Poemas de Borboletas
Ao contrário da borboleta a metamorfose do amor é no fim. É no final que ele se torna uma sombra imprecisa, um espectro triste e pálido do que foi. É nesse tempo indefinido e tardio que ele tenta se manter vivo alimentando-se com as migalhas que sobraram. Como uma lagarta arrasta-se carregando o peso e a culpa do fim. Agarra-se com tanta força às lembranças que chega a pensar que são reais. Mas como amor é par, sozinho definha aos poucos, rende-se ao tanto faz da indiferença e resignado à triste sorte entrega-se à clausura do casulo .
Queria tanto ser igual uma borboleta ... ao final de cada relacionamento , de cada ciclo ... era entrar no casulo e renascer mais forte e pronta pra uma nova vida... ah como eu queria ...
"Para a Borboleta alcançar a própria realização, é necessário que a Lagarta se permita criar asas e voar."
Só após um periodo de metamofose, é que a borboleta sai de seu casulo, e vai pro mundo brindar a liberdade com suas lindas asinhas.
Toda borboleta um dia se arrastou, se enclausurou, se contorceu. Em meio a muitas dores desistiu do viver de lagarta e assumiu o viver de borboleta.
O casulo é só uma fase, um estágio de desenvolvimento, um local de concentração onde a borboleta fortalece as asas e se prepara para o vôo.
Borboleta é uma palavra com asas que me remete à longos vôos à infância.
Acho que esqueci minhas asinhas em uma daquelas tardes perfumadas pelos ventos que traziam o cheiro das flores, prenunciando a primavera. Era ali no meio das flores que eu me embriagada com o olor primaveril e o canto nostálgico dos pássaros, que eu ensaiava a coreografia dos vôos ao lado de borboletas miúdas que vinham dorminhar nos jasmineiros floridos que eu cultivava na inocência do meu olhar de menina.
A vida é uma borboleta misteriosa de longas asas douradas que pousa na sublime flor da existência uma única vez. Só quem tem olhos encantados é capaz de admirá-la com a magia que o espetáculo da sua aparição sugere. Só os que possuem a capacidade se espantarem com o simples, o corriqueiro, o banal sabem apreciá-la na totalidade das suas cores em tão curto espaço de tempo. E é exatamente a brevidade desse pouso que o faz assim tão precioso! É necessário não perder um só instante dessa apreciação divinal, porque mais rápido do que imaginamos a borboleta bate asas e sem que nos demos conta, sutilmente voa.
Às vezes, ela chega mansa, nas asas de uma borboleta, me rouba um longo suspiro e, novamente se vai.
A lagarta que não deixa o casulo, nunca será uma borboleta, como também, não desfrutará da beleza de voar. Deixe seu casulo, liberte-se e descubra o prazer de voar.
Saudade do dia em que um bater de asas de uma borboleta, foi só um bater de asas... sem teorias, tornados caos, nada. só um bater de asas em um dia feliz.
Se o bater das asas de uma borboleta causa o caos, com certeza o abrir dos olhos de uma coruja restaura a paz.
Diante da sua evolução como borboleta, a lagarta não apenas adquire um par de asas, mas a consciência de que pode voar.