Poemas da Amazônia

Cerca de 205 poemas da Amazônia

Cabanos hoje

Nós somos hoje herdeiros
De um povo valente e guerreiro
De ideias e bravura honrosas
Da nossa história tão gloriosa

Que viva em nossa memória
Nossa heróica trajetória
De luta árdua e revolução
Contra a voraz opressão

Então cantemos a liberdade
Calada ontem pelos covardes
Pelos agentes da submissão
Da bárbara exploração

Nós somos povo herdeiro
De heróis verdadeiros.
Que nos sertões da hiléia
Permaneça viva a ideia!

Inserida por kaio_nikolas

Amazônidas pela liberdade

Levante, povo amazônida
Temos correntes para romper
Avante, povo amazônida
Já não há tempo a perder

Mesmo que sejam as noites escuras
Mesmo que seja a dor mais aguda
A liberdade sonhada outrora
Faz-se pra sempre desde agora

Em frente, filhos da Amazônia
Escreveremos nossa história
A liberdade almejada virá
Da nossa garra e da união!

Inserida por kaio_nikolas

Bom dia vida!

A morte chegará para todos. Infelizmente a maioria e os que estão pelo poder não amam a própria vida. Impossível acreditar num país diferente dessa forma. Quem dera acreditarem que a Terra eh um organismo vivo e tem o mesmo valor para a Criação que os que vem aqui para aprender nesse lugar de sofrimentos e dificuldades. Somos fadados a morrer de qualquer forma. A única certeza que temos todos. É a morte. Mas não deveríamos ser ignorantes de achar que o que fazemos aqui não reverbera. O Sistema Planetário é um só. Preparem seus bunkers, estoquem alimentos e estejam preparados pras catástrofes ou pra guerra. Pq estamos criando isso para a nossa realidade acreditando que o mundo vai acabar em chamas como diziam profecias bíblicas. Deus tenha misericórdia dessa humanidade. Aos que estão fazendo a tarefa de casa direito e buscando o serviço, a caridade, a alegria e o respeito,.... esses estarão safos. Viva como se no dia da sua morte vc se alegrasse e os outros ficassem tristes com sua ausência. Isso é simples.. se amar, se respeitar... dae vc poderá entender o que é lutar pela vida sua, da natureza e do próximo. Aí vc poderá dizer que valeu a pena. Boa sorte

Inserida por Todeschi

No alto da árvore, famílias de araras faziam alvoroço,
macacos saltitavam felizes,
lebres corriam por entre os arbustos,
O sapo Cururu coaxava na beira do rio...
O boto-cor-de-rosa ouvia sobre suas lendas sem dar um pio...
de longe quem espiava era o jacaré-açu...
Na margem do rio a Sucuri se debatia entediada...
a Preguiça levanta os olhos para uma leve espiada...
A capivara se banhava maravilhada...
A onça saia para sua caçada...
Pausa para um breve silêncio, ele está no altar, o Uirapuru a cantar...o canto da despedida
De onde vem o fogo que devasta a alma?
Desta vez não era um jogo, era sério
Não há resposta dentro da pequeneza
A noite cobriu o sol
Que outrora admirava de longe tanta beleza
Agora coberto de luto
Por um vale de ossos secos
Pela floresta que não produzirá mais nenhum fruto...

Inserida por paulo_J_brachtvogel

É tá difícil não consigo nem viver em paz te forneço ar e vida boa e você coloca fogo nas minhas árvores?Você acha isso certo?
Não feche os olhos sei que só você não consegue,chame seus amigos cuide.
Todos por uma causa a vida? Ou a sua floresta?

-Amazonia/Brasil 2019

Inserida por henry_oliveira

MEU RECANTO

⁠Meu recanto tem Pupunha
Açaí, Bacaba e Buritis
Onde canta o Poaieiro,
Jacu, Arara e o Bem-te-vi

Meu rincão ao céu engalana
Com os flumes do Guaporé
Jamari, Pimenta e Abunã,
Madeira, Machado e Mamoré

Poseidon das belas torrentes
Ictiofilhos de Yara
Pacu, Tambaqui, Surubim,
Pirarucu, Tucunaré e Pirarara

Manoa d´Eldorado poente
Porto fértil de terra garrida
Rica lavra repleta de flores
Lindos prados repletos de vida

Nativos peles vermelhas
Da minha aldeia, guardiões
Cinta larga, Surui e Tupari,
Uru-Eu, Karipuna e Gaviões

O colossal cavalo de ferro
Em dormente estrada de pau
Entre retundas, o transpor dos saltos
Santo Antônio, Ribeirão e Jirau

E como se a zelar o Olimpo
O Forte Príncipe da Beira
Dragão da Coroa Portuguesa
Baluarte sentinela da fronteira

De seus destemidos pioneiros
Amor de efeito Panambi
Minha estância tem palmeiras
Onde canta o bem-te-vi

Edson Depieri
ww.edsondepieri.com.br

Inserida por Edson_Depieri

Sobre o assassinato covarde do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips⁠ em 05/06/22.

Dom Phillips - um britânico que fazia mais do que muitos brasileiros fazem pelo Brasil, pelo povo tupiniquim, pelo próximo, pela natureza, pela continuidade da vida nesta esfera azul e pela Amazônia.

Bruno Pereira - fazia a sua parte e aparte de muitos brasileiros. Carregava, sozinho, nas costas a responsabilidade sobre o nosso patrimônio natural - a floresta Amazônica e os seus nativos naturais que, por direito, deveriam ser respeitados e viverem na paz e na prática da sua cultura.

Mais duas vidas extirpadas, porque praticavam o verdadeiro amor pelo próximo e pela maior fonte de sustentação de vida neste planeta.
E há quem defenda àqueles que destroem, que tiram o oxigênio das narinas de um mundo enfermo para que todas as espécies de vida possam caminhar em direção à extinção, à morte em nome de Jesus e dos cifrãos nas suas contas bancárias.

Tenho nojo dessa gente hipócrita, que sob o escudo da religião, comete as mais cruéis atrocidades mascaradas de bem. Um bem que só existe na ótica dos idiotas, dos inocentes e dos ignorantes.

Inserida por Gracaleal

Politica não é só regras e normas, temos que saímos da zona de conforto ou iremos morrer lá.
Está na hora de mudar, o mundo mudou, hoje não nos preocupamos com as pessoas ou a Amazônia... O capitalismo é bom, mas precisamos rever conceitos, não pensar apenas no futuro e sim no hoje, no agora!

Afinal, se não cuidarmos do agora, qual será o futuro das próximas gerações amanhã?

Inserida por ElvisAmorimGA

⁠Amada expectativa,
cá estou a te sustentar
em mais um querer
que confusas criamos
jurando durar.

Antes de tudo,
me comove esse mundo
de representações vibrando
outras vidas em nós,
pulsando sem compasso
a poética dessas pobres emoções.

Profundas e superficiais,
desse tempo ou não,
por mais arriscado
e louco que pareça
permaneço colecionando
os beijos (que não dei)
nas mulheres que amei
sem coração!

Inserida por RobertaMarisa

⁠À beira, fora do centro,
me ponho a amar
tudo que lambe,
arranha,
lava,
escorre,
abre caminhos,
desmorona margens
e vai embora⁠.

À beira
sempre perto
de estar longe,
como um rio
vivo de tudo
que passa.

Inserida por RobertaMarisa

⁠O rio e o mar

(Parte II)

Ao cruzar florestas, me fiz grande,
seguindo o percurso da vida,
fui tão estreito que pensei nunca te alcançar.
Mas a terra com o impulso dos ventos,
me puseram aos teus pés
para ouvir os ruídos à superfície.

Atento, senti até o som
do teu silêncio debaixo d'água.
Sem medo da fundura,
tomei fôlego, abri o peito,
mergulhei.

E tu,sedento
pelo doce de todos os rios,
profundo e urgente
o oceano me deu.

Inserida por RobertaMarisa

⁠Estelar

Somos corpos celestes
que a atração gravitacional uniu
inversamente à distância
como um sonhar que nunca existiu.

Viemos de nuvens interestelares
distantes em fusos iguais,
feito Acre e Nova Iorque,
com temperaturas tão desiguais
capazes de explodir
qualquer estrela milenar.

Imersa na floresta densa,
longe de tudo que informava,
senti uma galáctica conexão
incumbir a tensão de uma supernova
ardendo mais que o sol,
os olhos do coração.

Sem a energia da cidade,
vi a cortina do céu se abrir.
Eu era platéia de primeira fila garantida
na própria estreia, sem roteiro a seguir...

Na cena da mínima significância,
assisti sem piscar o esplendor
de uma estrela nova iluminando o altar
de infinitos desejos que conectavam o céu
da Times Square à Serra do Divisor!

Inserida por RobertaMarisa

⁠Faísca

Ainda que eu não pudesse te olhar diretamente,
o céu enviou pingos de luzes
para a tua miragem transbordar
em meus olhos de rios turvos.

Ainda que eu não pudesse te tocar sentidamente,
Deus baixou a lona dos céus
para que eu pudesse crer
que nem a estrela mais alta
é impossível de se alcançar!

Inserida por RobertaMarisa

⁠Utopia

Entre ondas de loucuras
desenhei o barulho do mar
e chovi ao ver o sol morrer
velando a ideia de uma vida feliz
que sequer passou de um plano ilusivo.

Inserida por RobertaMarisa

⁠VISAGEM
É de encataria que se vive o povo
A fé no que não se pode ver
Na raiz, na flor e no lodo
História sinistra para se entreter?
Um assobio, um estrondo
Um vulto, uma assombração
Se eu vejo visagem me escondo
Mas ela me vê na escuridão.
Quando passo pelo caminho estreito da roça
Quando sozinho conduzo a canoa
Proteger-me não há quem possa
Do assobia do Matinta que ecoa
Mil preces já foram feitas
e promessa comprometida
mas, a mula sem cabeça galopa
no medo e no fantasia

Inserida por annielivalerio

⁠CANOEIRO

Na água doce do rio
Sopra o vento devagar
E La se vai canoeiro
Tranquilo sempre a remar

Rema sem pressa de ir
Tão pouca pressa de chegar
La se vem canoeiro
Tranquilo sempre a remar

Desliza em onda tranquila
Batida de remo a passar
Segue um canoeiro
Tranquilo sempre a remar

De bubuia nessas águas
Destino vai te levar
Manhã tão cinza e noites claras
Canoeiro sempre a remar.

Inserida por annielivalerio

⁠UIRAPURU

Uirapuru piou
O seu canto de amor

Quando o uirapuru canta
Toda a mata silencia
Bico novo, bico velho
A ele reverencia
Só pra ouvir o seu clamor
O seu canto de amor.

Sua história é de lamento,
de tristeza e solidão
A cunhã foi desprezada
E chorou seu coração

Mas, Tupã lhe deu um canto
Para sua dor acalantar
Só falando de amor
De amor para sonhar.

Inserida por annielivalerio

⁠AMAZONAS
Cavalgam com o vento
as águas na beira do rio
E carregam com o tempo,
histórias daqui e dali

E no remanso ao longe
Um mistério a desvendar
De onde brota essa fonte
que faz tão grande o mar?

É tanto rio a navegar
São as gotas dessa correnteza
Que fazem a imensidão do mar

Profundo e indomável
És liberto em maresia
Em açoites tu galopas
Nas ondas de uma melodia

E carregas nesse choro
uma canção de ninar
E o teu grito de consolo
Corre em direção do mar.

Inserida por annielivalerio

⁠Vila de Juruti Velho

Nasci numa vila simples
Rica de belezas naturais
Um lugar encantador,
Que se difere dos demais.

Seu nome de um pássaro fora herdado,
Cujo canto, mata adentro ecoa...
Com o tempo, o velho lhe fora acrescentado,
Sabedoria de gente de proa.

Por mais que mude o teu nome,
Jamais mudarão a tua história
Tuas lutas nunca serão em vão
Posso ver a tua vitória.

Hoje, muitos te chamam Muirapinima
Mas eu prefiro a dos mais velhos...
Pois para mim, vila bela,
O meu coração só se anima,
Quando chega em Juruti Velho!

Inserida por FrancyAndrade

⁠Quando me apaixonei me perdi.
Quando amei me encontrei.
A paixão tem pressa.
O amor tem calma.
A paixão adoece.
O amor cura.
A paixão cega.
A amor ilumina.
A paixão é um turbilhão.
O amor o orvalho da manhã.
Quando me apaixonei esqueci de mim.
Quando me amei virei prioridade.

Inserida por maria_da_silva_5