Poemas sobre abandono para expressar o vazio em versos
Glutonaria
Rosinha era um doce
Mas azedou depois de repartir-se tanto.
Romualdo, um seu glutão,
Cuspiu no prato Rosinha que comeu.
Sofrer de tudo
Os abraços que não dei mais cedo
E que ficaram num passado proibido
Na ânsia de um amor não vivido
Mataram-me hoje um pouco mais.
A lembrança que vai opalescendo
Pelo dúbio amor que me divide
Refresca meu sentido que insiste
Em ocultar um lume no seu tempo.
E na falta, coisa má e soberba,
Teço fé, vontade e pecado
Na trama de quem também é amado
Em segredo, no sutil sofrer de tudo.
Abandona-te em mim
Abandona-te em mim ousadamente
e me confidencies os segredos ocultos
que ocupam a tua mente.
Rasga as tuas fantasias, os teus desejos,
os teus sonhos impudicos, mais atrevidos,
de palmilhar as minhas curvas sedutoras,
de contornar a minha exibida geografia.
Preenche-me todos os hiatos,
envolve-me em teus braços.
Que eu seja só tua, e que sejas só meu.
Lambuza-te na doce ternura
de irrestritos afagos e afetos.
E para sempre dentro de ti
me conserves vivendo para ti,
e que para sempre vivas para mim.
Umbelina Marçal Gadêlha
Má fada me encantou e aqui estou...
Imortal serenidade repleta de desejos e saudades...
Entrada livre para o desconhecido…
Meu Deus Tu não mudas o programa...
E a vida rápida escoa...
Tal qual apaga-se uma chama...
Voz com que te chamo...
Desencanto...
Meus olhos não Te vêem...
Solidão que de Ti espero...
Gemo e canto...
Como qualquer ninguém...
Teu grande amor que é Teu maior segredo...
Basta-me de enganos... Mostra-me sem medo...
Não posso mais...
Ando tão cheio de vazio...
Ouço meu coração ardente e solitário...
E não vejo em meus pares algum compromisso...
Estou no ventre da noite...
E tal como Lázaro caminho sem destino...
Uma nudez de abandono...
No fervor da espera...
De que tudo não seja só um mau sonho...
Sandro Paschoal Nogueira
Como é que eu deixo ela de lado?
Se ela é do tempo
Do meu golzinho quadrado
Juntava os troco
Pra tomar chope gelado
E pra chegar no nível dela
Tem que comer comigo
Muito pão com mortadela
"eu fiquei,
e você se foi,
sem ao menos dizer adeus
bobo fui eu
que não percebi
que me despedi aos poucos
em cada indiferença
que lhe deixava."
(outono)
tire suas expectativas das minhas palavras pois já sou quase outono
brincávamos de emaranhar sufixos atrás das árvores
minhas raízes se fixaram nas suas redundâncias
foi quando comecei a sussurrar fotossínteses
meus verbos explodiram em sentidos múltiplos
nunca exagerei tanto uma floração
mas acordei sozinha entre calafrios e premonições em amarelos
meu corpo cheira à molhado
um vento gelado incendeia minhas folhas de dentro para fora
arrancando meus pecados com seus gritos
você não se lembra porque tinha os olhos abertos
o chão está coberto de pecados coloridos
úmidos
eles se decompõem em expectativas
Sofrimento
Minha alma está sangrando
Não sei como sair desse chão
Como me sinto arrasada
O abandono me deu um empurrão
De novo ele veio me lembrar
Que vez ou outra ele vai aparecer
Parece um carma que me acompanha
Querendo me enlouquecer
Ruim é o estrago que ele deixa
Me quebra em vários pedaços
Mais uma vez ele me beija
Com dor, chorando .. descalço
Rejeição nunca foi meu forte
Não sei como lidar com ela
É como a dor da morte
Deixando sua sequela
Parte de mim se vai
Levando toda alegria
Nos meus olhos a angústia se revela
Que tormento, que agonia.
As vezes eu me pergunto
Se um dia vou parar de sofrer
O abandono me machuca tanto
Ele ama me entorpecer..
Será que serei normal um dia?
Sem passar por tantos danos?
A lacunas em minha alma
Cresceram, cresceram tanto.
Eu morro e volto a viver
Toda vez que a dor aperta
Ela esmaga meu coração
Me sufoca e me dilacera.
Disse: Joseanne Karla
Estendi a mão para que alcançasses o topo, no momento quando estavas só.
O mundo era escuro e vazio e eu te levei um pouco de luz. Ela te alcançou e começaste a irradiar seu próprio brilho. Sua luz se tornou como o brilho do sol iluminando a Terra, então já não mais precisava de mim, foi aí que estive só.
Seu brilho só crescia, enquanto o meu apagava vagarosamente, naquele mesmo mundo escuro e vazio em que te encontrei.
Eu quis ficar, eu realmente quis...
Eu faria de tudo, mas eu sei a confusão que eu sou, eu sabia que eu ia estragar as coisas.Que na verdade você iria me magoar e eu pensei que daria conta,mas doeu e está doendo.
Eu deveria está com raiva de você, me destruiu por dentro, eu deveria esquece-lo. Mas por que quero te ver novamente?
Qual desculpa você inventaria ? Qual mentira me contaria?
Quer conhecer os que estão ao teu lado? Molhe o pedaço do pão e compartilhe com todos... E verás os que se exaltam, os que querem destaques, os que negam, os que abandonam e os que traí e ainda te entregam à morte.
Mateus, Marcos, Lucas, João
"No final o que importa,
são as pessoas que procuram
nos motivar e nos apoiar.
Para que juntos possamos compartilhar de momentos felizes. E não pessoas que para felicidade apenas de si. Exigem o abandono de nós mesmo"
*O lema de uma sofredora*
Uso este poema.
Para escrever o meu lema.
Amar não é solução,
Mas o que destrói o coração.
Depois de um abandono ficamos um cão sem dono.
Sofrer, sofrer e chorar
é o resultado de amar.
O que não consigo entender é
Que se amar é sofrer,
Para quê amor pra viver?
O mais correto seria se ele trouxesse alegria todos os dias!
O amor é traiçoeiro e ilusório
Primeiro nós trás alegria
Mas acaba em velório.
Se alguém quer minha opinião
Não entregue o coração
Para que ele não seja mais um corpo no caixão.
Tudo que estou falando pode parecer um drama!
Mas caso não acreditar
Pode um amor tentar
E quando tudo acabar
Sei que vai me apoiar.
Escrito em 2003
Quando tudo flui bem em nossa vida, não falta quem se achegue
com promessas de que nunca vai nos abandonar. Porém, os dias maus
revelam que a maioria só migra em prol dos seus interesses. Embora isso me entristeça por um tempo, não me decepciona mais. Aprendi que a lealdade é bênção rara, e quem a encontra, acha favor de Deus.
— Jucelya McAllister
Turbulentos, débeis e dilacerantes
estes momentos que vivemos,
cuja dor, nos sonega este sol
que se veste deste inverno,
tardio em retirar-se, resoluto
em permanecer, na expressão sôfrega
das nossas almas apoquentadas
por este vírus.
Visto-me de silêncio, para agasalhar
as palavras que guardo, para que não morram
e arranco à memória alguns sorrisos,
para enfeitar os dias desta aflição.
Há choro na voz da esperança,
morte a circundar-nos, pelos soluços
que nos invadem, nestes resquícios cancelados.
Bebo a água de todas as dores
e fervo uma oração de ventre rasgado,
abandonada aos teus pés Senhor.
Desço às águas tranquilas, que nascem
na claridade dos dias, na quietude
do sopro matinal e abandono-me
inundada pela Tua Luz.
Permaneço aonde os passos caminham
em compasso, na mesma direção,
acompanhando todo o batuque do ritmo
desta vertente sintonia.
Adormeço a dor do peito, limpo a chuva
de todas as lágrimas caídas no chão da alma,
para renascer no corpo de uma flor cujo viço
revigora e me presenteia a vida com o milagre
de todas as esperas.
E para sempre haverá de renascer na bravura dos dias
um eco de esperança que permanecerá em uníssono
no imprevisto e todo o nosso existir.
Alice Vaz De Barros
Casarão da esquina
Viveu um tempo, que foi um longo tempo de alegrias.
Avós, filhos, pais, tios, netos, amigos...
Farofa, pé de moleque, doce de manga, macramé, crochê...
E um mundo inteiro que cabia num quintal.
Hoje o casarão é um velho.
Sozinho...
AMOR NÃO CORRESPONDIDO
Se eu pudesse, no teu olhar,
Ver uma demonstração do teu querer,
Eu viveria, mesmo sem te ver,
Na ilusão de um dia te ter.
Se ao teu lado houvesse um lugar vago, Onde minha alma pudesse repousar,
Eu aceitaria até teu silêncio,
Se nele eu pudesse descansar.
Seu olhar não quer florescer,
Seu amor está gelado,
Você vive ainda sem me ver,
Eu morro por não ter-te do meu lado.
Alma penada é aquela que vaga,
Na esperança de um amor recíproco,
Num mundo onde o amor se tornou nada,
Onde as pessoas não têm vínculo.
Lares e os de nós VELHINHOS…
Mui fraco é o/a filho/a, que abandona;
Em lar, com pandemia, a TÃO matar;
Seus pobres PAIS, sem com tais se importar;
Que a morte os venha apanhar, na mamona!
Mamona preparada pra “limpar”;
Deste viver, A nossa antecedência;
Quando encontra em MAUS filhos, a indecência;
Precisa para a os TAIS, ABANDONAR…
Que pena em nós haver, desses tais, tantos;
Que afirmam para os PAIS, vagar não terem;
Devido: a vida ocupada que têm!...
Que pena haver em nós, os que assim veem;
Que pena esses morcões, por tão mal verem;
A abandonarem TAIS, por esses cantos.
OBS: Tive a minha Santa MÃE, acamada [por motivo de cancro] dois anos, tive dezenas de ofertas para acolhimento DELA em casas de cuidados paliativos, tive uma BOA Esposa que se disponibilizou para olharmos por ELA sem A tirarmos da sua humilde, mas sempre LIMPA como ELA, o sempre ESTEVE, caminha! tive a minha FILHINHA e o meu FILHINHO sempre a assistirem a tal tratar, tive a sorte de ter tido uma MÃE com “M” CRANDE, e até por tal motivo uma ESPOSA com o sabor que a mesma tinha, tive que durante esse dois anos lhe meter de comer na boquinha; tive MUITA PENA de a ver partir…
Com uma do género, por esses filhos que abandonam os PAIS, digo mais uma vez o que todos tão bem sabem: filho/a és, PAI/MÃE serás; como (…)!!!