Poemas da Pátria
Nos erguemos para a luta todas as manhãs, somos feitos de sonhos e suor.
Fluto da queles que nunca desistem.
Tendo como herança, esperança e coragem.
PauloRockCesar
Vivem dizendo que o Paraná é a Rússia brasileira, e querem se mostrar surpresos com o acordo assinado.
(Por favor, leiam com a ironia necessária.)
Luana Kaminski
A verdade que nos reluz.
Será que ainda somos humanos? Perdemos os olhos, os ouvidos e o bom senso.Perdemos o discernimento, o raciocínio, a lógica de realidade.
O que é a verdade, se não o que reluz aos nosso olhos ?
Percebo que a verdade, está ligada aos próprios interesses.
A verdade, deixa de ser, quando se mexe no bolso dos que apoiam está atrocidade.
Me entristece ver que muitos aqui, estão na cegueira, buscando uma razão para dar significado, a esse governo desgovernado. E ainda assim, não manifestam o interesse de se perceber o percetível.
Estão todos de bolsos atados, uma vez que sua verdade se materializa no bolso, e não na realidade vivenciada nesta terra de desterro.
Nos tornamos desprezíveis, consumidos pelo egoísmo que como um câncer materialista, nos reduziu a nossa própria insignificância, exatamente o nada.
Soneto
Sabiá Laranjeira
Vem Sabiá Laranjeira
Cante pra mim uma canção
Seu canto forte, melodioso
Encanta-me, alegra meu coração.
És símbolo do meu Brasil
Onde fez seu ninho permanente
Aqui cantas a paz e o amor
E és dispersor de semente.
Nos pomares busca alimentos,
Livre, saltitando pelo chão
Encontra insetos desatentos.
Faz alvorada com seu gorjear
E serenata ao anoitecer
Pra sua amada conquistar.
Se o sorriso sumir
E a esperança esmorecer
Se o sol bater 40°
E o suor me descer
Se a labuta de hoje
Amanhã eu não puder colher
Se a chuva não vier
E a colheita definhar
Se os pássaros não voarem
Se a flor não desabrochar
Se o meu sangue precisar cair
Se a comida na mesa faltar
Se meu nome não puder dizer
Se minha voz eu tenha que calar
Em meio a tudo isso
A Asa Branca cantará
Quero que o mundo saiba
Que o Nordeste é o meu lugar
Licença poético política
Não quero ser presidente,
"mamãe não quero ser prefeito"
como poderia eu lidar?
lidar com o dogma neoliberal
lidar com falácia libertal e tal qual?
lidar com a democracia bacanal
Quem quer carregar o peso?
Quanto mais conforto mais eu tô
ileso
e leso, lesado
Não podemos olhar pro outro lado
mas é tudo tão ligado
tá ligado?
pobre de direita
rico de esquerda
a revolução dos grupos
é a revisão da empresa
muita gente ilesa
muita gente lesada
antes fosse tudo isso
falácias.
Brasilidade
" — Menino. Você é brasileiro?
— Sou paulista!
— Menino. Você é brasileiro?
— Sou guacho!
— Menino. Você é brasileiro?
— Sou nortista! "
Citação do livro "Syphon, Gin e Gelo"
Era muito comum ouvir falar de italianos que perdiam a vida nas viagens, o que se tornava um drama sem precedentes para os demais familiares a bordo, já que
eram obrigados a jogar os corpos no mar, devido à impossibilidade de sepultar seus entes queridos. Para um povo tão religioso, era algo traumático ter que lançar
nas águas, alguém que, assim como todos ali, havia embarcado cheio de sonhos e esperança.
No auge da guerra, em 1943, todas as comunidades de imigrantes italianos eram fiscalizadas de forma severa pelas autoridades, causando desconforto e tristeza para muitos que, de certa forma, ficavam impedidos de manifestar o amor pela “Terra Mãe” – eram períodos
sombrios e perigosos. Somente anos depois do fim da guerra, quando foi elevada à categoria de cidade no ano
de 1958, que Nova Veneza voltou a ter o nome devolvido.
“A justiça tarda, mas não falha”, diziam os venezianos que dali em diante poderiam ter o nome que escolheram para a cidade na certidão de nascimento dos filhos.
TRIGÉSIMO OITAVO HEXÁSTICO
Queira pois o Tempo e o Sem-Tempo
“Ksana” é momento favorável
hierofania do ser sagrado
iluminação dos opostos
no espaço do contraditório
produz ser e sabedoria
TRIGÉSIMO NONO HEXÁSTICO
esquece da morte profana
transcende-te a ti tão somente
verás que do eterno retorno
tua ossatura será outro verbo
após livre da mundidade
toda vida é sabedoria
À BEIRA DO CAIS
De João Batista do Lago
O velhinho sentado à beira do cais
é silêncio puro
num final de tarde febril
no ocaso de um dia de abril
onde o sol não sorriu para os cabelos brancos
feito asas de gaivotas soltos na imobilidade do vento
Sento-me ao seu lado
vazio...
e calado...
e mudo na prenhez do tempo e do espaço…
Os meus cabelos ainda estão viçosos
alinhados e sem quaisquer querelas com o vento
estão nervosos
e bem mais sofridos que aqueles cabelos brancos sustentados de experiências
capazes de tudo falarem sem uma palavra sussurrar
E eu tão jovem querendo auscultar
o lamento que somente as ondas do mar ouvem
caladas e correm como loucas para...
para guardar na profundidade do seu mar profundo e eterno
as minhas queixas...
as minhas querelas...
e todas as minhas
mágoas guardadas na plenitude daqueles cabelos brancos feito asas de gaivotas famintas do peixe
De repente
o velhinho sentado à beira do cais
levanta-se
e sem me dizer uma palavra
sem um adeus
sumiu na plenitude do tempo e do espaço
Fiquei só sentado à beira do cais...
QUADRAGÉSIMO HEXÁSTICO
revela teu caráter ético
transmigrando do único “si”
e revela o “si” coletivo
verbo da ossatura do ser
que te fará sujeito númeno
nos campos trigais da existência
Me sinto amado.
Amado amante que,
Cria estória e finge ser amado,
Vivendo uma grande história de amor.
POEMA É TODA LIBERDADE
De João Batista do Lago
Há novos sofistas por aí!...
Preceptores de falsas imagens
Formando coros de aedos,
Papagaios de falsas mensagens.
Sujeitam o poema aos grilhões
Dum isotropismo arcaico e rude,
Forjando a palavra como ferradura,
Ofertando ao intelecto como moldura.
Aos tolos imprimem valor denotativo
E cravam no coração do imaginário
A mentira como princípio ativo:
A metáfora como essência do poema!
Ainda que prostrado no chão diz o poema:
“‒ A essência que me há é toda liberdade de imaginação.”.
AUTORRETORNO
Eis um póstumo chegando aos esgotos do paraíso para viver sua eternidade!
“Recevez en retour cet être qui est votre création.” – assim falei para um barbudo
sisudo sentado sobre uma nuvem de merdas…
Claro! Descarreguei minha raiva porque não queria estar ali
naquela situação idiotizada, diante duma besta que me pretendia julgar
pelos feitos – bons e maus – duma vida que só queria que fosse minha.
O canalha divinizado ouviu-me impassível como se Deus fora!
Olhou-me e descarregou uma gargalhada celestial – mas demoníaca!
Pasmo fiquei diante daquela insanidade divinal, de miserável sabedoria.
Afinal, quem pensara ele fosse para me dar – a mim – aquele tratamento!?
Porventura, não sabia aquele idiota – que tudo sabe! – ser-me um poeta!?
Imaginei-me estar diante do meu outro Demiurgo – tão criador!… tão criatura!…
E logo percebi que aquele demônio era pura e tão somente uma ilusão!
Merda suculenta nos esgotos das veias da Hybris de nossas criaturas.
O que te engana?
Um rolê na Cracolândia ou passear em Copacabana?
Brigar por futebol ou um assassino a paisana?
Um pega no careta ou dois pega na bagana?
Me fala o que te engana?
Me conta o que te engana?
Você olha pra mim, e me diz não entendi
Isso me tira o sono, acordei e nem dormi
Mas nunca desanimo, não esqueço o que vi
Ainda longe do fim, burro é cada um por si
Mesmo na queda lado a lado Oxossi e Exú
Matando a fome a adoidado, ração é angu
Tá pro governo carniça, dinheiro urubu
Humanidade, sem depender da Onu!