Poemas de Ausência
Sozinho
A inexistência atua na ausência
As coisas já não mais reluzem
Versos já não mais traduzem
De versos românticos
A versos sem cânticos
Da vida mais farta
A vida barata
Já perdi o apurado cônscio
O ensurdecedor silêncio
Já é vazio nesse acúmulo
Agora escrevo ao meu túmulo
A vida não deixa as coisas baratas
Então mesmo com um buraco no peito
Tenho esperança que do nada
O infinito seja feito
Angústia
aspero ser
aspero existir
não há o que gere
falta, ausência
se o amargor
é inevitável
solitude é ter instante
para apreciar a miséria do mundo
e buscar propria vertente de existir.
Predestinado
A ausência de ser predestinado
Predestinado nesse conflito caótico do universo
Somos átomos disparados a procura de matéria
Somos formados por estrelas
Que morreram pela nossa existência.
Meus olhos sentem a tua ausência,
Fostes tão depressa,
Nem pude me despedir.
Ainda lembro dos teus risos inocentes,
De tuas brincadeiras e travessuras...
Sei que de mim te escondes,
Por detrás dessa face já punida pelo tempo...
Te sinto viajar pelos meus olhos,
Te carrego nos meus mais profundos desejos,
Nas minhas esperanças mais inocentes,
Nos meus mais doces sonhos.
Gosto de ti, não te cales,
Não te queixes,
Ri, pois teu riso fascina,
Continuais alegre e feliz,
Continuais com tuas travessuras,
És criança, sempre serás!
►Linda Estrela
Não estou conseguindo lidar
Sua ausência está me devorando
Meus lábios desejam te beijar
Meus pensamentos almejam te amar.
Tenho escrito tão pouco, linda
Tenho ficado tão cabisbaixo, sem vida
As estrelas perderam o seu brilho
Viver sem você perdeu o sentido
Desculpe se pareço submisso, abatido
Sinto apenas saudade de seu abraço,
De como era a vida sobre seu doce sorriso.
Linda, espero que esteja bem
Não irei procurá-la em outro corpo
Pois sei que jamais haverá alguém,
Que consiga me beijar como você
Que consiga invadir meus sonhos, apenas você
Que dirá palavras belas quando eu estiver prestes a chorar
Eu temo que nunca terei outra chance,
De abraçar um anjo, sentir seu aconchego.
Linda, viva feliz, pois é merecedora
Tentarei viver sem ti, linda Olga
Flora, Aurora, Amora
Deixo neste pequeno papel, meu adeus
Adeus, amor meu,
Em te conhecer, agradecerei sempre a Deus.
COVARDIA
Nada pior que a covardia da indireta.
Da ausência, da não presença, do se esconder, do não dizer, do não falar, do não encarar, do não olhar...
Nossa, quanta repetição!...
SONETO DA AUSÊNCIA
O cerrado já não mais é meu confidente
o pôr do sol não mais ouve o meu plangor
os cascalhos do segredo fazem amargor
e a saudade já não mais está condizente
Não mais estou melancólico no rancor
nem tão pouco sou aquele imprudente
e ao vento nada mais contei contente
deixo o tempo no tempo ao seu dispor
Até da recordação eu tenho medo, dor
o entardecer tornou-se inconcludente
e o olhar se perdeu nas ondas de calor
O poetar fez da madrugada noite ingente
carente nas buscas do tão sonhado amor
e hoje o meu eu no cerrado está ausente
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06/06/2016
Cerrado goiano
Atrevida
A ausência é atrevida
Frívola intrusa
Desmerecida
De mera atenção sequer
Uma pena é espaços
De difícil ocupação
Pois procuramos matérias
Da mesma qualidade
E mesma dimensão
Mas desde que o mundo é mundo
Quando a terra se apaixonou pelo céu
Se sabe
Que até melhor se encontra
Mas nunca igual
Pois a forma feita a ferro
Molda, levada a criar
Volta a esmaecer
E o ferro criador
Com grande potencial
De inúmero valor
Criar, peças únicas faz
Aquece e funde
Para a nova fórmula
Poder, capaz-se tecer
A coragem não é ausência do medo; é a persistência apesar do medo.
Conserve os olhos fixos num ideal sublime, e lute sempre pelo que deseja, pois só quem luta é digno da vitória que almeja
Podemos aprender constantemente até na natureza
Um bom exemplo é um rio.
O rio só atinge o seu objetivo porque aprendeu a contornar os obstáculos.
Ausência
Hoje eu permitirei que a saudade morra em mim
Os teus olhos, agridoce, me engulam de solidão
Porque nada te poderei dar, senão, está dor sem fim
Exausto me vejo na janela, e o quarto na escuridão
Ao fundo, uma melodia ao som de bandolim
Assim, me sinto na tua lembrança e tu na minha emoção
Não te quero ter por apenas te ter, quero ir além
Porém, cada gesto, palavras, suspiros, a alma em convulsão
Então, não diz nada porque o teu silêncio me convém
Os teus abraços em outros braços enlaçaram
Sinto que estas distante e sem uma tal essência
Eu deixarei... tu irás, e as madrugadas companhias serão
E assim, eu serei e você será... ausência!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Junho de 2018
Cerrado goiano
A tua ausência
a encher-se de dunas.
Aquele bater de vidraças
na orla da praia.
O silêncio a insistir
a recusar-se ao rumor.
E a vida a fluir,
lá fora.
Ame mesmo, já sendo amado, ame mesmo já amando, não espere a ausência de um amor, para amar, ame, pois amando incessantemente. poderá morrer dele, e teu coração não sofrerá de uma grande dor. pela quais grandes homens morreram, por deixar de amar.
Ame, pois o amor vai te salvar.
“Se a escuridão é a ausência da luz, como dizia Einstein, porque
a luz não poderia ser a ausência da escuridão?”
(teorilang)
Pura Ausência -
Paira sobre a vida um vazio
Uma sombra magoada sem destino ...
Porque ficas em silencio frente ao rio
E nos deixas à deriva no caminho?!
O teu jeito! O teu toque! O teu olhar!
A tua voz cristalina, eloquente,
Capaz de nos fazer sentir o que é amar,
Agora tão distante, tão ausente.
Porque tinha eu que aqui ficar
Se tu tinhas que partir?!
Aconteceu! Aquele medo de separar
O que o destino um dia quis unir ...
Arrancaram de mim toda a alegria
Só há ecos de saudade no meu peito
Transformou-se em noite cada dia
E cada hora fria no meu leito.
Adeus musa cristalina dos meus versos!
Teu olhar é como um passaro que voou,
Como um dia que acabou, sem gestos,
Adeus meu Vendaval de Sonhos que passou.
(Poema dedicado à Fadista Celeste Rodrigues, à sua partida e à intensa amizade que unia o Poeta e a Fadista)
Se te ausentas
Com a ausência,tantas coisas
vêm ao nosso pensamento.
Carinhos recebidos, momentos
de ciúmes, desdém quando o
assunto é sobre alguém a quem
não se tem tanta admiração.
Na ausência, se reflete mais e
pensa-se melhor.
A saudade, até certo ponto atrapalha,
mas as horas passam, e ela também.
A ausência pode ser uma bifurcação
nos caminhos do amor, poderemos
permanecer na mesma direção, ou
decidirmos voltar, ou ainda
continuarmos no caminho que trilhamos,
com quem ausente está.
Ausência, não é só a falta de alguém,
mas uma variante ao nosso pensar.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letraas.R.J
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Amar é está perto na distância. É está presente na ausência.
Amar é ter em quem pensar. É sonhar um sonho de quem sonha com vc e juntos realizar uma gota desse sonho. É viver intensamente.
Amar é a força da razão.
Pura Ausência -
Afinal é pura ausência
O teu retrato não tem rosto
E o vazio e a demência
Invadiram o meu corpo.
E invadiu a minha Alma
Uma saudade sem ter fim
Uma dor que não tem calma
Que se aninha dentro em mim.
E aninha-se uma angustia
Que me atravessa o pensamento
Um achar, é ousadia,
Que findará o sofrimento.
Mas nesta busca de quem somos
O que acaba por faltar
É deixar de ser quem fomos
E aprendermos a amar ...
A gente percebe a ausência mesmo quando o outro ainda está presente.
São as famosas presenças ausentes.
O triste estado de absência.
Estou falando de relacionamentos mecânicos, vividos só por viver.
E por mas latentes que sejam as memórias de um doce passado, não são elas que ressoam no recém rasgado elo.
Tudo que foi bonito, perde para o que esta por vir.
E não existe nada palpável, além da triste certeza de que o amor está acabando.
As atitudes somem, gestos se tornam escassos, "eu te amo" passa a ser apenas dito, logo, vai ficando pra depois até ser só lembrança.
O abraço não esquenta, o beijo doce vai perdendo o sabor, falta flores em algumas ocasiões, a mensagem de bom dia, o brilho nos olhos e aquela vontade do início apaixonante.
Falta calor, arrepios, conversas e o toque do início que dava um tapa na solidão.
É quando vão se perdendo cada vez mas, quando o vazio já é de casa, mesmo antes de um adeus.
São tempos difíceis onde tudo é banalidade, é efêmero, momentâneo.
É tempo de egos, pessoas egocêntricas, um orgulho desmedido que impede admitir sobre o erro ou a vontade, é tão difícil dizer.
O silêncio parece ser a melhor opção.
Esquecendo apenas que silêncio sufoca e mata qualquer possibilidade de recomeço.
Silêncio também ensina, também diz, deixando claro a existência de crises, feridas e frustrações não resolvidas.
Caminham para o fim.
É onde lembro do grande poeta essencialmente lírico Vinícius de Morais quando escreveu o perfeito poema ausência em 1935 "Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face, teus dedos enlaçarão outros dedos."
Um perfeito resumo de quando tudo chega ao fim e a vida precisa seguir.
Ortograficamente falando, não cabe mas vírgulas, onde já é ponto final.
Querido destino não sei se existe contratempos, ou sua correria diária não permite perceber, existem casais que estão juntos a um tempão sem se pertencer.