Poemas de Angústia

Cerca de 3410 poemas de Angústia

Reflexão

Tem momentos que nos angustiamos com nossos desejos não realizados. Mesmo assim, ficamos firmes, insistindo no pensamento positivo e até promessas fizemos... mas o silêncio permanece, a paisagem não muda, e o destino, parece implacável.

Por outro lado, fico imaginando...
Se de repente todos os nossos sonhos, como uma explosão, se realizarem ... Se ouvirmos sempre aquilo que queremos ouvir... Se num estalar de dedos todos os nossos problemas sumirem, tocados como fumaça ao vento...
Se todos a nossa volta nos sorrirem, conflitos e discordâncias não mais existirem... Se o sol sempre brilhar, sem nunca ser ofuscado pela noite ou por uma nuvem se quer... Se a dor, da menor a maior, for arrancada do nosso ser, banida para todo o sempre...

Então, por fim, seríamos realmente felizes...
Será?

Há quem diga que o sofrimento enobrece a alma, e com ele amadurecemos... Ou isto não passa de uma frase filosófica?

Será que somos tacanhos ao ponto​ de precisarmos ver o feio para poder apreciar o belo?

Será que precisamos de uma epidemia para apreciar nossa existência?
Sem demagogias ou ideologias podemos, simplesmente, dar o devido valor ao nosso semelhante e aos demais seres vivos?

Gostaria que o sofrimento não existisse, mas parece que ainda precisamos dele. Para nos fazer voltar ao que é essencial para a humanidade.

Inserida por SofiaS

Livra-me da angústia, que me gasta,
e de toda a inquietação me afasta.
Reveste-me, ainda, de fé mais vasta,
com a intensidade que o amor arrasta.
Em meu ser, “o mistério me basta”!

(A frase "entre aspas" - desconheço o autor - não é minha e foi o ponto de partida para os demais versos que foram escritos)

Inserida por pirafraseando

Angustiados Brinquedos Velhos Quebrados

⁠A angústia é como um parente chato que de vez em quando aparece de surpresa na sua casa e, sem perguntar nada, entra e fica umas semanas em sua vida. Depois vai embora.
A angústia vem e vai, quando vier, olhe pra ela, troque umas idéias, trate-a como um anfitrião educado e, depois, se despeça. Quando ela estiver mais distante, aproveite pra ter paz, até a próxima visita. Normal.

Inserida por samuelfortes

Autonomia de Kant

A angústia é uma "azia existencial" percebida pelo nosso inconsciente quando ele conclui que a existência é comportamental.
Ninguém consegue viver kantianamente⁠, tem dia que tomo uma xícara de angustia enquanto converso com o café,se você achar que tudo tem de ter um propósito, já é sinal de que você precisa de medicação.

Inserida por samuelfortes

⁠Lençóis e Pregadores

A angustia, na psicanálise freudiana pode ser interpretada como um sentimento negativo que se manifesta por gatilhos mentais e permeia seu estado emocional e só vai embora quando você abre a porta. Ou seja, deixa a emoção fluir, chora, se expressa e manifesta isso de alguma forma.
Talvez a busca pelo sentido seja o reflexo de todo trauma que todo ser humano tem. A busca por prazer e sensações que nos são tomadas à medida que crescemos e nossa mente se amplia ao passo que se torna mais difícil encontrar significado e sensações em coisas simples.
Um contraponto à nossa sociedade contemporânea, onde a angustia perdura ao repartir nossos conflitos existenciais perante a cobiçada ascensão social. Looping infinito, até que se esvaía o ego e nos conformemos com nossa mediocridade, onde nada podemos controlar no mundo, mas podemos trabalhar melhor nosso emocional visando melhor equilíbrio meio às fases de tristeza comuns em nossa vida.
Enquanto o homem estiver preso à racionalidade, não escapará da angústia, é preciso aceitar e conviver com o absurdo.

Inserida por samuelfortes

⁠⁠"Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas.
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia."

Inserida por samuelfortes

Entrelaçamento Conjugador

⁠A espera! ah! A angustiante e incômoda espera que me faz atravessar as horas em solidão. Os ponteiros nada mais são que os espinhos que se cravam um a um no tecido do coração, iluminado apenas pela delonga de uma saudade que teima em fazer morada nas linhas entrelaçadas que cortam à palma de minha mão.

Inserida por samuelfortes

O Poeta Lúdico e o Louco

Na insegurança
Das decisões
A angústia
Da ansiedade

Na incerteza
Do que está
Por vir
O temor

Onde
O tempo
Livre
De toda
Matéria
De que
São feitos
Os medos?

Quando
O tempo
De realizar
O que
Se aspira?

De recusar-se
A morrer
Sem ter
Vivido?

Que dizer
Da ética
Do agir
Sujeita
À ação
Da violência?

À tragédia
Do desamparo?

À submissão
Da incompetência?

À catástrofe
Do terrorismo?

À dramaticidade
Da tortura?

Ao sofrimento
Da descompaixão?

À insensibilidade
Da ambiguidade?

À tristeza
Que emudece?

À arrogância
Que asfixia?

Às esperanças
Frustradas?

Aos fantasmas
Dos medos?

Nada
Mais aterrador
Que cristalizar-se
Num estado
De maturidade!

No rescaldo
A sensação
De diluição
De algo
Imprescindível

Por vezes
A loucura
Só é lúdica
À distância!

Inserida por samuelfortes

Tanto quanto e menos quando

Quanto
De ansiedade
Da ansiedade
De
Cada um

De angústia
Da angústia
De
Cada um

De tristeza
Da tristeza
De
Cada um

De emoção
Da emoção
De
Cada um

De alegria
Da alegria
De
Cada um

De instante
Do instante
De
Cada um

De expectativa
Da expectativa
De
Cada um

Quanto
De vida
Da vida
De
Cada um

Inserida por samuelfortes

⁠ Cinto da Mordaça

⁠"Angústia é o que você sente toda vez que percebe que é livre, que a vida depende da tua escolha e que essa escolha não é somente só ."

Inserida por samuelfortes

"Na fuga da dor,
não alimente a angústia com medo de ser um perdedor.
Busque o prazer."

Inserida por robertogbichara

⁠o chão seco
o coração frio
a dor na alma
a angústia que não acaba
e o fim
do poema.

Inserida por warleiantunes

⁠Tudo aquilo que causa o dissabor como a angústia e a dor são inspiradores e de fácil descrição. Todavia a sensação de jubilar-se, nem sempre atinam as mentes criativas, e assim, se aproxima daquilo que é indescritível .

250822

Inserida por J6NEMG

⁠NOSTALGIA (num dia de chuva)

Como a chuva se compõe angustiante
Nublada, penosa e tão cheia de teor
Que torna o céu de acinzentada cor
O fôlego se ausenta por um instante
O chão encharcado e tão ressonante
Causa na sensação pulsação e temor
Na batida da chuva, num tom maior
Pingo a pingo, ela, estronda meliante

Também, ermo, também, n’alma toca
E a emoção relenta e, no peito sufoca
Em um versejar que saudade contém
Junto, pois, o meu pranto, e a agonia
Chove lá fora, respingando na poesia
Nostalgia, é chuvarada, nela alguém!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 janeiro, 2025, 14’08” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

SONETOS PERVERSOS

Enquanto escrevo meus silêncios, mastigo
as angústias que esmoam os meus versos
desnudando cada face dos meus anversos
em espavento diversos e um tanto ambíguo

Traz paz e inquietação, e alguns reversos
camuflando a escuridão num manto amigo
criando uma solidão que conversa comigo
dos penares e ledices no viver dispersos

A poesia enflora e a ela o prazer bendigo
no ermo do âmago, dos sonhos submersos
e assim, vou metamorfoseado num abrigo

E nesta tal plenitude dos meus universos
a quietude em constância como castigo
feri a lira do poeta em sonetos perversos

Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

EXILADO

Quem jogou na minh'alma essa solidão
Que brada angústia com gosto amargo
E à ardente boa ventura causa embargo
Encarcerando está ânsia no meu coração

Quem com mãos frementes teve encargo
De incinerar com silêncio toda a emoção
Se o amor no viver necessita de sedução
E o fado no ter sorte quer este desencargo

Assim, como então sair duma maldição
Oh! Doce e pura felicidade, de olhar argo
Observe, e neste exílio me traga solução

Ah! Desventurado e vil desígnio letargo
Que me vê nesta temerosa e fria prisão
E me algema sem qualquer desembargo

Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MEUS VERSOS (soneto)

Meus versos, o vento no cerrado ganindo
A angústia da alma vozeando melancolia
O silêncio fraguando rimas na monotonia
Duma solidão, da saudade indo e vindo

São a trilha do fado escrevendo romaria
Desatinadas, o meu próprio eu saindo
Das palavras de ansiedade, intervindo
Com minha voz sufocada, do dia a dia

Meus versos são a migalha cá luzindo
Na sequidão do vazio que me angustia
Que há entre a quimera e o real infindo

Meus versos são colisão com a ironia
Do choro e da alegria no peito latindo
Meus versos, minha voz, minha valia

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A angústia morde os lábios
O corpo chora as agonias
Tentando cuspir arrelias
Num grito com ressábios

Inserida por LucianoSpagnol

A cada angústia migrei para ventura
Guardei-as nos cantos dos segredos
Assim obtive ternura...

Inserida por LucianoSpagnol

SOMBRA

Sofro... Vejo envasado numa angústia furiosa
Todo a poesia que tive na intenção esmerada
Abandona-me o criar, e a alma ficou calada
No ter a exaltação, e a inspiração é vagarosa

Criei... Mas tive prosaico, e trama enleada
O desdém que sufoca, e a simetria penosa,
Sombria, numa chama ardente e dolorosa.
Que fazer pra ser bom, nesta vil jornada?

- Amar? - Perdoar? Eu ser apenas prosa?
Não sei, sei que amei, perdoei, mais nada,
Porém, não tive todo este mar de rosa...

Em sangue e fel, o coração me só é cilada
Remordo o papel, branco, em ter gloriosa
Chamada. E só vejo a quimera em retirada.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol