Poemas de amor para namorado

Talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor. Porque no fundo eu sei que a realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia.

O amor não começa e termina do modo que pensamos. O amor é uma batalha, o amor é uma guerra; o amor é crescimento contínuo.

Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor. E não é prêmio, por isso não envaidece.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Atualidade do ovo e da galinha (II).

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Para mim, o amor é mais ou menos como o sol. Nasce de manhã cedinho, entra pelas frestinhas da janela iluminando o quarto e o coração, deixa a vida e os dias mais bonitos. Aquece as tardes e o peito. O amor nos livra do escuro, melhora o humor e faz a gente lançar olhares abobalhados para o horizonte e para o céu. Faz a gente se despir e seca as roupas no varal. Se engana quem pensa que ele é constante. O amor às vezes queima e muda de cor. Ele pode até enfraquecer em alguns momentos do dia, mas normalmente ele é forte. O amor está sempre se pondo. Mas, sabe, eu boto fé nisso: o amor de verdade é igualzinho ao sol. Ele sempre renasce, mesmo que alguns dias tenham nuvens ou chuva forte.
E brilha até o infinito…

Sim, estarei atento. Mas não sou mais eu que vivo, e sim o seu amor que vive em mim.

“Não, o amor sabe tanto quanto qualquer um, ciente de tudo aquilo que a desconfiança sabe, mas sem ser desconfiado; ele sabe tudo o que a experiência sabe, mas ele sabe ao mesmo tempo que o que chamamos de experiência é propriamente aquela mistura de desconfiança e amor… Apenas os espíritos muito confusos e com pouca experiência acham que podem julgar outra pessoa graças ao saber.”

Nos dias de inverno, aconchega-te do teu amor, divirta-se com as crianças, acenda uma fogueira e reúna-te com teus amigos. O calor do amor é tão vital quanto o calor do sol!

Não façamos esforços inúteis, pois o amor nasce ou não espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes é inútil esforçar-se demais... nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende a nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido.

Clarice Lispector
Correio feminino. Rio de Janeiro: Rocco, 2013.

Nota: O pensamento é atribuído a Clarice Lispector, mas não há fontes que confirmem essa autoria.

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Alguma coisa no amor sem egoísmo e abnegado de um animal atinge a alma dos que já experimentaram o erro, a fragilidade, a fidelidade de afeição do simples homem.

Você sabe quando o amor vai aparecer na sua vida? Quando você parar com essa ansiedade.

O amor de um homem realiza feitos incríveis. O amor de uma mulher é sempre terno e profundo. O amor de um homem e de uma mulher é verdadeiro milagre, força poderosíssima e criadora: sentimento que realmente transforma o mundo!

Sempre achei que esse amor era coisa de quem não tinha nada melhor para fazer. Eu só o sentia porque estava infeliz naquela vida pacata. Só por isso. Resolvi então agitar a vida pacata. E comecei a sair mais de casa, enxergar as pessoas ao meu redor, mais viagens, mais baladas. Amor é coisa de gente pacata e agora que eu tinha uma vida agitada, poderia, finalmente, mandar esse amor embora. Tchau, coisinha besta.

É egoísta e cobiçosa. Não larga as pessoas em parte por amor, em parte por não saber romper.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Tão carente que só o amor de todo o universo por mim poderia me consolar e me cumular.

Clarice Lispector
A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.

Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu – sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados. Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se ou lamuriar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques – tudo isso ajuda a atravessar agosto.

Caio Fernando Abreu
Pequenas epifanias. Rio de Janeiro: Agir, 2006.

Nota: Trecho da crônica Sugestões para atravessar agosto, publicada originalmente no jornal "O Estado de S. Paulo", em 6 de agosto de 1999.

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Amor é quando você acha que a pessoa com quem você se relacionava era egoísta, possessiva e infantilóide e isso não reduz em nada a sua saudade, não impede que a coisa que você mais gostaria neste instante é de estar tocando os cabelos daquela egoísta, possessiva e infantilóide. Amor é quando você sabe tintim por tintim as razões que impedem o seu relacionamento de dar certo, é quando você tem certeza de que seriam muito infelizes juntos, é quando você não tem a menor esperança de um milagre acontecer, e essa sensatez toda não impede de fazê-lo chorar escondido quando ouve uma música careta que lembra os seus 14 anos, quando você acreditava em milagres.

Como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida.

"Porque amor é justamente isso. É ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle."

A perfeição no amor consiste no sacrifício dos desejos do amante que deseja somente agradar à pessoa amada.

Machado de Assis

Nota: Autoria não confirmada.

O amor vive neste sutil fio de conversação, balançando-se entre a boca e o ouvido.