não
Você é o abraço e o tapa
Você é o problema e a solução.
É o sim da vida toda, o convite para entrar
És a certeza que eu quero, é o vamos sim para lanchar
É o abraço casa que eu quero morar
É o problema que por hora não posso solucionar.
É o não de não se deve
É a rejeição do meu consciente em briga com o querer.
É o não dá para o momento
É o tapa da realidade que insiste em aparecer
É a solução que por hora não pode acontecer.
És um turbilhão de sentimentos
Os melhores possíveis
És a causa da minha insônia e o motivo do meu sorriso.
És a calmaria no meio dessa tempestade.
És o hoje que não posso ter o amanhã que anseio chegar.
Eu afirmo
Quero morar no teu abraço
Mas esperar é melhor que faço
Mesmo assim te peço nenem
Me deixa morar no teu abraço?
Entre tantas noites
Entre tantas danças
Um copo, gelo, álcool
Sorrisos, ousadia
Um salto alto
Um vestido que delineia
Suas curvas
Ruas, vento, lento
E lá está ela
Leve, pouco sóbria
De alegria ambiciosa
Encanta de longe
Conquista de perto
Entre poucas entregas
Seu Amor próprio
É sua festa
E ela se completa
Se embriaga em suas asas
Mais um gole
Mais um brinde
Cansada
Ressaca de tanto faz
Copo esvazia
Noite esfria
E ela amanhece
Em prece
Entre tantos dias
Entre tantas horas
Ela viaja, desarruma
Sua bagunça
Ela e sua calca rasgada
Remendada
Não se renda
Se ausenta
Ela e seus tantos planos
Caminhos
Na praia
Sempre um sorriso
Na volta pra casa
De saia curta
Longa, rodada
Vestidos
Sorrisos Largos
Ela se completa
"minha casa e o céu
combinam...
combinam pela cor
combinam pela flor
combinam pelo olhar
combinam por combinar...
minha casa, jeito de lar
pra voltar
aconchegar..."
@veraregina14
-Suposta Paixão
Amor, ontem não lhe mandei mensagem pois estava cansado.
Amor, aquele encontro irá dar certo? Não é?!
Amor, cheguei tarde e dormir, não desfrutei daquele seu carinho em forma de alimento.
Amor, tenho que avisar mesmo quando estou em casa?
Paixão, já é algo que não habitava mais ali.
Desconhecimento, era algo comum que mudava com o tempo.
Dois fantasmas, aquilo que não vivia mais fisicamente, mesmo com a presença do outro, e continuava vagando na solidão que possuía ali.
Predestinação
Adivinho-te
As lágrimas
E as quimeras derramadas
Dos olhos hirtos da noite,
E num abraço não contido
Envolvo-te…
Há diademas de Coragem
Esculpidos no sopro da aurora,
Estonteantes enigmas embutidos
Nas paredes da casa branca.
Predestinadas oscilações dos dias!
A casa branca
Chamou por nós.
Etérea,
Na derradeira aspiração,
Em esgares de agonia,
Ruiu
Aos pés do desalento.
Tristes tulipas,
Apoteóticas ninfas,
Dançam ainda
Tchaikovsky
No jardim.
Célia Moura - “Vestida De Silêncio”
Salve!
Palavras fáceis dizem seus lábios
achando que o caminho é livre,
mas saiba que há um salve-se quem puder,
e já estou fora desta caserna,
você nem começou a luta
e eu ganhei a guerra ...
Perda total da razão,
só pensa na guerra,
ações sem sentido,
só anda com a cabeça
no mundo da terra!
Nunca se vê
se é que um dia nos vimos,
vestidos de aparências,
o desejo rasgou o prazer
que sentimos em fantasia!
Logo retornei, linha muda:
A cor do tecido,
a vista do horizonte,
o trajeto do trem,
o destino de um homem...
O dedo aponta adiante distrai também,
as frases que leio nos muros:
“Quem chega não chama.”
Quem entra não bate”.
Rol de nomes aos bois,
sem guardar orgulho da raça
que tem barulho
de carroça na cabeça,
descamisado no parapeito
da janela, grito palavras incabíveis
na beleza de um poema.
Os animais fogem para a cidade,
os homens para a selva,
rastro de pétalas, caule e espinho,
vereda de flores feridas,
fragrâncias fúnebres.
A manhã plácida clareia
o sorriso dos homens,
o sol nem esquenta a cabeça
por trás de nuvens alvas...