Poemas da Amazônia
Sobre o assassinato covarde do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips em 05/06/22.
Dom Phillips - um britânico que fazia mais do que muitos brasileiros fazem pelo Brasil, pelo povo tupiniquim, pelo próximo, pela natureza, pela continuidade da vida nesta esfera azul e pela Amazônia.
Bruno Pereira - fazia a sua parte e aparte de muitos brasileiros. Carregava, sozinho, nas costas a responsabilidade sobre o nosso patrimônio natural - a floresta Amazônica e os seus nativos naturais que, por direito, deveriam ser respeitados e viverem na paz e na prática da sua cultura.
Mais duas vidas extirpadas, porque praticavam o verdadeiro amor pelo próximo e pela maior fonte de sustentação de vida neste planeta.
E há quem defenda àqueles que destroem, que tiram o oxigênio das narinas de um mundo enfermo para que todas as espécies de vida possam caminhar em direção à extinção, à morte em nome de Jesus e dos cifrãos nas suas contas bancárias.
Tenho nojo dessa gente hipócrita, que sob o escudo da religião, comete as mais cruéis atrocidades mascaradas de bem. Um bem que só existe na ótica dos idiotas, dos inocentes e dos ignorantes.
Caminho sobre a ponte da travessia final mirando a selva amazônica, observo sorrisos desesperados e pálidos, diante desse espetáculo.
Nenhum paraíso resplandece quando enfermidades corroem as raízes internas.
Vagueio pelos relevos dos contornos da mãe natureza
com sua floresta devastada
desolada
eu beijo cada pedaço desta terra inundada
O fogo voraz que a consome é
intenso.
Empresa comprometida e responsável. Recebi a encomenda na data programada. Colônia Nazaré... MARAVILHOSA, o perfume fixa bem, dura o dia inteiro.
Quem tem bom gosto precisa adquirir!
Célia de Moraes - Cliente Essências da Floresta
No deserto sou poeira
Tenho a chuva minha parceira
Eu sou o Vento
Estou em todo lugar
Balanço a flor
E no fogo sou fogueira
Brisa suave
Quando estou nesse lugar
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Eu sou o vento
Levo o pólen para vida
Eu sou as notas do cantor
No metal faço a soar
Eu fui a todos
E sou a todo momento
Carrego a vida
Quando movimento o ar
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Fui aos profetas e poetas
Do caminho
Levo o toque e as batidas
Do tambor para dançar
Sou o ciclone
Furacões, redemoinhos
Na tempestade
Faço violento o mar
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Ha muito tempo
Empurrei navegadores
A descobertas violentas
Desiguais
Sou o caminho
Para as aves serem livres
Sou melodias
Para os pássaros cantar
No deserto sou poeira
Tenho a chuva minha parceira
Eu sou o Vento
Estou em todo lugar
Balanço a flor
E no fogo sou fogueira
Brisa suave
Quando estou nesse lugar
Bom dia vida!
A morte chegará para todos. Infelizmente a maioria e os que estão pelo poder não amam a própria vida. Impossível acreditar num país diferente dessa forma. Quem dera acreditarem que a Terra eh um organismo vivo e tem o mesmo valor para a Criação que os que vem aqui para aprender nesse lugar de sofrimentos e dificuldades. Somos fadados a morrer de qualquer forma. A única certeza que temos todos. É a morte. Mas não deveríamos ser ignorantes de achar que o que fazemos aqui não reverbera. O Sistema Planetário é um só. Preparem seus bunkers, estoquem alimentos e estejam preparados pras catástrofes ou pra guerra. Pq estamos criando isso para a nossa realidade acreditando que o mundo vai acabar em chamas como diziam profecias bíblicas. Deus tenha misericórdia dessa humanidade. Aos que estão fazendo a tarefa de casa direito e buscando o serviço, a caridade, a alegria e o respeito,.... esses estarão safos. Viva como se no dia da sua morte vc se alegrasse e os outros ficassem tristes com sua ausência. Isso é simples.. se amar, se respeitar... dae vc poderá entender o que é lutar pela vida sua, da natureza e do próximo. Aí vc poderá dizer que valeu a pena. Boa sorte
No alto da árvore, famílias de araras faziam alvoroço,
macacos saltitavam felizes,
lebres corriam por entre os arbustos,
O sapo Cururu coaxava na beira do rio...
O boto-cor-de-rosa ouvia sobre suas lendas sem dar um pio...
de longe quem espiava era o jacaré-açu...
Na margem do rio a Sucuri se debatia entediada...
a Preguiça levanta os olhos para uma leve espiada...
A capivara se banhava maravilhada...
A onça saia para sua caçada...
Pausa para um breve silêncio, ele está no altar, o Uirapuru a cantar...o canto da despedida
De onde vem o fogo que devasta a alma?
Desta vez não era um jogo, era sério
Não há resposta dentro da pequeneza
A noite cobriu o sol
Que outrora admirava de longe tanta beleza
Agora coberto de luto
Por um vale de ossos secos
Pela floresta que não produzirá mais nenhum fruto...
Politica não é só regras e normas, temos que saímos da zona de conforto ou iremos morrer lá.
Está na hora de mudar, o mundo mudou, hoje não nos preocupamos com as pessoas ou a Amazônia... O capitalismo é bom, mas precisamos rever conceitos, não pensar apenas no futuro e sim no hoje, no agora!
Afinal, se não cuidarmos do agora, qual será o futuro das próximas gerações amanhã?
É tá difícil não consigo nem viver em paz te forneço ar e vida boa e você coloca fogo nas minhas árvores?Você acha isso certo?
Não feche os olhos sei que só você não consegue,chame seus amigos cuide.
Todos por uma causa a vida? Ou a sua floresta?
-Amazonia/Brasil 2019
MEU RECANTO
Meu recanto tem Pupunha
Açaí, Bacaba e Buritis
Onde canta o Poaieiro,
Jacu, Arara e o Bem-te-vi
Meu rincão ao céu engalana
Com os flumes do Guaporé
Jamari, Pimenta e Abunã,
Madeira, Machado e Mamoré
Poseidon das belas torrentes
Ictiofilhos de Yara
Pacu, Tambaqui, Surubim,
Pirarucu, Tucunaré e Pirarara
Manoa d´Eldorado poente
Porto fértil de terra garrida
Rica lavra repleta de flores
Lindos prados repletos de vida
Nativos peles vermelhas
Da minha aldeia, guardiões
Cinta larga, Surui e Tupari,
Uru-Eu, Karipuna e Gaviões
O colossal cavalo de ferro
Em dormente estrada de pau
Entre retundas, o transpor dos saltos
Santo Antônio, Ribeirão e Jirau
E como se a zelar o Olimpo
O Forte Príncipe da Beira
Dragão da Coroa Portuguesa
Baluarte sentinela da fronteira
De seus destemidos pioneiros
Amor de efeito Panambi
Minha estância tem palmeiras
Onde canta o bem-te-vi
Edson Depieri
ww.edsondepieri.com.br
Quando me apaixonei me perdi.
Quando amei me encontrei.
A paixão tem pressa.
O amor tem calma.
A paixão adoece.
O amor cura.
A paixão cega.
A amor ilumina.
A paixão é um turbilhão.
O amor o orvalho da manhã.
Quando me apaixonei esqueci de mim.
Quando me amei virei prioridade.
O amor sempre ilumina.
O amor traz calmaria.
Traz boa companhia.
Traz alegria.
Sinônimo de felicidades e bons momentos.
Sinônimo de cheiro.
Tempero.
Bom paladar.
Novos sabores.
Novos lugares.
Sinônimo de amore.
Amor é magia.
Conexão e energia.
Aconchego da alma.
Mente em sintonia.
Amar é desejar o melhor ao outro.
E o desejo do outro é a sua companhia.
Repeti, só as boas companhias.
No percurso da vida é importante saborear novas experiências.
Olhar por outro ângulo.
Vê nossas possibilidades.
Amada expectativa,
cá estou a te sustentar
em mais um querer
que confusas criamos
jurando durar.
Antes de tudo,
me comove esse mundo
de representações vibrando
outras vidas em nós,
pulsando sem compasso
a poética dessas pobres emoções.
Profundas e superficiais,
desse tempo ou não,
por mais arriscado
e louco que pareça
permaneço colecionando
os beijos (que não dei)
nas mulheres que amei
sem coração!
À beira, fora do centro,
me ponho a amar
tudo que lambe,
arranha,
lava,
escorre,
abre caminhos,
desmorona margens
e vai embora.
À beira
sempre perto
de estar longe,
como um rio
vivo de tudo
que passa.
O rio e o mar
(Parte II)
Ao cruzar florestas, me fiz grande,
seguindo o percurso da vida,
fui tão estreito que pensei nunca te alcançar.
Mas a terra com o impulso dos ventos,
me puseram aos teus pés
para ouvir os ruídos à superfície.
Atento, senti até o som
do teu silêncio debaixo d'água.
Sem medo da fundura,
tomei fôlego, abri o peito,
mergulhei.
E tu,sedento
pelo doce de todos os rios,
profundo e urgente
o oceano me deu.
Estelar
Somos corpos celestes
que a atração gravitacional uniu
inversamente à distância
como um sonhar que nunca existiu.
Viemos de nuvens interestelares
distantes em fusos iguais,
feito Acre e Nova Iorque,
com temperaturas tão desiguais
capazes de explodir
qualquer estrela milenar.
Imersa na floresta densa,
longe de tudo que informava,
senti uma galáctica conexão
incumbir a tensão de uma supernova
ardendo mais que o sol,
os olhos do coração.
Sem a energia da cidade,
vi a cortina do céu se abrir.
Eu era platéia de primeira fila garantida
na própria estreia, sem roteiro a seguir...
Na cena da mínima significância,
assisti sem piscar o esplendor
de uma estrela nova iluminando o altar
de infinitos desejos que conectavam o céu
da Times Square à Serra do Divisor!
Faísca
Ainda que eu não pudesse te olhar diretamente,
o céu enviou pingos de luzes
para a tua miragem transbordar
em meus olhos de rios turvos.
Ainda que eu não pudesse te tocar sentidamente,
Deus baixou a lona dos céus
para que eu pudesse crer
que nem a estrela mais alta
é impossível de se alcançar!
Utopia
Entre ondas de loucuras
desenhei o barulho do mar
e chovi ao ver o sol morrer
velando a ideia de uma vida feliz
que sequer passou de um plano ilusivo.
Na escola eu rabiscava uma letra com o pouco que aprendia de política através do jornal de seu Pádua, que sempre era o da semana anterior:
“Até quando temos que ficar nessa exploração?
Essa terra é o meu salário e de todo cidadão
Lutamos contra a impunidade/ Pois precisamos sobreviver
Desta terra nos deixem a metade / Mas não deixam é nada pra você
Não venda a sua nação/ Ô pobre cidadão
Roubam-nos a luz do dia e não fazemos nada pra deter
A Amazônia está perdida e a culpa não dá pra esconder
Não venda a sua nação/ Ô pobre cidadão.