Poemas Curtos de Autores Famosos
Ninguém nunca está satisfeito no lugar onde se encontra.Somente as crianças sabem o que procuram...
É realmente na solidão que o homem se revela a si mesmo, pesa suas possibilidades e amadurece para a ação.
(Em Saint-Exupéry e o céu sem limite, de Irmã Rosa Maria)
PAULO COELHO
Garoto pequeno que o mundo engoliu
Nos livros jogado, seu mundo surgiu
A vocação que nascia
Da Grande Magia
Que as vendas da “boa moral” jurava não ver:
Um coração oprimido, apertado
Gritando por SER
Descobri uma lei sublime, a lei da equivalência das janelas, e estabeleci que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência.
Jorge Luis Borges, que não acreditava em Deus, dizia que a religião é um ramo da literatura fantástica. Triste conclusão de Borges.
E tudo isso já faz parte de um todo, de um mistério. Sou uma só. (...) Sou um ser. E deixo que você seja. Isso lhe assusta? Creio que sim. Mas vale a pena. Mesmo que doa. Dói só no começo.
Estou tentando te dizer de como cheguei ao neutro e ao inexpressivo de mim. Não sei se estou entendendo o que falo, estou sentindo – e receio muito o sentir, pois sentir é apenas um dos estilos de ser.
Cada pessoa é um mundo, cada pessoa tem sua própria chave e a dos outros nada resolve.
Os fatos são sonoros mas entre os fatos há um sussurro. É o sussurro que me impressiona.
O tédio é de uma felicidade primária demais! E é por isso que me é intolerável o paraíso.
E eu impávida finjo que não tenho dono. Pontas de cigarro apagadas eu recebo. Um dia vou pegar fogo.
Não há dúvida: pensar me irrita, pois antes de começar a tentar pensar eu sabia muito bem o que eu sabia.
Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: nunca feri de propósito. E também me dói quando percebo que feri.
Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e autorrisco. Eu não faço literatura: eu apenas vivo ao correr do tempo. O resultado fatal de eu viver é o ato de escrever.
Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia.
Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente.
Cada novo livro é uma viagem. Só que é uma viagem de olhos vendados em mares nunca dantes revelados – a mordaça nos olhos, o terror da escuridão é total. Quando sinto uma inspiração, morro de medo porque sei que de novo vou viajar e sozinho num mundo que me repele.
É a vida? Mesmo assim ela me escaparia. Outro modo de captá-la seria viver. Mas o sonho é mais completo que a realidade, esta me afoga na inconsciência. O que importa afinal: viver ou saber que se está vivendo?
Água-marinha? meu primeiro namoradinho tinha olhos azuis de água-marinha. Mas eu não chegava perto dele: tinha medo. Porque água quieta é água funda e me dava calafrios.