Poemas de Borboletas
ELA PODE SER MAIS. ELA VOA.
Tão pequenino e branco, dele saiu uma lagarta. Mas que lagarta feia, parece que destoa do ambiente.
Olhando pra lagarta vemos que ela ainda não sabe quem é, nem pra onde ir e o que fazer.
Ela se move lentamente como se não pertencesse a este mundo, parece inconformada com sua realidade.
Logo o tempo vai passando e ela se alimentando e se cuidando mas nada acontece... seu questionamento continua: Pra que vim ao mundo?
E ela sente que é chegada a hora de se reservar, de silenciar, de sentir-se e se fecha numa pupa.
Enquanto ela está na pupa vai se conhecendo, observando a si mesma, deixando as coisas fluirem, pois é quando ela entende que na vida dela todas as coisas acontecem no tempo certo.
E vem as chuvas, as tempestades, as ventanias, o calor e ela continua ali... e a cada adversidade ela se fortalece, amadurece, e seu crescimento vai acontecendo.
Quando num belo dia ela sente que é chegada a hora de ser. Então ela começa a se mover e romper com a barreira que ela mesma colocou entre ela e o mundo.
Aos poucos ela vai se mexendo e conseguindo rasgar e ir saindo aos poucos, até que ela consegue sair totalmente. E se admira de quão linda ela está.
Ela pode voar, não se rasteja mais, sua aparência é virial, forte e suave, marcante e alegre. Agora ela sente que o mundo a pertence... e voa.
Ela encanta por onde passa, todos sorriem um belo sorriso quando ela estar por perto, todos a querem por perto. Sua presença transmite paz, amor, renovação, superação, felicidade, vitória.
A felicidade habita em seu coração por estar levando às pessoas cores para suas vidas.
"Dividido entre a alegria e a angústia,
a solução foi oprimir o desejo.
Por medo de quem me tornei, encasulei-me.
Foram longos tempos como lagarta...
O casulo foi meu vazio.
E como vazios são essenciais,
eles foram base de minha
arquitetura emocional.
Por medo de não criar asas,
até hoje resisto à inevitável metamorfose."
A VIAGEM DA MONARCA
Desbravar regiões desconhecidas
Com o ímpeto de descobertas,
Asas que levam sementes da esperança,
Cavalgam para se sentirem libertas.
Em pleno galope, o seu único guia
É o que está presente no seu coração
Deixando pra trás sua terra natal
Abrindo caminho para a nova geração.
Comtemplar admiráveis paisagens,
Experimentar sua primeira viagem,
Voar sobre densas florestas,
Bem como por áreas desertas.
Voar, simplesmente voar,
O vento por si sentir passar
O azul do céu quase tocar,
Os pés no seu destino, por fim, pisar.
Fim.
Ivan F. Calori
As borboletinhas
devem ser
flores com asas,
enfeitando o jardim
e o meu viver
Cada uma que esvoaça,
chega de mansinho
toca de leve o coração,
em puro carinho e
me faz sorrir,
lembrando você...
Antes do amor se tornar amor, ele já existe, ele está lá, hibernando em seu casulo, ainda disfarçado de amizade, admiração, paixão. Mas o que é preciso para que esse sentimento se transforme em amor? Talvez um simples sorriso, uma conversa despretenciosa, um toque aguardado, um piscar de olhos, uma gentileza. Não importa o como, quando e onde. Importa que, naquela fração de segundo que não sabemos qual mas que existiu, a amizade, a admiração ou a paixão, se transformou em amor!
Quando a borboleta deixa de ser uma lagarta e está pronta, ela rompe o casulo e libera suas asas! Eis o amor que surge da mesma maneira, rompendo todas as nossas amarras e nos libertando para viver um universo inesgotável de sensações.
Ahhh o amor!
JOGAR VERSOS
Jogar versos de amor me fascina
É um jogo de terna emoção
As palavras vestidas de rimas
Fazem festa no meu coração
Num caminho florido do campo
Tinha uma ponte sobre o Ribeirão
Lá passava uma linda menina
Que era dona do meu coração.
Se eu pudesse, voltava no tempo
Só pra vê-la vagando entre flores,
Borboleta bailando ao vento,
Solfejando cantigas de amores.
Se eu soubesse voar como o vento,
Sairia pelo mundo afora
Procurando aquela que um dia
Me amou e de mim foi-se embora
Tem que estar ali na ponta da linha
o que você sonha em alçar
aos tempos noturnos, nas veias das borboletas.
Esse pequeno mundo
Em meu pequeno mundo
Vivo na maior alegria
Brinco com meus amigos
Aqui nao falta harmonia
Era uma feia lagarta
Quando no casulo entrei
E quando sai de lá
Em borboleta me transformei
Um inseto nojento
Comia folha sem parar
Ainda bem que mudei
E agora posso voar
Voar com minhas asas
Com cores de aquarela
Agora irei mostrar a todos
As mais lindas cores da Terra
Em meu mundo
vivo muito feliz
Aqui posso realizar
Tudo o que eu sempre quis
Meu mundo é mais que casa
mais que um simples lugar
É onde eu nasci
E comecei a sonhar
Das flores,o perfume
Do mundo,o prazer
Dos sonhos,a realidade
Eda vida,a experi~encia de viver
Em uma simples passagem
Encontrei a felicidade
Como tantas outras borboletas
Irei seguir uma nova viagem
a você da carranca,
a minha careta!
não vê que atravanca,
essa agulheta?
sai da tamanca,
não se meta!
deixa de banca,
encosta a escopeta!
basta! se manca!
larga a vareta!
língua franca
é uma roleta
que fere e arranca
a sua faceta
chega! destranca a gaveta
libera a borboleta!
É tempo de vidraça
felizmente
o tempo passa!
flores florescem
vidas nascem
tudo se renova
viver é prova
canto é alegria
na grama verde
reflete o sol
do novo dia
borboletas
colorem o jardim
na natureza
e dentro de mim.
Quando se tem uma percepção diligente voltada para a simplicidade que há em volta, é possível constatar que a vida é marcada por brevidades que nos enchem de entusiasmo com belezas e encantos por toda parte.
Veja por exemplo as primícias de um caminhar nos primeiros passos de uma criança, um aperto de mãos selando um compromisso, um beijo de despedida que dispensa palavras por já ser tão expressivo
graças a vivências partilhadas.
Alguns instantes se forem bem vividos, trazem um bem enorme
até mesmo contemplando
uma linda e simples paisagem
ao ver a chuva caindo,
o sol nascendo ou se pondo,
estrelas cativantes reluzindo
por serem ricos pormenores
que deslumbram os olhos
e vivificam o espírito.
Perceba que a borboleta
apesar de sua irracionalidade,
aparenta saber que a sua vida
é bastante efêmera,
tendo em vista que saboreia constantemente a conquista
de suas lindas asas,
voando graciosamente
num misto de encanto e liberdade
até seu último bater de asas.
Então, acredito que viver é saber somar aqueles breves momentos
que são grandiosos devido
ao grande significado que carregam,
sem reclamar que é por pouco tempo
pra que assim o viver seja avivado
em cada bom momento.
Eu sinto um congelamento
Peço tratamento
Dessa vez não aceito reclamar.
Não me reconheço em desalento,
hoje não vou ficar.
Coloco meu sapato
e pra rua eu parto
em movimento me coloco
e deixo o ar entrar
Esse ar
Respiro
Presente
Percebo
Onde estou
Daqui agradeço de onde eu vim
(Pausa para mensagens afetuosas)
Reflito quem sou
Observo rapidamente o passado
(Superado)
E a lágrima que molha meu rosto me traz um abraço gostoso
Agora eu me vejo
Tão diferente
Tão outra
Ao lado de tantas outras
Meninas, garotas, mulheres
Dentro de mim
E fora,
Preencho o checkin,
Pago boletos,
Verifico o email.
Agendo um passeio,
Sento,
Sinto
(a correria externa não acelera o meu coração)
Mas quando te vejo, ah...
Há borboletas dançando compassadas, e compassivas, o ritmo da vida, que pode ser leve e tranquila.
Eu me solto em seus braços, onde posso ser quem verdadeiramente sou.
Eu soul.
Azulão também um dia
foi lagarta que se alimentava
de folha da Taquareira,
Buscando a poesia perfeita
eu li muitos poetas para me cobrir
de poemas que os corações
não sejam capazes de resistir,
e as almas busquem se vestir
o tempo inteiro de festa.
Maria-boba de boba
não tem nada,
Quando falta espaço
tem a leveza das asas
para fazer perguntas
porque eles suportam
pouco ou quase nada:
Atitude típica de gente fraca.
VÔO
Aprendi com o tempo
Que é preciso esperar,
Aprendi com o Rio
A me derramar,
Com a rocha aprendi
A me lapidar,
O vento me mostrou
Que posso voar,
As flores me ensinaram
A desabrochar,
A dor me trouxe
Coragem pra chorar,
O mar beija a praia
Mas é preciso voltar.
Aprendi com as borboletas
A alçar vôo
E conquistar jardins.
Casulo
- Pode gostar de mim e de ficar assim, parada.
Disse um galho pesado de tempo e folhas, uma frondosa árvore que bondosamente, acolhia um delicado casulo. – depois, planejas nascer de novo e cresce, desenvolva-se, reconstrói teus sonhos. E quando as forças das tuas asas, não cabendo mais no seu espaço, quebrarem o fino tecer do seu telhado, permita-se esticar vagarosamente as asas... abra-as, e como quem acorda leve e renovada, voe, ávida e sedenta por novos ares...
- Rahssi
Vídeo-mente
Hoje um beija-flor no meu jardim...
Há poucos centímetros me olhava enquanto suas asas batiam num transe absurdo da minha mente. Tudo parou. Foi uma conversa de alma, uma síncope, e então, voou à me olhar da alta árvore, aproveitei e recobrei o fôlego, e mais uma vez, presenteou-me suas cores, voo e brilho. Depois, uma borboleta pousou na folha da amoreira e me deixou capturar em câmera lenta sua beleza.. sem timidez nenhuma... Os presentes da vida.
- Rahssi
Abre asas,
Voa.. . .
Lembra que sem ti
Não haverá novas flores.
Voa.. . .
Poliniza.
Embeleze o céu
E os olhos de quem
Tem o prazer de vê-la.
Voa.. . .
Minha flor sem caule,
Borboleteia.”
Durante a sua infância rara, a sua essencialidade era bela e resplandecente como uma linda estrela na terra conectada com o mar,
cujo amor por si mesma era vivo e inocente e estava sempre a brilhar.
Sendo feliz, não se cobrava excessivamente, nem se importava em disfarçar a sua essência, assim, sua postura era espontânea, sossegada e sua presença era tão amável e reluzente que superava constantemente as suas falhas.
Com o passar do tempo, foi se perdendo do que lhe era essencial, seu brilho já não era mais o mesmo, pois de tanto se decepcionar, tinha ficado insegura, não se amava mais como antes, mas graças a Deus ainda tinha uma fagulha de esperança, perceber a sua tamanha importância.
Graças ao Senhor, a partir do momento que lhe veio esta percepção, sua vida passou por uma linda metamorfose, a qual fez valer tudo o que enfrentou, logo, seu amor próprio ganhou asas e seu essencialismo foi renovado, dessarte, uma bela borboleta avivada.
HUMILDE E GLORIOSA
Uma criaturinha impressionante
De vida curta, acaba de nascer.
Não é tão linda ou tão exuberante,
Um simples ovo em lagarta se viu tecer.
Muito trabalho terá que realizar
Para na fase adulta poder chegar
E uma linda borboleta se tornar!
Cria reservas para se manter,
Para o período em que vai crescer,
Trabalho duro, começo difícil,
Humilde será seu ofício,
Mas um futuro glorioso a esperar
Tão real que mal pode se aguentar.
Até que chega o momento
Ficar 40 dias em um confinamento,
Em uma folha se dependurar,
Se vestir de crisálida, uma roupa especial,
E agora apenas precisa aguardar
Por uma nova vida sem igual!
Metamorfose completa: finalmente chegou o dia!
Está pronta para poder voar,
Sai do casulo, com bela e nova fisionomia,
Com quatro asas para mostrar,
Delicadas e lindas de se olhar!
Cada escama pintada, uma por uma à mão,
Por alguém habilidoso, que tem precisão.
Seu minúsculo corpo,
Com cabeça, tórax e abdômen,
Um projeto maravilhoso,
Perplexidade causa no homem!
Mas seu trabalho está apenas no começo,
Pela polinização, deve ter muito apreço,
Terá que visitar muitas flores,
Com seus pés sentir seus sabores
E com suas antenas, seus odores.
Uma borboleta é muito sagaz.
Para que ninguém venha atrás
Os outros tenta confundir,
Para dos perigos poder fugir.
Às vezes se veste de flor,
Encantando e enfeitando jardins.
Mesmo que, depois de alguns meses,
A sua vida termine, sua beleza nunca terá fim!